Cada gênero de filme possui um subgênero, por exemplo, o terror pode se dividir entre muitas vertentes. Dentro desse estilo, é possível encontrar histórias trash, baseadas em fatos reais, cults, e por aí vai. Acima de tudo, as tramas cults envolvem um enredo não necessariamente com sentido, onde não há uma explicação precisa sobre os fatos. Com isso, relegam a interpretação de cada espectador, como ‘Ninguém Sai Vivo’.
A produção, que chegou na Netflix, logo se tornou um dos títulos mais vistos da plataforma, contudo, divide opiniões por ser exatamente assim. Ambar (Cristina Rodlo) é mexicana e dedicou seus últimos anos cuidando da mãe, que sofria de uma doença terminal. Todavia, após o falecimento da mesma, se muda ilegalmente para os Estados Unidos.
Sem muito dinheiro, aceita morar em uma pensão, mas logo começa a ouvir choros e vozes vindos do porão, se arrependendo da decisão que tomou. Em outras palavras, a protagonista de ‘Ninguém Sai Vivo’ parecia ter feito um bom negócio para economizar com aluguel, entretanto, sua vida se transforma em um pesadelo. Ambar não pode nem mesmo recorrer à polícia, por conta de sua condição ilegal no país.
Com uma hora e meia de duração, o filme se divide em duas partes evidentes: os quase cinquenta minutos iniciais constroem a triste história da imigrante. Nela, o público acompanha diversos flashbacks da moça passando por momentos difíceis, tanto com a mãe, quanto em solo norte-americano, com sequências desnecessárias. Ou seja, essa parte poderia facilmente ser contada em dez ou quinze minutos, mas Jon Croker e Fernanda Coppel, os roteiristas, preferiram estender a narrativa.
‘Ninguém Sai Vivo’ é para quem gosta de filmes fantasiosos
Por volta do minuto cinquenta, finalmente o terror começa a aparecer em ‘Ninguém Sai Vivo’, porém, falta conexão entre a suposta ameaça e a construção do suspense que gira em torno de Ambar. A princípio, o público acompanha partes desconexas e frágeis, que se confirmam conforme o final vai se aproximando.
O grande desfecho apresenta uma solução alternativa, abrindo margens para distintas interpretações por parte de quem está assistindo. O filme do streaming, infelizmente, não dá sustos e muito menos convence com sua história, todavia, mostra uma entidade estranha, confusa, que serve para aqueles que gostam de criar suas próprias teorias sobre o encerramento de uma obra.
Então, pode-se dizer que o longa não é algo autoexplicativo, com todos os elementos devidamente encerrados. Sendo assim, mesmo não conquistando a aprovação do grande público, é um prato cheio aos que curtem uma história fantasiosa e até mesmo trash. ‘Ninguém Sai Vivo’ se baseia no livro de Adam Nevill, do mesmo nome, mas a conclusão é completamente diferente daquilo que vemos na telinha, apresentando mais coerência com tudo que foi apresentado.
Trailer:
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