‘Pica-Pau’: As histórias reais (e sinistras) por trás do episódio das Cataratas

Ao longo do tempo, dezenas de pessoas se aventuraram nas quedas d'água.

A princípio, os desenhos servem para entreter e educar crianças, contudo, muitos deles acabam fisgando o coração das pessoas mais velhas, e Pica-Pau é um exemplo clássico disso: a ave que adora atormentar seus algozes conquistou os espectadores de todas as idades, e um dos episódios mais marcantes, sem dúvidas, é o ‘Niagara Fools’ (Vamos às Cataratas).

O guarda que sofreu nas mãos do Pica-Pau.
O guarda que não teve sossego. (Imagem: Reprodução/ Youtube)

Com lançamento em outubro de 1956, acompanha uma visita do pássaro às Cataratas do Niágara, quando um guarda canta vantagem por nunca ter deixado nenhum maluco descer as quedas d’água em um barril. Sendo assim, Pica-Pau decide infernizá-lo e leva diversos barris para descer, e o guarda tentando impedi-lo, acaba caindo sobre as cachoeiras por diversas vezes. Mais abaixo, uma plateia fiel usando capas de chuvas assiste cada um dos momentos, todavia, mesmo sendo algo engraçado, o episódio se baseia em uma atividade comum (e sinistra) no início do século XX.

A aposentada Annie Edson Taylor, de 63 anos, estava falida após seu esposo morrer durante a Guerra Civil Americana, então, para atrair mídia e, consecutivamente dinheiro, convocou a imprensa para que todos acompanhassem sua aventura. Acima de tudo, modificou um barril comum, com peças de couro e vedações, para que ele ficasse ‘apropriado’.

Annie Edson Taylor.
Annie Edson Taylor prestes a saltar. (Imagem: Divulgação)

O primeiro teste foi com um gato, que surpreendentemente saiu ileso após a queda. Em seguida, foi a vez de Annie, em 24 de outubro de 1901. 17 minutos depois de cair sobre as intensas cachoeiras, o barril foi resgatado e Annie estava viva, entretanto, o espetáculo não rendeu o dinheiro esperado e ela ‘apenas’ entrou para a história como ‘Heroína das Cataratas do Niágara’. Ou seja, a ação teve final feliz, assim como na série do ‘Pica-Pau’.

Nem sempre as pessoas que inspiraram o icônico episódio do Pica-Pau se deram bem

Ao todo, 17 pessoas arriscaram suas vidas tentando descer as Cataratas. 11 casos foram bem-sucedidos, em contrapartida, algumas mortes trágicas também não deixaram de acontecer, como George Stathakis. O homem, em 1930, decidiu se aventurar na queda d’água, mas seu barril ficou preso atrás de uma cascata por 18 horas e ele morreu asfixiado, sem ar.

Oficiais retirando o barril de George da água. Ele não teve a mesma sorte que o guarda do Pica-Pau.
Barril de George sendo resgatado. (Imagem: Divulgação)

Em 2003, o dublê Kirk Jones decidiu reproduzir o feito das décadas passadas, onde pulou nas Cataratas apenas com as roupas do corpo e sobreviveu. Isso rendeu-lhe o título de ‘Maior Dublê do Mundo’ e muito dinheiro. Todavia, em 2017 decidiu saltar novamente, mas dessa vez em uma bola inflável, como se fosse hamster. Agora, o final da história não foi feliz: encontraram Kirk já sem vida há 19 quilômetros dali.

Kirk Jones dando entrevista.
Kirk Jones não resistiu quando tentou repetir o feito. (Imagem: Divulgação)

Mesmo com todos esses malucos ao longo dos anos, o Parque Nacional do Niágara só decidiu fiscalizar e proibir oficialmente tal atitude em 1951. Nesta data, William Red Hill Jr. tentou descer em um barril caseiro, enrolado por uma rede de pesca, mas terminou a experiência sem vida. Em outras palavras, nem sempre o que vemos em ‘Pica-Pau’ é ficção, como no episódio das Cataratas.

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