Disney realmente consegue encantar com ‘Encanto’

Nova animação emociona, diverte e nos faz refletir.

Com estreia mundial no finalzinho de novembro, ‘Encanto’ chegou aos cinemas no meio de uma grande polêmica: a produção foi acusada de racismo, por trazer personagens brancos à América do Sul. Sobretudo, essa discussão é invalidada quando assistimos o longa, onde percebemos que aborda a pluralidade familiar e cultural da Colômbia.

A animação nos apresenta a família Madrigal, que no passado sofreu uma grande tragédia e, desde então, recebeu um presente valioso da floresta, onde conseguiu se reerguer. Sendo assim, cada membro ganha um poder incrível, entretanto, a jovem Mirabel, protagonista do título, é a única que fica sem receber nenhum dom. Então, passa a ser excluída da família, mesmo se esforçando para mostrar que é especial.

Maribel em uma das cenas de Encanto.
Maribel é a única personagem ‘comum’ da família. (Imagem: Reprodução/ Disney)

Quando a vela mágica de sua família começa a apagar, Mirabel entra em uma verdadeira jornada para tentar evitar que o pior aconteça. ‘Encanto’ tem algumas semelhanças com ‘Hereditáio’, um filme de terror, contudo, mesmo sem apresentar um enredo completamente original, desenvolve um caminho divertido e repleto de emoções nas terras colombianas. Em outras palavras, seu maior trunfo pode ser exatamente esse: a ambientação na América do Sul.

Vários detalhes nos envolvem na atmosfera do território, como a arquitetura das casas, a relação familiar, o espírito mais caloroso e a própria fauna. Caso não houvesse nenhum indicativo sobre onde ‘Encanto’ se passa, muitas pessoas, sem dúvidas, iriam pensar que a trama se desenrola no Brasil. Em contrapartida, a trilha sonora é o que mais destoa do ritmo brasileiro, mas ainda assim é envolvente, pontual e divertida, prendendo nossa atenção do início ao fim.

O que poderia ser melhor em ‘Encanto’?

Não só a trilha merece destaque, como toda a história em si. A Disney, mais uma vez, procurou pelo realismo, apresentando elementos que, de fato, existem, e estão presentes nos cenários onde as tramas se desenrolam. Acima de tudo, nos presenteia com toda a pluralidade de corpos e cores possíveis, não se prendendo apenas a personagens brancos ou indígenas, como muitos gringos imaginam por aí.

A família Madrigal.
A diversidade é um dos pontos altos do filme. (Imagem: Divulgação/ Disney)

Em primeiro lugar, não há como ignorar o curta que vem antes de ‘Encanto’. Ele usa guaxinins em uma praia para abordar temas familiares com bastante sensibilidade. Ou seja, funciona como uma ‘introdução’ às questões que ditam os rumos da trama dos Madrigal. Todavia, talvez a única crítica negativa fique por conta da dublagem brasileira, onde muitas vozes são parecidas e comprometem as sequências musicais. Então, se você costuma acompanhar animações dubladas, talvez valha a pena abrir uma exceção.

‘Encanto’ realmente encanta e não se limita em absolutamente nada, é possível perceber ao longo das cenas o vínculo familiar presente na obra, ressaltando, também, os problemas que podem existir dentro de casa, como a ‘exclusão de um membro’. Se você ainda não acompanhou a história dos Madrigal, é a hora de mudar isso!

Trailer (legendado):

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Lucas Lobinco
Lucas Lobinco
Sou o Lucas, e minha paixão pelo cinema começou com as aventuras épicas e os clássicos de ficção científica que moldaram minha infância. Para mim, cada filme é uma nova oportunidade de explorar mundos e ideias, uma janela para a criatividade humana. Minha jornada não foi nos bastidores da produção, mas sim na arte de desvendar as camadas de uma boa história e compartilhar essa descoberta. Sou movido pela curiosidade de entender o que torna um filme inesquecível, seja a complexidade de um personagem, a inovação visual ou a mensagem atemporal. No Cinepoca, meu foco é trazer uma perspectiva única, mergulhando fundo nos detalhes que fazem um filme valer a pena, e incentivando você a ver a sétima arte com novos olhos.Tenho um apreço especial por filmes de ação e aventura, com suas narrativas grandiosas e sequências de tirar o fôlego. A comédia de humor negro e os thrillers psicológicos também me atraem, pela forma como subvertem expectativas e exploram o lado mais sombrio da psique humana. Além disso, estou sempre atento às novas vozes e tendências que surgem na indústria, buscando os próximos grandes talentos e as histórias que definirão o futuro do cinema.

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