Filme sobre história real de freira lésbica chega ao Brasil em dezembro

'Benedetta' é uma coprodução entre Itália e Holanda e aborda temas chocantes.

O diretor Paul Verhoeven adora polemizar em seus filmes, e com ‘Benedetta’ não é diferente. O longa, baseado em fatos reais, se passa no século XVII e conta a história de Benedetta Carlini, uma freira lésbica que viveu no convento desde muito pequena. Abandonada pela rica família, foi atormentada por visões religiosas e eróticas envolvendo Jesus Cristo e a Virgem Maria, acima de tudo, afirmava se comunicar diretamente com Nossa Senhora.

Sempre na companhia de Bartolomea, sua colega de quarto, vê sua permanência no local ameaçada, quando a relação com a jovem se transforma em um romance. Mesmo sendo uma figura mística de fé, Benedetta foi presa e recebeu condenação por safismo (em outras palavras, relacionamento lésbico).

Paul Verhoeven dirigindo cena com Virgínia Efira, a freira lésbica.
Paul Verhoeven dirigindo uma cena. (Imagem: Reprodução)

O longa é uma coprodução entre Holanda/França, sendo, também, adaptação do livro ‘Atos Impuros: A Vida de uma Freira Lésbica na Itália da Renascença’. Sobre as acusações de blasfêmia, entretanto, o diretor, que carrega em seu currículo títulos como ‘Instinto Selvagem’, ‘Elle’ e ‘Showgirls’, apresenta posicionamento firme. “Eu realmente não entendo como você pode blasfemar contra algo que aconteceu… Você pode dizer que aquilo era errado ou não, mas não pode mudar a história depois do fato”.

‘Benedetta’ fez sua estreia oficial no Festival de Cannes deste ano e também participou da disputa pela Palma de Ouro. Todavia, a história
chocou tanto o júri quanto o público da premiação. Em primeiro lugar, o desconforto maior aconteceu por conta de um elemento bizarro que aparece nas cenas: um brinquedo sexual esculpido em figura de madeira da Virgem Maria.

Protagonista do drama sobre freira lésbica fala dos momentos de nudez

Uma das cenas da produção.
O polêmico filme está surpreendendo o mundo. (Imagem: Divulgação/ Cinemagia)

Além do sexo na história da freira lésbica, há muita violência, algo parecido com o que os espectadores assistiram em ‘A Paixão de Cristo’. Sobre essa questão, o polêmico diretor, sendo assim, criticou os ‘falsos puritanos’, que repudiam ações que eles mesmo praticam. “Não se esqueçam que, em geral, as pessoas, quando fazem sexo, tiram as roupas”, ele apontou. “Estou basicamente chocado, a princípio, com o fato de que não quererem olhar para a realidade da vida. Por que esse puritanismo foi introduzido? Na minha opinião, está errado”.

Virginia Efira, que dá vida à ‘Benedetta’, defendeu o ponto de vista de Paul. “A sexualidade é um assunto interessante. Acima de tudo, não há muitos diretores que saibam filmá-la. Paul Verhoeven sabe. É alguém que lidou com este tópico importante desde o início do filme e de uma forma incrível. A nudez, primordialmente, não tem interesse quando não é retratada de uma maneira bonita, não é isso que Paul faz. Tudo foi muito alegre quando tiramos nossas roupas. Ou seja, não se trata apenas da depravação de uma freira lésbica”.

Um dos pontos altos do enredo é a personagem Madre Superiora, que ganhou vida sob interpretação de Charlotte Rampling. Sobretudo, o elenco conta com nomes como Hervé Pierre, Lambert Wilson, Olivier Rabourdin, Clotilde Courau e Louise Chevillotte.

Mesmo em torno de muitas polêmicas e julgamentos, terá sua estreia oficial no Brasil em 23 de dezembro, com distribuição da Imovision. E aí, já pensou assistir esse filme super leve com a família na ceia de natal?

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