‘Por que ‘Carros 2′ é considerado o pior da Pixar?’

‘Carros 2’ é frequentemente citado como o ponto baixo da Pixar devido à sua drástica mudança de foco para uma trama de espionagem centrada em Mate, distanciando-se da profundidade emocional e do protagonismo de Relâmpago McQueen vistos no filme original. Descubra os motivos por trás da recepção morna e da falta de reconhecimento crítico que tornaram a sequência a “ovelha negra” do estúdio.

E aí, galera do Cinepoca! Preparados para desvendar um mistério que assombra muitos fãs da Pixar? Hoje, a gente vai falar de um filme que, convenhamos, deu uma derrapada feia na pista: ‘Carros 2’. Se você já se perguntou Por que Carros 2 é ruim, prepare-se, porque vamos mergulhar fundo nessa história e entender o que fez essa sequência se perder no caminho e ser vista como a “ovelha negra” do estúdio que a gente tanto ama.

O Início Promissor: Por Que ‘Carros’ Conquistou Nossos Corações?

Antes de falar dos problemas da sequência, é crucial lembrar por que o primeiro ‘Carros’ (2006) foi um sucesso. A Pixar, mestra em dar vida a objetos inanimados, fez a gente se apaixonar por carros que falavam, sentiam e viviam em um mundo só deles. A ideia era simples, mas genial: “E se carros tivessem sentimentos?”. O filme original não foi só um sucesso de bilheteria, arrecadando mais de US$ 462 milhões no mundo todo e sendo o sexto filme de maior bilheteria de 2006, mas também conquistou a crítica.

‘Carros’ tinha um conceito visual único e personagens super carismáticos. Mas o que realmente pegou a gente foi a história do Relâmpago McQueen. A jornada dele, saindo do estrelato arrogante para descobrir o valor da humildade e da amizade na pequena Radiator Springs, era emocionante e cheia de coração, bem no estilo que a Pixar sabe fazer como ninguém. O filme recebeu duas indicações ao Oscar e deixou todo mundo ansioso por mais aventuras desse universo sobre rodas.

A expectativa para a sequência era altíssima. Os fãs queriam ver mais do Relâmpago, da Sally, do Doc Hudson e, claro, do hilário Mate. Imagina só as possibilidades: explorar a fama repentina de Radiator Springs, mostrar novos desafios nas pistas de corrida, ou até aprofundar a relação entre os personagens que a gente tanto aprendeu a gostar. O terreno estava pronto para mais um clássico da Pixar.

A Grande Derrapada: O Enredo Confuso de ‘Carros 2’

E então, em 2011, ‘Carros 2’ chegou aos cinemas. Comercialmentefoi bem, mas a recepção da crítica e de parte do público foi… morna, para dizer o mínimo. E o principal culpado? O enredo. Em vez de seguir a linha do primeiro filme, focando no desenvolvimento do Relâmpago McQueen ou na vida em Radiator Springs, a Pixar decidiu mudar completamente a rota.

‘Carros 2’ nos jogou de cabeça em um filme de espionagem internacional. Sim, você leu certo. O Mate, o guincho divertido e ingênuo, de repente se vê envolvido em uma conspiração global digna de James Bond, com agentes secretos como Finn McMissile e Holley Shiftwell. O Relâmpago McQueen até está na história, participando de um Grand Prix mundial, mas ele acaba coadjuvante na própria sequência.

Essa mudança brusca de gênero e de protagonista deixou muita gente coçando a cabeça. O que um guincho de reboque de uma cidadezinha do interior tem a ver com espionagem e vilões que querem dominar o mundo? A essência de ‘Carros’, que era sobre amizade, humildade e encontrar seu lugar no mundo, se perdeu completamente nessa trama mirabolante e, para muitos, sem sentido dentro desse universo.

Era como se tivessem pego os personagens de ‘Carros’ e colocado em outro filme, totalmente diferente. A desconexão entre a história original e a sequência foi o ponto mais criticado. O charme e a simplicidade do primeiro filme deram lugar a uma aventura complexa e, por vezes, confusa, que não parecia pertencer ao mesmo mundo que a gente tanto adorou em 2006.

Números Que Não Mentem: A Recepção Crítica Desanimadora

Não foi só a sensação de “que filme é esse?” que pesou contra ‘Carros 2’. Os números e as críticas não perdoaram. O filme ostenta um decepcionante índice de aprovação de apenas 39% no Rotten Tomatoes. Para um estúdio com o histórico impecável da Pixar, isso foi um choque. A maioria dos filmes da Pixar costuma ter aprovação na casa dos 80% ou 90%.

Além disso, ‘Carros 2’ quebrou uma sequência impressionante da Pixar: foi o primeiro filme do estúdio em 16 anos a não receber uma indicação ao Oscar. Pense bem: desde ‘Toy Story’, todo filme da Pixar era presença garantida nas premiações, especialmente na categoria de Melhor Animação. A ausência de ‘Carros 2’ nas listas de indicados foi um sinal claro de que, para a Academia e a crítica especializada, o filme não atingiu o nível de excelência esperado do estúdio.

Custando cerca de US$ 200 milhões (um orçamento altíssimo, comparável ao de filmes como ‘O Hobbit’ e ‘Transformers’, ajustado pela inflação na época), a expectativa era de um retorno não só financeiro, mas também de prestígio. O sucesso de bilheteria veio, mas o prestígio, não. Muitos sentiram que o filme foi feito pensando mais em vender brinquedos e produtos licenciados do que em contar uma boa história, o que ia contra a filosofia da Pixar de priorizar a narrativa.

Essa percepção de que ‘Carros 2’ foi um filme “caça-níquel” manchou um pouco a reputação do estúdio e deixou os fãs preocupados com o futuro da franquia e da própria Pixar, que até então era sinônimo de qualidade inquestionável. A crítica pesada e a falta de reconhecimento nas premiações consolidaram ‘Carros 2’ como o ponto baixo na história da Pixar.

A Rota Corrigida: O Que ‘Carros 3’ Acertou?

Diante da recepção negativa de ‘Carros 2’, a Pixar parece ter ouvido o feedback do público e da crítica. Em 2017, ‘Carros 3’ chegou com a missão de “corrigir a rota” da franquia. E, em grande parte, conseguiu.

‘Carros 3’ voltou a focar no personagem principal, Relâmpago McQueen. A história abordou um tema mais maduro e emocional: o envelhecimento, a chegada de uma nova geração de corredores super tecnológicos e a luta de McQueen para se manter relevante em um esporte que está mudando. Essa narrativa resgatou a profundidade e o coração que estavam presentes no primeiro filme.

O tom de ‘Carros 3’ era nostálgico e reflexivo, explorando o legado de McQueen e a importância de aceitar as mudanças e encontrar novas paixões. A crítica recebeu o filme de forma muito mais positiva, elogiando a volta às origens da franquia e a aposta em uma história com mais substância. O filme conquistou 69% de aprovação no Rotten Tomatoes, um salto e tanto comparado aos 39% do antecessor.

Mesmo tendo a menor bilheteria da trilogia principal, ‘Carros 3’ foi considerado uma adição refrescante e necessária para a franquia. Ele não só encerrou (aparentemente) a jornada de Relâmpago McQueen de forma digna, mas também mostrou que a Pixar ainda conseguia encontrar o “coração” por trás dos carros falantes, algo que se perdeu na aventura de espionagem de ‘Carros 2’.

O Futuro nas Pistas: Lições Aprendidas?

Depois de ‘Carros 3’, a franquia principal deu uma pausa, levando muitos a acreditar que a história de Relâmpago McQueen havia chegado ao fim. Tivemos a série ‘Carros na Estrada’, lançada no streaming, que trouxe de volta o clima de aventura e amizade, focando na viagem de Relâmpago e Mate.

No entanto, em 2023, Jay Ward, co-criador da franquia, deu a entender que “mais coisas de Carros estão sendo preparadas” e que ele está “trabalhando em alguns projetos realmente divertidos que vocês verão nos próximos anos”. Essa notícia animou os fãs, mas também levantou a questão: para onde a franquia irá agora?

A esperança é que, se novos filmes ou séries vierem, a Pixar tenha aprendido com a experiência de ‘Carros 2’. Que eles priorizem histórias com a profundidade, o desenvolvimento de personagem e o charme que fizeram o primeiro ‘Carros’ ser tão especial. Que voltem a focar no que realmente importa: os personagens e suas jornadas emocionais, em vez de se perderem em tramas complexas e deslocadas.

Se a franquia ‘Carros’ retornar às telonas, esperamos que seja mantendo a fidelidade aos seus temas originais, deixando para trás as aventuras “fora da pista” que fizeram de ‘Carros 2’ um ponto fora da curva na brilhante trajetória da Pixar.

Conclusão: Por Que ‘Carros 2’ Ficou Para Trás?

Então, por que ‘Carros 2’ é considerado o pior filme da Pixar por muitos? A resposta se resume principalmente a uma escolha de enredo que não combinou com a essência da franquia. A decisão de transformar a sequência em um filme de espionagem focado no Mate, deixando de lado a profundidade e o foco no Relâmpago McQueen que marcaram o original, resultou em um filme confuso, sem o mesmo coração e que não agradou à crítica.

Apesar do sucesso de bilheteria, ‘Carros 2’ quebrou a impressionante sequência de indicações ao Oscar da Pixar e recebeu duras críticas por parecer mais interessado em merchandising do que em contar uma boa história. Felizmente, ‘Carros 3’ conseguiu resgatar parte da magia perdida, mostrando que, com o foco certo, a franquia ‘Carros’ ainda tem potencial.

‘Carros 2’ fica como um lembrete de que, mesmo para um estúdio tão genial quanto a Pixar, nem tudo são flores. Às vezes, uma ideia que parece legal no papel não funciona na prática, especialmente quando ela desvia muito do que fez o público se apaixonar pela história em primeiro lugar. E é por isso que, na lista dos filmes da Pixar, ‘Carros 2’ infelizmente ocupa a última posição para muitos fãs e críticos.

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