Odessa A’zion: por que ver ‘I Love LA’ antes de ‘Marty Supreme’

Odessa A’zion vive um momento definitivo em 2025 entre a série ‘I Love LA’ (Max) e o filme ‘Marty Supreme’ (A24). Analisamos por que a performance satírica na TV é a chave para entender sua escalação no novo drama visceral de Josh Safdie.

Existe um tipo de alinhamento planetário em Hollywood que raramente é fruto do acaso. Quando Odessa A’zion surge como peça-chave no lançamento mais aguardado do Natal de 2025, ‘Marty Supreme’, ao mesmo tempo em que encerra a primeira temporada de ‘I Love LA’ como o rosto mais onipresente da Max, fica claro: estamos testemunhando a consolidação de uma nova it-girl do cinema de prestígio.

‘Marty Supreme’ chega aos cinemas em 25 de dezembro com o peso de ser o novo projeto de Josh Safdie e o retorno de Gwyneth Paltrow, sob a sombra magnética de Timothée Chalamet. No entanto, para decifrar por que Safdie — um diretor conhecido por extrair performances viscerais e hiperativas — escolheu A’zion, o espectador precisa fazer o dever de casa com ‘I Love LA‘.

A desconstrução da ‘influencer’ como prova de fogo

A desconstrução da 'influencer' como prova de fogo

Na série criada por Rachel Sennott, A’zion não interpreta apenas mais uma influenciadora fútil. Ela navega no que há de mais patológico na economia da atenção de Los Angeles. Enquanto a maioria das atrizes entregaria uma caricatura de TikTok, Odessa traz uma exaustão existencial para o papel. Em cenas específicas da metade da temporada, onde sua personagem precisa performar felicidade para uma ring light enquanto lida com o colapso de sua vida privada, vemos o controle micro-expressivo que a diferencia.

É essa capacidade de equilibrar o ridículo com a vulnerabilidade absoluta que a torna a escolha perfeita para o universo de Safdie. Se em ‘I Love LA’ ela domina a sátira da fama instantânea, em ‘Marty Supreme’ ela parece transpor essa energia para uma busca por glória mais clássica e obsessiva. A série é, na prática, o showreel definitivo de sua versatilidade.

O efeito Safdie e o momentum de 2025

Josh Safdie (metade da dupla por trás de ‘Joias Brutas’) é famoso por uma direção que beira o ataque de pânico. Seus atores precisam de uma resistência emocional que poucos possuem. Ao observar a trajetória de A’zion — que passou por ‘Better Things’ e ‘Grand Army’ com uma naturalidade crua — percebe-se que ela possui a ‘textura’ que o cinema independente de Nova York exige.

‘I Love LA’ termina sua primeira temporada no topo do ranking da Max, com uma aprovação crítica que valida A’zion como protagonista. Ver a série antes do filme não é apenas uma questão de cronologia, mas de percepção: você entra no cinema entendendo que ela não é um ‘rosto novo’ de apoio, mas uma força narrativa que já provou conseguir carregar o peso de uma produção de alto nível.

Por que o diálogo entre as obras enriquece a experiência

Por que o diálogo entre as obras enriquece a experiência

Embora operem em tons distintos, ambas as obras questionam o custo de ser visto. Em ‘I Love LA’, o preço é a alma fragmentada em algoritmos; em ‘Marty Supreme’, é o sacrifício pessoal em nome da excelência técnica (no caso, o mundo competitivo do ping-pong dos anos 50). A’zion atua como a ponte entre essas duas obsessões.

Assistir à série primeiro permite que o espectador identifique os cacoetes e a inteligência cênica que ela traz para o filme de Safdie. É a diferença entre ver uma atriz cumprindo um papel e ver uma artista expandindo seu domínio sobre um tema — a ambição — que ela claramente entende com profundidade.

Veredito Editorial: Vale a maratona?

Com apenas oito episódios, ‘I Love LA’ é um investimento de baixo risco e alto retorno para qualquer cinéfilo. Chegar ao cinema no Natal sabendo do que Odessa A’zion é capaz em termos de timing cômico e drama silencioso transforma a experiência de assistir ‘Marty Supreme’. Não é apenas sobre acompanhar uma tendência, é sobre reconhecer o nascimento de uma estrela no momento exato em que ela atinge sua massa crítica.

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Perguntas Frequentes sobre Odessa A’zion e ‘Marty Supreme’

Qual é a relação entre ‘I Love LA’ e ‘Marty Supreme’?

Não há uma ligação narrativa direta (história), mas ambas as obras são protagonizadas por Odessa A’zion e exploram temas de fama, ambição e o preço do reconhecimento em diferentes épocas.

Onde posso assistir à série ‘I Love LA’?

A série é uma produção original da HBO/Max e está disponível exclusivamente na plataforma de streaming Max.

Quem é o diretor de ‘Marty Supreme’?

O filme é dirigido por Josh Safdie, conhecido por trabalhos como ‘Joias Brutas’ e ‘Bom Comportamento’. Este é seu primeiro longa solo sem o irmão, Benny Safdie.

Odessa A’zion é parente de alguém famoso?

Sim, Odessa é filha da atriz e roteirista Pamela Adlon (criadora de ‘Better Things’) e irmã da também atriz Gideon Adlon.

‘Marty Supreme’ é baseado em uma história real?

O filme é livremente inspirado na vida de Marty Reisman, um campeão de tênis de mesa conhecido por seu estilo extravagante e personalidade marcante nos anos 50 e 60.

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Lucas Lobinco
Lucas Lobinco
Sou o Lucas, e minha paixão pelo cinema começou com as aventuras épicas e os clássicos de ficção científica que moldaram minha infância. Para mim, cada filme é uma nova oportunidade de explorar mundos e ideias, uma janela para a criatividade humana. Minha jornada não foi nos bastidores da produção, mas sim na arte de desvendar as camadas de uma boa história e compartilhar essa descoberta. Sou movido pela curiosidade de entender o que torna um filme inesquecível, seja a complexidade de um personagem, a inovação visual ou a mensagem atemporal. No Cinepoca, meu foco é trazer uma perspectiva única, mergulhando fundo nos detalhes que fazem um filme valer a pena, e incentivando você a ver a sétima arte com novos olhos.Tenho um apreço especial por filmes de ação e aventura, com suas narrativas grandiosas e sequências de tirar o fôlego. A comédia de humor negro e os thrillers psicológicos também me atraem, pela forma como subvertem expectativas e exploram o lado mais sombrio da psique humana. Além disso, estou sempre atento às novas vozes e tendências que surgem na indústria, buscando os próximos grandes talentos e as histórias que definirão o futuro do cinema.

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