‘Cruella’: Dois lados de um mesmo eu

Cinema: Trazendo de volta a infância de muitas pessoas que cresceram se divertindo com os 101 dálmatas, o filme Cruella traz para o público uma nova visão sobre Cruella DeVil, uma das vilãs mais amadas e odiadas dos desenhos infantis, abordando desde a infância difícil até a vida adulta da personagem, dando trabalho para Emma Stone, que numa belíssima atuação conseguiu representar a dualidade entre Stella e Cruella.

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Emma Stone em seu papel de Cruella. Fonte: Divulgação.

Durante a infância, sua “mãe” se esforçava para que Stella conseguisse se enquadrar nos moldes da sociedade, tentando fazer com que a filha fosse menos diferente e problemática, porém, sem sucesso, tendo dificuldades em lidar com a personalidade forte da personagem interpretada pela atriz mirim Tipper Seifert-Cleveland, que também desempenhou seu papel com maestria. 

Ainda na sua infância, a jovem Stella se depara com uma cena trágica: a morte de sua mãe. Entrando em desespero, a criança corre e corre até chegar na cidade, e então, encontrar outros dois personagens fundamentais da trama: Jasper (Joel Fry) e Horácio (Paul Walter Hauser), ambos também órfãos. Apesar de nos primeiros tempos de sua vida, Stella ser apresentada como uma personagem que poderia ser considerada “má”, visto que junto a seus novos amigos fora se tornando cada vez mais profissional em alguns tipos de golpes e roubos, essa situação é amenizada no desenrolar do filme, como se a personagem tivesse feito o que tinha que fazer para sobreviver após a perda de sua mãe.

Já na fase adulta, agora desempenhada por Emma Stone, a personagem se esforça cada vez mais para conseguir seu lugar dentro da moda. Realizando alguns serviços de limpeza, acaba se embriagando, o que dá a ela a coragem para remontar a vitrine principal da loja em que trabalha. No dia seguinte ao fato, a Baronesa aparece, se impressiona, e contrata a jovem estilista. Então, Emma dá vida a uma nova personagem, Cruella, que, se não fossem os indícios, eu particularmente nem saberia dizer se tratar da mesma atriz, visto a brilhante atuação da renomada atriz.

Lutando para conseguir seu lugar dentro da moda, além da busca pela vingança da morte de sua mãe, a história se desenrola de forma similar a outros filmes da mesma categoria: A vilã parece estar ganhando até que então o plano mirabolante do “lado do bem” dá certo para que a história termine com um final feliz.

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Cruella deixa o público julgar sua índole. Fonte: Reprodução

Dando a entender que o filme terá continuação, com uma cena final pós-créditos em que alguns Dálmatas filhotes são enviados como presentes à personagens de destaque do filme, a história surpreende ao trazer os dois lados da história de Cruella, deixando para o público a decisão de julgar se a personagem é realmente uma sociopata, ou se as condições de vida e situações que viveu fizeram com que agisse da forma como agiu.

Além do destaque para as atrizes que interpretaram Stella/Cruella, os cachorros também são grandes personagens. Aparecendo durante quase todo o filme, exercem importante função em diversos acontecimentos da trama.

A parte artística também é fundamental: a trilha sonora ganha um espaço para o bom desenrolo do filme. Com músicas clássicas como Bee Gees, The Doors e Florence and The Machine (entre outros), as falas e acontecimentos do filme casam muito bem com a trilha. Além disso, as peças produzidas por Cruella ganham um grande destaque, juntamente com a fotografia do filme, que se aproveita do tema para dar importância às roupas, acessórios, cabelos e maquiagens dos personagens.

Trailer do filme Cruella

Vale a pena?

De forma geral o filme agrada mais do que desagrada, podendo ser visto por quase todas as faixas etárias (De 12 anos para cima), conseguindo alegrar tanto os fanáticos por filmes infantis quanto aqueles que gostam de ação, perseguição e vingança, deixando um gostinho de quero mais para uma continuação.

O filme conta com a direção de Craig Gillespie e no elenco as grandes Emma Thompson e Emma Stone, além de Mark Strong, Paul Walter Hauser, Joel Fry e Tipper Seifert-Cleveland. A duração é de 2h14min. 

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