O Segredo da Filmagem de Guerra em ‘Extermínio: A Evolução’

Descubra como ‘Extermínio: A Evolução’ transcende o gênero de terror ao empregar cenas de guerra de arquivo e o poema ‘Boots’ de Rudyard Kipling, revelando uma profunda reflexão sobre a perda da história e da identidade britânica em um mundo pós-apocalíptico. Dirigido por Danny Boyle e roteirizado por Alex Garland, o filme inova visualmente e convida o espectador a desvendar as complexas camadas de significado por trás de sua narrativa impactante.

Se você ficou intrigado com as cenas de guerra em ‘Extermínio: A Evolução‘, chegou ao lugar certo! O novo filme da franquia ‘Extermínio’ vai muito além do terror apocalíptico, mergulhando em um universo de simbolismos e mensagens ocultas. Prepare-se para desvendar o significado por trás daquelas imagens impactantes e de um poema que ecoa na sua mente muito depois que os créditos sobem!

O Retorno Triunfal: ‘Extermínio: A Evolução’ e Sua Essência

O Retorno Triunfal: 'Extermínio: A Evolução' e Sua Essência

Para quem é fã de cinema de terror, o nome Danny Boyle evoca uma mistura de adrenalina e reflexão. Em ‘Extermínio: A Evolução’, ele se une novamente ao roteirista Alex Garland para nos trazer o terceiro capítulo dessa saga pós-apocalíptica que nos prende desde 2002, com o lançamento de ‘Extermínio’. Este novo filme não é apenas uma sequência, é o início de uma trilogia planejada, com a promessa de ‘Extermínio: A Evolução: The Bone Temple’ vindo por aí.

A trama nos leva de volta às Ilhas Britânicas, quase três décadas depois que o temível vírus da Raiva devastou a população. O mundo exterior isolou a região, transformando-a em uma espécie de cápsula do tempo. Mas o que realmente choca e intriga os espectadores são alguns elementos visuais e sonoros que, à primeira vista, parecem deslocados. É aí que a genialidade da filmagem de guerra entra em cena.

A Surpreendente Inovação Visual em ‘Extermínio: A Evolução’

Diferente dos filmes anteriores da franquia, ‘Extermínio: A Evolução’ introduz um truque de edição que eleva a experiência a outro nível. Em momentos de alta tensão, o filme corta abruptamente para imagens de arquivo de guerras antigas. Essas cenas vêm de noticiários e filmes clássicos, criando um contraste chocante com a ação principal da história.

E não para por aí! Junto com essas imagens perturbadoras, uma gravação de áudio de 1915 ecoa na trilha sonora. É a voz agitada e desencarnada de Taylor Holmes recitando o poema “Boots”, de Rudyard Kipling, escrito em 1903. Se você assistiu ao trailer, deve ter notado que esse elemento já estava lá, sinalizando o quão crucial ele é para a visão dos cineastas. A gente fica se perguntando: o que tudo isso significa?

Don’t—don’t—don’t—don’t—look at what’s in front of you.
(Boots—boots—boots—boots—movin’ up an’ down again);
Men—men—men—men—men go mad with watchin’ em,
An’ there’s no discharge in the war!

O mais curioso é que, no decorrer da história de ‘Extermínio: A Evolução’, essas imagens de guerra e a gravação do poema nunca são explicitamente explicadas. Não há um personagem que diga: “Ah, essas cenas são por causa disso!”. Mas isso não significa que elas estejam ali por acaso. Pelo contrário, elas têm um papel fundamental, conectando-se aos temas mais profundos do filme.

Desvendando o Significado Oculto: A Perda da História Britânica

Desvendando o Significado Oculto: A Perda da História Britânica

As cenas de guerra que surgem e desaparecem na tela de ‘Extermínio: A Evolução’ transformam o filme em uma espécie de poema visual. Elas são como fragmentos de uma memória coletiva, explorando o lento desmoronamento da história e da identidade britânica após o apocalipse. Imagine: o mundo como conhecemos acabou, e o que resta são apenas pedacinhos, meio lembrados, da nossa herança cultural.

O filme traça paralelos entre a luta desesperada contra os Infectados e as guerras que marcaram o passado da Grã-Bretanha. Ao fazer isso, ‘Extermínio: A Evolução’ coloca a história britânica em primeiro plano, mas de uma forma bem melancólica: para mostrar o quão pouco ela importa para a sobrevivência imediata em um cenário pós-apocalíptico. É como se a urgência do presente apagasse a relevância do passado.

Alguns resquícios dessa história ainda são vitais, como a comunidade na ilha isolada de Lindisfarne. Lá, uma estátua de anjo permanece de pé, simbolizando a esperança de um futuro para o povo das Ilhas Britânicas. Mas outras partes dessa rica história se perderam completamente no tempo, enquanto outras foram distorcidas e remisturadas de um jeito quase irreconhecível. É a memória coletiva se desfazendo.

‘Teletubbies’ e a Cultura Pop Diluída: O Caso Sir Jimmy Crystal

Essa temática da história e da memória se estende de forma fascinante ao personagem Sir Jimmy Crystal, que aparece no final de ‘Extermínio: A Evolução’. Ele cria um culto com uma estética visual única, que é uma verdadeira salada de elementos da cultura pop britânica de antes do vírus da Raiva atacar em 2002. Pense em pedaços de memórias, meio lembradas, meio inventadas.

O mais bizarro (e genial) é que essa mistura inclui referências à série infantil ‘Teletubbies’. Sim, você leu certo! ‘Teletubbies’ ao lado de símbolos históricos ou religiosos. Isso reforça a ideia de como a história e a cultura são perdidas, distorcidas e reinterprestadas em um mundo onde a continuidade foi quebrada. É um comentário afiado sobre o que restaria da nossa identidade cultural se tudo desmoronasse.

Isla: O Nome que Revela Tudo sobre ‘Extermínio: A Evolução’

Isla: O Nome que Revela Tudo sobre 'Extermínio: A Evolução'

A referência mais direta a essa temática da perda da memória e da história está no nome de uma das personagens mais importantes do elenco de ‘Extermínio: A Evolução’: Isla (interpretada por Jodie Comer), a mãe do jovem protagonista Spike (Alfie Williams). A jornada de Spike no filme é movida pela busca por um médico para a condição de sua mãe, que sofre de uma grave perda de memória, até que ele é forçado a aceitar a morte dela.

O fato de Isla estar perdendo a memória lentamente e, eventualmente, a vida, já é um elemento poderoso por si só, especialmente pela relação com Spike. Mas o seu nome, “Isla”, é uma referência clara e direta às “Ilhas Britânicas” (“British Isles” em inglês). Isso faz com que a personagem de Isla funcione como uma metáfora pungente para a perda da memória e da história de todo o território.

Embora essa parte de ‘Extermínio: A Evolução’ seja uma das mais sombrias, o filme não é desprovido de esperança. A aceitação de Spike em relação à morte de sua mãe demonstra que, mesmo em meio à perda e ao esquecimento, há uma chance de que uma nova sociedade possa ser criada. Uma sociedade que, talvez, use o melhor das partes que sobreviveram do passado para construir um futuro.

Por Que Essa Abordagem é Tão Brilhante em ‘Extermínio: A Evolução’?

A forma como ‘Extermínio: A Evolução’ utiliza a filmagem de guerra, o poema e o simbolismo dos personagens é um exemplo de narrativa sutil e profunda. Não é apenas um filme de terror sobre zumbis (ou Infectados, no caso!). É uma meditação sobre a memória, a identidade e a resiliência humana diante da aniquilação cultural.

Esses elementos não explicados diretamente nos forçam a pensar, a conectar os pontos, a sentir a gravidade da perda. Eles transformam a experiência de assistir ‘Extermínio: A Evolução’ em algo mais do que apenas sustos. É uma jornada poética que explora o que significa ser uma nação, um povo, quando tudo o que você conhece se desintegra.

E você, o que achou dessas camadas de significado em ‘Extermínio: A Evolução’? Compartilhe sua opinião nos comentários e vamos continuar essa conversa sobre os segredos do cinema!

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Perguntas Frequentes sobre ‘Extermínio: A Evolução’

Qual a inovação visual em ‘Extermínio: A Evolução’?

O filme utiliza cortes abruptos para imagens de arquivo de guerras antigas, acompanhadas por uma gravação de áudio de 1915 do poema “Boots” de Rudyard Kipling, recitado por Taylor Holmes. Essa abordagem cria um contraste chocante e adiciona camadas de significado à narrativa.

Qual o significado das cenas de guerra e do poema “Boots” no filme?

As cenas de guerra e o poema simbolizam o lento desmoronamento da história e da identidade britânica após o apocalipse do vírus da Raiva. Eles servem como metáfora para a perda da memória coletiva e a irrelevância do passado diante da urgência da sobrevivência.

Como ‘Extermínio: A Evolução’ aborda a perda da história britânica?

O filme explora essa temática através das imagens de guerra, do poema “Boots”, da distorção da cultura pop (como a referência aos ‘Teletubbies’ no culto de Sir Jimmy Crystal) e do simbolismo da personagem Isla.

Qual o papel da personagem Isla na trama e no simbolismo do filme?

Isla, interpretada por Jodie Comer, é a mãe do protagonista Spike e sofre de perda de memória progressiva. Seu nome (“Isla” = Ilhas) e sua condição funcionam como uma metáfora pungente para a perda da memória e da história de todo o território britânico.

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Lucas Lobinco
Lucas Lobinco
Sou o Lucas, e minha paixão pelo cinema começou com as aventuras épicas e os clássicos de ficção científica que moldaram minha infância. Para mim, cada filme é uma nova oportunidade de explorar mundos e ideias, uma janela para a criatividade humana. Minha jornada não foi nos bastidores da produção, mas sim na arte de desvendar as camadas de uma boa história e compartilhar essa descoberta. Sou movido pela curiosidade de entender o que torna um filme inesquecível, seja a complexidade de um personagem, a inovação visual ou a mensagem atemporal. No Cinepoca, meu foco é trazer uma perspectiva única, mergulhando fundo nos detalhes que fazem um filme valer a pena, e incentivando você a ver a sétima arte com novos olhos.Tenho um apreço especial por filmes de ação e aventura, com suas narrativas grandiosas e sequências de tirar o fôlego. A comédia de humor negro e os thrillers psicológicos também me atraem, pela forma como subvertem expectativas e exploram o lado mais sombrio da psique humana. Além disso, estou sempre atento às novas vozes e tendências que surgem na indústria, buscando os próximos grandes talentos e as histórias que definirão o futuro do cinema.

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