Final Explicado de ‘Bête Noire’: 5 Reviravoltas Chocantes

‘Bête Noire’, episódio de Black Mirror, culmina em um final repleto de reviravoltas. Verity usa tecnologia quântica para manipular a realidade e se vingar de Maria por traumas do passado. O clímax ocorre quando Maria mata Verity e usa o dispositivo de controle da realidade para inverter a situação com a polícia e se declarar “Imperatriz do Universo”, deixando em aberto as consequências de seu poder recém-adquirido.

Prepare-se para ter sua mente explodida! O episódio ‘Bête Noire’ da sétima temporada de Black Mirror entregou um final com tantas reviravoltas que a gente aqui no Cinepoca ainda está tentando processar tudo. Se você piscou, perdeu detalhes cruciais que mudam completamente a forma como entendemos a realidade de Verity e Maria. Vem com a gente desvendar esse nó na cabeça e entender o que realmente aconteceu!

A Realidade Quântica de Verity: Como Ela Alterou Tudo?

Logo de cara, ‘Bête Noire’ nos apresenta Maria, uma mulher que vê sua vida virar de cabeça para baixo quando sua ex-colega de escola, Verity, surge do nada em seu trabalho. O que parecia ser uma simples coincidência logo se transforma em um pesadelo quando Maria percebe que a realidade ao seu redor está mudando de forma inexplicável. Detalhes sobre seu passado, o nome de lugares, tudo parece ser alterado, e ninguém mais percebe, exceto ela. Essa sensação de estar perdendo a sanidade é angustiante e te prende na tela do início ao fim.

A grande revelação vem quando Maria descobre o segredo de Verity: um pingente que funciona como controle remoto para um computador quântico super avançado. É essa tecnologia que permite Verity manipular a realidade! Ela explica para Maria que, tecnicamente, nada está sendo alterado de verdade. Em vez disso, o computador quântico “ressintoniza nossa frequência corporal” para uma das infinitas linhas temporais onde o que Verity diz sempre foi verdade. É como se o passado não mudasse, mas todo mundo passasse a acreditar na versão de realidade que Verity impõe. Sacou a loucura?

Essa explicação, embora pareça ficção científica pesada, é o que dá o tom sinistro e fascinante para ‘Bête Noire’. Verity escolhe uma realidade onde Maria é a única pessoa consciente da manipulação, isolando-a e fazendo-a parecer louca. A genialidade da premissa está em como a tecnologia, mais uma vez em Black Mirror, é usada para explorar as piores facetas da natureza humana: vingança, poder e controle.

Tiroteio e um Dedo Decisivo: Maria Assume o Controle

O final de ‘Bête Noire’ atinge o clímax em uma cena caótica e tensa. Depois de ser demitida e perceber que Verity está por trás de tudo, Maria a segue até sua casa, determinada a desmascará-la. O confronto entre as duas é inevitável e, em meio a luta, Verity usa o pingente para chamar a polícia, manipulando a realidade para que pareça que Maria é a agressora. A situação se inverte completamente, e Maria se vê como a criminosa aos olhos da lei.

No momento de desespero, Maria tem uma reação chocante e crucial: ela pega a arma de um dos policiais e atira em Verity! A cena é brutal e inesperada, elevando a tensão a níveis altíssimos. Mas a jogada de mestre de Maria não para por aí. Lembrando que o pingente só pode ser ativado com a identificação biométrica de Verity, Maria age rápido e usa o dedo de Verity morta para gritar: “O pingente funciona para mim!”. E inacreditavelmente, funciona!

Com o pingente em suas mãos, Maria inverte a situação novamente. Ela manipula a realidade para que os policiais acreditem que Verity se matou e, em um acesso de poder, se declara a “Imperatriz do Universo”. A cena final de ‘Bête Noire’ é Maria, com o pingente, aparentemente no controle total do sistema de Verity. Fica a pergunta: o que ela fará com tanto poder? A sanidade de Maria também estaria em risco agora?

Vingança em Alta Definição: Por Que Verity Perseguiu Maria?

A motivação de Verity para atormentar Maria não surge do nada. Ao longo do episódio, somos levados a crer que existe uma história mal resolvida entre as duas desde o colegial. Maria se recorda de ter feito parte de um grupo que zombava de Verity por ela ser “nerd” e gostar de computadores. No entanto, a verdade é muito mais sombria e cruel.

Durante o confronto final, Verity revela o real motivo de sua vingança: um boato terrível que Maria espalhou sobre ela no colegial. Segundo Verity, Maria inventou uma história de que ela teria feito “coisas” com um professor. Esse boato se espalhou e marcou a vida de Verity durante toda a adolescência, isolando-a e traumatizando-a. Maria tenta se justificar, dizendo que inventou a história para se livrar dos populares, mas Verity não aceita suas desculpas. Fica claro que o sistema de alteração da realidade foi construído com um único propósito: vingança.

Essa reviravolta humaniza Verity, mostrando que suas ações, por mais extremas que sejam, nascem de uma dor profunda e de um trauma do passado. Ao mesmo tempo, expõe a crueldade das ações de Maria no colegial, que tiveram consequências devastadoras para outra pessoa. ‘Bête Noire’ não é sobre mocinhos e bandidos, mas sobre personagens complexos e falhos, capazes de atos terríveis movidos por suas próprias dores e traumas.

O Destino Trágico de Natalie: Vítima Colateral da Vingança?

Natalie, outra ex-colega de escola de Maria e Verity, tem um papel pequeno, mas crucial para entendermos a extensão da maldade de Verity. Maria, tentando entender o que está acontecendo, entra em contato com Natalie para relembrar os tempos de escola. A resposta que Maria recebe não é de Natalie, mas do marido dela, informando que Natalie havia falecido dias antes, por suicídio. A notícia choca Maria e levanta uma questão sombria: Verity já havia usado seu sistema em Natalie antes de chegar em Maria.

Verity confirma que confrontou Natalie e alterou sua realidade antes de ir atrás de Maria. Segundo ela, Natalie levou cinco semanas para “quebrar” antes de tirar a própria vida. ‘Bête Noire’ não deixa claro se Verity matou Natalie diretamente ou se a manipulação da realidade a levou ao suicídio. De qualquer forma, fica evidente que o sistema de Verity foi a causa principal da tragédia. A morte de Natalie eleva o tom sombrio do episódio e demonstra o quão perigoso e destrutivo pode ser o poder de alterar a realidade, mesmo que o objetivo inicial fosse apenas vingança.

A história de Natalie adiciona uma camada extra de tragédia a ‘Bête Noire’ e reforça um dos temas centrais de Black Mirror: as consequências inesperadas e muitas vezes devastadoras da tecnologia em nossas vidas e relacionamentos.

A “Piada” de Final Segundo Charlie Brooker

Charlie Brooker, o criador de Black Mirror, comentou sobre o final de ‘Bête Noire’ e o descreveu como um “final de piada”, algo “ligeiramente absurdo”. Em uma entrevista para a Tudum, da Netflix, Brooker explicou que gostou da ideia de levar Maria ao limite do desespero para, no último momento, ela surgir triunfante. Ele também considerou o final mais “brincalhão” em comparação com outros episódios mais pesados e sombrios de Black Mirror.

Inicialmente, Brooker pensou em um final ainda mais sinistro, com Maria vestindo um uniforme fascista. No entanto, ele optou por uma imagem menos pesada, comparando o visual final de Maria a uma mistura de “Game of Thrones” com “Beyoncé encontra Khaleesi”. Ele também traçou um paralelo entre Verity e Robert Daly, de ‘USS Callister’, outro personagem de Black Mirror que usou a tecnologia para canalizar suas dores e frustrações de forma maligna.

Ver agora...

As declarações de Brooker revelam que o final de ‘Bête Noire’, apesar do tom chocante e violento, tem um quê de ironia e até humor negro. A ascensão de Maria ao poder máximo, mesmo que conquistada de forma brutal, é vista pelo criador como algo “absurdo”, quase uma sátira sobre a busca por poder e controle.

‘Bête Noire’: O Ódio e o Trauma no Espelho Negro

O título do episódio, ‘Bête Noire’, já entrega uma chave importante para entendermos o verdadeiro final da história. Em tradução livre, “bête noire” significa algo ou alguém fortemente detestado ou evitado. No contexto de ‘Bête Noire’, o título se refere à forma como Verity se sentia no colegial: a pessoa que todos detestavam ou evitavam. Através de sua tecnologia complexa, ela tenta inverter essa situação, transformando Maria em sua “bête noire”, a pessoa a ser detestada e isolada.

Ao longo do episódio, Verity manipula o ambiente de trabalho de Maria, seus amigos e até seu namorado, fazendo com que todos se voltem contra ela. O objetivo de Verity era fazer Maria experimentar a mesma dor e isolamento que ela sentiu no passado. ‘Bête Noire’ é, em essência, uma história sobre vingança e sobre como o ódio e o trauma podem consumir a vida de uma pessoa. A maldade gratuita de Maria e seus amigos no colegial plantou uma semente de rancor em Verity que floresceu em um plano de vingança elaborado e cruel.

Embora ‘Bête Noire’ utilize a tecnologia complexa e o tom sombrio característicos de Black Mirror, a essência do episódio é um conto sobre as consequências do bullying, o poder destrutivo da vingança e o impacto duradouro do trauma. O que acontece com Maria depois dos créditos finais? Ela usará o poder do pingente para o bem ou se corromperá? Essa é uma questão que fica em aberto para a nossa imaginação, e talvez essa seja a verdadeira reviravolta final de ‘Bête Noire’.

Para ficar por dentro de tudo que acontece no universo dos filmes, séries e streamings, acompanhe o Cinepoca também pelo Facebook e Instagram!