‘The Conners’: A genialidade em não ter substituído Roseanne

Descubra por que a decisão de ‘The Conners’ de não substituir a icônica Roseanne foi um golpe de mestre, transformando a série em um drama familiar autêntico e profundo. Explore como a ausência da matriarca moldou a dinâmica dos personagens e permitiu que a série encontrasse uma nova e corajosa identidade, lidando com o luto de forma realista e impactante.

Se você é fã de séries de comédia que marcam a gente e não tem medo de abordar a vida real, prepare-se para mergulhar no universo de The Conners! Depois da saída inesperada da Roseanne Barr, a série enfrentou um desafio gigantesco: como continuar sem sua protagonista icônica, a Roseanne? Mas, acredite, a decisão de não substituí-la foi uma jogada de mestre que transformou a série em algo único, super relevante e que vale cada segundo da sua maratona. É uma aula de como a televisão pode ser corajosa e autêntica, mesmo diante de reviravoltas inesperadas.

A Dinâmica da Família Conner: Mais Personagens, Mais Histórias

A Dinâmica da Família Conner: Mais Personagens, Mais Histórias

Uma das coisas mais legais e, ao mesmo tempo, complexas do spin-off é a sua galera! Diferente de sitcoms clássicas que a gente adora, como ‘Friends’, ‘Como Eu Conheci Sua Mãe’ ou ‘Big Bang: A Teoria’, que geralmente focam em um grupo menor de seis ou sete personagens principais, os Conners são uma família enorme e barulhenta. Pensa só na lista: temos o Dan, a Jackie, a Becky, a Darlene, o Mark, a Beverly-Rose, o Ben, a Louise e a Harris, sem contar os novos rostos que aparecem ao longo das temporadas. Manter todo mundo no centro das atenções, dando a cada um seu tempo de tela e desenvolvimento de arco, é um malabarismo e tanto para os roteiristas!

É claro que, com tanta gente disputando o holofote, alguns personagens acabam tendo menos espaço. Lembro que o Leon Carp, que teve um papel super importante na ‘Roseanne’ original, nem sequer foi mencionado no spin-off. E, mesmo personagens que são parte do núcleo principal, como o Mark e o Ben, vez ou outra, foram parar no banco de reservas. Isso mostra como é difícil dar o devido espaço para todo mundo e como a tela é limitada. Mas essa dinâmica, apesar dos desafios de equilibrar as histórias, também é o que torna a família Conner tão real, caótica e identificável. Afinal, qual família não é uma bagunça cheia de gente com suas próprias vidas?

O Vazio Deixado por Roseanne: Um Desafio Inesperado

A história por trás da ausência da Roseanne é um capítulo à parte na história da televisão. Depois do revival de ‘Roseanne’ em 2017, que foi um sucesso estrondoso de crítica e audiência, a série sofreu um baque daqueles. A atriz Roseanne Barr foi demitida devido a tweets polêmicos, e sua personagem, a Roseanne, foi tragicamente morta fora de cena por uma overdose de opioides. Um choque para os fãs e para a indústria!

Com essa reviravolta, a equipe da série se viu numa encruzilhada gigantesca. Como seguir em frente sem a matriarca que não só dava nome à série, mas era o pilar central da família Conner? Chegou-se a especular, inclusive em reportagens da VanityFair na época, que a Darlene, a filha, poderia se tornar a nova protagonista, assumindo o papel de líder. Mas, para a surpresa de muita gente, ‘The Conners’ escolheu um caminho completamente diferente e, diga-se de passagem, muito mais audacioso.

Em vez de tentar “tapar o buraco” com um novo líder, a série abraçou a perda e se focou na família inteira, de forma mais dispersa e realista. Essa foi uma decisão corajosa e, de certa forma, até admirável. Eles não fingiram que nada aconteceu; pelo contrário, a morte de Roseanne se tornou um ponto central e doloroso, moldando arcos de personagens, como o da Becky, por várias temporadas. Os personagens passaram três longas temporadas discutindo o impacto da morte de Roseanne, o que deu uma profundidade emocional raramente vista em sitcoms. Essa abordagem mostrou que ‘The Conners’ não tinha medo de lidar com o luto de frente, tornando a série ainda mais humana e relacionável.

Por Que Ninguém Pôde Substituir Roseanne em ‘The Conners’?

Por Que Ninguém Pôde Substituir Roseanne em 'The Conners'?

A grande sacada de The Conners foi perceber que substituir a Roseanne não era apenas difícil, era quase impossível. Pensa bem: a Roseanne original era o coração, a alma e o cérebro da família, uma mãe sarcástica, trabalhadora e com um senso de humor afiado que mantinha todo mundo na linha com seu jeito único. Ela era a cola que unia as várias gerações do caótico clã Conner. Quem poderia, de fato, preencher esse espaço tão particular?

Três nomes surgiram como os candidatos mais óbvios para assumir o protagonismo, tanto pela sua importância na série original quanto pela proximidade com a Roseanne: a Jackie, a Darlene e o Dan. A Jackie, interpretada pela incrível Laurie Metcalf, era a tia neurótica, engraçada e um dos destaques desde o início da série original. Ela parecia uma aposta forte, sendo uma das personagens mais queridas pelo público. Mas, vamos combinar, a Jackie era mais “avoadinha”, mais impulsiva e menos prática que a Roseanne. Ela não tinha aquela pegada de “conselheira da vida” ou a pragmática sensatez que a Roseanne possuía para os filhos e netos. Sua personalidade, embora adorável, não se encaixava no papel de âncora central que a série precisava para guiar as narrativas familiares.

Já a Darlene, com sua vida amorosa sempre meio bagunçada e seu temperamento mais instável e espinhoso, também não conseguia ser aquela figura sólida e confiável que a Roseanne representava. A Darlene era mais errática, e forçá-la a ser uma versão mais responsável de si mesma iria contra a essência da personagem que os fãs conheciam e amavam. E o Dan? Apesar de ser o patriarca e o marido leal, o Dan é mais na dele, mais estoico, teimoso e emocionalmente distante. Ele não tinha aquele carisma central ou aquela capacidade de articulação emocional para carregar a série como protagonista de forma cativante. Embora fosse a base de apoio, ele não era o centro magnético que Roseanne era.

No fim das contas, nenhum deles possuía a combinação perfeita de sagacidade afiada, um humor ácido inigualável e aquela compreensão pragmática da vida de classe trabalhadora que era a marca registrada de Roseanne. A Darlene era a que chegava mais perto em termos de função familiar, mas ela sempre foi uma personagem mais “espinhosa” e a série fez bem em manter a essência dela, em vez de tentar transformá-la numa versão aguada ou “clone” da Roseanne. Essa honestidade em ‘The Conners’ é um dos seus maiores trunfos, permitindo que cada personagem brilhasse por si só, sem a sombra de uma comparação forçada.

‘The Conners’: Uma Nova Identidade Sem uma Matriarca

Apesar de ser uma continuação direta da ‘Roseanne’, ‘The Conners’ não teve medo de mudar a fórmula. O tom da série ficou visivelmente mais sombrio e, ao mesmo tempo, mais realista e “pé no chão”, o que faz todo o sentido, considerando a origem trágica da sua existência. Enquanto ‘Roseanne’ era uma história sobre a matriarca de uma família disfuncional tentando manter tudo em ordem, ‘The Conners’ se tornou uma série sobre como essa mesma família lida coletivamente com a perda da sua matriarca e tenta se reerguer, cada um à sua maneira.

É por isso que a série pulava de um membro da família para outro, caoticamente, de um jeito que a ‘Roseanne’ original, com seu centro sólido na Roseanne, não fazia. Essa abordagem de não ter um único protagonista foi, ironicamente, a melhor homenagem que a série poderia ter feito ao legado de Roseanne. A ausência dela se tornou uma presença constante, moldando as decisões e as emoções de todos os personagens. O luto e a resiliência coletiva se tornaram os verdadeiros protagonistas.

O Dan até se casou de novo relativamente rápido com a Louise, interpretada pela talentosa Katey Sagal. Mas a Louise deixou bem claro desde o início: ela não tinha o menor interesse em substituir a Roseanne como figura maternal ou matriarca da família. E a série foi esperta ao não tentar forçar a Louise nesse papel central, nem transformá-la em uma “nova Roseanne”. Pelo contrário, ela se manteve como uma personagem independente, adicionando uma nova dinâmica sem apagar a memória da anterior. Assim, ‘The Conners’ manteve a memória de Roseanne não falando dela sem parar, mas permitindo que sua ausência remodelasse a série em um nível mais profundo e meta.

Para entender melhor, pensa em ‘Dois Homens e Meio’: quando o Charlie Sheen saiu, eles rapidamente colocaram um substituto, o Ashton Kutcher, com um personagem que era suspeitosamente parecido em função, e a série continuou como se nada tivesse acontecido de tão grave. ‘The Conners’ fez o oposto. A série realmente mergulhou no luto dos personagens, mostrando suas dificuldades em se ajustar a um mundo sem Roseanne. Ao não substituí-la, ‘The Conners’ lembrou constantemente aos espectadores que a morte dela teve um impacto real e duradouro em seus heróis, e que a vida continua, mas com cicatrizes.

‘The Conners’ não parecia ‘Roseanne’ depois da morte de Roseanne, e foi exatamente assim que a série deveria ter reagido a essa perda inesperada e dolorosa. Essa honestidade, coragem e a capacidade de se reinventar são o que fazem esse show tão especial, digno de maratona e um exemplo de como lidar com reviravoltas na produção de forma inteligente e respeitosa com a história e os personagens.

Conclusão: Um Legado de Coragem e Autenticidade

No fim das contas, a decisão de ‘The Conners’ de não tentar encaixar um novo protagonista no lugar da Roseanne foi mais do que inteligente: foi genial. Em um mundo onde as séries muitas vezes buscam a fórmula pronta e a substituição imediata, ‘The Conners’ ousou ser diferente, abraçando a complexidade da perda, a dinâmica de uma família que precisa se reajustar e a beleza de um elenco que brilha em conjunto. Essa escolha não só deu à série uma identidade própria, mais madura e grounded, mas também permitiu que os personagens crescessem de maneiras autênticas, lidando com o luto de forma real e dolorosa.

A série se tornou um testemunho da força da família e da capacidade de adaptação, mesmo diante das maiores adversidades. É uma série que prova que, às vezes, a melhor forma de honrar um legado é reconhecer sua ausência e permitir que essa ausência crie um novo caminho. Se você ainda não deu uma chance a essa joia rara da televisão, corre lá! É uma lição de como o cinema e a TV podem ser corajosos, emocionantes e profundamente humanos ao mesmo tempo.

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Perguntas Frequentes sobre ‘The Conners’ e a Ausência de Roseanne

Por que ‘The Conners’ optou por não substituir a personagem Roseanne?

A série considerou que a Roseanne original era insubstituível devido à sua combinação única de sagacidade, humor ácido e pragmatismo. Em vez de forçar um novo líder, a produção optou por focar na dinâmica coletiva da família e no processo de luto, o que deu à série uma nova identidade autêntica.

O que aconteceu com a personagem Roseanne na série ‘The Conners’?

Após a demissão da atriz Roseanne Barr devido a tweets polêmicos, sua personagem, Roseanne, foi tragicamente morta fora de cena por uma overdose de opioides no início de ‘The Conners’.

Quais personagens foram considerados para assumir o protagonismo em ‘The Conners’?

Jackie, Darlene e Dan foram os nomes mais óbvios considerados. No entanto, a série concluiu que nenhum deles possuía a combinação de características que tornava Roseanne o centro magnético da família, decidindo por um protagonismo mais disperso.

Como a ausência de Roseanne mudou o tom de ‘The Conners’?

A série adotou um tom mais sombrio e realista, focando em como a família Conner lida coletivamente com a perda de sua matriarca. O luto e a resiliência coletiva se tornaram os verdadeiros protagonistas, diferentemente da ‘Roseanne’ original, que tinha um centro mais sólido.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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