Todas as famílias enfrentam dilemas parecidos, mesmo que alguns se sobressaiam mais que outros. Acima de tudo, de modo geral tentam passar a imagem de equilíbrio e senso, entretanto, há notícias avassaladoras que fazem qualquer um perder a compostura. Quantos segredos as pessoas podem esconder? Você sabe tudo que acontece ao seu redor? É por meio dessa linha narrativa que o enredo de ‘Convidado de Honra’ se constrói.
Com direção de Atom Egoyan, o filme nos apresenta o padre Greg (Luke Wilson), surpreendido por uma mulher ao encerrar a missa dominical. Esta é Verônica (Laysla de Oliveira), que busca realizar o último sonho do pai agora falecido: ser velado na igreja. Todavia, o pedido causa grande confusão em Greg, já que o homem nunca frequentara a congregação ao longo dos anos.
A partir disso, o padre sai em busca de respostas, tentando entender o porquê, fazendo-o descobrir mais não só sobre o morto, como também, sobre sua família. ‘Convidado de Honra’ é fomentado por uma atmosfera de mistério, onde aparências perfeitas podem simplesmente esconder pessoas em cacos, desfalecidas nas próprias emoções e segredos. Sendo assim, o protagonismo se altera conforme a trama evolui, com memórias e dizeres que ajudam o público a montar o quebra-cabeça proposto.
O roteiro passeia entre o drama humano de indivíduos da classe média que, em algum momento da vida, fizeram algo que ainda se culpam, e o leve suspense que serve de alicerce para as relações parentais. Sobretudo, se uma pessoa entra na sala de cinema buscando apenas pelo segundo aspecto, provavelmente se decepcionará.
‘Convidado de Honra’ nos mostra que ninguém conhece ninguém
O ambiente da dúvida aparece de maneira subliminar, fazendo com que nem espectadores e personagens consigam submergir no mundo interno dos protagonistas, porém, vale a pena assistir pelos elementos que recebem maior destaque.
Em outras palavras, há algo que hipnotiza em ‘Convidado de Honra’, talvez a maneira em que o público vê pessoas comuns se desfazendo dentro da própria rotina. Jim, o pai falecido, é um desses homens solitários que nos faz refletir sobre quantos indivíduos são como ele. Quantos não vivem sozinhos? Quantos não conseguem expressar suas emoções e sentimentos? O longa pode não ser um fenômeno, mas com certeza nos mostra (com clareza) que não sabemos nada daqueles que estão mais próximos.
A maneira rígida em que ele cumpria seu trabalho, nos revela diversas características que facilmente encontramos na sociedade. Contudo, as descobertas relatadas pela família de Jim só evidenciam a gama de segredos que nos cerca.
A notícia da morte chega aos espectadores como fio narrativo, nos levando para instâncias antigas, onde há uma soma de memórias e conclusões. Os desdobramentos das conversas entre Verônica e Greg, permitem que mergulhemos em um filme perturbador, que caminha entre a realidade de penitência e o sonho aterrador.
Trailer:
Então, que tal assistir ‘Convidado de Honra’ para tirar suas próprias conclusões? Acompanhe o Cinepoca também pelo Facebook e Instagram, sempre há novidades incríveis do universo do cinema pintando em nossas redes.