Explore a fascinante jornada da agência Sterling Cooper em ‘Mad Men: Inventando Verdades’, desde sua fundação até sua absorção final pela McCann Erickson. Este artigo detalha as cinco fusões e transformações corporativas cruciais que moldaram a icônica agência de publicidade, destacando como personagens como Don Draper navegaram por um mercado em constante mudança, redefinindo o sucesso e a identidade em cada nova era.
Se você é fã de ‘Mad Men: Inventando Verdades’, com certeza já se pegou pensando na montanha-russa que foi a vida da agência de publicidade mais icônica da TV. A jornada da Sterling Cooper, desde sua concepção até sua dissolução final, é um verdadeiro épico corporativo recheado de drama, ambição e, claro, muito estilo. Vamos mergulhar nas cinco fusões e transformações cruciais que moldaram essa agência e o destino de seus personagens inesquecíveis, especialmente o enigmático Don Draper!
A Agência Original: O Império da Sterling Cooper e Seus Desafios
No início de ‘Mad Men: Inventando Verdades’, somos apresentados à Sterling Cooper, um nome que ecoa o glamour e a competitividade da Madison Avenue nos anos 60. Liderada pelos veteranos Bert Cooper e Roger Sterling, a agência era um caldeirão de talentos, mas inegavelmente, seu maior trunfo era o diretor criativo Don Draper. Ele era a mente por trás das campanhas que faziam a América sonhar, o cara que conseguia vender praticamente qualquer coisa com um olhar e uma frase.
Por mais brilhante que fosse, a Sterling Cooper não era uma gigante. Ela competia em um mercado selvagem, disputando espaço e contas com pesos-pesados como J. Walter Thompson e McCann Erickson. A agência era um peixe saboroso, sim, mas em um oceano cheio de tubarões. Seus grandes clientes a tornavam um alvo atraente para empresas maiores, e essa vulnerabilidade seria o motor de muitas reviravoltas ao longo da série.
A década de 60 foi um período de efervescência cultural e social, e a agência refletia essas mudanças. Desde os ternos impecáveis e o uísque no escritório até as tensões raciais e de gênero que começavam a borbulhar, a Sterling Cooper era um espelho da sociedade americana em transformação. E é nesse cenário que as primeiras grandes mudanças começam a acontecer, preparando o terreno para uma série de aquisições e fusões que redefiniriam a identidade da agência.
Primeira Aquisição: A Chegada da Putnam, Powell & Lowe (PPL)
A primeira grande sacudida na estrutura da Sterling Cooper acontece na segunda temporada de ‘Mad Men: Inventando Verdades’. Em 1962, a agência é comprada pela empresa britânica Putnam, Powell & Lowe (PPL). Quem orquestrou essa jogada foi Herman ‘Duck’ Phillips, o então chefe de Contas, que havia substituído Roger Sterling. Duck tinha um plano ambicioso: ser o novo presidente da Sterling Cooper e, de quebra, minar ou até demitir Don Draper, de quem ele não gostava nem um pouco.
O tiro, porém, saiu pela culatra. Don, com sua aura de mistério e seu talento inquestionável, revelou que nunca teve um contrato formal com a Sterling Cooper, o que frustrou completamente os planos de Duck. A confusão foi tanta que Duck acabou saindo da agência. A PPL, então, tentou uma nova reestruturação na terceira temporada, colocando Guy MacKendrick para comandar a Sterling Cooper. Mas o destino tinha outros planos: um acidente bizarro com um cortador de grama, envolvendo a secretária Lois Sadler, encerrou a carreira publicitária de Guy, forçando a PPL a repensar tudo de novo.
Foi nesse contexto caótico que um personagem crucial entrou em cena: Lane Pryce. Ele foi enviado pela Putnam, Powell & Lowe para supervisionar as finanças da Sterling Cooper. Mal sabia Lane que seu papel seria muito mais significativo, transformando-o em uma peça-chave na próxima e mais ousada encarnação da agência. Essa aquisição pela PPL foi o primeiro sinal de que a Sterling Cooper não seria uma entidade estática, mas sim um organismo em constante mutação, sempre em busca de sobrevivência e sucesso.
A Manobra de Escape: O Nascimento da Sterling Cooper Draper Pryce (SCDP)
O final da terceira temporada de ‘Mad Men: Inventando Verdades’ nos trouxe uma das reviravoltas mais eletrizantes da série. Don Draper descobre, através de Conrad Hilton, que a gigante McCann Erickson estava prestes a comprar a Putnam, Powell & Lowe. Isso significava que a McCann também se tornaria dona da Sterling Cooper. E para Don, que sempre evitou trabalhar para essa “fábrica de gente”, essa era uma perspectiva assustadora, quase um pesadelo.
Determinados a não serem engolidos por um conglomerado que desprezavam, Don, Bert Cooper, Roger Sterling e Lane Pryce arquitetaram um plano audacioso e arriscado: eles fariam com que Lane os demitisse, permitindo que se desligassem da PPL e abrissem sua própria agência. Em um momento icônico, Roger Sterling resumiu a loucura e a coragem da decisão: “Bem, é oficial. Sexta-feira, 13 de dezembro de 1963. Quatro caras atiraram nos próprios pés.”
Assim nasceu a Sterling Cooper Draper Pryce (SCDP), uma agência formada por um grupo seleto de talentos. Eles começaram em um hotel, com mesas improvisadas e muita esperança, antes de se mudarem para novos e elegantes escritórios na Madison Avenue. A SCDP representava a liberdade criativa e a resiliência de seus fundadores, um verdadeiro ato de rebeldia no coração da publicidade. Essa nova fase não só marcou uma virada na trama, mas também solidificou a identidade dos personagens como verdadeiros empreendedores, dispostos a arriscar tudo por sua visão.
A Ascensão e os Percalços da SCDP: Uma Agência de Sobrevivência
A Sterling Cooper Draper Pryce, ou simplesmente SCDP, começou sua jornada com uma equipe de peso, escolhida a dedo. Além dos sócios fundadores, nomes como Pete Campbell (que se tornou sócio júnior), Peggy Olson, Harry Crane e Joan Harris faziam parte do time. Em novembro de 1964, a SCDP já era uma agência próspera, vibrando com o sucesso e a criatividade que a diferenciavam na Madison Avenue.
No entanto, a vida na publicidade é cheia de altos e baixos. A SCDP sofreu um golpe quase fatal quando a American Tobacco e sua marca Lucky Strike, que representavam mais de 50% de seus rendimentos, pularam fora. Foi um momento de desespero, mas também de uma decisão corajosa de Don Draper: ele escreveu um artigo polêmico no The New York Times, anunciando que a SCDP não aceitaria mais empresas de tabaco como clientes. Uma atitude que, embora controversa, reafirmou a integridade (e a ousadia) da agência.
Apesar da perda de Lucky Strike, a Sterling Cooper Draper Pryce se recuperou, conquistando clientes importantes como Vick Chemical, Heinz Baked Beans, Jaguar e Mohawk Airlines. No entanto, ela permaneceu uma agência menor e mais “guerreira”. O período também foi marcado por perdas significativas: Peggy Olson, um dos talentos mais brilhantes de Don, deixou a SCDP para se tornar Chefe de Criação na Cutler, Gleason & Chaough. E, tragicamente, Lane Pryce, um dos pilares financeiros da agência, cometeu suicídio após ser pego por Bert Cooper e Don Draper em um esquema de desvio de fundos. Joan Harris, em contraste, ascendeu, tornando-se uma sócia, um testemunho de sua persistência e talento.
A Grande Fusão: Sterling Cooper Draper Pryce Encontra Cutler, Gleason & Chaough (SCP)
A sexta temporada de ‘Mad Men: Inventando Verdades’ trouxe mais uma evolução inesperada para a Sterling Cooper. Em 1968, enquanto competiam pela cobiçada conta da Chevrolet em Detroit, Don Draper e Ted Chaough, da agência rival Cutler, Gleason & Chaough, tiveram uma epifania. Ambos perceberam que, apesar de suas equipes criativas serem superiores, suas agências eram individualmente pequenas demais para competir com os gigantes do mercado.
A solução? Uma fusão improvisada e audaciosa! Don e Ted, junto com Roger Sterling e Jim Cutler, decidiram unir forças. Essa estratégia não só lhes garantiu a conta da Chevrolet, mas também deu origem a uma nova potência publicitária. Em 27 de outubro de 1968, a Sterling Cooper Draper Pryce e a Cutler, Gleason & Chaough anunciaram formalmente sua união, tornando-se uma única empresa. Após um tempo, eles optaram por um nome mais simples e direto: Sterling Cooper & Partners (SCP).
Essa fusão não foi apenas uma questão de números; foi uma união de talentos e filosofias, embora nem sempre harmoniosas. A SCP também expandiu seus horizontes, abrindo um escritório satélite em Los Angeles, para onde Pete Campbell e Ted Chaough se mudaram. A nova agência representava uma tentativa de crescer e se adaptar aos novos tempos, mantendo a criatividade como seu pilar, mas agora com uma estrutura mais robusta para enfrentar os desafios do mercado.
O Fim de Uma Era: A Absorção Final pela McCann Erickson
A sétima e última temporada de ‘Mad Men: Inventando Verdades’ selou o destino da Sterling Cooper e suas múltiplas encarnações. Em 20 de julho de 1969, um evento crucial desencadeou a última grande mudança: a morte de Bert Cooper, que aconteceu enquanto ele assistia ao homem pisar na lua. A perda de um dos fundadores e a visão do futuro que aterrissava na TV levaram Roger Sterling a tomar uma decisão drástica.
Roger contatou a McCann Erickson, a mesma gigante que Don Draper tanto tentou evitar, e propôs que eles comprassem a Sterling Cooper & Partners. Seu plano era que a McCann fizesse dele o presidente. Com Jim Cutler afastado e o cargo de Diretor Criativo de Don Draper salvo pelo acordo de Roger, a McCann Erickson adquiriu a Sterling Cooper & Partners. No entanto, a McCann logo percebeu que manter a SCP como uma agência subsidiária era caro demais.
O resultado foi a absorção completa e a dissolução da Sterling Cooper. Roger Sterling, Joan Harris e Pete Campbell descobriram que não havia mais lugar para eles na McCann Erickson. Roger se aposentou, Joan, com sua resiliência inabalável, abriu sua própria agência, e Pete foi trabalhar para a Lear Jets. Quanto a Donald Draper, seu antigo pesadelo de trabalhar para a McCann se tornou realidade. Ele infamemente desapareceu, embarcando em uma viagem de carro pelo país até Los Angeles.
Lá, em meio a uma crise existencial, Don teve a ideia genial que se transformaria em um dos maiores anúncios da Coca-Cola: “I’d Like to Buy the World a Coke”. O final de ‘Mad Men: Inventando Verdades’ sugere que Don Draper, apesar de tudo, voltou a trabalhar para a McCann para transformar essa ideia em realidade, marcando seu maior triunfo criativo em sua carreira pós-Sterling Cooper, um ciclo completo de sua jornada.
Don Draper: O Fio Condutor de Todas as Transformações
Ao longo de todas essas transformações e fusões da Sterling Cooper, houve uma constante: Don Draper. Desde a agência original até sua absorção final pela McCann Erickson, Don manteve sua posição como diretor criativo, um testemunho de seu gênio inegável e sua capacidade de se reinventar. Ele era o coração criativo, a alma da agência, mesmo quando as paredes mudavam e os nomes nos cartões de visita se alteravam.
A resiliência de Don é notável. Ele enfrentou tentativas de sabotagem, perdas de clientes gigantescos, tragédias pessoais e a constante pressão de um mercado em evolução. Sua aversão ao “sistema” e sua busca incansável por autenticidade na publicidade foram forças motrizes que moldaram não apenas sua própria trajetória, mas também a identidade de cada encarnação da Sterling Cooper. Ele era o elo que conectava todas as fases da agência, um farol de criatividade e complexidade em um mundo em constante mudança.
A jornada de Don Draper reflete a própria natureza da publicidade: um campo que exige constante adaptação, inovação e, acima de tudo, uma visão única. Sua capacidade de se adaptar, de criar algo novo a partir do caos, é o que o torna um dos personagens mais fascinantes da televisão e o verdadeiro centro da história da Sterling Cooper em ‘Mad Men: Inventando Verdades’.
Conclusão: A Saga Inesquecível da Sterling Cooper
A saga da Sterling Cooper em ‘Mad Men: Inventando Verdades’ é muito mais do que a história de uma agência de publicidade; é um retrato complexo e fascinante da América em uma década de profundas mudanças. As cinco fusões e transformações que a agência atravessou — da compra pela PPL, passando pela ousada criação da SCDP, a união com a Cutler, Gleason & Chaough, até a absorção final pela McCann Erickson — são um testemunho da volatilidade e da ambição do mundo corporativo.
Através de todas essas reviravoltas, a série nos mostrou como o sucesso pode ser efêmero, as alianças podem ser frágeis e a identidade de uma empresa pode ser constantemente redefinida. E no centro de tudo, a figura enigmática de Don Draper, um gênio criativo que, a despeito de todas as mudanças, manteve sua essência e sua busca por significado. Se você ainda não mergulhou nesse universo, ou se já é fã, que tal rever essa jornada incrível? ‘Mad Men: Inventando Verdades’ é uma aula sobre ambição, criatividade e a complexidade humana, tudo embalado em uma produção impecável. Não perca essa chance de revisitar a era de ouro da publicidade!
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Perguntas Frequentes sobre a Sterling Cooper em ‘Mad Men’
Qual foi a primeira grande fusão ou aquisição da Sterling Cooper?
A primeira grande mudança ocorreu na segunda temporada de ‘Mad Men: Inventando Verdades’, quando a Sterling Cooper foi adquirida pela empresa britânica Putnam, Powell & Lowe (PPL) em 1962.
Como a Sterling Cooper Draper Pryce (SCDP) foi formada?
A SCDP nasceu no final da terceira temporada, quando Don Draper, Bert Cooper, Roger Sterling e Lane Pryce arquitetaram um plano audacioso para se desligar da PPL e evitar a aquisição pela McCann Erickson, fundando sua própria agência.
Quais foram os maiores desafios enfrentados pela SCDP?
A SCDP enfrentou a perda da conta de Lucky Strike, que representava mais de 50% de seus rendimentos, além da saída de talentos importantes como Peggy Olson e a trágica morte de Lane Pryce.
O que levou à criação da Sterling Cooper & Partners (SCP)?
A SCP surgiu da fusão entre a Sterling Cooper Draper Pryce e a agência rival Cutler, Gleason & Chaough. Don Draper e Ted Chaough perceberam que precisavam unir forças para competir com agências maiores e conquistar a cobiçada conta da Chevrolet.
Qual foi o destino final da Sterling Cooper no final de ‘Mad Men’?
A Sterling Cooper & Partners foi finalmente absorvida pela gigante McCann Erickson na sétima temporada, após a morte de Bert Cooper. Isso marcou a dissolução da agência e a dispersão de seus principais executivos.
Qual a importância de Don Draper nas transformações da agência?
Don Draper foi o fio condutor de todas as transformações da Sterling Cooper, mantendo-se como diretor criativo. Seu gênio inegável, resiliência e aversão ao “sistema” moldaram a identidade da agência em todas as suas encarnações, sendo a força criativa central.

