Os 9 Jogos de ‘Squid Game’: Origens e Significados Revelados

Explore os “Jogos Squid Game” e desvende as origens e os significados por trás de cada desafio da série. Este artigo mergulha na forma como brincadeiras infantis coreanas e internacionais foram transformadas em testes brutais de sobrevivência, revelando a crítica social e a natureza humana que permeiam cada rodada, desde o Ddakji até o icônico Jogo da Lula.

Se você é fã de ‘Squid Game’ e sempre se perguntou sobre as camadas secretas por trás de cada desafio, chegou ao lugar certo! Aqui no Cinepoca, vamos mergulhar fundo nos Jogos Squid Game, revelando as origens surpreendentes e os significados arrepiantes que transformaram brincadeiras infantis em verdadeiros pesadelos.

A Brincadeira Virou Realidade: A Essência dos Jogos ‘Squid Game’

‘Squid Game’ nos pegou de surpresa com sua premissa chocante: jogos de criança que se tornam uma luta brutal pela sobrevivência. Mas o que realmente torna esses desafios tão impactantes? A série, com sua estética vibrante e cores que parecem saídas de um parque de diversões, cria uma dissonância perturbadora. A alegria visual contrasta de forma macabra com a brutalidade das provas, fazendo a gente refletir sobre a crueldade humana e a crítica social que permeia cada rodada.

Os criadores de ‘Squid Game’ foram mestres em pegar passatempos inocentes, tanto coreanos quanto internacionais, e dar a eles uma reviravolta sombria. O resultado? Uma experiência que gruda na mente e nos faz questionar até onde iríamos pela sobrevivência. É essa dualidade que faz dos desafios da série um tema tão discutido e fascinante.

O Convite Macabro: Jogos de Recrutamento

Antes mesmo de os competidores pisarem na arena principal, ‘Squid Game’ já nos apresenta a jogos de recrutamento que são, por si só, uma aula de manipulação e desespero. Eles servem como um teste inicial, uma isca que explora a vulnerabilidade de pessoas endividadas com a promessa de uma recompensa.

Ddakji: A Primeira Lição de Injustiça

Ddakji: A Primeira Lição de Injustiça

O primeiro contato com o universo de ‘Squid Game’ para muitos participantes, como Gi-hun, é através do Ddakji (também conhecido como Ttakji). Esse é um jogo tradicional coreano, similar ao popular Pogs dos anos 90, onde o objetivo é virar o cartão do oponente no chão usando o seu próprio cartão de papel dobrado. Parece simples, certo? Mas não em ‘Squid Game’.

A beleza (e a crueldade) do Ddakji está na sua aparente simplicidade. No entanto, ele se revela um dos jogos mais injustos, espelhando a crítica da série à corrupção capitalista. Ele nos mostra, logo de cara, que a ilusão de igualdade é apenas isso: uma ilusão. Os pobres não têm uma chance real de ascender ao mesmo patamar dos ricos, não importa o quão “justo” o jogo pareça ser. Uma lição amarga para quem busca uma saída.

Bread and Lottery: A Escolha Cruel da Temporada 2

Na segunda temporada, somos apresentados a um novo jogo de recrutamento: ‘Bread and Lottery’. Embora não tenha um análogo exato no mundo real, ele reflete a dinâmica de jogos de azar oferecidos por benfeitores ricos a pessoas de baixa renda. O Vendedor (Gong Yoo) oferece a pessoas, muitas vezes em situação de rua, a escolha entre um pão (uma certeza) ou um bilhete de loteria (uma aposta).

A mensagem é clara e cruel: aceite a certeza, não arrisque. Aqueles que escolhem o bilhete e perdem, pisam no pão que poderiam ter tido. É uma forma perversa de recrutamento, que realça a desesperança e a tomada de decisões sob pressão extrema, um tema central na série.

Jokenpô: O Jogo da Vida e Morte nas Ruas

Jokenpô: O Jogo da Vida e Morte nas Ruas

O bom e velho Jokenpô, ou Pedra, Papel e Tesoura, também ganha uma versão mortal na segunda temporada. Conhecido mundialmente e com origens que remontam à Dinastia Han na China, o jogo é usado pelo Vendedor para intimidar e eliminar aqueles que o seguem. Duas pessoas são forçadas a jogar com ambas as mãos para determinar qual delas viverá. Contudo, é importante notar que este não é um dos jogos principais da competição, mas sim uma ferramenta de recrutamento e terror fora da arena oficial.

Russian Roulette: O Desespero Sem Jogo de Criança

Uma grande mudança na segunda temporada é a introdução de jogos que não são inspirados em brincadeiras infantis, e a Roleta Russa é o exemplo mais gritante. Este jogo, já inerentemente mortal, não precisa de uma “virada” de ‘Squid Game’ para ser aterrorizante. Tradicionalmente jogado com um revólver e uma única bala, os participantes se revezam puxando o gatilho.

Gi-hun e o Vendedor jogam, e o Vendedor acaba perdendo a vida, permitindo que Gi-hun retorne ao jogo principal. Não há um significado oculto aqui, apenas uma demonstração crua de que nenhum dos personagens valoriza muito a própria vida. As origens da Roleta Russa são debatidas, com uma das primeiras menções escritas no romance ‘A Hero of Our Time’, de Mikhail Lermontov, de 1840, e rumores de sua origem em prisões russas.

Rodada 1: Sem Piscar, Sem Morrer – ‘Batatinha Frita 1, 2, 3’

Rodada 1: Sem Piscar, Sem Morrer – 'Batatinha Frita 1, 2, 3'

A primeira rodada principal, e talvez a mais icônica, é a versão mortal de ‘Batatinha Frita 1, 2, 3’, conhecida em coreano como “Mugunghwa kkochi pieotseumnida” – “A flor de Mugunghwa floresceu”. Este jogo de parque infantil, amado por crianças ao redor do mundo, é transformado em um massacre por uma boneca gigante e assustadora.

A simbologia aqui é poderosa. Como primeiro dos Jogos Squid Game, ele serve como um aviso traumático: um único passo em falso significa a morte instantânea. Ele estabelece o tema do controle absoluto que permeia toda a competição e é uma maneira doentia de eliminar rapidamente um grande número de jogadores. Mesmo retornando na segunda temporada, o choque inicial da primeira vez é inesquecível, cravando-se na memória de todos os espectadores.

Rodada 2: Doce Perigo – A Fragilidade do Dalgona

Na segunda rodada, os participantes enfrentam o desafio do Ppopgi, ou Dalgona – um doce de mel coreano que era uma popular comida de rua. Tradicionalmente, se você conseguisse comer ao redor da forma no centro do doce sem quebrá-la, ganhava um segundo doce de graça. Em ‘Squid Game’, a recompensa é a sobrevivência, e a punição é a morte.

A fragilidade e a delicadeza do doce de Dalgona espelham perfeitamente o estado mental dos jogadores após o trauma da primeira rodada. Eles estão pendurados por um fio, tão frágeis quanto o açúcar caramelizado que tentam manipular. É um jogo que exige precisão, calma e, acima de tudo, sorte, enquanto a tensão aumenta a cada mordida.

Rodada 3: União ou Conflito? O Cabo de Guerra Mortal

Rodada 3: União ou Conflito? O Cabo de Guerra Mortal

A terceira rodada transforma a competição em um jogo de equipe: o Cabo de Guerra (Juldarigi em coreano). Este jogo tem um profundo significado cultural na Coreia, onde variações são jogadas em festivais e celebrações agrícolas há muitos anos, com os vencedores supostamente garantindo uma colheita superior na estação. Aqui, a “boa sorte” tem um significado bem diferente.

Tematicamente, o Cabo de Guerra é um ponto de virada crucial em ‘Squid Game’. A competição se torna diretamente entre os próprios jogadores, e não apenas entre eles e a organização. Essa mudança prepara o terreno para o faccionalismo, as traições e os dilemas morais que dominam os episódios seguintes. A cada rodada, a moral e as emoções internas dos jogadores estão em um cabo de guerra cada vez mais imprevisível.

Rodada 4: Confiança Quebrada – As Bolinhas de Gude

A Rodada 4 nos apresenta às Bolinhas de Gude. Os participantes são emparelhados, como Gi-hun e o velho Oh Il-nam, e um deve ganhar todas as bolinhas do outro antes que o tempo acabe. Quem ficar sem bolinhas, morre. As origens desse jogo são antigas, remontando a civilizações como o Império Romano, e ele pode ser jogado de diversas maneiras.

Este jogo é uma pausa intencional no ritmo frenético da ação, permitindo que os relacionamentos entre os personagens se desenvolvam sob pressão extrema. Ele força os jogadores a participar da violência, escolhendo quem viverá e quem morrerá, tornando-o o mais enganoso dos Jogos Squid Game. A expectativa de que seriam parceiros, e não adversários, leva às mortes mais dolorosas e traições mais cruéis da série, como a de Ali e Sang-woo.

Rodada 5: Um Salto para o Abismo – As Pontes de Vidro

Rodada 5: Um Salto para o Abismo – As Pontes de Vidro

A Rodada 5 é única por não ter uma origem explícita no mundo real, mas é inspirada em jogos de pular, como amarelinha. Nela, os participantes devem atravessar uma ponte feita de plataformas de vidro, algumas temperadas e seguras, outras quebradiças e mortais. Na série, o jogo representa o quão manipulada a competição é, especialmente quando o Front Man apaga as luzes ao ver um jogador que consegue distinguir os tipos de vidro.

Ao contrário dos outros desafios, este é projetado como um grandioso e caro game show, intensificando o horror através de elementos familiares da infância. O espetáculo deste jogo quase final serve como um prenúncio para o evento derradeiro e, de forma ainda mais sombria, encoraja a violência entre os jogadores. Não são apenas as plataformas que causam as quedas; alguns jogadores escolhem empurrar outros ou se jogar, levando mais pessoas com eles para o abismo.

A Batalha Final: O Jogo da Lula

A série leva seu título do último e derradeiro desafio: o Jogo da Lula (Squid Game). Gi-hun e Sang-woo se enfrentam na batalha final pelo prêmio supremo. As origens desse jogo são semelhantes às do pega-pega, mas com regras mais complexas. Há duas equipes – o ataque, que deve alcançar um espaço específico no campo, e a defesa, cujo trabalho é impedir isso.

Este jogo era muito popular na Coreia nas décadas de 1970 e 1980, época em que muitos dos personagens principais da série seriam crianças. O criador de ‘Squid Game’, Hwang Dong-hyuk, explicou em entrevistas que escolheu o Jogo da Lula como desafio final e título da série por sua violência inerente. Como o Front Man explicou na série, este jogo representa os aspectos da sociedade moderna nos quais ele queria focar. É a principal diferença em relação aos outros Jogos Squid Game, que não são tão fisicamente confrontacionais quanto o próprio Jogo da Lula, que também retorna como o desafio final na terceira temporada, com uma reviravolta única e impactante.

Conclusão: O Legado de ‘Squid Game’ e Seus Jogos Inesquecíveis

‘Squid Game’ não é apenas uma série; é um fenômeno que nos fez questionar a natureza humana, a sociedade e a linha tênue entre a inocência e a crueldade. Cada um dos Jogos Squid Game, com suas origens simples e seus significados profundos, contribuiu para construir uma narrativa complexa e emocionante.

Desde a injustiça do Ddakji até a brutalidade do Jogo da Lula, passando pela fragilidade do Dalgona e as traições das Bolinhas de Gude, cada desafio é um espelho das pressões e desigualdades do nosso próprio mundo. Que tal revisitar a série com essa nova perspectiva e desvendar ainda mais camadas desses jogos que nos deixaram de queixo caído? Conte para a gente qual jogo mais te marcou nos comentários!

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Perguntas Frequentes sobre os Jogos de ‘Squid Game’

Qual a principal mensagem social transmitida pelos jogos de ‘Squid Game’?

Os jogos de ‘Squid Game’ criticam a corrupção capitalista, a desigualdade social e a desumanização das pessoas em busca de dinheiro. Eles expõem a crueldade humana sob pressão extrema e a ilusão de igualdade em um sistema manipulado.

Todos os jogos apresentados em ‘Squid Game’ são baseados em brincadeiras infantis reais?

A maioria dos jogos tem inspiração em brincadeiras infantis coreanas ou internacionais, como Ddakji, Batatinha Frita 1, 2, 3, Dalgona, Cabo de Guerra e Bolinhas de Gude. No entanto, a segunda temporada introduz jogos como ‘Bread and Lottery’ e a Roleta Russa, que não são diretamente brincadeiras infantis, mas refletem o desespero e a manipulação.

O que o jogo Ddakji representa no contexto da série?

O Ddakji, o primeiro jogo de recrutamento, simboliza a injustiça e a ilusão de igualdade. Ele mostra que, mesmo em um jogo aparentemente simples, os pobres não têm uma chance real de competir em pé de igualdade com os ricos, espelhando a crítica da série à corrupção capitalista.

Por que o jogo “Batatinha Frita 1, 2, 3” é tão icônico e chocante como primeira rodada?

Ele é icônico por ser o primeiro contato dos jogadores (e espectadores) com a brutalidade da competição. A brincadeira inocente é transformada em um massacre instantâneo, estabelecendo o tema do controle absoluto e eliminando rapidamente um grande número de participantes, criando um choque traumático e inesquecível.

Qual a origem do jogo final, o “Jogo da Lula”, e por que foi escolhido como clímax?

O Jogo da Lula é um jogo infantil coreano popular nas décadas de 1970 e 1980, com regras semelhantes ao pega-pega, mas mais complexas e fisicamente confrontacionais. O criador da série, Hwang Dong-hyuk, o escolheu como desafio final e título por sua violência inerente, que representa os aspectos da sociedade moderna nos quais ele queria focar, tornando-o uma metáfora perfeita para o clímax da série.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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