John Wayne e ‘Banzé no Oeste’: Entenda por que o astro achou o filme “sujo” demais

Descubra a curiosa história por trás da recusa de John Wayne em participar da clássica comédia faroeste ‘Banzé no Oeste’. O lendário “Duke” gostou do roteiro de Mel Brooks, mas o achou “sujo demais” para sua imagem, abrindo caminho para a icônica atuação de Gene Wilder no filme cult de 1974.

Quem diria que o lendário John Wayne, o cara que era a cara dos faroestes, quase apareceu em uma das comédias mais hilárias do gênero? A história de John Wayne Banzé no Oeste é daquelas que fazem a gente coçar a cabeça. O Duke, como era conhecido, gostou do roteiro da clássica comédia de Mel Brooks, ‘Banzé no Oeste’, mas no fim das contas, ele recusou o papel por um motivo que, para a época, era bem… picante. Vamos mergulhar nessa curiosidade cinematográfica!

Antes de falar sobre a recusa em ‘Banzé no Oeste’, é crucial entender quem foi John Wayne. Pensa em faroeste, pensa nele! Wayne não era apenas um ator; ele se tornou o símbolo do caubói durão, do herói americano, daquele cara que resolve tudo com a força e a moral inabalável. Ele dominou a Era de Ouro de Hollywood, estrelando mais de 170 filmes ao longo de 50 anos de carreira.

Seu nome está ligado a obras-primas do gênero, como ‘Legião Invencível’ (1949), o icônico ‘Rastros de Ódio’ (1956) e ‘Bravura Indômita’ (1969), que finalmente lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator. Embora tenha se aventurado por outros tipos de filme, foi nos Westerns que ele fincou suas botas, participando de mais de 80 deles. Ele era o protagonista rústico, carismático e, na maioria das vezes, inabalável.

Sua parceria com o diretor John Ford, por exemplo, rendeu clássicos que variam de aventuras como ‘Estranha Caravana’ (1949) a épicos históricos como ‘A Conquista do Oeste’ (1962). No fim de sua carreira, já um veterano consagrado, surgiu uma oportunidade inesperada: atuar em uma comédia faroeste que prometia ser diferente de tudo que ele já tinha feito.

O Convite Para ‘Banzé no Oeste’

Em 1974, o gênio da comédia Mel Brooks lançou ‘Banzé no Oeste’ (‘Blazing Saddles’ no original), um filme que viraria cult. Estrelado por Cleavon Little e Gene Wilder, o filme é uma sátira escrachada dos faroestes clássicos. A história se passa na cidade de Rock Ridge, onde um governador corrupto nomeia um operário negro chamado Bart (Cleavon Little) como xerife, na esperança de causar caos e expulsar os moradores para tomar suas terras.

Bart, com a ajuda de um pistoleiro alcoólatra chamado Jim, o Kid de Waco (Gene Wilder), decide virar o jogo e lutar contra a corrupção. É uma premissa doida, né? E Mel Brooks queria adicionar um toque de “autenticidade” a essa loucura. Em uma entrevista recente, celebrando os 50 anos do filme, Brooks contou que a ideia original para o papel de Jim, o Kid de Waco, era chamar… John Wayne!

Imagina só a cena: Mel Brooks no café da Warner Bros., avista John Wayne e pensa: “É ele!”. Brooks se aproximou do Duke, se apresentou e falou sobre ‘Banzé no Oeste’, descrevendo-o como uma comédia “com muito coração”. Wayne, que reconheceu Brooks do seu trabalho em ‘Primavera Para Hitler’ (1967), mostrou interesse e pediu para ler o roteiro antes de decidir.

O Roteiro Era “Sujo Demais” Para o Duke

Mel Brooks conseguiu entregar o roteiro para John Wayne. O Duke levou o texto para casa e passou 24 horas lendo e pensando sobre ele. A expectativa de Brooks devia estar nas alturas! Ter John Wayne em uma comédia como aquela seria um evento e tanto, uma quebra de expectativa genial para o público, misturando o ícone do gênero com uma paródia irreverente.

Mas a resposta de Wayne não foi a esperada. Apesar de ter gostado do roteiro e do conceito, John Wayne decidiu recusar o papel. O motivo? Ele achou que o roteiro era “sujo demais” (“too dirty”, nas palavras dele) para os seus fãs. Sim, o herói dos faroestes sentiu que o humor ácido, as piadas sem freio e a irreverência de ‘Banzé no Oeste’ não combinavam com a imagem que ele construiu e que seu público esperava dele.

É curioso pensar nisso, né? O ator, que interpretou tantos personagens durões e que enfrentavam todo tipo de perigo e imoralidade nas telas, considerou que o *humor* de ‘Banzé no Oeste’ cruzava uma linha. Isso mostra o quanto John Wayne levava a sério a percepção pública de seus personagens e o legado que estava construindo. No entanto, mesmo recusando, ele fez questão de dizer a Brooks que seria o primeiro na fila para assistir ao filme. Um cavalheiro, mesmo discordando do teor do roteiro!

Por Que Gene Wilder Mandou Tão Bem no Papel

‘Banzé no Oeste’ pode ter tido uma recepção mista no começo, mas com o tempo, ganhou status de uma das maiores comédias faroeste já feitas. E muito desse sucesso se deve à química incrível entre Cleavon Little (Bart) e Gene Wilder (Jim, o Kid de Waco). Depois da recusa de Wayne, o papel foi oferecido a Gig Young, mas problemas com álcool no set levaram à sua substituição por Gene Wilder.

E que acerto foi esse! Gene Wilder trouxe uma energia única para o Kid de Waco. O personagem é um ex-pistoleiro famoso que caiu no alcoolismo após um incidente humilhante com uma criança (sim, é bizarro assim!), mas encontra um novo propósito ao lado de Bart. Wilder interpretou Jim com um timing cômico impecável, uma entrega exagerada e uma capacidade de gerar humor genuíno que elevou o personagem e o filme.

A performance de Gene Wilder em ‘Banzé no Oeste’ é frequentemente citada como uma das melhores de sua carreira. Embora John Wayne fosse um ator talentoso e carismático, é difícil imaginar que ele conseguiria replicar a excentricidade, a vulnerabilidade cômica e a “piração” que Gene Wilder trouxe para o Kid de Waco. A recusa de Wayne, no fim das contas, abriu espaço para uma das duplas cômicas mais memoráveis do cinema.

John Wayne e a Comédia: Uma História Pouco Contada

Apesar de ser sinônimo de faroestes sérios, John Wayne não era um novato na comédia ou no romance. Ele sabia que o público o via principalmente como o caubói ou o militar linha-dura, e em entrevistas, admitiu estar ciente das críticas de que se “engessava” em um tipo de papel. Mas ele provou que podia ser diferente!

Filmes como ‘Depois do Vendaval’ (1952) e ‘McLintock!’ (1962), ambos ao lado da talentosa Maureen O’Hara, mostraram um John Wayne mais leve, charmoso e até romântico. A química entre ele e O’Hara era inegável e rendeu momentos adoráveis e divertidos. Esses filmes provaram que o Duke tinha mais cordas no seu arco do que apenas o drama e a ação.

Talvez seu filme mais subestimado, mas definitivamente engraçado, seja a comédia faroeste ‘Fúria no Alaska’ (1960), onde ele contracenou com Stewart Granger. Wayne interpretou “Big” Sam McCord com uma performance propositalmente exagerada e autoconsciente, mostrando que ele entendia de timing cômico, mesmo que o humor fosse diferente do estilo anárquico de Mel Brooks. Ou seja, John Wayne tinha, sim, a capacidade de fazer comédia, mas o tipo de humor de ‘Banzé no Oeste’ realmente parecia estar fora da sua zona de conforto ou da imagem que ele queria manter para seus fãs.

Conclusão: Um “Não” Que Mudou a História (Para Melhor?)

A história de John Wayne Banzé no Oeste é fascinante porque revela um lado menos conhecido do lendário ator e mostra como as escolhas de carreira podem moldar a história do cinema. John Wayne, o ícone do faroeste, viu o potencial cômico e o coração no roteiro de Mel Brooks, mas sentiu que a irreverência e o “teor sujo” do filme não eram para ele, pensando em seus fãs e na imagem que cultivava há décadas.

Sua recusa abriu as portas para Gene Wilder, que, com sua energia única e talento para a comédia, ajudou a transformar ‘Banzé no Oeste’ em um clássico cult amado por gerações. Ao mesmo tempo, John Wayne continuou sua carreira com o tipo de papel que seu público esperava, solidificando ainda mais seu legado como o maior astro do faroeste. No fim das contas, talvez esse “não” tenha sido o melhor caminho tanto para o Duke quanto para a comédia maluca e genial de Mel Brooks. Uma curiosidade e tanto dos bastidores de Hollywood!

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Perguntas Frequentes sobre John Wayne e ‘Banzé no Oeste’

Por que John Wayne recusou o papel em ‘Banzé no Oeste’?

John Wayne recusou o papel de Jim, o Kid de Waco, na comédia ‘Banzé no Oeste’ de Mel Brooks porque achou o roteiro “sujo demais” (“too dirty”) para a imagem que ele cultivava e que seus fãs esperavam dele.

Qual papel foi oferecido a John Wayne em ‘Banzé no Oeste’?

Mel Brooks ofereceu a John Wayne o papel de Jim, o Kid de Waco, um pistoleiro alcoólatra que se torna parceiro do xerife Bart.

Quem acabou interpretando o papel recusado por John Wayne?

Após a recusa de John Wayne e a substituição de Gig Young, o papel de Jim, o Kid de Waco, foi brilhantemente interpretado por Gene Wilder, que formou uma dupla inesquecível com Cleavon Little.

John Wayne já fez comédia em outros filmes?

Sim, embora mais conhecido por faroestes e dramas, John Wayne atuou em comédias ou filmes com elementos cômicos, como ‘Depois do Vendaval’ (1952), ‘McLintock!’ (1962) e ‘Fúria no Alaska’ (1960), mostrando que tinha timing cômico, embora diferente do estilo de ‘Banzé no Oeste’.

O que John Wayne achou de ‘Banzé no Oeste’ depois de assistir?

Apesar de recusar o papel, John Wayne disse a Mel Brooks que seria o primeiro na fila para assistir ao filme, indicando que apreciou o conceito, mesmo discordando do tom do humor para si mesmo.

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