‘Se os indivíduos não fossem corruptos, provavelmente a corrupção deixaria de existir’, essa afirmação evidencia como fatores que prejudicam a população estão ligados a cada atitude que tomamos. O filme ‘Reação em Cadeia’ promete levantar muitos questionamentos sobre o comportamento humano. A produção nacional, que estreou ontem (16) nos cinemas, mostra a maneira em que o nosso ‘jeitinho brasileiro’ atravanca o desenvolvimento da sociedade.
No enredo, Guilherme (Bruno Gissoni) é um auditor fiscal contratado para analisar furos nas folhas de pagamento de uma empresa milionária. Todavia, quando descobre um rombo gigantesco nas contas da companhia, ao invés de reverenciarem tal atitude, ele passa a ser coagido em um enorme sistema de corrupção, que envolve diversos políticos.

Recém-divorciado da esposa, Guilherme se relaciona com Lara, a ex-namorada da adolescência, sem saber que agora faz parte de um perigoso e violento mundo. Sendo assim, o auditor precisa elaborar um minucioso plano para se livrar da emboscada e, acima de tudo, salvar sua família.
O ponto alto de ‘Reação em Cadeia’ é a adrenalina que cerca as sequências, seguindo uma vibe de ‘Velozes e Furiosos’ com suas famosas corridas de rua. Mesmo que esse elemento só entre na metade do filme, ele agita não só a história, como também, traz um dinamismo interessante e surpreendente, para não deixar que a mesmice tome conta. É possível notar o empenho da direção em fazer cenas eletrizantes, entretanto, sob um contexto irreal. No longa, qualquer pessoa (especificamente branca), pode invadir territórios dominados por traficantes… E ninguém faz nada!
‘Reação em Cadeia’ surpreende pelas cenas de ação de alto nível
Contudo, embora a direção de Márcio Garcia capriche na ação, há muitos momentos em que deixa a desejar, por falhas de continuidade. Com uma premissa já desgastada, de um pai de família que se vê em situações extremas, o protagonismo de ‘Reação em Cadeia’ deveria ter ido para as mãos de um ator com mais apelo, em que o público o conecte com o posto de ‘pai’.

Márcio Garcia também assina o roteiro do longa com Thiago Dottori, além da supervisão de Bráulio Mantovani (de ‘Cidade de Deus’ e ‘Tropa de Elite). “O primeiro filme que eu fiz nas condições normais do cinema, com tempo, na minha língua e no meu país foi o ‘Reação em Cadeia’. Apesar de ser um filme de ação foi muito confortável”, afirmou Garcia em entrevista.
“Queríamos ação, romance e uma pitada de comédia. Ou seja, a pegada da história é diferente dos filmes de ação que estamos acostumados a ver”, completa. “Simplesmente mostramos que a corrupção é sistêmica, ela está em todos os setores e níveis”, finalizou.
Em outras palavras, ‘Reação em Cadeia’ transmite a mensagem de que tudo que temos na vida, são consequências de nossas escolhas. Mesmo com um início maçante e final previsível, a produção aborda os principais problemas do Brasil (corrupção e violência) para causar um sentimento muito grande de impotência nos espectadores, e isso é ótimo! Será que ainda temos solução?
Trailer:
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