Descubra as melhores séries Apple TV+ para maratonar no Ano Novo. Selecionamos 5 produções essenciais, do épico histórico de Jason Momoa à ficção científica premiada com Alexander Skarsgård, focando em qualidade técnica e narrativas que fogem do óbvio.
O Apple TV+ vive um paradoxo: possui uma das melhores taxas de aprovação da crítica, mas ainda luta para romper a bolha do grande público. Enquanto a concorrência aposta em algoritmos que priorizam volume, a Apple parece operar como uma antiga HBO, focando em curadoria agressiva e orçamentos cinematográficos para suas séries Apple TV+. O resultado é um catálogo onde o ‘tédio de scroll’ é menor, pois quase tudo ali tem um selo de qualidade técnica indiscutível.
A estratégia da curadoria sobre o volume em 2026
Diferente da Netflix, que despeja dezenas de títulos semanais, o Apple TV+ joga o jogo do prestígio. Em 2025 e no início de 2026, essa estratégia se consolidou com produções que evitam fórmulas gastas. O problema é que, sem o barulho das redes sociais, muitas dessas joias acabam enterradas. Para sua maratona de Ano Novo, selecionei cinco produções que justificam a assinatura — de ficção científica existencialista a épicos que resgatam a escala de ‘Game of Thrones’.
‘Diários de um Robô-Assassino’: O herói apático que precisávamos
Se você busca uma ficção científica que fuja do otimismo barato ou do apocalipse genérico, ‘Diários de um Robô-Assassino’ (Murderbot Diaries) é a escolha óbvia. Alexander Skarsgård entrega uma performance minimalista como um androide de segurança que hackeou seu próprio módulo de controle, mas em vez de iniciar uma revolução, ele só quer ser deixado em paz para assistir a novelas espaciais.
O triunfo aqui é o tom. A série equilibra o humor seco de Skarsgård com sequências de ação de uma clareza visual rara. A fotografia utiliza uma paleta fria e industrial que contrasta com a humanidade emergente do protagonista. Com episódios curtos, em torno de 30 minutos, é a maratona tecnicamente perfeita para quem quer profundidade sem o peso de dramas densos como ‘Westworld’.
‘Chefe de Guerra’: Jason Momoa e o resgate da escala épica
‘Chefe de Guerra’ (Chief of War) é a prova de que Jason Momoa encontrou seu papel definitivo. Co-criada por ele, a série narra a unificação do Havaí sob a ótica indígena. O que impressiona não são apenas as batalhas coreografadas com brutalidade física, mas o compromisso com a autenticidade linguística e cultural.
Visualmente, a série é um deslumbre. O uso de luz natural nas locações havaianas dá uma textura orgânica que faz falta em produções saturadas de CGI. É um épico histórico que não tem medo de ser político, explorando as fissuras causadas pela colonização antes mesmo dos grandes conflitos armados. Se você sente falta da intriga política de ‘Shogun’ ou das primeiras temporadas de ‘Game of Thrones’, esta é a sua série.
‘A Mulher no Lago’: O Noir refinado de Natalie Portman
Em sua estreia no mundo das séries, Natalie Portman escolheu um material que exige nuances. ‘A Mulher no Lago’ é um noir ambientado na Baltimore dos anos 60, onde o design de produção e o figurino não são apenas estéticos, mas ferramentas de narrativa que marcam a divisão de classes e raças da época.
A série brilha na montagem paralela entre a vida de Maddie (Portman) e Cleo Sherwood (Moses Ingram). A direção de Alma Har’el traz um onirismo que eleva o gênero de investigação criminal para algo mais sensorial. É uma obra para ser assistida com atenção aos detalhes: cada sombra e cada silêncio no roteiro tem um propósito na construção do mistério central.
‘Vidas Processadas’: O surrealismo como ferramenta social
Protagonizada pelo sempre excelente David Oyelowo, ‘Vidas Processadas’ (Government Cheese) é a produção mais experimental desta lista. Acompanhamos um homem recém-saído da prisão tentando se reabilitar, mas a série insere elementos de realismo fantástico que transformam o drama familiar em algo único.
A estética remete ao cinema de Spike Lee dos anos 90, com cores vibrantes e enquadramentos que desafiam a perspectiva do espectador. É uma série que fala sobre trauma e redenção sem cair no sentimentalismo, usando o absurdo para ilustrar a dificuldade de reintegração social. É, sem dúvida, a série mais subestimada do catálogo atual.
‘Ainda Acordados’: A química que sustenta a simplicidade
Para fechar a maratona com leveza, ‘Ainda Acordados’ (Still Up) é uma comédia romântica sobre insônia. Quase toda a ação ocorre à noite, através de chamadas de vídeo e conversas telefônicas entre Lisa (Antonia Thomas) e Danny (Craig Roberts).
O desafio técnico de manter o interesse em uma narrativa baseada quase inteiramente em diálogos é vencido pela química inegável da dupla. A iluminação noturna, focada em tons quentes de interiores contra o azul frio da madrugada, cria uma atmosfera aconchegante. É uma série curta, charmosa e que entende que, às vezes, a melhor companhia é aquela que está do outro lado da linha quando o mundo silencia.
Veredito: Por onde começar?
Se você prioriza inovação visual e temática, comece por ‘Diários de um Robô-Assassino’. Para quem busca impacto emocional e escala, ‘Chefe de Guerra’ é imbatível. O Apple TV+ pode não ter a quantidade da concorrência, mas estas cinco produções provam que, em 2026, a qualidade de execução ainda é o maior diferencial competitivo de uma plataforma.
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Perguntas Frequentes sobre séries Apple TV+
Qual é a série mais premiada do Apple TV+ atualmente?
Historicamente, ‘Ted Lasso’ e ‘The Morning Show’ lideram em prêmios. Contudo, em 2025/2026, ‘Diários de um Robô-Assassino’ e ‘Ruptura’ tornaram-se as favoritas da crítica especializada e premiações de gênero.
Quanto custa a assinatura do Apple TV+ em 2026?
O valor atual da assinatura mensal é de R$ 21,90, com um período de teste gratuito de 7 dias. O serviço também está incluso no pacote Apple One.
As séries do Apple TV+ podem ser assistidas offline?
Sim, o aplicativo permite o download de episódios em dispositivos iPhone, iPad e Mac para visualização sem conexão à internet.
‘Chefe de Guerra’ com Jason Momoa é baseada em fatos reais?
Sim, a série é um drama histórico baseado na unificação das ilhas do Havaí no final do século XVIII, focando em figuras reais como o Rei Kamehameha e o chefe Ka’iana.
Vale a pena assinar o Apple TV+ apenas por um mês?
Sim. Como o catálogo é focado em curadoria e não em volume, um mês é tempo suficiente para maratonar 3 ou 4 das principais séries originais da plataforma com alta qualidade.

