‘Doctor Who’: Por que o Doutor foi tão cruel com Cassandra no episódio 2?

Descubra por que o Nono Doutor agiu de forma cruel com Cassandra no episódio “The End of the World” de ‘Doctor Who’. A atitude chocante do Senhor do Tempo está profundamente ligada ao trauma da Guerra do Tempo e à personalidade complexa dessa encarnação, marcando um momento definidor na série de 2005.

Se você é fã de ‘Doctor Who’, com certeza lembra do retorno triunfal da série em 2005, né? Christopher Eccleston chegou chegando como o Nono Doutor, trazendo uma energia nova e, convenhamos, um lado bem mais sombrio do nosso Senhor do Tempo favorito. E logo no segundo episódio, “The End of the World”, a série nos deu um choque daqueles com o que aconteceu entre Doctor Who Cassandra. Foi um momento que fez muita gente coçar a cabeça e se perguntar: “Por que ele fez isso?”. Vamos mergulhar nesse mistério!

Depois de um hiato de 16 anos, ‘Doctor Who’ voltou com tudo para a BBC em 2005. A expectativa era GIGANTE! E Christopher Eccleston entregou um Doutor super diferente dos que tínhamos visto antes. Com sua jaqueta de couro e um ar meio cínico, ele mostrava que essa nova era da série não teria medo de explorar as cicatrizes do personagem. O Nono Doutor era rápido, inteligente, mas carregava um peso enorme nas costas.

Essa reintrodução não trouxe de volta apenas a TARDIS e suas viagens malucas pelo tempo e espaço. Ela nos apresentou um Doutor que tinha visto muita coisa, coisas pesadas mesmo. E “The End of the World”, sendo apenas o segundo episódio, já deu o tom de que nem sempre veríamos o herói bonzinho e piadista. Ele podia ser duro, e a situação com Cassandra provou isso.

Bem-vindos à Plataforma Um: O Fim do Mundo com Estilo

O cenário desse episódio é simplesmente espetacular e melancólico ao mesmo tempo. O Doutor leva Rose Tyler, sua nova companheira, cinco bilhões de anos no futuro para testemunhar um evento cósmico de proporções épicas: a destruição da Terra pelo Sol expandido. E onde eles assistem a isso? De um deck de observação super luxuoso chamado Plataforma Um, orbitando o que sobrou do nosso planeta.

Imagina a cena: uma estação espacial cheia de alienígenas ricos e excêntricos, todos ali para assistir ao último suspiro da Terra como se fosse um show de fogos de artifício. Entre os convidados bizarros, como Cal “Spark Plug” MacNannovich e o Moxx de Balhoon, havia uma figura que chamava a atenção por um motivo… peculiar. Era Lady Cassandra O’Brien.Δ17.

Cassandra: A Última Humana… e Muito Esticada

Quem é Cassandra? Bem, ela se apresenta como a última humana viva na galáxia. Mas a aparência dela está longe de ser o que a gente consideraria “humana” hoje. Cassandra passou por nada menos que 708 cirurgias plásticas para “se manter”. O resultado é… chocante. Ela é basicamente um pedaço de pele esticada com olhos e lábios, que precisa ser constantemente hidratada por robôs assistentes.

Ela representa o extremo da futilidade e da busca pela perfeição artificial, disposta a fazer qualquer coisa para manter sua aparência (ou o que sobrou dela) e continuar existindo. E é essa obsessão que a leva a um plano terrível, que colocaria o Doutor e Rose em uma situação de vida ou morte na Plataforma Um.

O Plano Sinistro e a Reação Inesperada do Doutor

Acontece que a festa na Plataforma Um não era apenas sobre assistir a Terra explodir. Cassandra tinha um motivo bem mais egoísta para estar ali. É revelado que ela foi a responsável por sabotar os campos de força protetores da estação. O objetivo? Criar uma situação de reféns e lucrar com isso para financiar suas intermináveis e caríssimas cirurgias cosméticas. Sim, ela estava disposta a matar todo mundo na estação por dinheiro para mais plásticas!

Quando o caos se instala e a estação começa a superaquecer com o calor do Sol, o Doutor age rápido para salvar as pessoas. Cassandra tenta fugir usando teletransporte, mas o Doutor a impede. E é aqui que o momento chocante acontece. Em vez de prendê-la ou tentar salvá-la de alguma forma, o Nono Doutor a arrasta de volta para a área exposta da estação e a deixa lá.

Ela implora, grita de dor enquanto seu corpo artificial começa a secar e rachar com o calor intenso. É uma cena brutal, que contrasta fortemente com a imagem do herói que conhecíamos. E a resposta final do Doutor para os lamentos dela é fria e definitiva: “Tudo tem seu tempo e tudo morre.” Ele simplesmente a abandona à própria sorte, ou melhor, à própria morte.

A Sombra da Guerra do Tempo Explicando a Crueldade

Então, por que o Nono Doutor, o herói que salva planetas e pessoas, agiu com tanta crueldade com Cassandra? A resposta está profundamente ligada ao trauma que ele carregava da Guerra do Tempo. Para quem não sabe, a Guerra do Tempo foi um conflito cataclísmico entre os Senhores do Tempo (a raça do Doutor) e os Daleks, que, segundo a narrativa inicial do retorno da série, resultou na aniquilação de ambas as raças e do planeta natal do Doutor, Gallifrey.

O Nono Doutor é a encarnação que viveu o fim dessa guerra. Ele é, ou pelo menos acredita ser, o último Senhor do Tempo. Essa perda massiva e a responsabilidade (ou culpa) que ele sente por ela moldaram profundamente sua personalidade. Ele é rápido para a raiva, tem momentos de melancolia profunda e, como vimos, pode ser implacável.

No episódio “The End of the World”, essa dor latente vem à tona. Um dos convidados na Plataforma Um, Jabe (uma Floresta de Cheem), reconhece o Doutor como um Senhor do Tempo e expressa simpatia pela perda de seu povo. Isso reabre a ferida da Guerra do Tempo na mente do Doutor, tornando o momento ainda mais sensível para ele.

Ver a Terra sendo destruída, revivendo de certa forma a destruição de seu próprio mundo, e ao mesmo tempo lidar com Cassandra, que estava disposta a causar morte e destruição na Plataforma Um por motivos tão banais, foi demais para ele. Na mente do Doutor, Cassandra estava fazendo com os outros o que foi feito com seu povo. Ela estava causando destruição e sofrimento por ganância.

A decisão de deixar Cassandra morrer não veio de um lugar de raiva ou vingança simples, mas sim do seu sofrimento e da sua incapacidade de sentir compaixão por alguém que, naquele momento, ele via como uma representação da destruição e do egoísmo que causaram a queda de sua própria civilização. A dor da Guerra do Tempo obscureceu seu julgamento e sua empatia naquele instante crítico, levando-o a uma ação que chocou a muitos.

Um Momento Que Definiu o Nono Doutor

Para os fãs que estavam redescobrindo ‘Doctor Who’ em 2005, a atitude do Nono Doutor com Doctor Who Cassandra foi um verdadeiro balde de água fria, mas no bom sentido (se é que isso existe no terror espacial!). Estávamos acostumados com um herói que sempre encontrava um jeito de salvar todo mundo.

Ver o Doutor fazer uma escolha tão brutal e deixar uma “vilã” (por mais patética que fosse) morrer de forma tão cruel, e tão cedo na temporada, mostrou que essa encarnação e essa nova fase da série seriam mais complexas e ousadas. Que o Doutor não era mais apenas o velhinho divertido ou o galã charmoso; ele era um sobrevivente, marcado pela guerra, e suas ações nem sempre seriam fáceis de engolir.

Esse momento com Doctor Who Cassandra foi essencial para entendermos o Nono Doutor. Ele era o Doutor que estava de luto, que estava quebrado pela Guerra do Tempo. Sua aparente frieza era uma armadura, uma forma de lidar com a dor insuportável que carregava. Ele ainda era o herói, claro, mas um herói com profundas cicatrizes, capaz de decisões difíceis e, por vezes, chocantes.

O episódio “The End of the World” cumpriu seu papel não apenas como uma aventura espacial interessante, mas como uma peça fundamental na construção do personagem do Nono Doutor, mostrando desde cedo que por trás do sorriso torto e das piadas rápidas, havia um mar de dor e a capacidade de ser surpreendentemente impiedoso quando seus traumas vinham à tona. Um começo e tanto para uma era inesquecível de ‘Doctor Who’!

Conclusão: Uma Lição Sobre o Trauma do Herói

O confronto entre Doctor Who Cassandra no episódio “The End of the World” de 2005 foi muito mais do que um simples momento de vilão recebendo o que merece. Foi uma janela direta para a alma ferida do Nono Doutor.

A decisão brutal de deixá-la morrer, motivada pelo eco da Guerra do Tempo e pela repulsa às ações egoístas dela que espelhavam a destruição que ele viveu, revelou a profundidade do trauma que o personagem carregava. Esse episódio estabeleceu que o Doutor, mesmo sendo o herói, não era intocável pelas consequências de seu passado e que sua dor podia levá-lo a caminhos sombrios. Um lembrete poderoso de que mesmo os Senhores do Tempo podem ser assombrados por seus fantasmas.

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Perguntas Frequentes sobre Doctor Who e Cassandra

Quem é Cassandra em Doctor Who?

Cassandra O’Brien.Δ17 se apresenta como a última humana viva no futuro distante. Sua aparência é resultado de inúmeras cirurgias plásticas e ela aparece no episódio “The End of the World”.

Qual era o plano de Cassandra no episódio “The End of the World”?

Cassandra sabotou a Plataforma Um, onde os convidados assistiam à destruição da Terra, para criar uma situação de reféns e lucrar com o resgate, a fim de financiar suas cirurgias cosméticas.

Por que o Nono Doutor deixou Cassandra morrer?

A decisão do Doutor foi motivada pelo trauma da Guerra do Tempo. Ele viu as ações egoístas e destrutivas de Cassandra como um reflexo da devastação que ele viveu, e sua dor e repulsa o levaram a abandoná-la.

Como a Guerra do Tempo afetou o Nono Doutor?

A Guerra do Tempo, que supostamente aniquilou os Senhores do Tempo e os Daleks, deixou o Nono Doutor como o último de sua raça. Esse trauma o tornou melancólico, rápido para a raiva e capaz de decisões implacáveis, moldando profundamente sua personalidade.

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