Lydia Deetz em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem’: O que deu errado?

A volta de Winona Ryder como a icônica Lydia Deetz Beetlejuice 2 em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’ gerou debates. Fãs notaram mudanças significativas na personalidade da personagem e em sua relação com o sobrenatural, questionando se a essência da garota gótica e rebelde do filme original foi mantida na sequência dirigida por Tim Burton.

A aguardada sequência ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’ finalmente chegou, trazendo de volta rostos queridos para o universo bizarro e divertido de Tim Burton. Entre eles, a icônica Lydia Deetz Beetlejuice 2, interpretada novamente por Winona Ryder. Mas, para a surpresa de muitos fãs, algo pareceu diferente. A garota gótica e peculiar que conquistou corações em ‘Os Fantasmas se Divertem’ não parecia exatamente a mesma trinta e seis anos depois. O que aconteceu com a Lydia que conhecíamos e amávamos?

A Gótica Rebelde Sumiu? A Mudança de Personalidade de Lydia

Quem cresceu assistindo a ‘Os Fantasmas se Divertem’ lembra bem da Lydia adolescente: introspectiva, vestida de preto da cabeça aos pés, e com uma aversão saudável (ou nem tanto) pelo mundo dos vivos. Ela era a alma rebelde daquela casa cheia de cores berrantes e pessoas superficiais. Sua personalidade forte e sua capacidade única de ver o sobrenatural a tornaram uma figura instantaneamente memorável e querida.

No entanto, em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’, a essência daquela garota parece ter se dissipado. A rebeldia deu lugar a uma aparente passividade. O visual gótico, embora ainda presente em alguns momentos, não carrega a mesma atitude desafiadora de antes. É natural que as pessoas mudem com o tempo, mas a transformação de Lydia pareceu, para muitos, mais uma descaracterização do que um desenvolvimento natural de personagem.

Chega a ser curioso notar que várias das características marcantes da Lydia original parecem ter migrado para sua filha adolescente, Astrid, vivida por Jenna Ortega. Astrid demonstra uma curiosidade e uma atração pelo estranho que remetem diretamente à Lydia de 1988. Isso levanta a questão: a rebeldia de Lydia simplesmente passou para a próxima geração, deixando-a sem sua antiga identidade?

Até mesmo Delia Deetz, a madrasta excêntrica interpretada por Catherine O’Hara, percebe essa mudança drástica. Em um momento do filme, ela questiona Lydia com a frase: “Onde está a garotinha gótica e insuportável que me atormentou por tantos anos?”. Essa fala encapsula perfeitamente a sensação de que a essência da personagem se perdeu em algum lugar no caminho para a sequência.

Embora a ideia de uma Lydia adulta e mãe fosse promissora, a execução deixou a desejar para quem esperava reencontrar a alma gótica e destemida que desafiava o status quo. A mudança de personalidade foi um dos pontos mais comentados e criticados pelos fãs, que sentiram falta daquela energia única que Winona Ryder trouxe para a personagem no filme original.

E os Fantasmas? A Relação Inconsistente de Lydia com o Sobrenatural

Um dos aspectos mais fascinantes da Lydia Deetz em ‘Os Fantasmas se Divertem’ era sua conexão inabalável com o mundo dos mortos. Ela não só conseguia ver fantasmas quando ninguém mais conseguia, mas também demonstrava uma empatia genuína por eles, especialmente pelos Maitlands. Essa habilidade e sua atitude destemida diante do paranormal eram centrais para a sua identidade.

A sequência ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’ até tenta resgatar essa faceta da personagem, mostrando Lydia apresentando um programa de entrevistas sobre o sobrenatural chamado “Ghost House” no início do filme. Essa premissa parecia perfeita para explorar como sua relação com o mundo espiritual evoluiu ao longo de quase quatro décadas. No entanto, essa ideia é rapidamente deixada de lado.

O que vemos na maior parte do filme é uma Lydia com uma atitude inconsistente em relação aos fantasmas. Alguém que passou a vida inteira interagindo com o paranormal, e que até ganha a vida falando sobre isso, parece subitamente entediada, cansada ou até mesmo assustada com a presença deles. Essa mudança de postura é confusa e contraditória com a personagem que conhecemos.

Em ‘Os Fantasmas se Divertem’, Lydia não demonstrou medo algum ao encontrar os Maitlands pela primeira vez. Pelo contrário, ela se sentiu compreendida e acolhida por eles, algo que faltava em sua relação com sua própria família. Essa conexão empática foi o que a tornou tão cativante. Na sequência, essa empatia parece ter desaparecido. Chega a ser estranho vê-la, no final do filme, optando por virar as costas para o mundo espiritual de vez.

Essa inconsistência na forma como Lydia lida com o sobrenatural em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’ não apenas a torna uma personagem menos interessante, mas também mina a base de quem ela era no filme original. A relação única e especial que ela tinha com os fantasmas era um pilar de sua personalidade, e vê-la tratá-los com indiferença ou medo na sequência é um ponto fraco notável na construção de sua personagem.

A Dinâmica Mãe e Filha: Um Subenredo Pouco Explorado

A introdução de Astrid, a filha de Lydia, em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’ abriu a porta para explorar uma nova dinâmica familiar e como a história de Lydia influenciou a próxima geração. A relação distante entre mãe e filha no início do filme, com a crença de Lydia em fantasmas sendo um ponto de atrito, poderia ter sido um subenredo emocionalmente rico.

No entanto, a forma como essa distância é apresentada e “resolvida” no filme parece bastante superficial. A discordância sobre o sobrenatural é citada como a principal causa do afastamento, mas a fundo na complexidade dessa relação ou nos motivos mais profundos por trás da distância entre elas. A falta de profundidade nesse subenredo é sintomática da forma como a personagem de Lydia foi tratada na sequência em geral.

Uma oportunidade valiosa de adicionar camadas à personagem de Lydia, explorando os desafios da maternidade enquanto lida com seu passado sobrenatural, foi perdida. Em vez disso, a relação entre mãe e filha serve mais como um dispositivo de enredo para introduzir Astrid e, como veremos, para que ela assuma um papel crucial no clímax.

A falta de desenvolvimento na dinâmica entre Lydia e Astrid contribui para a sensação de que a personagem de Lydia não teve um arco narrativo satisfatório na sequência. Sem explorar a fundo seus desafios pessoais e relacionais na vida adulta, ela acaba parecendo estagnada ou até mesmo regredindo em comparação com a adolescente vibrante e complexa que conhecemos em ‘Os Fantasmas se Divertem’.

Cadê a Heroína? Por Que Lydia Não Teve Seu Grande Momento em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’

Talvez o ponto mais decepcionante para os fãs de Lydia Deetz em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’ seja a falta de um momento heroico significativo para a personagem. Apesar de ser trazida de volta como uma das figuras centrais da história e de ser ela quem convoca Beetlejuice novamente, Lydia parece, em muitos momentos, mais uma passageira em sua própria jornada.

Ela até repete a trama do primeiro filme ao concordar em se casar com Beetlejuice em troca de um favor, mas quando a situação atinge seu clímax, não é Lydia quem resolve o problema. O grande momento de heroísmo, a ação decisiva que salva o dia, fica a cargo de sua filha, Astrid.

É Astrid quem invoca o verme da areia para deter Beetlejuice e é Astrid quem percebe que o contrato de casamento é nulo. Embora Lydia seja quem finalmente faz Beetlejuice desaparecer, essa ação parece quase secundária comparada à bravura e engenhosidade de sua filha em desarmar a situação.

Compare isso com a Lydia de ‘Os Fantasmas se Divertem’. Naquele filme, ela repetidamente enfrentou seu pai, sua madrasta, Otho e o próprio Beetlejuice. Ela se colocou em perigo para ajudar os Maitlands e demonstrou uma coragem surpreendente para sua idade. Em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’, ela não parece desafiar ninguém de forma significativa e é salva da enrascada do casamento pela intervenção de Astrid.

Astrid é, sem dúvida, uma adição interessante à franquia, e seu destaque no clímax é compreensível do ponto de vista de introduzir uma nova geração de personagens. No entanto, isso não deveria ter vindo à custa da agência e do protagonismo de Lydia. A forma como a sequência a colocou em segundo plano, especialmente nos momentos cruciais, foi uma grande decepção para quem esperava vê-la brilhar novamente.

A personagem de Lydia Deetz em ‘Os Fantasmas se Divertem’ era uma figura única e memorável, definida por sua individualidade, sua conexão com o sobrenatural e sua inesperada coragem. O fato de ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’ ter falhado em capturar e expandir essas qualidades é, para muitos fãs, uma das maiores fraquezas da sequência e a principal razão pela qual a “nova” Lydia não pareceu a mesma.

Conclusão: Sentimos Falta da Nossa Gótica Favorita

Em suma, a expectativa para ver Winona Ryder reprisar o papel de Lydia Deetz em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’ era enorme. No entanto, a execução da personagem na sequência deixou muitos fãs com a sensação de que algo estava faltando. A perda de sua personalidade gótica e rebelde, a inconsistência em sua relação com o mundo espiritual, o subenredo mãe-filha pouco explorado e a ausência de um momento heroico marcante contribuíram para uma retrato que divergiu bastante da figura icônica que amamos em ‘Os Fantasmas se Divertem’.

Embora seja compreensível que personagens mudem com o tempo, a forma como a Lydia Deetz Beetlejuice 2 foi escrita pareceu, para muitos, uma descaracterização que enfraqueceu sua presença no filme. A sequência teve a chance de mostrar como a Lydia adulta se tornou, mantendo sua essência única, mas acabou entregando uma personagem que, em grande parte, ficou à sombra de sua própria filha e de outros elementos da trama. Para os fãs da gótica original, a decepção com a versão de 2024 foi um dos pontos mais dolorosos do retorno ao universo de Beetlejuice.

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Perguntas Frequentes sobre Lydia Deetz em Beetlejuice 2

O que mudou na personalidade de Lydia Deetz em Beetlejuice 2?

Segundo a análise, a rebeldia e a atitude gótica marcantes da Lydia adolescente deram lugar a uma aparente passividade na sequência, o que foi visto por muitos fãs como uma descaracterização.

Como a relação de Lydia com o sobrenatural é retratada no novo filme?

Apesar de apresentar um programa sobre o tema, a personagem demonstra uma atitude inconsistente, parecendo entediada ou assustada com o paranormal em alguns momentos, o que contrasta com sua conexão destemida no filme original.

A filha de Lydia, Astrid, é importante na sequência?

Sim, a filha adolescente de Lydia, Astrid (interpretada por Jenna Ortega), demonstra características que remetem à Lydia original e assume um papel crucial no clímax do filme.

Winona Ryder retornou como Lydia Deetz?

Sim, a atriz Winona Ryder reprisa seu papel como Lydia Deetz em ‘Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice’.

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