‘Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida’ é amplamente considerado o verdadeiro e épico desfecho para a tripulação original de ‘Star Trek: The Original Series’. Lançado 22 anos após o anticlimático final da série de TV, o filme proporcionou um adeus digno e emocionante para Kirk, Spock e companhia, fechando um ciclo importante da franquia.
Se você é fã de carteirinha de Star Trek ou está começando a explorar esse universo gigante, com certeza já se perguntou sobre o final Star Trek – aquele desfecho que realmente faz justiça a uma tripulação tão icônica. E a gente te fala: levou um tempo, tipo 22 anos, mas ‘Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida’ chegou para ser o adeus épico que o Capitão Kirk e a galera da USS Enterprise mereciam de verdade.
O Primeiro “Fim” que Deixou Gosto de “Quê?”
Sabe quando uma série incrível termina de um jeito meio… meh? Foi mais ou menos o que rolou com ‘Star Trek: The Original Series’ lá em 1969. O último episódio, “Turnabout Intruder”, trouxe uma história meio doida onde uma cientista maluca trocava de corpo com o Capitão Kirk. A ideia era ela assumir o comando da Enterprise.
Tipo, sério? Depois de tantas aventuras explorando o desconhecido, enfrentando aliens e dilemas morais, o gran finale foi um troca-troca de corpos? Não é dos episódios mais lembrados por um bom motivo.
Naquela época, as séries de TV não eram feitas pensando num final grandioso de temporada ou de série. Elas simplesmente acabavam. E com o cancelamento pela NBC depois da terceira temporada, “Turnabout Intruder” virou, por tabela, o último episódio exibido. Um final que, convenhamos, não honrava o legado que a série já estava construindo, mesmo que sem saber.
Das Reprises para as Telonas: O Renascimento de Star Trek
Mas a história de Star Trek não parou por aí. Graças à reprise incansável na TV (a famosa syndication) e ao boom de ficção científica que ‘Guerra nas Estrelas’ causou em 1977, a Paramount Studios viu que tinha ouro nas mãos.
O que era uma série de TV cancelada virou uma franquia de filmes de sucesso! Tudo começou em 1979 com ‘Jornada nas Estrelas: O Filme’. E assim, a tripulação original da USS Enterprise ganhou uma segunda chance de continuar suas jornadas, só que agora no cinema, com orçamentos maiores e histórias mais ambiciosas.
Essa fase cinematográfica permitiu que os fãs vissem seus heróis crescerem, enfrentarem novos desafios e, o mais importante para a gente aqui, tivessem a chance de ter um verdadeiro final Star Trek para a saga clássica.
‘Jornada nas Estrelas VI’: O Verdadeiro Desfecho Épico
Eis que, 22 anos depois daquele final insosso na TV, chega ‘Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida’ em dezembro de 1991. Dirigido por Nicholas Meyer, o filme tinha um timing perfeito, refletindo as mudanças políticas do mundo real na época (a queda da União Soviética).
A trama? Capitão Kirk e a Enterprise precisam impedir uma conspiração sinistra para barrar a paz entre o Império Klingon e a Federação Unida dos Planetas. Ou seja, uma missão de paz gigantesca, que mudaria o futuro da galáxia.
Esse filme foi a chance de ver as lendas originais – Kirk, Spock, McCoy, Scotty, Uhura, Sulu, Chekov – brilharem mais uma vez. Eles podiam estar um pouco mais velhos, mas a energia, a inteligência e, principalmente, a química entre os atores estavam lá, mais fortes do que nunca.
Diferente do final da série, ‘Star Trek VI’ colocou a tripulação original no centro de um evento galáctico crucial. Eles não estavam apenas salvando a si mesmos ou a nave; estavam salvando o futuro da Federação e abrindo caminho para a aliança com os Klingons que seria vista em ‘Jornada nas Estrelas: A Nova Geração’.
Foi um último voo triunfante, que mostrou por que essa tripulação era tão especial. E o adeus? Ah, o adeus foi icônico. No final do filme, os atores assinaram seus nomes na tela, literalmente se despedindo do público. Um momento tão emocionante que até a Marvel “pegou emprestado” a ideia para o final Star Trek de certa forma, o desfecho de ‘Vingadores: Ultimato’.
Por Que Precisávamos de um Final de Verdade Depois de Tanto Tempo?
Pensa bem: a última impressão que os fãs tiveram da tripulação original na TV foi aquele episódio “Turnabout Intruder”. Não era justo com os personagens, com os atores e, principalmente, com a legião de fãs que cresceu amando Star Trek nas reprises.
Além disso, o filme anterior, ‘Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira’ (dirigido pelo próprio William Shatner), não foi lá essas coisas. Teve problemas de crítica e bilheteria. Deixar o último encontro com essa tripulação em um filme decepcionante seria triste demais, especialmente depois de sucessos como ‘Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa’.
‘Jornada nas Estrelas V’ tentou focar na amizade eterna entre Kirk, Spock e McCoy, o que é legal, mas a gente precisava de algo mais. Precisávamos de um senso de conclusão para *toda* a tripulação da Enterprise. E os fãs também precisavam desse fechamento.
‘Jornada nas Estrelas VI’ entregou isso. Ele não só deu um desfecho digno para a tripulação original, mas também serviu como uma espécie de “passagem de bastão” simbólica para ‘Jornada nas Estrelas: A Nova Geração’, que já estava no ar e era vista como a próxima geração a levar a franquia adiante nos cinemas.
Esse filme satisfez gerações de fãs, fechando um capítulo importante na história de Star Trek e mostrando como um final Star Trek pode ser emocionante e significativo.
O Que Quase Aconteceu: A Ideia da Academia Starfleet
É curioso pensar que ‘Star Trek VI’ quase foi algo completamente diferente. O fracasso de ‘Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira’ quase enterrou a franquia de filmes de vez. Mas o produtor Harve Bennett teve uma ideia: um filme prequel.
Chamado de ‘Star Trek: The Academy Years’, esse filme contaria a história dos jovens James T. Kirk e Spock em sua primeira aventura como cadetes na Academia Starfleet. Seria um começo, não um fim, para a tripulação original.
A ideia de mostrar versões mais jovens de Kirk e Spock com outros atores foi algo que J.J. Abrams provou que funcionava lá em 2009, com o reboot de Star Trek. Mas, em 1991, a Paramount decidiu ir por outro caminho.
Em vez de um prequel, eles optaram por dar à tripulação original mais um filme, para celebrar os 25 anos de Star Trek. A ideia da Academia Starfleet de Bennett só veria a luz do dia muito tempo depois, no filme de J.J. Abrams, mostrando o primeiro e tenso encontro entre o jovem Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto).
Mas para a tripulação original, o que os fãs queriam e precisavam era um adeus. E ‘Jornada nas Estrelas VI’ foi a resposta perfeita para isso, focando no final Star Trek que todos aguardavam.
Nem Todo Mundo Aplaudiu de Pé (Mas a Maioria Sim)
Olha, mesmo sendo considerado um dos melhores filmes de Star Trek até hoje, ‘Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida’ não agradou 100% do elenco. Walter Koenig, o ator que fazia o Chekov, por exemplo, comentou que as falas do personagem eram meio genéricas, que poderiam ter sido ditas por qualquer um.
Ele sentiu que o filme não desenvolveu tanto os personagens secundários como Chekov, Scotty (James Doohan) e Uhura (Nichelle Nichols). Para um último filme juntos, deixar parte da tripulação principal meio de lado foi um ponto sensível.
Por outro lado, George Takei viu seu personagem, Sulu, ser promovido a Capitão da USS Excelsior no filme, o que foi um ótimo arco para ele.
‘Jornada nas Estrelas VI’ também gerou um certo desconforto em Gene Roddenberry, o criador de Star Trek, que estava doente na época. Ele ficou chateado com a forma como alguns oficiais da Frota Estelar foram retratados, especialmente a atitude deles em relação aos Klingons.
Apesar disso, Roddenberry teria gostado do filme, que ele viu poucos dias antes de falecer em 1991. Com Roddenberry e os heróis que ele criou navegando para o pôr do sol, ‘Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida’ continua sendo o exemplo de como dar um final Star Trek digno e emocionante para seus ícones.
Conclusão: O Adeus que Valou a Espera
É isso! Levou mais de duas décadas, passou por um final de série sem graça e uma fase de filmes com altos e baixos, mas ‘Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida’ finalmente entregou o que os fãs de ‘Star Trek: The Original Series’ tanto queriam: um final Star Trek de respeito.
O filme fechou o ciclo da tripulação original com uma aventura eletrizante, cheia de coração e significado para o futuro da galáxia. Mostrou a química imbatível dos atores uma última vez e deu a eles (e a nós!) um adeus emocionante.
Foi o desfecho perfeito para uma jornada que começou na TV e conquistou o universo no cinema. Um verdadeiro marco que prova que, às vezes, o final mais incrível é aquele que leva tempo para chegar, mas que, quando chega, faz tudo valer a pena. Vida longa e próspera!
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Perguntas Frequentes sobre o Final de Star Trek: TOS
Qual foi o último episódio da série original de Star Trek?
O último episódio exibido de ‘Star Trek: The Original Series’ foi “Turnabout Intruder”, em 1969. No entanto, ele é considerado um final insatisfatório pela maioria dos fãs e críticos.
Por que ‘Star Trek VI’ é visto como o verdadeiro final da tripulação original?
‘Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida’, lançado em 1991, proporcionou um desfecho épico e digno para a saga da tripulação original no cinema. O filme abordou temas relevantes, colocou os personagens no centro de um evento galáctico crucial e deu aos atores e fãs um adeus emocionante, algo que o final da série de TV não conseguiu fazer.
Como os filmes de Star Trek surgiram após o cancelamento da série?
Após o cancelamento em 1969, Star Trek ganhou enorme popularidade através de reprises (syndication). O sucesso de ‘Guerra nas Estrelas’ em 1977 mostrou o potencial da ficção científica no cinema, levando a Paramount a reviver a franquia com ‘Jornada nas Estrelas: O Filme’ em 1979, dando início à fase cinematográfica da tripulação original.
Gene Roddenberry gostou de ‘Star Trek VI’?
Gene Roddenberry, o criador de Star Trek, teve algumas ressalvas sobre a forma como certos oficiais da Frota Estelar foram retratados no filme, especialmente em relação aos Klingons. No entanto, ele teria gostado do filme no geral, vendo-o poucos dias antes de seu falecimento em 1991.