Sem dúvidas a proliferação dos streamings está nos dando a oportunidade de conhecermos obras incríveis fora do eixo hollywoodiano. Sobretudo, a Coreia do Sul tem se destacado, com produções bem elaboradas e altamente lucrativas, como ‘My Name’, ‘Rastros de um Sequestro’ e a memorável ‘Round 6’. Entretanto, agora vamos falar do longa nigeriano ‘Amina’, que já aparece no TOP 10 da Netflix.
O filme narra a história de Amina, que dá nome ao título, uma princesa, do século XVI, herdeira do trono de Zazzau. Todavia, ela está longe de ser uma figura comum e fútil da realeza: a jovem pede que seu pai, o regente dos Sete Reinos de Igala, permita que ela e a irmã Zaria recebam treinamento militar, para lutar com espadas. Mesmo sendo algo completamente inesperado, o homem decide acatar a vontade da filha, contudo, ninguém imaginava que tal habilidade seria de grande importância às princesas num futuro não muito distante.
Tempos depois, Zazzau entra em guerra com reinos vizinhos por conta de uma traição, onde começa os desdobramentos mais surpreendentes. De antemão, vale destacar que a obra é baseada em fatos reais, que faz parte da história da Nigéria, algo que nós, brasileiros, não conhecemos. Sendo assim, a tecnologia está permitindo que tenhamos acesso às tradições e culturas de outros povos, como ‘Amina’ retrata.
A qualidade do longa chama atenção, mas também gera certo desconforto: algumas atuações são completamente teatrais, exageradas, e fazem a trama perder sua seriedade para o público ocidental, que não costuma acompanhar esse tipo de característica nas telas. Em contrapartida, o enredo é épico e grandioso, com muitas cenas de batalhas e plano aberto no meio do deserto, reproduzindo os períodos do passado.
‘Amina’ é uma importante (e referenciada) figura africana
Muitos países africanos e asiáticos, como Índia, Japão e, agora, Nigéria, usam e abusam do exagero, para realçar a dramaticidade da obra. Então, isso não pode ser visto como uma falha do elenco.
‘Amina’ é uma produção muito importante e bem feita, que estreou em um momento oportuno. O mês da consciência negra foi a melhor escolha para o lançamento do título, que também revela como o respeito entre as religiões e as práticas com o plano imaterial se fazem presente nas tomadas de decisões. Se você é fã de ‘Pantera-Negra’, pode-se dizer que essa é uma versão mais ‘nua e crua’ das batalhas que regiam o território africano.
De acordo com o diretor Izu Ojukwu, “a história da lendária Rainha Amina de Zazzau é marcada por sua coragem e convicção, que alterou para sempre a vida de seu povo”. Contudo, ele completou dizendo que “foi uma experiência transformativa para todos, o elenco formidável e excelente equipe de produção. Esperamos poder compartilhar essa experiência com todo o mundo agora que o longa estreou na Netflix”.
Trailer (em inglês):
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