‘Pluribus’: Como a série da Apple TV reinventa frase icônica de ‘Breaking Bad’

A série Pluribus da Apple TV inverte a icônica frase “Eu sou o perigo” de ‘Breaking Bad’, apresentando Carol, uma anti-heroína imune a um “vírus da felicidade” que transforma a humanidade em uma mente coletiva. Com 100% no Rotten Tomatoes, a produção explora a individualidade e o que realmente significa ser uma ameaça em um mundo distópico, desafiando a percepção de controle e felicidade.

Se você é fã de um bom sci-fi que te faz pensar e, de quebra, ainda manda uma piscadela para um clássico da TV, prepare-se! A nova série da Apple TV, Pluribus, chegou chutando a porta do catálogo com um impressionante 100% no Rotten Tomatoes e uma sacada genial que reimagina uma das frases mais icônicas de ‘Breaking Bad’.

‘Breaking Bad’: O Legado Imortal de um Anti-Herói

'Breaking Bad': O Legado Imortal de um Anti-Herói

‘Breaking Bad’ não é apenas uma série; é um fenômeno cultural que, mesmo mais de uma década após seu final épico, continua sendo aclamada como uma das maiores produções televisivas de todos os tempos. E não é para menos, né? A genialidade de Vince Gilligan na escrita, as atuações de tirar o fôlego — Bryan Cranston como Walter White é simplesmente inesquecível — e os temas atemporais que exploram a moralidade humana contribuíram para solidificar seu lugar no panteão das séries.

Mas, além de tudo isso, um dos grandes trunfos da série é seu diálogo afiado e memorável. As falas de Walter White, em particular, ecoam até hoje em conversas sobre cultura pop, memes e discussões profundas sobre o que significa cruzar a linha. É fascinante ver como uma série pode gerar tanto impacto e continuar inspirando novas obras.

“Eu Sou o Perigo”: A Frase que Definiu Walter White

Entre tantas falas marcantes, uma frase simples, mas carregada de peso, se destaca e se tornou sinônimo de Walter White: “Eu sou o perigo”. Essa declaração não era apenas uma bravata; era a cristalização da transformação de um professor de química pacato em um impiedoso chefão do crime. Ela simbolizava a completa aceitação de sua nova identidade, o Heisenberg, e o reconhecimento de que ele, e não os outros, era a verdadeira ameaça.

A beleza dessa frase reside na sua ambiguidade e no seu poder de encapsular toda a jornada moralmente complexa de Walter. Era o momento em que ele assumia o controle, virando o jogo contra quem quer que ousasse desafiá-lo. Essa linha, dita com uma intensidade que só Cranston poderia entregar, permanece como um lembrete vívido da profundidade e da escuridão que a série explorou.

‘Pluribus’: Onde a Felicidade Vira Ameaça e o Perigo Ganha Novo Rosto

E é aqui que a gente entra no universo de ‘Pluribus’, a nova joia da Apple TV que está dando o que falar. Imagine um mundo onde quase toda a população foi infectada por um misterioso “vírus da felicidade”. Mas não é uma felicidade qualquer; é um tipo de euforia que transforma as pessoas em uma mente coletiva, um tipo de “colmeia” onde a individualidade é trocada por uma bem-aventurança constante e, paradoxalmente, um tanto assustadora.

No meio desse cenário utópico-distópico, conhecemos Carol, interpretada pela incrível Rhea Seehorn (sim, a Kim Wexler de ‘Better Call Saul’). Carol é uma das poucas humanas imunes a esse vírus. E o que isso significa? Que ela é a única que mantém sua individualidade, suas emoções, sua capacidade de sentir… e de ser miserável. Sim, a tristeza, a raiva, a frustração, tudo aquilo que a maioria da humanidade “curou”, Carol ainda sente. E é exatamente essa “imperfeição” que a torna a peça mais perigosa do tabuleiro.

Carol, a Anti-Heroína de ‘Pluribus’: Um Espelho Invertido de Walter White

A sacada de ‘Pluribus’ é justamente pegar a essência da frase de Walter White e virá-la de cabeça para baixo. Em ‘Breaking Bad’, Walter se torna o perigo ao abraçar sua maldade e controle. Em ‘Pluribus’, Carol se torna o perigo justamente por ser a única que *não* está sob controle, a única que mantém sua humanidade e sua capacidade de desafiar o status quo de “felicidade” imposto pelo vírus. Ela é a anomalia, a falha no sistema perfeito.

Sua miséria e sua individualidade, que em outro contexto seriam vistas como fraquezas, aqui se transformam em sua maior força. Enquanto os infectados são programados para a concordância, Carol tem a liberdade de discordar, de questionar e de agir por conta própria. Essa é a antítese perfeita de Walter White, que buscou o poder através da corrupção. Carol encontra seu poder na resistência à corrupção da mente.

O “Sim!” Inevitável: O Momento Chave que Revela o Poder em ‘Pluribus’

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O episódio 3 de ‘Pluribus’ entrega um momento que é puro ouro narrativo e que solidifica a ideia de Carol como o “perigo”. Numa cena tensa e intrigante, Carol pergunta a um dos indivíduos infectados se ele lhe daria uma bomba atômica se ela pedisse. A pessoa, visivelmente desconfortável e em conflito, mas incapaz de ir contra sua programação de “felicidade” e concordância, responde com um simples e aterrorizante “Sim!”.

Essa resposta é um divisor de águas. Ela revela a Carol, e a nós, o quão vulneráveis os infectados realmente são à sua vontade. Eles não conseguem negar um pedido. Essa “alta capacidade de concordância” dos infectados é a prova irrefutável de que Carol “é o perigo”. Ela não precisa de armas ou de força bruta; sua mera existência e a capacidade de fazer pedidos já a tornam uma ameaça existencial para a mente coletiva.

Quanto mais Carol percebe o poder que tem sobre os infectados, mais poderosa ela se torna. E é aí que a série começa a explorar os dilemas morais de sua protagonista. Carol não é uma heroína tradicional; suas falhas morais e sua miséria são o que a tornam humana e, paradoxalmente, a heroína de ‘Pluribus’.

A Jornada de Carol: Salvar o Mundo ou Se Tornar o Novo Monstro?

O futuro de Carol em ‘Pluribus’ é um mistério emocionante. Ela está começando a entender que, assim como Walter White percebeu que os “inocentes” eram inofensivos em seu caminho, os infectados também são “inofensivos” no sentido de que não podem negar seus pedidos. Mas eles também percebem o quão perigosa a imunidade dela pode ser, e é por isso que estão desesperadamente tentando encontrar uma “cura” para os imunes.

É aqui que Carol pode virar o jogo. Com seu crescente poder, ela pode chantagear os infectados. Se eles não encontrarem uma cura para seu próprio “vírus da felicidade” – ou seja, reverterem o processo e devolverem a individualidade à humanidade – ela pode ameaçar usar seu poder para causar danos. A série já indicou que os infectados estão usando seu conhecimento científico combinado para tentar infectar os imunes.

Para conseguir isso, Carol, sem dúvida, terá que cruzar algumas fronteiras morais. Não será necessário ir tão longe quanto Walter White em ‘Breaking Bad’, mergulhando na criminalidade e na violência extrema. Mas uma boa dose de coerção e manipulação de sua parte na série da Apple TV pode ser a chave para forçar os infectados a encontrarem uma cura para o vírus e, talvez, salvar o mundo de uma felicidade perpétua e vazia.

Por Que ‘Pluribus’ Ressoa Tão Profundamente com o Público?

Por Que 'Pluribus' Ressoa Tão Profundamente com o Público?

O sucesso de ‘Pluribus’ e sua pontuação perfeita no Rotten Tomatoes não vêm apenas da sua inteligência em referenciar ‘Breaking Bad’, mas também da sua capacidade de tocar em temas contemporâneos e universais. A série nos força a refletir sobre o que realmente significa ser feliz. É a ausência de dor e conflito? Ou é a liberdade de sentir toda a gama de emoções humanas, incluindo a tristeza e o desafio, que nos define como indivíduos?

Em um mundo onde a busca pela felicidade é muitas vezes vista como o objetivo supremo, ‘Pluribus’ nos apresenta uma visão distópica dessa busca, onde a uniformidade e a ausência de individualidade são o preço a pagar. Carol, com sua miséria e sua resistência, torna-se um símbolo poderoso da importância de manter nossa essência, mesmo que isso signifique carregar o fardo das emoções complexas. É uma história que fala sobre livre arbítrio, autenticidade e o valor inestimável da individualidade, temas que sempre encontram eco no coração dos fãs de ficção científica e de boas histórias.

Conclusão: ‘Pluribus’ e o Futuro do “Perigo” na TV

Então, se você busca uma série que te prenda do início ao fim, com uma premissa original, atuações impecáveis e que ainda te faz pensar sobre os grandes dilemas da existência, ‘Pluribus’ é a pedida certa. A série da Apple TV não só honra o legado de ‘Breaking Bad’ com uma referência inteligente, mas também forja seu próprio caminho ao redefinir o que significa ser “o perigo” em um mundo que trocou a individualidade pela felicidade artificial.

Acompanhar a jornada de Carol será uma experiência e tanto, nos mostrando que, às vezes, a maior força reside justamente em ser diferente, em resistir à corrente e em abraçar a complexidade de ser humano. Prepare a pipoca e mergulhe nessa aventura sci-fi que promete muita reflexão e, claro, um toque de perigo.

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Perguntas Frequentes sobre ‘Pluribus’ e sua Conexão com ‘Breaking Bad’

O que é “Pluribus” e qual sua premissa principal?

“Pluribus” é uma nova série de ficção científica da Apple TV que se passa em um mundo onde a maioria da população foi infectada por um “vírus da felicidade”, transformando-os em uma mente coletiva. A protagonista, Carol, é imune e mantém sua individualidade, tornando-se uma anomalia e, paradoxalmente, uma ameaça ao sistema.

Como “Pluribus” faz referência a “Breaking Bad”?

A série reimagina a icônica frase de Walter White, “Eu sou o perigo”. Em “Pluribus”, Carol se torna o “perigo” não por abraçar a maldade ou o controle, mas por ser a única a manter sua humanidade, suas emoções e sua capacidade de agir de forma independente, desafiando a uniformidade imposta pelo vírus.

Quem é Carol em “Pluribus” e por que ela é considerada o “perigo”?

Carol, interpretada por Rhea Seehorn (Kim Wexler em ‘Better Call Saul’), é a protagonista imune ao “vírus da felicidade”. Ela é o “perigo” porque sua individualidade e a incapacidade dos infectados de negar seus pedidos a tornam uma ameaça existencial para a mente coletiva, dando-lhe um poder significativo sobre a população “feliz”.

Qual é o “vírus da felicidade” em “Pluribus”?

O “vírus da felicidade” é uma infecção misteriosa que afeta a maioria da população na série, substituindo as emoções individuais por uma euforia constante e transformando as pessoas em uma mente coletiva. Ele remove a capacidade de sentir tristeza, raiva ou frustração, criando uma espécie de utopia distópica.

Quais temas “Pluribus” explora?

“Pluribus” explora profundamente temas como o verdadeiro significado da felicidade, o valor inestimável da individualidade, o livre arbítrio, a resistência à conformidade e os dilemas morais de ser diferente em um mundo que busca a uniformidade. A série questiona se a ausência de dor é sinônimo de uma vida plena.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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