‘O Pai Que Move Montanhas’: é perda de tempo assistir?

Baseado em fatos reais, o filme decepciona por levar os espectadores a lugar nenhum.

A todo momento novas produções invadem as plataformas de streaming para nos entreter e transmitir uma mensagem, contudo, algumas não alcançam êxito. ‘O Pai Que Move Montanhas’ é um dos títulos mais vistos da Netflix atualmente, porém, é uma perda de tempo assisti-lo e vamos explicar o porquê.

Com um estilo que segue os mesmos moldes de ‘Milagre Azul’ e ‘Milagre na Cela 7’, ‘O Pai Que Move Montanhas’ é um filme romeno que prometia arrancar lágrimas do público. Acima de tudo, o longa narra a história de Mircea, policial aposentado que recebe a fatídica notícia de que seu filho desapareceu nas montanhas. Após dias tentando encontrar o garoto, decide montar sua própria equipe, travando um confronto com o time inicial de buscas. Todavia, nem mesmo os conflitos mais extremos impedem de que ele continue a investigação de maneira independente.

Cena do filme O Pai Que Move Montanhas
Grupo de buscas de ‘O Pai Que Move Montanhas’. (Imagem: Divulgação Netflix)

Deixando tudo ainda mais instigante, a trama se baseia em fatos reais. Em 2009, o diretor e roteirista Daniel Sandu estava assistindo um noticiário, quando viu um caso incomum de desaparecimento. Sumiços nas montanhas são recorrentes, mas Sandu se impressionou com a resiliência dos pais cujo filho estava perdido.

Em outras palavras, ao invés de se desesperarem, eles uniram forças, foram em busca de recursos e partiram na missão de encontrar o ente querido. Os primeiros meses da investigação atraíram a atenção da mídia, entretanto, o grande público logo perdeu o interesse pela fatalidade que, infelizmente, não teve final feliz. Sendo assim, após o casal procurar durante muito tempo, como em ‘O Pai Que Move Montanhas’, o jovem nunca foi encontrado.

A fé é o grande destaque de ‘O Pai Que Move Montanhas’

“Não devemos julgar uma pessoa pela forma como reage a uma situação como essa, pois isso muda fundamentalmente a escala de valores de um indivíduo. É extremamente conveniente para um estranho ser objetivo, mas quando alguém que você conhece e ama está em perigo, o conceito de objetividade deixa de existir”, explicou Daniel durante uma entrevista. O roteirista, inclusive, afirmou que mesmo depois da mídia ter abandonado o caso real que estava acompanhando, passou a procurar informações pela internet.

O protagonista luta para encontrar seu filho.
Um pai na incansável busca pelo filho. (Divulgação/ Netflix)

O filme tinha um grande potencial, caso fosse explorado de forma dinâmica, pois a premissa central caminha entre a fé e o altruísmo. Sobretudo, a trama não empolga, não nos leva para lugar nenhum e o autor sabota sua própria obra. O final de ‘O Pai Que Move Montanhas’ não existe, além do protagonista passar do ponto sobre o que é ser um anti-herói. Ele é exageradamente rústico e estúpido, mas o desfecho é o fator que causa grande decepção.

‘O Pai Que Move Montanhas’ chegou no streaming com o objetivo de emocionar o público, contudo, o único sentimento que conseguiu causar foi frustração. Se você tem a fé como alicerce de vida, sem dúvidas encontrará momentos significativos no enredo, mas não há um encerramento conclusivo, a última cena deixa implícito que o pai sabe que seu filho faleceu, entretanto, ele não desiste de encontrá-lo.

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