‘Star Trek’: Como os deuses gregos evoluíram de TOS a Lower Decks

A presença de figuras que remetem aos deuses gregos é um tema recorrente em ‘Star Trek’, evoluindo significativamente ao longo das séries. De seres poderosos e trágicos em ‘Star Trek: The Original Series’, como Apolo, a uma carismática demigod em ‘Star Trek: Lower Decks’, a franquia explora a mitologia clássica de formas distintas, refletindo sua própria evolução narrativa e social. Descubra como esses encontros cósmicos moldaram histórias memoráveis.

Se você é fã de ‘Star Trek’ e adora mergulhar nas profundezas do espaço, já deve ter percebido que a tripulação da Enterprise encontra todo tipo de ser bizarro e superpoderoso, né? Mas tem um grupo em particular que sempre rende boas histórias e reflexões: os seres que se parecem muito com os deuses gregos Star Trek. Sim, a mitologia clássica deu as caras várias vezes na franquia, mas de jeitos bem diferentes, evoluindo de figuras trágicas e solitárias em ‘Star Trek: The Original Series’ para uma demigod super carismática em ‘Star Trek: Lower Decks’. Vamos embarcar nessa jornada fascinante!

Quando os Deuses Desceram à Terra… ou ao Espaço

‘Star Trek: The Original Series’, a série que começou tudo, tinha um jeitinho único de explorar temas complexos através de encontros com alienígenas mega poderosos. Era um recurso narrativo bem comum na época: a Enterprise esbarrava com um ser que conseguia distorcer a realidade, se achava superior aos humanos e, na maioria das vezes, era bem arrogante.

Esses “seres divinos” testavam Kirk e a tripulação, às vezes ensinando lições valiosas antes de sumir na vastidão do cosmos. Outras vezes, precisava de um ser igualmente poderoso para dar um jeito neles. O ponto é que, apesar de toda a sua capacidade de moldar universos, eles raramente despertavam qualquer tipo de simpatia na gente. Eram mais como obstáculos cósmicos.

Apolo: O Deus Solitário que Queria Ser Adorado

Mas aí, na segunda temporada de ‘The Original Series’, no episódio “Who Mourns for Adonais?”, a gente conhece um tipo diferente de “deus”. A Enterprise é parada no espaço por uma mão verde gigante (sim, uma MÃO verde gigante!), e Kirk e uma equipe precisam descer para o planeta abaixo.

Lá, eles dão de cara com um ser poderoso que diz ser Apolo. Sim, O Apolo da mitologia grega! Interpretado de forma marcante por Michael Forest, esse Apolo não era só poderoso; ele era… carente. Ele prometia cuidar de Kirk e sua turma, dar tudo o que eles precisassem, contanto que o adorassem. Mas o Capitão Kirk, sendo Kirk, recusou na hora.

A grande sacada desse Apolo é que, apesar de todos os seus poderes, ele *precisava* da adoração humana para se sustentar. Isso o tornava instantaneamente mais complexo e, surpreendentemente, mais simpático do que outros seres divinos que Kirk encontrou.

Por Que Apolo em ‘Star Trek’ Parte o Coração?

O episódio revela que esse ser *poderia* mesmo ser Apolo, o deus que os antigos gregos e romanos adoravam. A adoração deles era o que alimentava Apolo e seus colegas deuses. Mas quando a humanidade seguiu em frente, evoluiu e parou de acreditar neles, esses seres poderosos foram forçados a voltar para o planeta Pollux IV.

Lá, sozinhos em um mundo vazio, sem a energia da crença humana, os deuses começaram a perder a esperança e a desaparecer. Como Apolo descreve poeticamente, eles “retornaram ao cosmos nas asas do vento”.

Apolo, o último de sua espécie (ou o último que ainda tinha alguma força para existir), ficou sozinho, esperando. Quando a Enterprise chega, ele vê uma chance. Mas a tripulação do futuro não tem interesse em adorar ninguém, muito menos um ser que exige isso. Eles são diferentes dos humanos da Antiga Grécia.

Apolo, mesmo se vendo como superior, parece genuinamente solitário. Ele chega a dizer que está apaixonado pela oficial de arqueologia e antropologia, Tenente Carolyn Palamas (Leslie Parrish), que, convenhamos, se apaixona rápido demais por ele. Se ele entende o amor de verdade é discutível, mas ele fica visivelmente arrasado quando Palamas e o resto dos humanos o rejeitam.

No final, sem a adoração que o sustentava e rejeitado pelos humanos que ele tanto desejava, Apolo se desvanece para se juntar aos outros deuses, lamentando que a humanidade não tenha mais “espaço para deuses”. É uma história melancólica que mostra um lado vulnerável e trágico desses seres que antes pareciam invencíveis.

Deuses Gregos Star Trek: Um Salto para a Comédia em ‘Lower Decks’

Agora, pulemos muitas décadas no tempo e na linha do tempo de ‘Star Trek’. Chegamos a ‘Star Trek: Lower Decks’, a série animada que abraça o lado mais divertido e peculiar do universo Trek. E acredite se quiser, até aqui os deuses gregos deram as caras novamente, mas de um jeito totalmente diferente!

Na quinta e última temporada da série, no episódio 6, “Of Gods and Angles”, a gente conhece a Alferes Olly (dublada por Saba Homayoon). Olly não é uma deusa completa, mas ela é algo que talvez seja ainda mais legal: uma demigod! E não é qualquer demigod; ela é neta de ninguém menos que Zeus!

Olly é transferida para a USS Cerritos depois de ser dispensada de várias outras naves. O sonho dela é ser engenheira, mas tem um pequeno problema: ela herdou poderes psicocinéticos do vovô Zeus, e isso atrapalha um bocado o trabalho dela. Imagina tentar consertar alguma coisa e, sem querer, mover tudo com a mente?

Depois de mais uma série de acidentes causados pelos seus poderes incontroláveis, a Capitã Carol Freeman (Dawnn Lewis) já estava pronta para dispensar Olly da Frota Estelar. Mas a Tenente Beckett Mariner (Tawny Newsome) convence a mãe a deixar que ela seja a mentora da jovem alferes. E ainda bem!

Olly: A Demigod Que Encontrou Seu Lugar na Frota Estelar

Com o incentivo e a ajuda de Mariner, Olly finalmente aprende a controlar e usar seus poderes para o bem. Ela tem a habilidade de absorver energia, e usa isso para ajudar a acabar com uma briga cósmica que acontece entre duas raças alienígenas, os Orbs e os Cubes. É uma cena hilária e emocionante ao mesmo tempo!

Depois disso, a Capitã Freeman concorda em deixar Olly ficar na Cerritos como parte da equipe de engenharia. E a jovem demigod prova seu valor novamente, ajudando a Cerritos em sua missão de salvar o multiverso no emocionante final da série ‘Star Trek: Lower Decks’.

Olly pode não ter muito em comum com o trágico Apolo de ‘The Original Series’. Ela não precisa de adoração, não está sozinha e não está desaparecendo. Pelo contrário, ela é cheia de vida, um pouco atrapalhada, mas com um coração enorme e poderes incríveis que ela aprende a usar para ajudar os outros. Ela representa uma nova forma de ver esses seres poderosos no universo Star Trek.

A história de Olly mostra que o legado dos deuses gregos Star Trek está vivo, mesmo que os próprios deuses tenham desaparecido há muito tempo. Em vez de figuras distantes e trágicas, temos uma personagem humana (bem, meio humana!) que lida com seus poderes divinos no dia a dia da Frota Estelar, com bom humor e muita ação.

Deuses Gregos Star Trek: Uma Evolução Fascinante

Olhando para Apolo e Olly, a gente vê uma evolução super interessante na forma como ‘Star Trek’ aborda a mitologia e os seres poderosos. Em ‘The Original Series’, a presença de um deus grego era uma reflexão sobre a fé, a necessidade humana de acreditar e a solidão de seres que perdem seu propósito.

Era uma história com um tom mais sério e melancólico, que nos fazia sentir pena de um ser que parecia invencível. Apolo era um eco de um passado esquecido, um lembrete de que mesmo os deuses podem ser vítimas da mudança e do tempo.

Já em ‘Star Trek: Lower Decks’, a presença de uma neta de Zeus é usada para explorar temas como aceitação, controle de si mesmo e encontrar seu lugar no mundo (ou na nave!). Olly não é uma figura trágica; ela é uma personagem com quem podemos rir, nos identificar (quem nunca se sentiu meio deslocado no trabalho?) e torcer.

A transição de um deus solitário e em extinção para uma demigod vibrante e parte ativa da Frota Estelar reflete talvez a própria evolução da franquia ‘Star Trek’ e da sociedade. Passamos de questionamentos existenciais profundos para uma celebração da diversidade e da capacidade de cada um encontrar seu papel, não importa quão “diferente” seja.

Essa jornada dos deuses gregos Star Trek, do trágico Apolo à divertida e poderosa Olly, nos mostra a riqueza e a capacidade de reinvenção desse universo. É fascinante ver como um tema clássico da mitologia pode ser explorado de maneiras tão distintas, mas igualmente cativantes, através das diferentes encarnações de ‘Star Trek’.

Conclusão

Os encontros com seres divinos, especialmente aqueles que remetem aos deuses gregos, sempre foram um ponto alto em ‘Star Trek’. Desde a figura melancólica de Apolo em ‘The Original Series’, que nos fez questionar a solidão e a necessidade de crença, até a energética e relatable Olly em ‘Star Trek: Lower Decks’, que mostra que ter poderes de um deus pode ser divertido e útil na carreira, a franquia soube explorar essa ideia de formas criativas.

Essa evolução de personagens poderosos, de figuras trágicas a heróis improváveis, ilustra perfeitamente a capacidade de ‘Star Trek’ de crescer e se adaptar, mantendo sempre um olhar curioso sobre o que significa ser poderoso, ser diferente e, no fim das contas, ser parte de algo maior. E você, qual seu “deus” favorito no universo Star Trek?

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Perguntas Frequentes sobre Deuses Gregos em Star Trek

Em quais séries de Star Trek os “deuses gregos” ou seres similares apareceram?

Figuras que remetem aos deuses gregos apareceram notavelmente em ‘Star Trek: The Original Series’ (TOS), com o episódio “Who Mourns for Adonais?” apresentando Apolo, e em ‘Star Trek: Lower Decks’, que introduziu a demigod Olly, neta de Zeus.

Quem foi Apolo no episódio de TOS “Who Mourns for Adonais?”?

Neste episódio, a tripulação da Enterprise encontra um ser poderoso que afirma ser Apolo. Ele é mostrado como o último de um grupo de seres que foram adorados como deuses pelos antigos gregos. Apolo busca reestabelecer essa adoração, mas é rejeitado pela tripulação moderna e eventualmente desaparece.

Quem é Olly em Star Trek: Lower Decks e qual sua ligação com deuses gregos?

Olly é uma Alferes na USS Cerritos e é revelado que ela é uma demigod, especificamente neta de Zeus. Ela possui poderes psicocinéticos herdados de seu avô, que ela precisa aprender a controlar para servir na Frota Estelar.

Como a representação de seres divinos evoluiu de TOS para Lower Decks?

Em TOS, seres como Apolo são retratados de forma mais trágica e melancólica, como relíquias de um passado esquecido que lutam pela relevância. Em Lower Decks, a personagem Olly representa uma abordagem mais moderna e cômica, mostrando uma demigod integrada à vida na Frota Estelar, lidando com seus poderes de forma mais leve e funcional.

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