Crítica de ‘Bride Hard’: 3 motivos para passar longe deste filme

A crítica de ‘Bride Hard’ revela que, apesar de uma premissa promissora e um elenco talentoso, a comédia de ação com Rebel Wilson e direção de Simon West falha em misturar gêneros, entregando um roteiro fraco, inconsistência tonal e piadas sem graça. O filme decepciona por não conseguir equilibrar ação e comédia, resultando em uma experiência cansativa e previsível que não vale o ingresso.

Se você estava ansioso pela estreia de ‘Bride Hard’, a mais nova comédia de ação que prometia ser o próximo grande sucesso, prepare-se para uma dose de realidade. Nossa crítica Bride Hard chegou para te avisar: talvez seja melhor você reconsiderar seus planos para o cinema. O filme, que tenta misturar a loucura de uma comédia de casamento com a adrenalina de um thriller de reféns, acaba caindo numa armadilha de clichês e oportunidades perdidas. E, olha, a decepção é grande!

‘Bride Hard’: Uma Promessa Que Virou Pesadelo?

'Bride Hard': Uma Promessa Que Virou Pesadelo?

Imagina só: você pega a vibe hilária de ‘Missão Madrinha de Casamento’, adiciona a tensão de ‘Duro de Matar’ e coloca Rebel Wilson no centro de tudo. A premissa de ‘Bride Hard’ soa perfeita no papel, certo? A história segue uma madrinha de honra que, secretamente, é uma agente governamental letal. Quando mercenários invadem o casamento de sua melhor amiga, suas duas vidas colidem, e a ação começa. Um cenário explosivo para risadas e adrenalina! Mas, infelizmente, o que parecia uma receita de sucesso se transformou em um prato sem sabor, e a verdade é que essa mistura não deu liga.

O grande problema dessa comédia de ação reside na execução. Um filme que navega por dois gêneros tão distintos precisa de uma sincronia impecável entre direção e atuação. Pense em nomes como Edgar Wright dirigindo Sandra Bullock, ou James Gunn com Jennifer Lawrence – artistas que conseguem equilibrar comédia e ação com maestria. ‘Bride Hard’, por outro lado, uniu um diretor experiente em ação com uma atriz brilhante na comédia, mas a química entre os estilos simplesmente não aconteceu, deixando o público no meio de um turbilhão de cenas desconexas.

Quando a Ação Não Encaixa na Comédia (e Vice-Versa)

O diretor Simon West é um nome de peso no cinema de ação. Seu primeiro filme, ‘Con Air: A Rota da Fuga’, é um clássico atemporal do gênero, e ele também comandou um dos melhores filmes da franquia ‘Os Mercenários’, além de alguns veículos de sucesso com Jason Statham. Ou seja, quando o assunto é tiroteios, explosões e perseguições, West sabe o que faz. Ele domina o ritmo da adrenalina, da pancadaria e da tensão que te prende na cadeira. Mas, quando a cena pedia uma piada para aterrissar, um diálogo rápido ou um momento de humor orgânico, a magia se desfazia. O ritmo cômico simplesmente não era o mesmo.

Por outro lado, temos Rebel Wilson, uma estrela que brilha intensamente no universo da comédia. Ela é a rainha das tiradas sarcásticas e do humor sem papas na língua, como vimos em ‘A Escolha Perfeita’. Sua habilidade em entregar falas secas e hilárias é inegável, e ela consegue arrancar risadas com um simples olhar. No entanto, em ‘Bride Hard’, a tentativa de transformá-la em uma heroína de ação não convence. É dolorosamente óbvio quando a câmera corta para sua dublê, quebrando completamente a ilusão e nos tirando do filme. Essa constante quebra da imersão é um dos maiores pontos fracos do longa, impedindo que a gente acredite na personagem como uma agente secreta capaz de lutar.

A falta de harmonia entre a direção de ação de West e o talento cômico de Wilson é a rachadura central que impede ‘Bride Hard’ de se sustentar. É como tentar encaixar peças de quebra-cabeça de formatos diferentes: por mais que você force, elas nunca se completam perfeitamente. O resultado é um filme que não é nem uma comédia de ação empolgante, nem um thriller de reféns que te prende do início ao fim, deixando a audiência em um limbo de expectativas não atendidas.

Os Raríssimos Raios de Sol em um Dia Nublado

Os Raríssimos Raios de Sol em um Dia Nublado

Para ser justo, ‘Bride Hard’ não é um desastre completo em todos os segundos. Existem alguns momentos isolados que brilham, especialmente quando a ação se mistura de forma criativa com o cenário do casamento. As cenas de luta, por exemplo, conseguem encontrar maneiras hilárias e engenhosas de usar objetos mundanos que você encontraria em qualquer festa de casamento como armas. Estamos falando de um babyliss, uma bandeja de servir, uma garrafa de champanhe e até mesmo um maçarico de crème brûlée sendo usados de formas inesperadas para o combate.

Outro ponto alto é a trilha sonora. A cena de uma briga na cozinha ao som de It’s Raining Men é um achado memorável, que combina perfeitamente com a loucura do momento e arranca um sorriso. E, para os fãs de um bom Chekhov’s gun (o princípio narrativo de que se uma arma aparece no primeiro ato, ela deve ser usada no terceiro), ‘Bride Hard’ acerta em cheio. O filme introduz um canhão da Guerra Civil ao chegarem ao local do casamento, e é uma delícia ver esse canhão ser, de fato, utilizado no ato final, entregando uma explosão de diversão. Contudo, esses lampejos de criatividade são poucos e espaçados, e o filme não consegue construir uma experiência consistente a partir deles. A diversão começa e termina nesses momentos isolados, deixando o resto da produção em um tom medíocre.

Elenco de Peso, Roteiro Leve: O Desperdício de Talentos em ‘Bride Hard’

Um dos aspectos mais frustrantes dessa crítica Bride Hard é ver um elenco tão talentoso sendo subaproveitado por um roteiro fraco. O filme reúne alguns atores realmente maravilhosos, que, em outras produções, brilharam intensamente. Temos Anna Camp, colega de Rebel Wilson em ‘A Escolha Perfeita’, interpretando a noiva; Anna Chlumsky, conhecida por seu trabalho brilhante em ‘Veep’, como a cunhada passivo-agressiva e vingativa; e a vencedora do Oscar Da’Vine Joy Randolph, que rouba a cena em cada aparição como a madrinha imprevisível e carismática.

Stephen Dorff se diverte muito no papel do líder dos vilões, lembrando um pouco o icônico Hans Gruber de ‘Duro de Matar’, com sua performance exagerada e caricata. E Sherry Cola, de ‘Perseguição: A Estrada da Morte’, faz o seu melhor para elevar um material que é, francamente, insosso. É evidente que esses atores se esforçam para dar vida a seus personagens e injetar alguma energia na trama. No entanto, o roteiro de ‘Bride Hard’ é tão genérico e sem inspiração que, mesmo com todo esse talento em cena, o filme acaba parecendo uma produção feita para a TV. É uma pena que a capacidade desses grandes artistas seja desperdiçada em um projeto que não lhes dá espaço para brilhar de verdade.

A sensação é de que o filme tinha um cheque em branco para contratar um elenco estelar, mas esqueceu de investir no que realmente importa: uma história sólida e diálogos inteligentes. O resultado é um desperdício de potencial que deixa qualquer fã de cinema com um gosto amargo na boca. Essa comédia de ação tinha tudo para ser um veículo para essas estrelas, mas, em vez disso, tornou-se um palco para a mediocridade do roteiro, onde nem mesmo os melhores atores conseguem salvar a produção do naufrágio.

Uma Montanha-Russa de Tons Que Não Leva a Lugar Nenhum

Uma Montanha-Russa de Tons Que Não Leva a Lugar Nenhum

Uma das maiores falhas de ‘Bride Hard’ é a sua completa falta de coerência tonal. O filme começa de um jeito, muda para outro e depois para mais um, deixando o espectador confuso e sem saber o que esperar. Ele abre com uma montagem emocionante e sincera de filmes caseiros da infância, o que é estranhamente sério para um filme com uma premissa tão absurda. Essa introdução sentimental cria uma expectativa de profundidade emocional que o resto do filme simplesmente não entrega.

Em seguida, somos jogados em gags de slapstick desastradas, como alguém caindo de cara em um canteiro de flores, e toques estilísticos desajeitados, como transições de cena rápidas e efeitos sonoros cartunescos de whoosh. A trilha sonora é outro exemplo dessa esquizofrenia tonal: temos uma partitura de ação exagerada para as cenas de luta, uma música de comédia leve e caprichosa para os momentos de humor, mas, de repente, ela muda para músicas melancólicas e melodramáticas quando o filme tenta forçar a barra em cenas emocionais, mesmo as mais leves. É como se o filme não conseguisse decidir se quer ser engraçado, emocionante ou cheio de ação, e acaba não sendo bom em nenhum dos três.

Essa salada mista de estilos e emoções impede que ‘Bride Hard’ crie uma identidade própria. Não há um ritmo consistente, uma atmosfera definida ou uma voz clara. Essa inconsistência tonal não apenas confunde, mas também afasta o público, que não consegue se conectar com a história ou com os personagens, pois o filme parece estar sempre mudando de ideia sobre o que quer ser. É um problema fundamental que mina a experiência de assistir ao filme do início ao fim.

Onde Estão as Emoções? Por Que ‘Bride Hard’ Perde a Conexão no Ato Final

Chegando ao terceiro ato de ‘Bride Hard’, a desconexão com a trama e os personagens é quase total. O filme tenta desesperadamente que o público se importe com os riscos da situação perigosa em que os personagens se encontram, mas ninguém na tela parece realmente assustado por estar sob a mira de uma arma. Segundos depois de serem feitos reféns, eles estão todos cantando My Neck, My Back para o bebê ainda não nascido de uma das madrinhas. Essa cena, embora talvez pensada para ser hilária, apenas reforça a falta de seriedade do filme em relação à própria trama, e como resultado, a gente simplesmente não consegue se importar.

O longa não se importa o suficiente para levar sua própria história a sério, e também não tem a dose certa de absurdo e diversão para funcionar como uma comédia puramente extravagante. Essa falta de um caminho claro faz com que a gente se perca completamente no terceiro ato. Eu não me importava com o enredo, não me importava com nenhum dos personagens, e muito menos se o casamento iria ou não acontecer. A única coisa que eu queria era que o filme terminasse logo, um sentimento que nenhuma crítica Bride Hard gostaria de ter.

A escrita das piadas é atroz, com momentos constrangedores. Após uma explosão climática, a noiva solta um trocadilho interminável: Pelo menos meu casamento está ‘lit’! (um jogo de palavras com aceso e incrível). A reunião final, cheia de lágrimas, não parece nem um pouco merecida, e as emoções parecem forçadas. Há atuações desajeitadas, diálogos piegas e um enredo previsível, sem falar nos efeitos de tela verde que são de doer os olhos, fazendo com que o filme, em vários momentos, se pareça com algo saído de um canal de filmes natalinos genéricos, como uma piada de um personagem sugere: É como um filme de Natal da Hallmark!. E para coroar a experiência, até mesmo os erros de gravação que rolam junto com os créditos finais não são engraçados. Estamos apenas na metade do ano, mas não seria surpresa se ‘Bride Hard’ acabar sendo um dos piores filmes de 2025.

E aí, convencido a dar uma chance ou prefere passar longe? A verdade é que ‘Bride Hard’ tinha uma premissa incrível e um elenco de peso, mas falha miseravelmente em entregar o prometido. Entre a falta de química entre os gêneros, o roteiro fraco e as piadas que não funcionam, o filme se torna uma experiência cansativa e decepcionante. Para quem busca uma boa comédia de ação, há muitas outras opções por aí que valem muito mais o seu tempo e ingresso. Às vezes, é melhor deixar algumas noivas no altar do que se arriscar em um casamento que já nasce fadado ao fracasso.

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Perguntas Frequentes sobre ‘Bride Hard’

Qual é a premissa de ‘Bride Hard’?

‘Bride Hard’ segue uma madrinha de honra que é secretamente uma agente governamental. Suas duas vidas colidem quando mercenários invadem o casamento de sua melhor amiga, transformando a festa em um cenário de ação e comédia.

Por que ‘Bride Hard’ é considerado uma decepção?

O filme é visto como uma decepção por não conseguir equilibrar a comédia e a ação, resultando em um roteiro fraco, inconsistência tonal, piadas que não funcionam e um desperdício do talento de seu elenco.

Qual o papel de Rebel Wilson e Simon West no filme?

Rebel Wilson estrela como a madrinha de honra e agente secreta, enquanto Simon West é o diretor. O artigo aponta que a falta de química entre o estilo cômico de Wilson e a direção de ação de West é um dos pontos fracos do filme.

Há algum ponto positivo em ‘Bride Hard’?

Sim, o filme apresenta alguns raros momentos de criatividade, como cenas de luta que usam objetos de casamento de formas inusitadas (babyliss, champanhe, maçarico) e uma trilha sonora pontual, além do uso de um canhão da Guerra Civil no ato final. No entanto, são pontos isolados.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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