Review: ‘As Quatro Estações do Ano’ na Netflix com elenco estelar

A série da Netflix ‘As Quatro Estações do Ano’ adapta um filme clássico para explorar as complexidades de casamentos e amizades de longa data através de viagens sazonais. Com um elenco estelar liderado por Tina Fey e Steve Carell, a produção navega entre o humor e o drama, destacando a dinâmica de um grupo de amigos confrontado com segredos e crises em seus relacionamentos.

Preparados para mergulhar nas complexidades dos relacionamentos e dar boas risadas (e talvez umas reviravoltas nos olhos)? A nova série da Netflix, ‘As Quatro Estações do Ano’, chegou prometendo exatamente isso, e a gente aqui do Cinepoca já conferiu tudo pra te contar se vale a pena maratonar essa história que, olha, mexe com casamento, amizade e as dores (e delícias!) de amadurecer.

Uma Viagem Pelas Estações… e Pelos Casamentos

A ideia central de ‘As Quatro Estações do Ano’ não é totalmente nova. A série é, na verdade, uma adaptação de um filme lá de 1981, criado por Alan Alda, um ícone do cinema e da TV. Agora, em 2025, essa premissa clássica ganhou um banho de loja para falar com a gente, que vive em um mundo bem diferente daquele.

A série acompanha três casais amigos que têm um ritual: viajar juntos em cada estação do ano. Parece a receita perfeita para relaxar, colocar o papo em dia e fugir um pouco do caos do dia a dia, né? Mas, como bem nos ensinou a série ‘The White Lotus’, férias e viagens nem sempre significam paz e tranquilidade. Às vezes, elas só servem para colocar uma lupa nos problemas que a gente tenta ignorar.

Os casais em questão são: Kate, interpretada pela genial Tina Fey (que também é uma das criadoras da série), e seu marido Jack, vivido por Will Forte; Anne (Kerri Kenney-Silver) e Nick (Steve Carell), que está passando por aquela famosa crise de meia-idade; e Danny (Colman Domingo) e Claude (Marco Calvani), um casal gay com uma dinâmica de relacionamento bem particular.

Quando a Bomba Explode na Primavera

A faísca que incendeia a trama de ‘As Quatro Estações do Ano’ não demora a aparecer. Logo na primeira viagem, durante a primavera, em uma casa à beira do lago, Nick solta uma notícia que cai como uma bomba: ele planeja deixar Anne. E pra piorar a situação (ou talvez pra “melhorar” o drama?), isso acontece bem durante a celebração de 25 anos de casamento deles!

Essa revelação inicial já mostra que a série não veio pra brincar. Ela precisa equilibrar o humor com o drama pesado de um casamento que está terminando e o impacto disso não só no casal envolvido, mas em todo o grupo de amigos. É um desafio e tanto manter o tom leve e engraçado quando temas como separação e crise existencial estão na mesa.

A decisão de Nick de se separar e, logo depois, começar a namorar Ginny (Erika Henningsen), uma mulher bem mais jovem, mexe de vez com a estrutura do grupo. Os outros dois casais ficam divididos entre o lado de Nick e o lado de Anne, e essa situação acaba forçando cada um deles a olhar para dentro dos seus próprios relacionamentos e encarar as rachaduras que talvez estivessem escondendo.

O Elenco: O Grande Trunfo de ‘As Quatro Estações do Ano’

Se a série consegue te manter assistindo, mesmo quando alguns momentos não funcionam tão bem, o mérito é, sem dúvida, do elenco. Ter nomes como Steve Carell, Tina Fey e Colman Domingo juntos já é um baita atrativo, e a química entre eles é palpável desde a primeira cena.

É fácil acreditar que esses seis atores interpretam amigos de longa data. A interação entre Tina Fey e Colman Domingo, por exemplo, como os dois amigos mais chegados a uma fofoca, é hilária e cheia de energia. Eles têm uma dinâmica única que diverte muito de assistir.

Steve Carell, no papel de Nick, talvez tenha o desafio mais difícil. Nick não é um personagem fácil de gostar no começo, especialmente depois de anunciar a separação da forma que faz. Mas Carell consegue encontrar a vulnerabilidade e a sinceridade por trás das ações de Nick, fazendo com que a gente, de alguma forma, torça por ele, mesmo quando ele parece estar apenas correndo atrás da juventude perdida.

Mas não são só os nomes grandes que brilham. Erika Henningsen, como Ginny, a nova namorada de Nick, merece um destaque especial. Ela poderia facilmente cair no clichê da namorada mais nova, mas Erika garante que Ginny seja uma personagem completa, com suas próprias motivações e personalidade. Isso é, talvez, a maior força de ‘As Quatro Estações do Ano’: nenhum personagem é vilanizado.

Todos eles cometem erros, todos têm seus defeitos e fazem coisas questionáveis. Mas a série dá a cada um deles a chance de ser humano, de ter seus momentos de fraqueza e, ainda assim, receberem uma certa graça. É um lembrete sutil, mas poderoso, de que ninguém é perfeito, e que nossos piores momentos não precisam nos definir para sempre.

Além disso, a série mostra de um jeito bem real que amar alguém não significa que você não vai querer dar umas chacoalhadas na pessoa de vez em quando. É assim que os relacionamentos são, cheios de altos e baixos, de afeto e de irritação.

Modernizando as Relações (Com Alguns Tropeços)

‘As Quatro Estações do Ano’ usa o filme original como um ponto de partida sólido, mas tenta trazer a história para o século XXI, abordando como os relacionamentos funcionam hoje. A inclusão de um casal gay com um casamento aberto e a dinâmica da relação de Nick e Ginny, com a grande diferença de idade, são exemplos dessa tentativa de modernizar a trama.

Essas novidades trazem a oportunidade de explorar temas atuais e gerar situações cômicas baseadas nas diferenças geracionais ou nas complexidades de relacionamentos não-convencionais. No entanto, nem todas as piadas e abordagens funcionam. Algumas parecem repetitivas, como se já tivéssemos visto esse tipo de humor sobre diferença de idade ou sobre as dinâmicas de casais liberais mil vezes antes.

A série tem oito episódios no total, com dois dedicados a cada estação do ano, e cada um deles tem uma “cara” diferente, não só pela mudança do clima, mas também pela evolução da trama e dos relacionamentos. Há até uma participação especial do próprio Alan Alda no segundo episódio, um aceno simpático ao material original.

Existe um grande ponto de virada na história no final da temporada, na parte do inverno, que muda a direção da trama de forma significativa. A série tenta lidar com esse momento dramático, mas a transição imediata para uma piada logo em seguida não funciona muito bem, reforçando essa dificuldade que a série tem em alguns momentos de equilibrar o drama com a comédia.

Apesar desses deslizes tonais e de algumas piadas que não acertam o alvo, ‘As Quatro Estações do Ano’ consegue se manter leve e divertida na maior parte do tempo. Isso, como já dissemos, é mérito total do elenco, que eleva o material e faz com que a gente se importe com esses personagens imperfeitos.

Conclusão: Uma Jornada Divertida, Graças Aos Amigos

‘As Quatro Estações do Ano’ na Netflix não é uma série revolucionária. Ela pega uma premissa conhecida e tenta adaptá-la para os tempos atuais, explorando as dificuldades e alegrias dos casamentos e das amizades de longa data. Ela tem seus momentos de brilho, principalmente quando foca na interação e na química incrível do seu elenco estelar.

Por outro lado, a série tropeça um pouco ao tentar equilibrar o drama com a comédia e algumas das suas tentativas de modernizar as relações soam um tanto batidas. No entanto, mesmo quando os personagens estão brigando ou passando por momentos difíceis, o carisma dos atores faz com que a gente queira continuar assistindo para ver se eles vão conseguir resolver tudo.

Se você procura uma série leve, com personagens interessantes e um elenco de peso, ‘As Quatro Estações do Ano’ pode ser uma boa pedida para maratonar. É uma comédia sobre a vida real, com suas imperfeições e, acima de tudo, sobre a importância de ter amigos (e de aguentar seus casamentos!) através das diferentes estações da vida.

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