‘Tulsa King’: Como a série corrige o maior erro de ‘Rocky V’ de Stallone

A série ‘Tulsa King’ oferece a Sylvester Stallone a oportunidade de corrigir o que muitos consideram o maior erro de ‘Rocky V’: a falha na mentoria paterna. Como Dwight Manfredi, Stallone explora uma profunda relação de guia com Tyson Mitchell, entregando a complexidade e o afeto que faltaram na relação de Rocky com seu filho, Robert Jr., e consolidando seu legado como um mentor multifacetado, livre das amarras do boxe.

Se você é fã de cinema e, principalmente, um admirador do icônico Sylvester Stallone, prepare-se para uma viagem no tempo e uma dose de redenção. Afinal, quem nunca sentiu um pequeno arrepio ao lembrar de ‘Rocky V’? Pois bem, parece que a série ‘Tulsa King’ S3 está dando a Stallone a chance de corrigir o que muitos consideram o maior tropeço da franquia do Garanhão Italiano, especialmente no que diz respeito à mentoria. É isso mesmo, estamos falando de como a série ‘Tulsa King‘ se entrelaça com os eventos de ‘Rocky V‘ em uma narrativa de segundas chances e legados.

‘Rocky V’: O Nocaute Inesperado na Carreira de Balboa

'Rocky V': O Nocaute Inesperado na Carreira de Balboa

Vamos ser sinceros: ‘Rocky V’, lançado em 1990, não foi exatamente um peso pesado no ringue do sucesso. Após o estrondoso ‘Rocky IV’, que dominou as bilheterias e se tornou um ícone da cultura pop, a quinta parte da saga de Rocky Balboa chegou como um balde de água fria. Críticos e fãs não perdoaram, e o filme amargou uma pífia aprovação de 32% no Rotten Tomatoes, além de um desempenho financeiro bem abaixo do esperado.

Mas qual foi o grande erro? Muitos apontam para a desatenção de Rocky com sua própria família, especialmente com seu filho, Robert Balboa Jr. A trama focou em Rocky assumindo o jovem e promissor Tommy Gunn como seu protegido, enquanto seu filho era deixado de lado, buscando atenção em gangues de rua. Parecia uma traição aos valores que o próprio Rocky representava: família, lealdade e superação.

Stallone, inclusive, nunca escondeu seu descontentamento com ‘Rocky V’. Anos depois, ele retornaria com ‘Rocky Balboa’ em 2006, um filme que muitos viram como uma tentativa de reescrever o final agridoce e dar um desfecho mais digno ao personagem. A franquia ‘Creed: Nascido para Lutar’ continuou essa jornada, com Rocky assumindo o papel de mentor para Adonis Creed. No entanto, a chance de Stallone realmente consertar os erros de ‘Rocky V’ e explorar a fundo uma relação de mentoria paterna, sem as amarras do boxe, só veio de verdade com ‘Tulsa King’.

De Nova York para Tulsa: A Segunda Chance de Dwight Manfredi

Em ‘Tulsa King’, somos apresentados a Dwight “The General” Manfredi, um chefão da máfia de Nova York que, após 25 anos de prisão, é exilado para Tulsa, Oklahoma. Longe de seu território e de sua família criminosa, Dwight precisa recomeçar do zero, construindo um novo império com métodos nem sempre convencionais. Mas, por trás da fachada de durão e das frases de efeito, há um homem buscando uma conexão e um propósito.

É nesse cenário que entra Tyson Mitchell, um jovem motorista de táxi que se torna o braço direito de Dwight. A relação entre os dois começa como uma simples parceria de negócios, mas rapidamente evolui para algo muito mais profundo. Dwight, que passou décadas longe de sua própria filha, Tina, encontra em Tyson uma oportunidade de exercer a figura paterna e mentora que a vida lhe roubou.

A série explora a complexidade de Dwight: um homem à moda antiga, leal aos seus princípios, mas também capaz de uma ternura inesperada. Ele vê em Tyson não apenas um empregado, mas um jovem com potencial, que precisa de orientação e alguém para acreditar nele. Essa dinâmica é o coração de ‘Tulsa King’ e o que a torna tão especial, dando a Stallone um palco perfeito para mostrar uma faceta mais madura e paternal de sua atuação.

‘Tulsa King’ S3: A Mentoria que ‘Rocky V’ Devia Ter Entregue

A terceira temporada de ‘Tulsa King’ intensifica ainda mais a relação entre Dwight e Tyson, transformando-a no cerne emocional da série. Vemos Dwight Manfredi se aprofundar na figura de mentor, oferecendo a Tyson não apenas ensinamentos sobre o mundo do crime, mas lições de vida que ‘Rocky V’ lamentavelmente deixou de lado para Robert Balboa Jr.

Em um momento particularmente tocante do quinto episódio da terceira temporada de ‘Tulsa King’, Dwight e Tyson têm uma conversa profunda e emocionante sobre o que significa ser um homem. Dwight, com sua sabedoria adquirida em décadas de experiências duras, olha para Tyson e diz: “Você é um homem para mim.” Essa cena é um espelho do que ‘Rocky V’ deveria ter feito com a relação de Rocky e seu filho. Ao invés de negligenciar Robert Jr. em favor de um boxeador ambicioso, Rocky deveria ter sido a âncora e o guia que Dwight se torna para Tyson.

A beleza dessa dinâmica em ‘Tulsa King’ é que ela não se limita a conselhos superficiais. Dwight se importa genuinamente com o futuro de Tyson, com seu caráter e com a pessoa que ele está se tornando. Ele oferece proteção, direcionamento e, acima de tudo, um amor paternal que Tyson talvez nunca tenha recebido de forma tão explícita. É uma redenção para Stallone não apenas como ator, mas para o tipo de personagem que ele representa: o durão com um coração de ouro, capaz de inspirar e moldar vidas.

A conversa entre Dwight e Tyson em ‘Tulsa King’ S3 ecoa, de certa forma, a emocionante cena de ‘Rocky Balboa’ onde Rocky fala com seu filho sobre resiliência, dizendo que a vida vai te derrubar e é preciso levantar. No entanto, em ‘Tulsa King’, essa mentoria é mais constante, mais orgânica e menos reativa. Ela mostra um Stallone que, através de Dwight, finalmente consegue entregar a profundidade e a dedicação que os fãs esperavam de Rocky em ‘Rocky V’.

O Legado de Mentor: Como ‘Tulsa King’ se Compara a ‘Creed’

Não podemos falar de Stallone como mentor sem mencionar a aclamada franquia ‘Creed: Nascido para Lutar’. Nela, vimos Rocky Balboa assumir o papel de treinador e figura paterna para Adonis Creed, filho de seu antigo rival e amigo, Apollo Creed. A química entre Stallone e Michael B. Jordan foi inegável, e a performance de Stallone em ‘Creed: Nascido para Lutar’ lhe rendeu uma indicação ao Oscar, mostrando a força de seu retorno ao personagem.

No entanto, a ausência de Stallone em ‘Creed III’ e a provável não participação em ‘Creed IV’ deixaram um vazio para muitos fãs. Rocky Balboa se despediu do ringue e, aparentemente, da vida de mentor no universo do boxe. É aí que ‘Tulsa King’ entra em cena como um substituto perfeito, talvez até superior, para essa faceta do legado de Stallone.

Em ‘Tulsa King’, Stallone não está preso às convenções do mundo do boxe. Ele pode explorar uma gama mais ampla de emoções e situações como Dwight Manfredi. A mentoria de Dwight para Tyson é mais crua, mais pessoal e menos focada em um objetivo esportivo específico. É sobre a vida, sobre escolhas, sobre ser um homem de palavra e sobre encontrar seu lugar no mundo. Isso permite a Stallone uma liberdade criativa para aprofundar o personagem de Dwight e sua relação com Tyson de uma forma que talvez não fosse possível dentro das expectativas da franquia ‘Creed’.

Além disso, ‘Tulsa King’ desde suas primeiras temporadas já apresentava essa capacidade de Dwight em se conectar com figuras jovens. Vimos isso não só com Tyson, mas também em sua complexa e bela tentativa de reparar o relacionamento com sua filha, Tina. Esses momentos, que ‘Rocky V’ falhou em desenvolver com o filho de Rocky, são o ponto forte de ‘Tulsa King’, solidificando a série como o palco ideal para Stallone brilhar como um mentor multifacetado.

Sylvester Stallone: A Arte de se Reinventar na Tela

Sylvester Stallone: A Arte de se Reinventar na Tela

Sylvester Stallone é um mestre na arte de se reinventar. Ao longo de décadas, ele nos presenteou com personagens icônicos, desde o lutador Rocky Balboa até o implacável Rambo. Sua carreira é marcada por papéis de “durões” que, por trás da força física, escondem uma complexidade emocional surpreendente. ‘Tulsa King’ é mais um testamento a essa capacidade de Stallone de se adaptar e de encontrar novas nuances em personagens maduros.

Como Dwight Manfredi, Stallone consegue mesclar a imagem do chefão da máfia com um lado inesperadamente carinhoso e sábio. Ele não é apenas um homem de ação; é um homem de princípios, que tenta passar seus valores (ainda que nem sempre legais) para as novas gerações. Essa mistura de autoridade e afeto é o que torna Dwight tão cativante e o que permite a Stallone explorar um registro mais rico em sua atuação.

Ver Stallone em um papel como Dwight, um homem que ganha uma segunda chance na vida e decide usá-la para construir algo novo e, mais importante, para guiar um jovem, ressoa profundamente com o público. É uma história de redenção não só para o personagem, mas para o próprio ator, que demonstra sua capacidade de continuar entregando performances memoráveis e relevantes em diferentes fases de sua carreira. Ele prova que um bom ator pode encontrar profundidade e conexão em qualquer gênero, desde que o roteiro permita.

Por Que a Redenção de ‘Rocky V’ em ‘Tulsa King’ Ressoa Tanto com os Fãs?

A redenção de ‘Rocky V’ através de ‘Tulsa King’ não é apenas uma curiosidade cinematográfica; ela toca em algo mais profundo para os fãs de Sylvester Stallone e do cinema em geral. É a satisfação de ver um erro corrigido, uma falha perdoada e um potencial finalmente realizado. ‘Rocky V’ deixou uma cicatriz, um “e se?” na mente de muitos. ‘Tulsa King’ oferece a resposta, mostrando como poderia ter sido, e como ainda pode ser, uma relação de mentoria significativa na tela.

Os fãs investem emocionalmente nos personagens de Stallone. Eles viram Rocky Balboa superar adversidades, lutar por sua família e se tornar um símbolo de esperança. Quando ‘Rocky V’ desviou desse caminho, muitos se sentiram desapontados. Agora, com Dwight Manfredi e Tyson Mitchell, há uma sensação de justiça poética. Vemos Stallone, em um papel diferente, mas com a mesma essência de força e sensibilidade, entregando exatamente o tipo de apoio e orientação que o filho de Rocky tanto precisava.

Essa narrativa de segundas chances, de encontrar um propósito e de construir laços familiares (mesmo que não sanguíneos) é universal. Ela nos lembra da importância de ter mentores em nossas vidas e da capacidade de aprender e crescer, independentemente da idade. ‘Tulsa King’ não é apenas uma série de máfia; é uma história sobre humanidade, sobre legado e sobre o poder transformador da orientação. E você, qual momento de mentoria de Stallone mais te marcou?

Em suma, ‘Tulsa King’ S3 oferece a Sylvester Stallone uma oportunidade dourada para reescrever uma página menos brilhante de sua história cinematográfica. Ao desenvolver a profunda e carinhosa relação entre Dwight Manfredi e Tyson Mitchell, a série não só entrega uma narrativa envolvente, mas também serve como uma poderosa redenção para os erros de mentoria cometidos em ‘Rocky V’. É a prova de que, mesmo após décadas, um ícone como Stallone ainda tem muito a nos ensinar sobre segundas chances, legado e o verdadeiro significado de ser um mentor. ‘Tulsa King’ não é apenas uma série, é um presente para os fãs que sempre souberam do potencial de Stallone para ir além do ringue e tocar corações.

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Perguntas Frequentes sobre ‘Tulsa King’ e ‘Rocky V’

Qual foi o principal erro apontado em ‘Rocky V’?

O principal erro de ‘Rocky V’ foi a desatenção de Rocky Balboa com seu filho, Robert Balboa Jr., em favor de seu protegido, Tommy Gunn, negligenciando os valores familiares que o personagem representava.

Como ‘Tulsa King’ corrige esse erro de ‘Rocky V’?

Em ‘Tulsa King’, Sylvester Stallone interpreta Dwight Manfredi, um chefão da máfia que assume um papel de mentor paternal para o jovem Tyson Mitchell, oferecendo a orientação e o apoio que Rocky não deu ao seu próprio filho em ‘Rocky V’.

Quem é Dwight Manfredi em ‘Tulsa King’?

Dwight “The General” Manfredi é um chefão da máfia de Nova York, interpretado por Sylvester Stallone, que é exilado para Tulsa, Oklahoma, após passar 25 anos na prisão. Ele busca recomeçar e encontra um novo propósito ao mentorar jovens, como Tyson Mitchell.

Qual a importância da relação entre Dwight e Tyson na série?

A relação entre Dwight e Tyson é o coração emocional de ‘Tulsa King’. Ela permite a Dwight exercer uma figura paterna e mentora, explorando temas de orientação, legado e segundas chances, o que é visto como uma redenção para a falha de mentoria de Stallone em ‘Rocky V’.

‘Tulsa King’ substitui a mentoria de Stallone em ‘Creed’?

Sim, de certa forma. Com a ausência de Stallone em ‘Creed III’ e prováveis futuros filmes da franquia, ‘Tulsa King’ oferece um novo palco para Stallone explorar a faceta de mentor, com mais liberdade criativa e uma abordagem mais crua e pessoal fora do universo do boxe.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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