Infelizmente o Brasil já foi e ainda é palco de crimes terríveis, que chocam a população e se eternizam na memória da sociedade. Em 2002, paramos para acompanhar o ‘caso Richthofen’, quando um jovem de classe alta matou os pais, com a ajuda do namorado e cunhado.
Quatro anos após o homicídio, em 2006, Suzane, a assassina, concedeu uma entrevista ao ‘Fantástico’, da TV Globo, tentando fazer com que as pessoas tirassem da cabeça aquela imagem de sanguinária. Acima de tudo, ela vestia uma camiseta da Minnie e pantufas, além de uma franja bem comprida tampando o rosto. Em tom singelo, como se fosse uma criança inocente, revelou que foi vítima da ganância e influência do ex-namorado, Daniel Cravinhos.
O teatro até poderia funcionar para explicar os reais motivos do ‘caso Richthofen’, todavia, momentos antes da entrevista, uma gravação flagrou o advogado orientando que a jovem chorasse. A reportagem da Rede Globo foi acusada de manipular a matéria, colocando um tom de denúncia contra Suzane e seu defensor. Contudo, a produção dos filmes ‘A menina que matou os pais’ e ‘O menino que matou meus pais’, decidiu usar os depoimentos repletos de manipulações de fatos e estratégias de defesas dos criminosos.
Filmes sobre ‘caso Richthoffen’ ignoram outros depoimentos importantes
A cena de abertura é a mesma em ambos os filmes, recriando a descoberta dos corpos de Marísia e Manfred, no dia seguinte do crime. Logo após, o enredo salta para 2006, com o depoimento de Daniel (Leonardo Bittencourt) e Suzane (Carla Diaz). A princípio, a história que os dois contam é a mesma, entretanto, ocupam papéis diferentes dentro do destino trágico do casal.
Então, na versão dele, a jovem é uma garota rica que encontrou refúgio em seus braços, usando-o para realizar suas fantasias sombrias e fatais. Já nas palavras de Suzane, em contrapartida, o ex-namorado tinha uma realidade pobre e perigosa, onde a conduziu a matar os pais por ganância.
Sendo assim, a pergunta que não quer calar é uma só: qual o motivo de resgatar (e reproduzir) elementos já descartados pela Justiça, em um caso solucionado, onde não há nenhuma proposta além de representa-los? Por mostrarem apenas duas versões, as tramas pecam em não revelar outros relatos que fomentaram e elucidaram o ‘caso Richthofen’, como o de Andreas, irmão de Suzane.
Carla Diaz e Leonardo Bittencourt roubam a cena
Entretanto, os filmes têm seus méritos: o elenco. Carla Diaz está impecável na pele de Suzane, interpretando as duas versões da assassina. Uma vez maquiavélica, outra inocente, passeando da adolescência à maturidade, com trejeitos que condizem à escala da tragédia. Leonardo Bittencourt, e sua pegada naturalista de atuação, arca com responsabilidade as cenas mais vilanescas do casal.
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