A temporada ‘Dexter: Ressurreição’ prometeu um reencontro familiar emocionante entre Dexter e Harrison, mas cometeu um erro narrativo crucial ao ignorar completamente Astor e Cody Bennett, os meio-irmãos de Harrison. Essa falha, já presente em ‘Dexter: New Blood’, compromete a profundidade da trama familiar e o legado de Dexter, deixando lacunas significativas na jornada de Harrison e no fechamento desses personagens importantes.
Se você é fã de carteirinha do nosso serial killer favorito e mergulhou de cabeça em ‘Dexter Ressurreição‘, deve ter sentido uma pontinha de esperança de que a série corrigiria alguns tropeços do passado. A promessa era de um retorno triunfal, com Dexter tentando se reconectar com seu filho, Harrison. Mas, para a surpresa (e frustração) de muitos, a trama cometeu um erro gigantesco ao ignorar completamente dois personagens cruciais na vida de Harrison: seus irmãos, Astor e Cody Bennett. E olha, essa falha não é novidade, vindo direto das sombras de ‘Dexter: New Blood’.
‘Dexter: Ressurreição’ e o Dilema Familiar Esquecido
Uma das maiores apostas de ‘Dexter: Ressurreição’ era aprofundar a ideia de família. A temporada inteira girou em torno de Dexter e Harrison tentando reconstruir uma relação, descobrindo o poder transformador do amor familiar. Era para ser um mergulho profundo nas complexidades dos laços de sangue e, mais ainda, dos laços de coração. Afinal, a franquia ‘Dexter’ sempre teve a família como um de seus pilares, mesmo que de um jeito peculiar.
No entanto, em meio a essa busca por redenção e conexão, a série inexplicavelmente deixou de lado dois elos fundamentais: Astor e Cody Bennett. Para quem não se lembra – ou para quem é novo nesse universo –, Astor e Cody são os filhos de Rita Bennett, a falecida esposa de Dexter, e, portanto, meio-irmãos de Harrison. Após a trágica morte de Rita, Dexter, em sua “sabedoria” duvidosa, os enviou para morar com os avós paternos, essencialmente se afastando de suas vidas. E agora, em uma temporada que grita “família”, eles simplesmente evaporaram da narrativa, como se nunca tivessem existido.
Essa omissão é mais do que um deslize; é um buraco na trama. Como uma série pode focar tanto na importância do amor e da reconexão familiar se ignora metade da árvore genealógica de seu protagonista mais jovem? É como montar um quebra-cabeça e deixar várias peças importantes de fora, esperando que ninguém note a imagem incompleta. Para os fãs mais atentos, a ausência de Astor e Cody não só foi notada, como também questionada, e com razão.
Um Erro Reincidente: O Esquecimento que Veio de ‘New Blood’
E aqui está a parte que mais dói: esse não é um problema novo. ‘Dexter: New Blood’ já tinha cometido a mesma gafe, deixando Astor e Cody totalmente de lado. Pense bem: Harrison viajou milhares de quilômetros para encontrar Dexter em Iron Lake, buscando respostas e, talvez, uma família. Mas em nenhum momento ele sequer cogitou procurar seus meio-irmãos. É como se a existência deles fosse um detalhe insignificante, um mero rodapé na sua própria história.
Dexter, por sua vez, teve sua própria jornada de autodescoberta em ‘New Blood’, prometendo se tornar um pai mais presente e aceitar seus filhos. Uma revelação e tanto, certo? Mas, aparentemente, essa lição de paternidade só valia para Harrison. Astor e Cody, que também foram abandonados por ele de certa forma, não se encaixaram nessa nova filosofia. Essa seletividade na “redenção paterna” de Dexter não apenas é contraditória, mas também enfraquece a credibilidade de sua transformação.
Essa repetição de erro em ‘Dexter: Ressurreição’ é ainda mais gritante porque a série tinha a chance de corrigir o passado. Em vez disso, optou por caminhar novamente pelo mesmo atalho narrativo, perdendo a oportunidade de enriquecer a história de Harrison e de dar um desfecho mais completo aos personagens que fizeram parte da vida de Dexter por tanto tempo. É um ciclo vicioso de esquecimento que compromete a profundidade emocional que a franquia tanto busca.
A Importância Perdida dos Irmãos de Harrison na Trama de ‘Dexter Ressurreição’
A presença de Astor e Cody poderia ter adicionado camadas de complexidade e emoção à jornada de Harrison. Pense no potencial! Eles são, afinal, o elo mais direto de Harrison com a memória de sua mãe, Rita. Além da trágica história de sua morte, o que Harrison realmente sabe sobre Rita? Seus irmãos poderiam ter preenchido essa lacuna, compartilhando memórias, anedotas e uma perspectiva diferente sobre a mulher que os criou.
Imagine Harrison conhecendo seus irmãos, não apenas como figuras do passado, mas como pessoas que também foram afetadas pelo “legado” de Dexter. Eles poderiam ter oferecido a ele um senso de pertencimento, uma família que não estivesse ligada diretamente ao “passageiro sombrio” de seu pai. Essa conexão poderia ter sido um porto seguro, um contraponto à complicada relação com Dexter, e uma forma de Harrison explorar sua própria identidade, separada da sombra de seu pai.
Além disso, a interação com Astor e Cody poderia ter ajudado Harrison a entender melhor a dinâmica de sua própria família, incluindo os traumas e as perdas. Eles, mais do que qualquer outro personagem, viveram a experiência de ter Dexter como padrasto e de perder Rita de forma brutal. Essa bagagem compartilhada poderia ter criado uma conexão poderosa e oferecido a Harrison uma perspectiva mais ampla sobre o impacto das ações de Dexter em suas vidas. É uma oportunidade de desenvolvimento de personagem que ‘Dexter: Ressurreição’ deixou escapar entre os dedos.
Confronto e Fechamento: O Que Astor e Cody Mereciam
Não é apenas Harrison que foi privado de uma conexão importante; Astor e Cody também mereciam seu próprio momento de confronto e, principalmente, de fechamento. Dexter os abandonou, em certo sentido, ao enviá-los para longe após a morte de Rita. Embora fosse uma tentativa de protegê-los da escuridão de sua vida, essa decisão teve um impacto profundo em suas vidas. Eles cresceram sem a figura paterna que Dexter representava, mesmo que de forma conturbada.
Agora que Dexter estava “de volta” e, em ‘Dexter: Ressurreição’, se apresentava novamente como Dexter Morgan, a oportunidade para Astor e Cody rastreá-lo ou para que ele os procurasse era enorme. Eles tinham todo o direito de confrontar o homem que foi seu padrasto, de expressar a dor do abandono e de buscar suas próprias respostas. Esse encontro poderia ter sido catártico, não só para eles, mas para o público, que sempre se perguntou sobre o destino desses personagens.
A inclusão de Astor e Cody poderia ter elevado a profundidade emocional da série, mostrando as ramificações de longo alcance das escolhas de Dexter. Não se tratava apenas de Harrison e de seu “passageiro sombrio”, mas também de como a vida de Dexter impactou outras pessoas, especialmente crianças que ele prometeu proteger. Sem esse fechamento, a narrativa de família em ‘Dexter: Ressurreição’ permanece incompleta, com pontas soltas que ecoam a falta de consideração por esses personagens importantes.
O Legado de Dexter e a Família Morgan/Bennett Incompleta
Quando olhamos para a árvore genealógica de Dexter, vemos que ela é complexa e cheia de perdas. Rita Morgan, sua esposa; Astor Bennett, sua enteada; Cody Bennett, seu enteado; Harrison Morgan, seu filho biológico; e até Hannah McKay, mãe adotiva de Harrison. É uma constelação de pessoas que, de uma forma ou de outra, foram moldadas pela presença (e ausência) de Dexter.
Ao ignorar Astor e Cody, ‘Dexter: Ressurreição’ não apenas falhou em sua própria premissa de “família”, mas também deixou um buraco no legado da franquia. Como podemos aceitar que uma história sobre as consequências do passado e a busca por redenção ignore figuras tão centrais para o passado de Dexter e Harrison? É como se a série quisesse reescrever a história, apagando personagens que foram importantes para a construção do universo ‘Dexter’.
Para que a história de Dexter e, principalmente, a de Harrison, seja verdadeiramente completa e ressonante, a presença de Astor e Cody é fundamental. Eles representam não apenas a família “normal” que Dexter tentou ter, mas também as vítimas indiretas de sua vida dupla. Se a franquia ‘Dexter’ realmente quiser explorar as profundezas da família e do legado, precisa parar de varrer esses personagens para debaixo do tapete. É hora de dar a eles o reconhecimento e o fechamento que merecem, e à história de Harrison, a complexidade que ela clama.
Conclusão: O Que ‘Dexter Ressurreição’ Perdeu ao Ignorar Astor e Cody
No final das contas, ‘Dexter: Ressurreição’ tinha tudo para ser a redenção que os fãs esperavam, especialmente no que diz respeito à trama familiar. A série conseguiu corrigir alguns erros de ‘Dexter: New Blood’, mas infelizmente tropeçou novamente ao negligenciar Astor e Cody Bennett. Essa omissão não só contradiz o foco da temporada na importância da família, como também priva Harrison de uma conexão vital com sua herança e seus irmãos, e tira de Astor e Cody a chance de um merecido fechamento.
A ausência desses personagens deixa um vazio significativo na narrativa, comprometendo a profundidade emocional e a credibilidade da jornada de Harrison. Para que o legado de Dexter seja verdadeiramente explorado e para que a história de seus filhos encontre um desfecho completo, é essencial que a franquia reconheça e integre Astor e Cody em futuras narrativas. Afinal, uma família, por mais disfuncional que seja, só é completa quando todos os seus membros são lembrados e suas histórias, contadas. E você, sentiu falta deles?
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Perguntas Frequentes sobre ‘Dexter: Ressurreição’ e a Família de Harrison
Quem são Astor e Cody Bennett na franquia Dexter?
Astor e Cody são os filhos de Rita Bennett, a primeira esposa de Dexter, e, portanto, meio-irmãos de Harrison Morgan. Eles viveram com Dexter após a trágica morte de Rita antes de serem enviados para morar com os avós paternos.
Por que a ausência de Astor e Cody em ‘Dexter: Ressurreição’ é considerada um erro?
A temporada focou intensamente na relação familiar entre Dexter e Harrison. Ignorar os meio-irmãos de Harrison, que também foram criados por Dexter e têm um laço direto com a mãe de Harrison, Rita, contradiz essa premissa e deixa a narrativa familiar incompleta.
A série ‘Dexter: New Blood’ também ignorou Astor e Cody?
Sim, ‘Dexter: New Blood’ já havia cometido o mesmo erro ao não incluir Astor e Cody na busca de Harrison por seu pai, nem na jornada de redenção de Dexter, que parecia se focar apenas em Harrison.
O que a presença de Astor e Cody poderia ter adicionado à trama de Harrison?
Eles poderiam ter oferecido a Harrison uma conexão vital com a memória de sua mãe Rita, um senso de pertencimento familiar fora da sombra de Dexter, e uma perspectiva mais ampla sobre o impacto das ações de Dexter em suas vidas, enriquecendo a profundidade emocional da história.
Astor e Cody mereciam um fechamento na série?
Sim, como personagens que foram abandonados por Dexter e afetados por sua vida, eles mereciam um momento de confronto e fechamento. Sua inclusão poderia ter explorado as ramificações de longo alcance das escolhas de Dexter, tornando a narrativa mais completa.