Screen Awards 2025: as 5 atrizes coadjuvantes que redefiniram seus filmes

As cinco indicadas a Melhor Atriz Coadjuvante no Screen Awards 2025 — Amy Madigan, Ariana Grande, Regina Hall, Teyana Taylor e Wunmi Mosaku — demonstram como papéis secundários podem redefinir filmes inteiros. Analisamos o que torna cada performance essencial para ‘Companion’, ‘Wicked: For Good’, ‘The Battle of Baktan Cross’ e ‘Sinners’.

Existe um tipo de performance que transforma um filme de dentro para fora. Não é o protagonista carregando a história nos ombros — é aquela atriz que aparece em cena e, de repente, tudo ao redor ganha peso. As indicações do Screen Awards 2025 para Melhor Atriz Coadjuvante capturam exatamente esse fenômeno: cinco mulheres que pegaram papéis que poderiam ser esquecíveis e os tornaram impossíveis de ignorar.

O que une Amy Madigan em ‘Companion’, Ariana Grande em ‘Wicked: For Good’, Regina Hall e Teyana Taylor em ‘The Battle of Baktan Cross’, e Wunmi Mosaku em ‘Sinners’? Todas elas entenderam algo fundamental: um papel coadjuvante não é sobre roubar cenas — é sobre elevar o filme inteiro.

Amy Madigan e a arte de transformar o cotidiano em pesadelo

Amy Madigan e a arte de transformar o cotidiano em pesadelo

Drew Hancock fez algo arriscado em ‘Companion’: construiu um thriller que depende quase inteiramente de atmosfera e de uma única performance coadjuvante para ancorar seu terror psicológico. Amy Madigan, como Kat, entrega exatamente o que o filme precisa — uma presença que parece deslocada demais para aquele ambiente doméstico, mas familiar demais para ser descartada como ameaça imediata.

O que Madigan faz é sutil e devastador. Ela não interpreta uma vilã convencional. Sua Kat habita um espaço estranho entre a figura maternal excêntrica e algo genuinamente perturbador. É essa ambiguidade que torna ‘Companion’ tão eficaz — você passa metade do filme tentando decidir se está sendo paranoico ou se deveria estar mais assustado.

Madigan tem uma carreira de décadas que inclui indicações ao Oscar por ‘Twice in a Lifetime’ e participações memoráveis em ‘Field of Dreams’. Mas ‘Companion’ pode ser o papel que define sua filmografia para uma nova geração — e a indicação no Screen Awards 2025 sugere que a indústria reconhece o peso dessa performance.

Ariana Grande prova que Glinda sempre foi mais que alívio cômico

Quando Jon M. Chu escalou Ariana Grande como Glinda, a reação foi mista. Pop star fazendo musical da Broadway adaptado? O ceticismo era compreensível. Mas ‘Wicked’ calou os críticos, e ‘Wicked: For Good’ vai além: Grande não apenas aguenta o peso dramático da conclusão — ela o carrega em momentos cruciais.

A Glinda de Grande em ‘Wicked: For Good’ precisa lidar com as consequências de escolher o caminho oposto ao de Elphaba. É um arco que exige mais do que timing cômico e notas altas. Exige vulnerabilidade, arrependimento, e a capacidade de mostrar uma personagem se transformando sem perder sua essência. Grande entrega tudo isso.

O mais impressionante é como ela equilibra a leveza característica de Glinda com o peso emocional da narrativa. Não é fácil fazer uma personagem que começou como alívio cômico se tornar o coração moral de um filme. Grande consegue porque entende que Glinda não mudou — ela sempre teve essa profundidade; só precisava de espaço para mostrá-la. As indicações no Critics Choice, Globo de Ouro e SAG Awards confirmam: esta é uma das performances do ano.

Regina Hall e a força que sustenta revoluções

Regina Hall e a força que sustenta revoluções

Paul Thomas Anderson é conhecido por extrair performances extraordinárias de seus elencos, e ‘The Battle of Baktan Cross’ não é exceção. Regina Hall interpreta Deandra, membro do grupo revolucionário French 75, e faz muito com relativamente pouco tempo de tela.

O que Hall traz para Deandra é uma solidez que ancora o filme. Em uma narrativa que poderia facilmente se perder em grandiosidade revolucionária, ela representa a força cotidiana — aquela que não aparece em manchetes mas mantém movimentos vivos. Suas cenas com Chase Infiniti, que interpreta Willa, são particularmente eficazes: Hall transmite proteção e orientação sem nunca parecer maternal de forma clichê.

É frustrante que uma atriz do calibre de Hall — que já demonstrou alcance dramático em ‘Support the Girls’ e range cômico em ‘Girls Trip’ — tenha recebido tão pouco reconhecimento de premiações ao longo da carreira. Sua indicação pelo Screen Awards 2025, junto com a do Astra Film Awards, sugere que isso pode estar mudando.

Teyana Taylor: da música para uma das performances do ano

Se Regina Hall representa a força silenciosa de ‘The Battle of Baktan Cross’, Teyana Taylor como Perfidia Beverly Hills é a chama que ameaça consumir tudo. Sua personagem é mãe de Willa e membro do French 75, e Taylor navega essas duas identidades com uma intensidade que justifica as indicações no Critics Choice e Globo de Ouro.

O que impressiona em Taylor é a amplitude emocional. Perfidia é desafiadora e imprudente como revolucionária, mas há uma vulnerabilidade crua quando a maternidade entra em cena. Taylor não tenta suavizar as contradições — ela as abraça. O resultado é uma personagem que sente genuinamente humana em suas inconsistências.

Taylor fez a transição da música para o cinema através de ‘Coming 2 America’ e ganhou reconhecimento com ‘A Thousand and One’ em 2023. Mas ‘The Battle of Baktan Cross’ é o filme que a estabelece definitivamente como atriz séria. Paul Thomas Anderson claramente viu algo nela que outros diretores perderam — e a indústria está finalmente prestando atenção.

Wunmi Mosaku ancora ‘Sinners’ em tradição e humanidade

Wunmi Mosaku ancora 'Sinners' em tradição e humanidade

Ryan Coogler poderia ter feito um filme de vampiros convencional. Em vez disso, entregou ‘Sinners’ — uma obra que usa o gênero para explorar a experiência negra no Mississippi dos anos 1930. E no centro dessa exploração está Annie, interpretada por Wunmi Mosaku.

Annie é praticante de Hoodoo e esposa afastada de Smoke (Michael B. Jordan). Mosaku faz dela muito mais do que a “pessoa que explica as regras dos vampiros”. Sua Annie carrega o peso de tradições ancestrais e a dor de um relacionamento fraturado. Quando ela explica como combater os vampiros, não soa como exposição — soa como conhecimento passado de geração em geração, carregado de autoridade e perda.

Mosaku já havia demonstrado sua capacidade em ‘Lovecraft Country’ e no aterrorizante ‘His House’, mas ‘Sinners’ a coloca em outro patamar. As indicações do Critics Choice e Gotham Awards reconhecem o que é evidente na tela: ela é uma das atrizes mais consistentemente excelentes trabalhando hoje, capaz de ancorar qualquer cena com presença e verdade emocional.

O que estas indicações revelam sobre o cinema em 2025

Olhando para as cinco indicadas do Screen Awards 2025, um padrão emerge. Não são performances que dependem de cenas de bravura ou monólogos chorosos. São atuações que entendem o papel coadjuvante como arquitetura — construindo a estrutura que permite ao filme existir.

Amy Madigan cria o desconforto que sustenta o thriller. Ariana Grande dá coração e complexidade à fantasia. Regina Hall e Teyana Taylor fundamentam a revolução em humanidade contraditória. Wunmi Mosaku conecta horror contemporâneo a história e tradição. Cada uma delas pegou um papel que poderia ser meramente funcional e o transformou em essencial.

É isso que diferencia uma boa atriz coadjuvante de uma grande: a compreensão de que você não está lá para brilhar sozinha — está lá para fazer o filme inteiro brilhar mais. Estas cinco entenderam a tarefa. E a entregaram com distinção.

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Perguntas Frequentes sobre o Screen Awards 2025

Quando acontece a cerimônia do Screen Awards 2025?

O Screen Awards 2025 (também conhecido como Screen Actors Guild Awards ou SAG Awards) está programado para 23 de fevereiro de 2025. A cerimônia será transmitida pela Netflix.

Quem são as indicadas a Melhor Atriz Coadjuvante no Screen Awards 2025?

As cinco indicadas são: Amy Madigan por ‘Companion’, Ariana Grande por ‘Wicked: For Good’, Regina Hall e Teyana Taylor por ‘The Battle of Baktan Cross’, e Wunmi Mosaku por ‘Sinners’.

Ariana Grande já ganhou algum prêmio de atuação?

Ariana Grande recebeu indicações ao Globo de Ouro e Critics Choice por sua performance como Glinda em ‘Wicked’ (2024). O Screen Awards 2025 marca sua primeira indicação ao SAG Awards como atriz.

Onde assistir aos filmes indicados no Screen Awards 2025?

‘Wicked: For Good’ e ‘Sinners’ estão em cartaz nos cinemas. ‘The Battle of Baktan Cross’ de Paul Thomas Anderson teve lançamento limitado. ‘Companion’ está disponível em plataformas de streaming. Verifique a disponibilidade na sua região.

Qual a diferença entre Screen Awards e SAG Awards?

São a mesma premiação. Screen Awards é o nome oficial atual do prêmio anteriormente conhecido como SAG Awards (Screen Actors Guild Awards). A mudança de nome ocorreu após a fusão dos sindicatos SAG e AFTRA.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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