O filme ‘Guerreiras do K-Pop’ se destacou na Netflix não só pela história e música, mas também pelo inovador design de som de Michael Babcock. A produção usou técnicas do K-pop para criar uma atmosfera sonora coesa, inspirações vocais de artistas como Billie Eilish para os demônios, garfos de afinação para os sons das espadas e até almofadas para os passos de um tigre, resultando em uma experiência auditiva única e imersiva.
Se você já se pegou cantando as músicas de ‘Guerreiras do K-Pop’ ou sentiu um arrepio com os sons dos demônios, prepare-se para mergulhar nos bastidores do incrível Design de Som que transformou essa animação em um fenômeno global. Lançado em 23 de agosto, o filme rapidamente se tornou um dos mais assistidos da Netflix, conquistando corações com sua mistura explosiva de humor, música e uma história emocionante. Mas, por trás de toda essa magia visual e sonora, existe um trabalho minucioso que poucos percebem. E é exatamente isso que vamos explorar hoje!
A Sinfonia Secreta de ‘Guerreiras do K-Pop’: O Coração Musical do Design de Som
Imagine o desafio: criar um universo sonoro que seja tão cativante quanto a própria música K-pop, mas que também funcione para cenas de ação de tirar o fôlego. Essa foi a missão de Michael Babcock, um verdadeiro mestre do som que já deixou sua marca em produções gigantes como ‘A Origem’, ‘Duna: Parte Dois’ e ‘Doutor Sono’. Mas, para ele, ‘Guerreiras do K-Pop’ foi um dos projetos mais criativos e desafiadores de sua carreira.
Babcock, que além de designer de som, editor e mixer, também é músico, percebeu que cada elemento sonoro do filme precisava “dar as mãos” e trabalhar em perfeita harmonia. Essa necessidade de coesão o levou a uma ideia genial: usar as próprias técnicas do K-pop como inspiração. Afinal, a música K-pop é conhecida por sua produção impecável, polimento e atenção aos mínimos detalhes na engenharia de áudio.
Ele aplicou os mesmos conceitos e ferramentas usados na produção de uma canção de K-pop ao universo sonoro do filme. Isso incluiu o uso de reverbs e delays característicos do gênero, além de uma colaboração intensa com a equipe de música para entender como eles estavam moldando os sons das canções contagiantes do filme. O resultado? Uma experiência auditiva que é pura sincronia, onde a música e os efeitos sonoros se entrelaçam de forma orgânica e eletrizante.
Billie Eilish e Outras Vozes Mágicas: Como os Demônios Ganharam Vida Sonora
Em ‘Guerreiras do K-Pop’, a ação não se limita ao nosso mundo. O filme nos transporta para o reino demoníaco, e dar voz a essas criaturas, especialmente ao temível Gwi-Ma, foi outro grande quebra-cabeça para Babcock e sua equipe. E acredite se quiser, a solução para esse enigma veio de artistas como Billie Eilish!
No início, os diretores Maggie Kang e Chris Appelhans compartilharam com Babcock uma playlist cheia de músicas com processamento vocal que eles adoravam. O mais interessante é que não eram apenas canções de K-pop. A lista incluía nomes como Billie Eilish e Imogen Heap, além de outros artistas mais obscuros, todos com performances vocais únicas que poderiam ser manipuladas digitalmente.
As técnicas usadas para criar a voz demoníaca foram uma mistura de tudo isso: um pouco de pitch (alteração de tom), um toque de chorus/harmonização e um tremolo-type stutter (um efeito de gagueira rítmica), além de delays harmônicos gerados por computador. O desafio era fazer com que essas vozes soassem musicais, mas sem serem exatamente música, e que funcionassem tanto para Gwi-Ma quanto para os momentos demoníacos de Rumi e até para os monstros mais comuns. E eles conseguiram, criando um som inconfundível que é ao mesmo tempo arrepiante e hipnotizante.
Garfos de Afinação e Espadas Encantadas: A Música das Batalhas no Design de Som
As ‘Guerreiras do K-Pop’ não seriam nada sem suas armas especiais, e Rumi, Mira e Zoey mostram que entendem do assunto quando empunham suas espadas. Essas cenas de combate foram uma oportunidade de ouro para Michael Babcock continuar sua jornada de integrar o som de forma musical e orgânica. O objetivo era claro: as espadas precisavam ter um toque mágico, mas ainda parecerem espadas de verdade.
A grande sacada foi dar a elas uma “gênese musical”. Afinal, as espadas são usadas até mesmo durante os números musicais do filme, então o som precisava se encaixar perfeitamente. E a solução? Garfos de afinação! Babcock revelou que comprou vários garfos de afinação na Amazon, gravou-os em alta qualidade e os manipulou digitalmente.
O resultado é um som que tem a ressonância de uma espada, mas com uma vibração musical única. O mais impressionante é que, sempre que as espadas entram em ação junto com a música, o som delas é ajustado para corresponder aos tons da trilha sonora ou da canção que está tocando. Esse é um exemplo brilhante de como o design de som pode elevar uma cena de ação, transformando um simples golpe em uma nota da melodia da batalha.
Desvendando o Mistério do Tigre Fofo (e Assustador!)
Nem tudo em ‘Guerreiras do K-Pop’ é sobre demônios e batalhas épicas. Há momentos de pura fofura, como a cena em que um tigre misterioso entrega uma mensagem a Rumi. E pode parecer fácil criar um som para um animal adorável, mas Babcock confessou que fazer algo “fofo” pode ser mais desafiador do que fazer algo “assustador”.
A cena do tigre é um contraste perfeito. Começa com uma tensão sutil – o rangido do chão sob as patas do tigre, dando uma sensação de mistério e até um leve receio, apesar de sua aparência amigável. Cada pequeno som ali foi cuidadosamente planejado. E o segredo por trás dos passos do tigre? Almofadas! Isso mesmo. Cada movimento e pisada do felino foi criado a partir do som de uma almofada sendo batida ou jogada no chão.
Essa técnica permitiu que o som fosse suave e, ao mesmo tempo, manipulado para soar grande e profundo, dando ao tigre uma presença marcante. Criar um som que fosse fofo, mas que transmitisse uma certa imponência e até uma leve ameaça no começo da cena, foi um dos grandes desafios de sonoplastia do filme. É a prova de que cada detalhe, por menor que seja, contribui para a riqueza do universo de ‘Guerreiras do K-Pop’.
O Poder Invisível do Som em ‘Guerreiras do K-Pop’
Como vimos, o sucesso estrondoso de ‘Guerreiras do K-Pop’ não se deve apenas à sua narrativa envolvente e às suas músicas chicletes. O intrincado e inovador design de som de Michael Babcock foi um pilar fundamental para construir a atmosfera única do filme. Desde a integração das técnicas de K-pop na mixagem geral, passando pelas vozes demoníacas inspiradas em Billie Eilish, até o uso criativo de garfos de afinação para as espadas e o segredo das “almofadas” para o tigre, cada escolha sonora foi uma obra-prima de engenharia e arte.
Essa abordagem coesa e musical garantiu que cada aspecto do filme, seja uma cena de ação intensa ou um momento de doçura, fosse amplificado e enriquecido pela trilha sonora invisível. Então, da próxima vez que você assistir a ‘Guerreiras do K-Pop’, preste atenção aos detalhes. Você vai perceber que a magia sonora está presente em cada segundo, transformando a experiência em algo verdadeiramente inesquecível. E se você quiser saber mais sobre os segredos por trás da sétima arte, fique ligado aqui no Cinepoca!
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Perguntas Frequentes sobre o Design de Som de ‘Guerreiras do K-Pop’
Quem foi o responsável pelo design de som de ‘Guerreiras do K-Pop’?
Michael Babcock, um designer de som experiente que trabalhou em produções como ‘A Origem’ e ‘Duna: Parte Dois’, foi o mestre por trás do universo sonoro de ‘Guerreiras do K-Pop’.
Como as técnicas de K-pop foram integradas ao design de som do filme?
Michael Babcock aplicou os mesmos conceitos e ferramentas de produção musical do K-pop, usando reverbs e delays característicos do gênero e colaborando intensamente com a equipe de música para garantir uma sincronia perfeita entre os efeitos sonoros e a trilha.
Qual foi a inspiração para as vozes dos demônios em ‘Guerreiras do K-Pop’?
As vozes demoníacas, incluindo a do Gwi-Ma, foram inspiradas por artistas com vocais processados digitalmente, como Billie Eilish e Imogen Heap. As técnicas incluíram alterações de pitch, chorus, tremolo-type stutter e delays harmônicos.
O que foi usado para criar os sons das espadas das ‘Guerreiras do K-Pop’?
Para dar um toque mágico e musical às espadas, Michael Babcock utilizou garfos de afinação gravados em alta qualidade e manipulados digitalmente. Os sons eram ajustados para corresponder aos tons da trilha sonora durante as batalhas.
Como o som dos passos do tigre fofo foi criado no filme?
O som dos passos do tigre foi criado de forma inusitada: usando almofadas! Cada movimento e pisada do felino foi gerado a partir do som de uma almofada sendo batida ou jogada no chão, permitindo um som suave, mas com presença marcante.