A Regra Quebrada: Por Que ‘Onze Homens e um Segredo’ Não Devia Ter Sequências

Descubra por que ‘Onze Homens e um Segredo’, um clássico do gênero de assalto, gerou debate sobre a necessidade de suas sequências. Este artigo explora a regra não escrita dos filmes de golpe, os desafios de estender a magia do original e as perspectivas para o futuro da franquia ‘Ocean’s’ com novos projetos.

Prepare-se para uma viagem no tempo e uma discussão que pode dividir opiniões! Quando falamos em filmes de assalto, poucos brilham tanto quanto o icônico ‘Onze Homens e um Segredo’. Mas será que essa obra-prima do gênero, com seu final tão perfeito, realmente precisava de sequências? Vamos mergulhar nesse dilema e entender por que, para muitos fãs, a continuação de uma história tão bem fechada pode ser um verdadeiro tiro no pé.

O Charme Irresistível de ‘Onze Homens e um Segredo’ e a Regra de Ouro dos Heists

O Charme Irresistível de 'Onze Homens e um Segredo' e a Regra de Ouro dos Heists

Antes de ‘Onze Homens e um Segredo’ chegar e virar tudo de cabeça para baixo, os filmes de assalto eram, em sua maioria, bem mais sombrios e cheios de ação explosiva. Pense em clássicos como ‘Fogo Contra Fogo’, por exemplo. A vibe era outra, mais pesada, com tiros e perseguições intensas. Mas aí Steven Soderbergh, com seu toque mágico, decidiu revisitar o filme original de 1960, que tinha o Rat Pack, e nos entregou algo diferente: um assalto com estilo, leveza e uma dose cavalar de carisma.

Com um elenco estelar – George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon e Julia Roberts, só para citar alguns – ‘Onze Homens e um Segredo’ se tornou um sucesso estrondoso, um verdadeiro presente para o público. Ele misturava a inteligência de um roteiro cheio de reviravoltas com o charme de personagens excêntricos, cada um com sua especialidade, e até um romance que dava um toque especial à trama do “ladrão com coração de ouro”. No entanto, mesmo sendo um marco e influenciando uma nova geração de filmes de assalto, ele ousou quebrar uma regra não escrita do gênero.

Qual regra? A de que filmes de assalto raramente ganham sequências. E por que isso acontece? Simples: a fantasia central de um filme de assalto é a de um grande golpe, um plano mirabolante que, se der certo, vai garantir a liberdade e o luxo para os criminosos. É tudo sobre o risco altíssimo e a recompensa gigantesca. Essa estrutura de “tudo ou nada” é super difícil de manter ao longo de uma franquia inteira, porque a ideia é que, depois de um golpe desses, a gangue se aposente em grande estilo. Quando você cria uma sequência, essa fantasia se desfaz. A vida de luxo prometida no primeiro filme? Bem, ela não durou muito, não é?

Quando a Vitória Vira Problema: Por Que as Sequências de ‘Ocean’s’ Tropeçaram

O final de ‘Onze Homens e um Segredo’ é um verdadeiro hino à vitória. A cena em que a gangue celebra o sucesso do roubo, antes de seguir caminhos separados, é pura glória. É o desfecho perfeito para uma comédia leve e divertida que conquistou todo mundo. Até mesmo aquela pontinha final, com Danny, Rusty e Tess sendo seguidos pelos capangas de Terry Benedict, não estraga a festa. Pelo contrário, é uma piada sarcástica, um último aceno mostrando que Benedict foi completamente enganado e que não tem como reaver seu dinheiro ou provar o que aconteceu. Ele foi superado, e tudo o que lhe resta é o desejo amargo de vingança.

Mas então veio ‘Doze Homens e Outro Segredo’, e a coisa começou a desandar. A premissa da sequência, com Benedict caçando a gangue para reaver seu dinheiro, meio que tira o brilho daquele final triunfante do primeiro filme. De repente, a vitória do ‘Onze Homens e um Segredo’ não parece tão definitiva assim. É como se a história de ‘Golpe de Mestre’ tivesse uma sequência em que os protagonistas, Hooker e Gondorff, fossem derrotados por Lonnegan. Que sem graça, né?

A verdade é que é muito difícil imaginar como ‘Doze Homens e Outro Segredo’ poderia ter sido tão bom quanto o original, simplesmente porque não havia uma necessidade real para ele existir. Mesmo sem Benedict atrás dos ladrões, uma sequência fatalmente perderia a espontaneidade e a energia maluca do golpe original. Sim, as duas sequências, ‘Doze Homens e Outro Segredo’ e ‘Treze Homens e um Novo Segredo’, têm seus momentos de brilho, e o elenco é sempre garantia de boas risadas. Mas isso não deveria se sobrepor aos problemas de roteiro. Se uma sequência da franquia ‘Ocean’s’ não conseguia encontrar uma razão narrativa realmente convincente para existir, talvez fosse melhor ter deixado aquele final perfeito intocado.

O Desafio das Franquias de Assalto: Nem Sempre o Plano Dá Certo

O Desafio das Franquias de Assalto: Nem Sempre o Plano Dá Certo

A franquia ‘Ocean’s’ é, de certa forma, uma anomalia no mundo do cinema. É super raro um filme de assalto ganhar sequências, e quando elas acontecem, a chance de decepcionar o público é alta. ‘Truque de Mestre’ é um exemplo famoso. O primeiro filme foi um sucesso, mas depois do fracasso comercial de ‘Truque de Mestre: O 2º Ato’, o futuro do terceiro filme é incerto. ‘O Plano Perfeito 2’ é outro caso de sequência que não decolou, ainda mais sem o talento original de Spike Lee, Denzel Washington e Clive Owen. Parece que a regra se confirma: sequências de assalto quase sempre enfrentam dificuldades para manter o nível e a tensão do original.

No entanto, a televisão parece ter encontrado uma fórmula para o sucesso em histórias de assalto contínuas. Séries como ‘Lupin’ da Netflix são um ótimo exemplo. Embora os roubos sejam a base, as apostas não são exatamente as mesmas de um filme único. Em ‘Lupin’, as motivações do personagem vão além do dinheiro, e a série é baseada em uma longa coleção de livros de Maurice LeBlanc, o que oferece um vasto material para trabalhar. O personagem de Arsène Lupin é naturalmente adaptado a um formato de história em andamento, o que permite que as tramas se desenvolvam sem esgotar a premissa principal de um único grande golpe.

Outro caso de sucesso é ‘La Casa de Papel’ (ou ‘Money Heist’ para o público internacional), que conseguiu repetir o formato de assalto com novas reviravoltas e permaneceu emocionante por várias temporadas. A diferença fundamental é que, em uma série, há mais espaço para desenvolver personagens, explorar as consequências dos atos e criar novas camadas de conflito que não se apoiam apenas no “sucesso do último grande golpe”.

A Esperança (ou o Risco) de um Novo Golpe para a Franquia ‘Ocean’s’

Mesmo depois de ‘Ocean’s 8’, o spin-off com elenco feminino lançado há sete anos, a franquia ‘Ocean’s’ parece estar ganhando fôlego novamente. Há rumores sobre ‘Ocean’s 14’ há anos, mas só agora as coisas parecem estar realmente se movendo. George Clooney tem falado abertamente sobre o projeto, e David Leitch, diretor de ‘Deadpool 2’ e ‘Trem-Bala’, pode assumir a direção no lugar de Steven Soderbergh. Além disso, um prelúdio de ‘Ocean’s’ com Margot Robbie e Ryan Gosling foi confirmado, embora ainda não se saiba quando ele verá a luz do dia.

Embora a franquia ‘Ocean’s’ parecesse ter chegado ao fim, a ideia de uma sequência tardia não deve ser descartada tão facilmente. A franquia já superou o grande obstáculo de dar continuidade ao final de ‘Onze Homens e um Segredo’, e tempo suficiente se passou para permitir que ‘Ocean’s 14’ seja mais um “reboot suave”. A história não precisa mais se ligar diretamente à trilogia original, o que dá mais liberdade para criar uma nova e divertida narrativa de assalto sem o peso de continuar uma trama já resolvida. Além disso, há mais espaço para inovar com o elenco, quem sabe trazendo novos rostos para dar uma agitada.

O prelúdio de ‘Ocean’s’ é outra perspectiva emocionante. Assim como ‘Ocean’s 8’, ele tem o potencial de criar algo original, mas com o mesmo DNA estilístico que os fãs amam nos outros filmes. A ambientação nos anos 60 já dá uma atmosfera diferente, e pode ser que o filme explore essa vibe para se diferenciar ainda mais dos outros ‘Ocean’s’. Robbie e Gosling já mostraram que formam uma dupla incrível em ‘Barbie’. Se eles tiverem um elenco divertido ao redor, não há razão para que o prelúdio não seja tão vibrante e cativante quanto o próprio ‘Onze Homens e um Segredo’.

O Legado de ‘Onze Homens e um Segredo’: Perfeito ou Infinito?

No final das contas, ‘Onze Homens e um Segredo’ se consolidou como um clássico do gênero de assalto, um filme que combinou inteligência, charme e um final glorioso. A questão de suas sequências, ‘Doze Homens e Outro Segredo’ e ‘Treze Homens e um Novo Segredo’, sempre gerou debate: elas eram necessárias ou acabaram diluindo a perfeição do original? A verdade é que o gênero de assalto prospera na singularidade do grande golpe, e estender essa fantasia para uma franquia é um desafio e tanto.

Mas, com os novos projetos no horizonte, como ‘Ocean’s 14’ e o prelúdio com Margot Robbie e Ryan Gosling, a franquia ‘Ocean’s’ pode estar buscando uma nova chance de reinventar sua magia. Será que eles conseguirão capturar aquele brilho original de ‘Onze Homens e um Segredo’ sem cair nas armadilhas do passado? Só o tempo dirá, mas uma coisa é certa: a discussão sobre o que faz um filme de assalto ser realmente inesquecível está longe de terminar.

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Perguntas Frequentes sobre a Franquia ‘Onze Homens e um Segredo’

Por que filmes de assalto raramente têm sequências?

Filmes de assalto focam em um único grande golpe, com a promessa de liberdade e luxo pós-sucesso. Criar sequências desfaz essa fantasia de final perfeito, pois a gangue precisaria de outro golpe, indicando que o anterior não foi definitivo.

As sequências de ‘Onze Homens e um Segredo’ foram bem-sucedidas?

‘Doze Homens e Outro Segredo’ e ‘Treze Homens e um Novo Segredo’ tiveram momentos de brilho e um elenco carismático, mas muitos fãs e críticos consideram que elas diluíram a perfeição do final do filme original, não tendo uma necessidade narrativa tão convincente.

Quais são os próximos passos para a franquia ‘Ocean’s’?

Há rumores de ‘Ocean’s 14’, com George Clooney e David Leitch na direção, e um prelúdio ambientado nos anos 60, estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling, que pode trazer uma nova abordagem à franquia.

Como séries de TV conseguem manter o gênero de assalto em várias temporadas?

Séries como ‘Lupin’ e ‘La Casa de Papel’ têm mais espaço para desenvolver personagens, explorar motivações além do dinheiro e criar novas camadas de conflito, permitindo que as tramas se desenvolvam sem esgotar a premissa de um único grande golpe.

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Lucas Lobinco
Lucas Lobinco
Sou o Lucas, e minha paixão pelo cinema começou com as aventuras épicas e os clássicos de ficção científica que moldaram minha infância. Para mim, cada filme é uma nova oportunidade de explorar mundos e ideias, uma janela para a criatividade humana. Minha jornada não foi nos bastidores da produção, mas sim na arte de desvendar as camadas de uma boa história e compartilhar essa descoberta. Sou movido pela curiosidade de entender o que torna um filme inesquecível, seja a complexidade de um personagem, a inovação visual ou a mensagem atemporal. No Cinepoca, meu foco é trazer uma perspectiva única, mergulhando fundo nos detalhes que fazem um filme valer a pena, e incentivando você a ver a sétima arte com novos olhos.Tenho um apreço especial por filmes de ação e aventura, com suas narrativas grandiosas e sequências de tirar o fôlego. A comédia de humor negro e os thrillers psicológicos também me atraem, pela forma como subvertem expectativas e exploram o lado mais sombrio da psique humana. Além disso, estou sempre atento às novas vozes e tendências que surgem na indústria, buscando os próximos grandes talentos e as histórias que definirão o futuro do cinema.

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