Desvendamos o final de ‘Pluribus’ e a ciência por trás da frequência 8613.0 kHz. Entenda como Vince Gilligan utiliza a biologia e a rádio-frequência para criar uma mente-colmeia aterrorizante e o que a escolha de Carol com a bomba atômica significa para a 2ª temporada.
Vou ser direto: o final de ‘Pluribus’ não é apenas um encerramento de temporada, é um manifesto sobre a perda da individualidade. Vince Gilligan, mestre em construir tensões que levam anos para explodir (como vimos em ‘Better Call Saul’), entrega aqui um desfecho que troca o sangue pelo silêncio perturbador. Se você terminou o episódio com aquela sensação de vazio, não foi por falta de respostas, mas pela natureza aterrorizante delas.
O dilema de Carol: Por que a solidão é a maior arma dos Outros
O arco de Carol no final de ‘Pluribus’ é uma aula de roteiro sobre vulnerabilidade. Durante toda a temporada, fomos levados a crer que a resistência dela era inabalável. No entanto, Gilligan explora uma verdade dolorosa: a solidão faz pessoas brilhantes tomarem decisões catastróficas. A conexão dela com Zosia não era um ‘furo’ na lógica da personagem, mas a representação de uma necessidade humana que os Outros aprenderam a hackear.
O momento em que Zosia revela a intenção de infectar Carol através de seus óvulos congelados é o ápice do horror psicológico da série. Não se trata apenas de biologia; é a profanação do futuro e da autonomia. Todo o afeto demonstrado era, na verdade, uma fase de ‘onboarding’ de uma mente-colmeia que não entende o amor, apenas a logística de expansão.
8613.0 kHz: A ciência por trás da mente-colmeia
Manousos passou meses sendo o ‘teórico da conspiração’ que ninguém ouvia, mas a revelação da frequência 8613.0 kHz valida cada surto paranoico do personagem. Para entender o final de ‘Pluribus’, precisamos separar o hardware do software.
O vírus RNA introduzido na população funciona como o hardware — a infraestrutura física necessária para a mudança. Já a frequência 8613.0 kHz é o software, o sinal de rede que sincroniza as consciências. É por isso que o grito de Manousos funciona como um ataque de negação de serviço (DoS): ele gera um ruído tão alto que interrompe temporariamente o ‘download’ da consciência coletiva. A série sugere que os Outros não são indivíduos, mas terminais de um servidor central que ainda não localizamos.
O ‘Imperativo de Propagação’ e a bomba de Carol
Um dos pontos mais geniais de Gilligan é a inversão de valores dos vilões. Os Outros seguem uma hierarquia lógica onde a própria sobrevivência individual é a última prioridade. Isso explica por que eles entregariam uma arma atômica a Carol. Na lógica deles, satisfazer o desejo de um ‘indivíduo imune’ para facilitar sua conversão vale o risco de uma explosão local. Eles não têm medo da morte porque, na colmeia, a morte individual é apenas a perda de um neurônio.
Quando Carol aceita a bomba, ela não está apenas se armando; ela está usando a lógica distorcida deles contra eles mesmos. É o ‘payoff’ de um diálogo plantado ainda no terceiro episódio, provando que em uma série de Gilligan, nenhuma frase é dita por acaso.
Kepler 22b e a escala do problema na 2ª temporada
A menção ao exoplaneta Kepler 22b eleva ‘Pluribus’ de um thriller psicológico para uma ficção científica de escala cósmica. Ao usar um planeta real situado em zona habitável, a série ancora sua mitologia na astronomia. A implicação para a segunda temporada de ‘Pluribus’ é clara: a Terra é apenas o campo de testes. Se a frequência for retransmitida para Kepler 22b, a humanidade deixa de ser uma espécie para se tornar um vetor de infecção intergaláctica.
O que esperar da continuação
Com a confirmação de que Gilligan planeja quatro temporadas, o final da primeira funciona como o fim do prólogo. Carol agora corre contra o tempo, já que os Outros encontraram uma brecha para infectá-la. A busca pela fonte física da transmissão 8613.0 kHz deve ser o motor da próxima fase. ‘Pluribus’ nos deixa com uma pergunta que poucas séries ousam fazer: se a utopia exige que você deixe de ser ‘você’, ela ainda é um presente ou é a maior das punições?
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Perguntas Frequentes sobre o Final de ‘Pluribus’
O que é a frequência 8613.0 kHz em ‘Pluribus’?
A frequência 8613.0 kHz funciona como o sinal de sincronização da mente-colmeia dos Outros. Enquanto o vírus prepara o corpo (hardware), a frequência transmite a consciência coletiva (software), permitindo que todos ajam como um único organismo.
‘Pluribus’ terá uma 2ª temporada?
Sim. Vince Gilligan confirmou que a série foi planejada para quatro temporadas na Apple TV+. A segunda temporada deve focar na busca pela fonte da transmissão e na tentativa de Carol de reverter sua infecção iminente.
Por que os Outros deram uma bomba atômica para Carol?
Devido ao ‘Imperativo de Propagação’. Os Outros priorizam a conversão de indivíduos imunes acima de sua própria segurança física. Eles acreditavam que ceder ao desejo de Carol aumentaria as chances de ela aceitar a integração voluntariamente.
Onde assistir à série ‘Pluribus’?
‘Pluribus’ é uma produção original da Apple TV+, disponível exclusivamente na plataforma de streaming da Apple.

