A crítica de ‘Summer of 69’ avalia a comédia de amadurecimento sobre Abby e Santa Monica. Dirigido por Jillian Bell, o filme aborda autodescoberta e aceitação, mas a execução é morna, destacando-se a falta de química entre as protagonistas e uma trama previsível com soluções fáceis. Apesar dos pontos fracos, o longa é elogiado pelo tratamento respeitoso dos personagens e da sexualidade.
Prepare-se para dar um mergulho no universo do cinema, porque vamos falar sobre Summer of 69! Se você curte uma boa comédia que tenta ser diferente, mas nem sempre acerta o alvo, chegou ao lugar certo. O filme ‘Summer of 69’ promete risadas e talvez algumas reflexões, mas será que ele entrega o que propõe? Vamos descobrir juntos nesse bate-papo sincero!
O Que é ‘Summer of 69’ Afinal?
Não se engane pelo título, que pode soar meio retrô ou até… picante. ‘Summer of 69’ na verdade se passa nos dias de hoje e tenta ter um tom moderno e fofo ao mesmo tempo. É a história de Abby, uma garota que se sente meio perdida, e Santa Monica, uma dançarina adulta que ela contrata. A missão? Ajudar Abby a ganhar confiança para conquistar o crush dos sonhos.
O filme marca a estreia na direção de longas de Jillian Bell, que você talvez conheça como roteirista ou atriz de comédias. A ideia por trás de ‘Summer of 69’ é super legal e tem uma mensagem bem bacana sobre autodescoberta e aceitação. Mas, como nem tudo são flores no mundo do cinema, o filme escorrega um pouco ao não se aprofundar de verdade na jornada dos personagens. Parece que eles ficaram confortáveis demais, sem enfrentar grandes desafios.
Uma Comédia “Sexless”? Entenda!
Pode soar estranho para uma “comédia sexual”, mas ‘Summer of 69’ é surpreendentemente… sem sexo. E olha, talvez isso seja um passo interessante para histórias adolescentes que querem fugir do óbvio e da exploração. A intenção de abordar temas de forma mais leve pode ser positiva. O problema é que, ao evitar qualquer tipo de “declaração” ou ir mais fundo, o filme acaba ficando em um limbo esquisito. Não tem muita coisa que realmente acontece, sabe?
Em vez de uma história que se desenrola de forma coesa, ‘Summer of 69’ parece mais uma colcha de retalhos. São várias pequenas cenas que lembram outros filmes de amadurecimento (os famosos *coming-of-age*), mas sem a mesma força. Teve momentos que me fizeram rir, sim, ou pelo menos dar um sorrisinho. Mas isso não foi o suficiente para compensar a falta de uma trama que me prendesse de verdade. Faltou aquela faísca que faz a gente se importar com o que vai acontecer.
É como se a comédia tivesse medo de arriscar, de ir para um lado ou para o outro. E nesse meio-termo, ela perde a chance de causar impacto. Para um filme chamado ‘Summer of 69’, que o título sugere algo mais ousado ou ligado a uma época de liberdade, ele joga super seguro. E segurança demais em comédia pode ser sinônimo de… tédio.
A Química Que Não Rolou em ‘Summer of 69’
Um dos pontos cruciais de qualquer filme que dependa de uma dupla central é a química entre os atores. E em ‘Summer of 69’, Sam Morelos, que faz a Abby, e Chloe Fineman, a Santa Monica, simplesmente não convencem como uma dupla que está construindo uma amizade ou uma relação de mentoria. Dá para sentir um desconforto no ar, e não é aquele desconforto “interessante” que a própria personagem Santa Monica fala que devemos buscar.
Chloe Fineman, que vem do ‘Saturday Night Live’, é super talentosa e engraçada por si só. Mas no filme, a energia que ela transmite é quase de alguém que não queria estar ali. É chocante, de verdade! A personagem Santa Monica está meio para baixo, buscando um rumo na vida, sim. Mas mesmo nas cenas que deveriam ser mais fofas ou de conexão, Fineman parece meio azeda. Não é o tipo de mentora que eu gostaria de ter, confesso.
Por outro lado, Abby, interpretada por Sam Morelos, é um papel difícil de dar vida. Ela é para ser a típica “loser” do colégio, o arquétipo que a gente já viu em tantos filmes. O problema é que ‘Summer of 69’ não coloca a Abby em situações que sejam realmente estranhas, embaraçosas ou desafiadoras. Para um filme que supostamente teria conteúdo “explícito” ou “ousado”, ele não se joga. E não é que eu quisesse ver algo chocante ou ofensivo – longe disso! Deixo essa parte do gênero de comédia adolescente para trás sem problema nenhum.
Minha expectativa era ver as personagens serem empurradas para fora da zona de conforto. Queria que a jornada delas tivesse riscos, que a gente sentisse a tensão em pelo menos um momento do filme. Mas isso simplesmente não acontece. A falta de química entre Morelos e Fineman só acentua essa sensação de que nada de muito relevante está em jogo.
Personagens Rasos e Soluções Fáceis
Outro ponto que me incomodou em ‘Summer of 69’ foi a falta de profundidade dos personagens e como a história se desenrola de forma previsível. Há um elenco de apoio que aparece aqui e ali, e até a diretora Jillian Bell faz uma pequena participação em uma loja que deixa Abby ansiosa. Mas, assim como a maioria das escolhas da trama, esses personagens secundários parecem ser apenas ferramentas para fazer a história andar.
Eles surgem no momento perfeito, seja para dar um discurso motivacional ou para resolver um problema financeiro com alguns milhares de dólares. É o tipo de coisa que facilita demais a vida dos protagonistas. Embora o objetivo de um filme como ‘Summer of 69’ não seja ter um roteiro super complexo, a falta de desenvolvimento dos personagens não compensa essas soluções fáceis que aparecem a cada obstáculo.
Quase me importei com Abby e Santa Monica em alguns momentos, quase quis saber mais sobre o futuro delas. Mas a gente só aprende o básico: Abby quer ter sua primeira experiência sexual e gosta de videogame. Santa Monica quer salvar o clube onde trabalha e tem medo da reunião de colegial. É basicamente isso. Não tem muito mais camadas ou complexidades. Algumas experiências meio doidas e uma briga não constroem uma amizade de verdade, e ‘Summer of 69’ parece preguiçoso ao pensar que sim.
Faltou explorar as motivações, os medos, os sonhos dessas mulheres de forma mais profunda. Faltou mostrar a construção da relação delas, os perrengues, as vitórias conjuntas. A sensação é que os personagens existem apenas para cumprir uma função na trama, sem a riqueza que os faria parecer pessoas reais.
O Respeito Pelos Personagens: Um Ponto Positivo
Apesar das críticas, ‘Summer of 69’ tem um grande mérito: o respeito com que trata seus personagens. E isso é especialmente notável na forma como a personagem de Santa Monica, que é uma trabalhadora sexual, é retratada. Deveria ser algo comum, mas nem sempre vemos no cinema: trabalhadoras sexuais sendo mostradas como pessoas completas, com vidas, amigos, medos e sonhos, assim como qualquer outra pessoa.
‘Summer of 69’ é um ótimo exemplo de como incorporar sensibilidades modernas na história de forma natural, sem parecer forçado ou “lacrador” (como alguns gostam de rotular). O filme, mesmo sendo “sexless” (sem cenas de sexo explícito), é super positivo em relação ao sexo de uma maneira saudável. Ele incentiva jovens, que talvez se identifiquem com a Abby, a buscar experiências que sejam divertidas e seguras, no tempo certo de cada um. Essa abordagem é leve e responsável, o que é muito bem-vindo em um filme voltado para o público jovem.
É uma pena que essa qualidade não se estenda a outros aspectos do filme, como o desenvolvimento da trama e dos personagens. Mas o cuidado com que a sexualidade e as diferentes realidades são abordadas em ‘Summer of 69’ é algo a ser aplaudido. Mostra que é possível falar sobre esses temas de forma respeitosa e educativa, sem cair em clichês ou estereótipos prejudiciais.
Tropes e Referências: Muleta ou Homenagem?
Eu adoro ‘Negócio Arriscado’ tanto quanto qualquer fã de Tom Cruise. E ‘Summer of 69’ faz várias referências a comédias clássicas ao longo da projeção. O problema é que, em vez de parecerem homenagens divertidas que enriquecem o filme e o conectam com a história do gênero, essas alusões soam mais como uma muleta. É como se o filme não tivesse confiança para se sustentar sozinho e precisasse se apoiar nos ombros de gigantes do passado.
Referências podem ser ótimas, mas é fácil exagerar e usá-las para disfarçar a falta de originalidade ou profundidade. O mesmo vale para a narração em off. Começar um filme com uma narração longa e explicativa nunca é o melhor caminho para me conquistar, e em ‘Summer of 69’, ela nem sequer me deu informações suficientes para me importar com a Abby desde o início. É um recurso que, no meu ponto de vista, só evidencia a dificuldade do roteiro em mostrar a história em vez de contá-la.
Embora algumas dessas críticas possam se aplicar ao gênero de comédia adolescente em geral, vi lampejos em ‘Summer of 69’ que mostravam que o filme era mais inteligente do que parecia. Havia potencial para brincar com os clichês de uma forma interessante, sem perder o interesse e a tensão. É decepcionante ser duro com o filme, porque a base da história é boa. Com algumas escolhas diferentes, a diretora e a roteirista poderiam ter explorado os temas e tropes de forma muito mais eficaz.
A gente torce para que ‘Summer of 69’ sirva pelo menos para abrir portas para conversas mais atuais e divertidas em futuros filmes de amadurecimento. Que as próximas produções não tenham medo de se jogar e se divertir com suas próprias premissas, sem precisar se escorar tanto no que já foi feito.
Conclusão: Vale a Pena Dar Play em ‘Summer of 69’?
‘Summer of 69’ chega ao Brasil pelo Disney+ em 9 de maio de 2025 com uma proposta interessante, mas que tropeça na execução. Apesar de ter um coração bom e tratar seus personagens com respeito (especialmente no que diz respeito à sexualidade e ao trabalho sexual), o filme sofre com a falta de química entre as protagonistas, personagens pouco desenvolvidos e uma trama que se apoia em soluções fáceis e referências excessivas.
Para uma comédia que se propõe a ser ousada (pelo título), ela é surpreendentemente morna e não arrisca. Se você busca uma comédia leve, sem grandes pretensões e com uma mensagem positiva sobre autoaceitação, ‘Summer of 69’ pode render alguns sorrisos. Mas se espera algo com mais profundidade, personagens marcantes e uma história envolvente, talvez seja melhor procurar em outro lugar no catálogo do Disney+.
No fim das contas, ‘Summer of 69’ é um filme que tinha tudo para ser mais, mas fica no meio do caminho. É uma pena, porque a base era sólida. Resta torcer para que as próximas comédias adolescentes aprendam com os acertos (como o respeito aos personagens) e os erros (como a falta de desenvolvimento e ousadia) dessa produção.
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Perguntas Frequentes sobre ‘Summer of 69’
O que é o filme ‘Summer of 69’?
É uma comédia de amadurecimento sobre Abby, uma adolescente que contrata a dançarina adulta Santa Monica para ganhar confiança e conquistar seu crush.
Quem dirige ‘Summer of 69’?
O filme marca a estreia na direção de longas de Jillian Bell.
‘Summer of 69’ é uma comédia sexual?
Apesar do título, o filme é descrito como “sexless” (sem sexo explícito), abordando temas de forma mais leve e focando na autodescoberta e autoaceitação.
Quais são as principais críticas a ‘Summer of 69’?
As críticas apontam falta de química entre as protagonistas, personagens rasos, soluções fáceis para os problemas e uma trama que não arrisca, tornando-se morna.
‘Summer of 69’ tem algum ponto positivo?
Sim, a crítica destaca o respeito com que o filme trata seus personagens, especialmente a personagem de Santa Monica, e a abordagem positiva e responsável sobre a sexualidade.
Onde e quando ‘Summer of 69’ será lançado no Brasil?
O filme chega ao Brasil pelo Disney+ em 9 de maio de 2025.