Terror e Maternidade: 10 filmes que mostram que mãe também assusta!

O terror e a maternidade se entrelaçam no cinema, explorando o lado sombrio do instinto materno. Filmes como ‘O Exorcista’, ‘Hereditário’ e ‘Babadook’ apresentam mães em situações extremas, confrontando possessões demoníacas, luto e depressão pós-parto, revelando que a figura materna, tradicionalmente associada à segurança, pode se tornar fonte de grande apreensão e medo. Descubra 10 filmes que subvertem a imagem idealizada da maternidade no cinema de terror.

Se você pensa que mãe só dá amor e carinho, prepare-se para mudar de ideia! O cinema de terror adora subverter expectativas, e quando o assunto é maternidade, a coisa pode ficar bem sinistra. Neste post do Cinepoca, vamos explorar terror e maternidade em 10 filmes que provam que o instinto materno pode ter um lado B bem assustador. Pegue a pipoca e prepare-se para noites de puro suspense!

Quando a maternidade vira pesadelo: o terror psicológico por trás da tela

Filmes de terror funcionam muito bem quando tocam em medos que todo mundo reconhece, e não há nada mais universal do que o medo de uma mãe perder seu filho. Desde clássicos como ‘O Exorcista’ até histórias mais recentes como ‘Hereditário’, o cinema já mostrou mães lutando contra possessões demoníacas, entidades sobrenaturais e até mesmo seus próprios filhos. Mas por que essa combinação de terror e maternidade nos deixa tão apreensivos?

A verdade é que o terror psicológico nesses filmes mexe com a nossa vulnerabilidade. A figura materna é tradicionalmente associada à proteção e segurança, então quando essa imagem é distorcida e se torna ameaçadora, o impacto é ainda maior. Seja lidando com depressão pós-parto, como em ‘O Babadook’, ou com a descoberta de que o filho é puro mal, o terror e maternidade exploram os limites do instinto materno e as piores angústias de uma mãe.

‘Bird Box’ (2018): Mãe coragem em um mundo apocalíptico

A Netflix acertou em cheio com ‘Bird Box’, um filme que te prende do início ao fim. Imagine um mundo pós-apocalíptico onde criaturas misteriosas fazem as pessoas se suicidarem só de olhar para elas. Nesse cenário caótico, Sandra Bullock interpreta Malorie, uma mulher que precisa proteger duas crianças de monstros invisíveis enquanto tenta descer um rio perigoso em um barco a remo. A premissa já é de arrepiar, mas ‘Bird Box’ vai além do susto fácil.

Malorie não é a típica mãe carinhosa dos filmes. Ela é metódica, distante e parece mais focada em cumprir um dever do que em demonstrar afeto. Ela sequer dá nomes às crianças, chamando-as apenas de Menino e Menina. Essa relação fria e calculista entre mãe e filhos em meio ao apocalipse é um dos elementos mais perturbadores do filme. ‘Bird Box’ nos faz pensar sobre os diferentes tipos de maternidade e até onde uma mãe é capaz de ir para proteger seus filhos, mesmo que de uma forma pouco convencional.

‘Serial Mom’ (1994): Mamãe é uma serial killer?

John Waters é conhecido por seus filmes transgressivos e cult, mas em ‘Serial Mom’, ele surpreende com uma sátira que mistura suspense e humor negro. Kathleen Turner está hilária no papel de Beverly Sutphin, uma dona de casa suburbana aparentemente normal que leva uma vida dupla como serial killer psicótica. Beverly mata qualquer um que cruze o caminho de sua família ou fale mal dela. Por mais bizarro que seja, é difícil não torcer por ela, principalmente por causa da atuação fantástica de Turner e das motivações “compreensíveis” de seus crimes.

‘Serial Mom’ exagera no conceito de maternidade extrema, questionando as expectativas irreais que a sociedade impõe às mulheres para sustentar suas famílias “a qualquer custo”. A sanidade de Beverly vai se esvaindo à medida que ela se sente pressionada a defender sua família de qualquer ameaça, real ou imaginária. Cada vez que Beverly elimina alguém, o espectador quase sente que a vítima mereceu, mesmo que o “crime” tenha sido uma pequena ofensa. No final, durante seu julgamento, Beverly se defende dizendo que fez tudo por amor à família. Uma visão distorcida, mas que rende boas risadas e reflexões sobre terror e maternidade.

‘The Babadook’ (2014): Depressão pós-parto e monstros reais

Jennifer Kent estreou no cinema com ‘The Babadook’ e já se consagrou como uma diretora promissora do terror “elevado”. O filme é um exemplo perfeito de como o suspense psicológico pode ser muito mais assustador do que jump scares baratos. A história gira em torno de Amelia, uma mãe solo que percebe que o monstro que seu filho Samuel tanto teme pode ser real. Mas o verdadeiro terror de ‘The Babadook’ está nas entrelinhas.

Amelia é viúva e lida com a difícil tarefa de criar Samuel sozinha, enquanto enfrenta o luto e a solidão. O filme aos poucos revela que o “Babadook” pode ser uma metáfora para a depressão pós-parto que Amelia está vivenciando. A sensação de aprisionamento, o filho que “sufoca” e a luta para manter a sanidade mental são temas centrais. O monstro que assombra a casa de Amelia pode ser, na verdade, uma manifestação de seus próprios demônios internos. ‘The Babadook’ é um filme que te perturba e te faz pensar sobre os lados sombrios da maternidade e a importância de cuidar da saúde mental materna.

‘Us’ (2019): Doppelgangers e a maternidade levada ao extremo

Jordan Peele, mestre do terror contemporâneo, entrega em ‘Us’ uma obra-prima que começa como um filme de invasão domiciliar e se transforma em uma alegoria complexa sobre identidade, pertencimento e desigualdade social. Os “Tethered”, clones esquecidos da sociedade americana que vivem no subterrâneo, emergem para tomar o lugar de seus “originais”. Lupita Nyong’o brilha em dose dupla interpretando Adelaide, uma mãe de dois filhos que fará de tudo para proteger sua família do apocalipse, e sua sósia maligna, “Red”.

‘Us’ eleva a discussão sobre terror e maternidade a um novo patamar. O filme usa o gênero para explorar a insegurança da maternidade afro-americana e a intimidade familiar sob ameaça. A principal antagonista, Red, é uma mãe negra aprisionada e explorada, enquanto a “heroína”, Adelaide, é uma mãe negra que viveu uma vida privilegiada, mesmo tendo roubado essa vida de outra pessoa no passado. Peele se inspira em obras como ‘Amada’, da escritora Toni Morrison, para criar um terror que é ao mesmo tempo social e psicológico, mostrando que a maternidade, em suas diversas formas, pode ser palco de conflitos profundos e decisões extremas.

‘O Exorcista’ (1973): A angústia materna contra o mal absoluto

Chris MacNeil já tem a vida corrida como atriz e mãe solteira de Regan, de 12 anos. Mas a situação sai do controle quando Regan é possuída pelo demônio Pazuzu em ‘O Exorcista’, obra-prima do terror dirigida por William Friedkin. O filme é um clássico atemporal que continua impactando gerações, e muito do seu sucesso se deve à forma como explora a angústia de uma mãe desesperada para salvar sua filha. A indicação de Ellen Burstyn ao Oscar de Melhor Atriz pela sua atuação como Chris MacNeil comprova que a história da mãe é tão importante quanto a da garota possuída e dos padres exorcistas.

‘O Exorcista’ marcou a história do cinema como o primeiro filme de terror a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme, e em 2010 foi adicionado ao National Film Registry da Biblioteca do Congresso dos EUA. O filme equilibra o horror sobrenatural com o drama familiar, mostrando a luta de Chris para entender e aceitar o que está acontecendo com sua filha, enquanto enfrenta a descrença da medicina e o poder avassalador do mal. A maternidade em ‘O Exorcista’ é testada ao limite, mostrando a força e a vulnerabilidade de uma mãe diante do inexplicável.

‘A Quiet Place’ (2018): Maternidade silenciosa em meio ao apocalipse

Os pais na vida real, John Krasinski e Emily Blunt, trouxeram a experiência da parentalidade para o contexto do terror em ‘A Quiet Place’. Criar filhos já é difícil em condições normais, imagine em um mundo pós-apocalíptico invadido por alienígenas sanguinários que caçam pelo som. Em ‘A Quiet Place’, qualquer ruído pode ser fatal. Evelyn Abbott, personagem de Emily Blunt, se encontra na terrível situação de dar à luz enquanto um alienígena sensível a sons ronda a casa.

Logo no início do filme, Evelyn perde um de seus filhos por causa de um brinquedo barulhento. A partir daí, o silêncio se torna a principal arma de sobrevivência da família. Evelyn precisa proteger seu bebê recém-nascido e sua filha mais velha, mantendo-os em completo silêncio para não atrair as criaturas. ‘A Quiet Place’ explora a maternidade em um contexto extremo, onde o instinto de proteção se manifesta de forma ainda mais intensa e silenciosa. O filme nos faz refletir sobre os sacrifícios que uma mãe é capaz de fazer para garantir a segurança de seus filhos, mesmo em situações impossíveis.

‘Mother!’ (2017): A maternidade como parábola bíblica e aterradora

Darren Aronofsky, conhecido por seus filmes provocadores, dirigiu ‘Mother!’, um terror psicológico controverso e impactante que usa a maternidade como metáfora para a criação do mundo e a relação entre o ser humano e a natureza. Jennifer Lawrence entrega uma atuação fenomenal no papel de Mãe, uma mulher grávida que vive em uma casa isolada com seu marido, “Ele” (Javier Bardem), um escritor famoso. A tranquilidade do casal é interrompida pela chegada de estranhos que invadem a casa e transformam suas vidas em um verdadeiro caos.

Repleto de simbolismos religiosos e violência gráfica, ‘Mother!’ causou polêmica e dividiu opiniões. Mas, em sua essência, o filme é uma história sobre uma mãe tentando proteger seu bebê e seu lar da destruição. A personagem de Lawrence representa a Terra, enquanto “Ele” seria uma figura divina. A invasão da casa pelos “seguidores” de “Ele” simboliza a exploração e a destruição da natureza pelo ser humano. No final, ‘Mother!’ é um filme sobre perda, sacrifício e a dor de ver tudo aquilo que você construiu desmoronar. O terror e maternidade aqui se unem em uma alegoria complexa e perturbadora.

‘Aliens’ (1986): Ripley, a mãe de Newt contra a rainha Xenomorfa

‘Aliens’, dirigido por James Cameron, é uma sequência de ‘Alien, o Oitavo Passageiro’ que expande o universo da franquia e aprofunda a personagem de Ellen Ripley. Se o primeiro filme era um terror espacial claustrofóbico, ‘Aliens’ se transforma em um filme de ação e ficção científica com direito a fuzileiros navais e explosões. Mas, no meio da ação, ‘Aliens’ também explora temas profundos relacionados à maternidade, especialmente na figura de Ripley.

Após passar anos em sono criogênico, Ripley descobre que sua filha envelheceu e morreu. Ao retornar ao espaço, ela encontra em Newt, uma garotinha órfã sobrevivente de um ataque xenomorfo, uma figura de filha substituta. ‘Aliens’ se transforma em uma história de mãe e filha em meio ao caos. A relação entre Ripley e Newt é o coração emocional do filme, mostrando o instinto materno de Ripley em proteger a menina a qualquer custo. Até mesmo a Rainha Xenomorfa, a criatura mais assustadora do filme, é retratada como uma mãe defendendo seus filhotes. Em ‘Aliens’, o terror e maternidade se manifestam em diferentes níveis, mostrando que o instinto de proteção é uma força poderosa em qualquer espécie.

‘Hereditary’ (2018): A dor da perda e o horror familiar

Toni Collette entrega uma atuação magistral em ‘Hereditary’, um filme que mistura drama familiar e terror sobrenatural de forma perturbadora. Annie Graham lida com a morte recente de sua mãe e, logo em seguida, enfrenta o pior pesadelo de qualquer pai: a perda de um filho. Sua filha Charlie morre em um acidente de carro terrível, e a família Graham se desestrutura completamente.

‘Hereditary’ é um filme sobre luto, culpa e a fragilidade dos laços familiares. A dor de Annie se transforma em raiva e ressentimento, especialmente em relação ao filho Peter, que se sente culpado pela morte de Charlie. O filme equilibra o drama familiar com elementos de terror ocultista, mostrando que os demônios internos de cada personagem podem ser tão assustadores quanto as forças sobrenaturais que os assombram. A cena em que Annie grita para o filho que nunca quis ser mãe dele é um dos momentos mais chocantes e dolorosos do filme, expondo a profundidade do abismo emocional entre mãe e filho. Em ‘Hereditary’, o terror e maternidade se entrelaçam em uma tragédia familiar inescapável.

‘Rosemary’s Baby’ (1968): A mãe do anticristo e a paranoia crescente

Baseado no livro de Ira Levin, ‘Rosemary’s Baby’ é um clássico do terror psicológico que retrata a paranoia de forma magistral. Rosemary, uma jovem grávida, começa a suspeitar que seu marido fez um pacto com uma seita satânica que conspira contra seu bebê. O gênio do filme está em manter a dúvida até o último momento: será que as suspeitas de Rosemary são reais ou fruto de sua imaginação? A atmosfera de suspense e mistério se intensifica à medida que Rosemary se sente cada vez mais isolada e manipulada pelas pessoas ao seu redor.

Inúmeros filmes sobre maternidade no terror devem sua existência a ‘Rosemary’s Baby’. O filme abriu caminho para explorar temas como a perda de autonomia da mulher durante a gravidez, o medo do desconhecido e a fragilidade da sanidade mental materna. Em ‘Hereditary’, Annie chega a sentir ódio pelo filho, assim como Rosemary sente ao olhar para o bebê no berço com uma faca na mão. Tanto ‘Mother!’ quanto ‘Rosemary’s Baby’ exploram o medo do que pode acontecer após o nascimento do filho. Assim como em ‘O Exorcista’, ‘Rosemary’s Baby’ termina com uma mãe querendo proteger seu filho, mesmo que ele seja a encarnação do mal. Em ‘Rosemary’s Baby’, o terror e maternidade se fundem em um pesadelo de paranoia e conspiração que marcou para sempre o cinema de horror.

Mães de terror: entre o amor e o medo

Os filmes de terror e maternidade nos mostram que a figura materna pode ser muito mais complexa e multifacetada do que imaginamos. Entre o amor incondicional e o instinto de proteção, existe um lado sombrio e assustador que o cinema de terror adora explorar. Seja lutando contra monstros reais ou imaginários, enfrentando demônios internos ou externos, as mães do terror nos fazem refletir sobre os limites da maternidade e os medos mais profundos que habitam o nosso inconsciente. E você, qual desses filmes te deu mais calafrios? Compartilhe com a gente nos comentários!

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Perguntas Frequentes sobre Terror e Maternidade no Cinema

Por que o cinema de terror explora a maternidade como tema?

O terror utiliza a maternidade para subverter expectativas, já que a figura materna é culturalmente ligada à proteção e segurança. Ao distorcer essa imagem, o terror psicológico se intensifica, explorando medos universais e a vulnerabilidade humana.

Quais são alguns exemplos de filmes que abordam o terror e a maternidade?

Filmes como ‘O Exorcista’, ‘Hereditário’, ‘Babadook’, ‘Rosemary’s Baby’ e ‘Aliens’ são exemplos notórios que exploram o tema, cada um à sua maneira, seja através do terror sobrenatural, psicológico ou ficção científica.

O que torna filmes de terror com temática de maternidade tão assustadores?

Esses filmes são assustadores porque confrontam a idealização da maternidade, expondo o lado sombrio e os medos inerentes a essa experiência. Eles exploram angústias profundas como perda, depressão pós-parto e o desconhecido, causando um impacto psicológico forte no espectador.

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