Analisamos como o novo ‘Anaconda’ (2025) subverte a franquia com uma abordagem metalinguística. Entenda por que o cameo de Jennifer Lopez como ela mesma é a chave para uma sequência improvável e como o diretor Tom Gormican planeja transformar a marca em uma antologia de monstros.
Vou ser honesto: quando soube que Hollywood estava preparando um novo ‘Anaconda’ para 2025 com o envolvimento de Jennifer Lopez, meu primeiro pensamento foi o cansaço preventivo de mais um reboot desnecessário. Mas o que o diretor Tom Gormican (o mesmo de ‘O Peso do Talento’) entregou é uma subversão de gênero que respira ar puro — e o cameo de Lopez no final não é apenas um aceno nostálgico, é a fundação de um universo metalinguístico que pode salvar a franquia do esquecimento.
O novo ‘Anaconda’ abandona o terror sério para abraçar a comédia de autoconsciência. A trama segue quatro amigos em crise de meia-idade (liderados pelos ótimos Jack Black e Paul Rudd) que viajam à Amazônia para refilmar o clássico de 1997 com recursos próprios. O brilho aqui está na direção de Gormican, que usa a mesma lente satírica que aplicou à carreira de Nicolas Cage para dissecar a obsessão de Hollywood por IPs antigas, enquanto entrega sequências de ataque de cobra que, surpreendentemente, têm mais peso do que as últimas cinco sequências lançadas direto para vídeo.
O retorno de JLo: Por que ela aceitou voltar (mas não como Terri Flores)
A aparição de Jennifer Lopez nos minutos finais é o ponto de virada do filme. Ela surge interpretando a si mesma — a estrela global Jennifer Lopez — e não Terri Flores, sua personagem do original de 97. O diálogo é afiado: ela aborda os sobreviventes com uma proposta para produzir a versão ‘oficial’ do desastre que eles acabaram de filmar. É o meta-comentário definitivo sobre como a indústria processa traumas reais em entretenimento de massa.
O que convenceu Lopez a retornar foi o tom de ‘carta de amor’ em vez de paródia barata. Segundo Gormican, a atriz questionou se o filme estava ‘fazendo piada’ do original. Ao entender que a proposta era celebrar o legado camp de ‘Anaconda’ através de uma nova estrutura narrativa, ela deu o sinal verde. Essa distinção é vital; o filme não ri da franquia, mas com ela.
‘Anaconda 2: Sasquatch’? O plano absurdo para a sequência
Aqui entramos em território puramente experimental. Gormican já ventila ideias para a continuação que fogem do óbvio ‘cobra maior em lugar diferente’. O conceito é manter o título ‘Anaconda’ como uma marca de produção dentro da história. A ideia mais forte? ‘Anaconda 2: Sasquatch’.
A premissa seguiria o mesmo grupo de cineastas amadores tentando refilmar outros clássicos de monstros (como ‘Pé Grande’), encontrando ameaças reais no processo. É um pragmatismo criativo refrescante: o diretor admitiu que gostaria de levar a sequência para uma cidade ‘para não ter que voltar para a selva’, citando a brutalidade das locações reais. Se concretizado, o título ‘Anaconda’ deixaria de ser sobre o réptil e passaria a ser sobre a insistência cômica de pessoas que não deveriam estar fazendo cinema, mas se recusam a parar.
O desafio do Box Office: Sobrevivendo ao Natal de 2025
Apesar do frescor criativo, o caminho para essa sequência é estreito. O lançamento de Natal de 2025 é um campo de batalha: o filme está espremido entre o gigante ‘Avatar: Fogo e Cinzas’ e o apelo familiar do novo ‘Bob Esponja’.
A vantagem competitiva de ‘Anaconda’ reside no seu nicho. Com 49% de aprovação no Rotten Tomatoes — uma nota historicamente alta para esta franquia — o filme se posiciona como a alternativa ‘adulta e engraçada’ para quem quer fugir dos blockbusters de CGI pesado de James Cameron. A química entre Black e Rudd é o motor que pode gerar o boca a boca necessário para que a Sony autorize o orçamento da sequência ‘metalinguística’.
Um marco inédito para filmes sobre cinema
Se ‘Anaconda’ conseguir sua continuação, ele quebrará um tabu interessante: será a primeira vez que um filme sobre ‘fazer um filme’ gera uma sequência direta da história fictícia que estava sendo produzida internamente. Filmes como ‘O Dublê’ ou ‘Trovão Tropical’ nunca seguiram esse caminho. Ver Jack Black e Paul Rudd lidando com um orçamento real de estúdio (provido pela JLo fictícia) enquanto enfrentam um Sasquatch real seria o ápice do absurdo que o cinema B moderno precisa.
Para Lopez, o projeto também é uma raridade. Apesar de sua vasta carreira, ela raramente retorna para sequências, exceto por dublagens em animações. Este novo ‘Anaconda’ parece ter encontrado o equilíbrio perfeito entre o respeito ao passado e o deboche necessário para garantir um futuro.
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Perguntas Frequentes sobre Anaconda (2025)
Jennifer Lopez é a protagonista do novo ‘Anaconda’?
Não. Os protagonistas são Jack Black e Paul Rudd. Jennifer Lopez faz uma participação especial (cameo) no final do filme, interpretando uma versão fictícia de si mesma, e não sua personagem original de 1997.
O filme de 2025 é uma continuação ou um reboot?
É um ‘meta-reboot’. A história foca em personagens que estão tentando refilmar o ‘Anaconda’ original dentro do próprio filme, reconhecendo a existência do longa de 1997 como uma obra de cinema.
‘Anaconda 2025’ tem cenas pós-créditos?
Sim, há uma cena breve que reforça o tom humorístico do filme e a dinâmica entre os personagens de Jack Black e Paul Rudd após o encontro com Lopez.
Onde assistir ao novo filme ‘Anaconda’?
O filme foi lançado nos cinemas em dezembro de 2025. Após a janela de exibição exclusiva, ele deve chegar às plataformas digitais e ao catálogo da Sony Pictures Core e possivelmente Netflix.
Qual a classificação indicativa do filme?
O filme tem classificação 14 anos, contendo violência moderada, linguagem imprópria e situações de tensão cômica.

