‘Strange New Worlds’ escala McCoy e Sulu: o que isso revela sobre o fim da série

Analisamos como a escalação de Thomas Jane (McCoy) e Kai Murakami (Sulu) confirma o fim de ‘Strange New Worlds’ como uma ponte direta para a era Kirk. Entenda por que a escolha de atores e a temporada reduzida indicam o nascimento de um novo spinoff na Paramount+.

A Paramount escolheu uma estratégia agressiva para preparar o terreno de despedida de ‘Star Trek: Strange New Worlds’. Ao anunciar, com quase dois anos de antecedência, que Thomas Jane e Kai Murakami assumirão os mantos de McCoy e Sulu no episódio final da série, o estúdio não está apenas escalando atores; está desenhando o mapa da transição para a era Kirk.

Thomas Jane como McCoy: O peso de ‘The Expanse’ na enfermaria

A escalação de Thomas Jane é o maior indicativo de que a Paramount não pretende deixar a Enterprise esfriar após a quinta temporada. Jane não é apenas um rosto conhecido de ‘O Justiceiro’ ou ‘Além da Linha Vermelha’; para o fã de ficção científica, ele carrega o peso de sua atuação visceral como Joe Miller em ‘The Expanse’. Ele possui aquela aspereza cínica misturada a um humanismo profundo que definia o Dr. Leonard ‘Bones’ McCoy de DeForest Kelley.

Diferente de Karl Urban, que trouxe uma energia quase hiperbólica para os filmes de J.J. Abrams, Jane tem a capacidade de entregar um McCoy mais contido e tecnicamente preciso. O investimento em um ator desse calibre para uma participação no series finale é um movimento clássico de backdoor pilot. Ninguém traz Thomas Jane para a ponte de comando apenas para dizer adeus a Anson Mount (Capitão Pike); ele está lá para ser o pilar emocional de um possível spinoff focado nos primeiros anos de James T. Kirk (‘Star Trek: Year One’).

Kai Murakami: Técnica clássica para um novo Sulu

Enquanto Jane traz bagagem de gênero, Kai Murakami representa a renovação técnica. Vindo da Royal Shakespeare Company e com experiência em captura de movimentos para jogos como ‘Assassin’s Creed Shadows’, Murakami sugere um Sulu que resgata a elegância física de George Takei. É uma escolha que prioriza a presença de palco e a precisão corporal — essencial para um personagem que, no cânone original, era tanto um timoneiro brilhante quanto um mestre de esgrima.

O conflito com o Dr. Mark Piper e o Cânone

Para os puristas da Original Series (TOS), o anúncio levanta uma sobrancelha lógica. No piloto original de 1966, ‘Where No Man Has Gone Before’, o médico-chefe da Enterprise de Kirk era o Dr. Mark Piper (Paul Fix), não McCoy. Se ‘Strange New Worlds’ pretende entregar a chave da nave para Kirk no último episódio, a presença de McCoy atropela essa cronologia.

Entretanto, a série já provou que prefere a ‘verdade emocional’ e a coesão narrativa ao rigorismo de datas. Ao pular Piper e introduzir McCoy diretamente, os showrunners Akiva Goldsman e Henry Alonso Myers sinalizam que a quinta temporada será uma aceleração deliberada. A redução para 6 episódios na temporada final reforça essa urgência: não há tempo para personagens de transição; o público quer ver a trindade Kirk-Spock-McCoy se formando.

O que a temporada reduzida revela sobre o fim

A decisão de encerrar a série com uma temporada curta de apenas 6 episódios sugere um arco cinematográfico contínuo, focado inteiramente no destino de Pike. Sabemos que o Capitão termina seus dias em uma cadeira de suporte de vida após um ato de heroísmo trágico. Ao trazer McCoy e Sulu para o encerramento, a série transforma o que seria uma despedida melancólica em uma celebração de legado. É a ponte física entre a exploração otimista de Pike e a audácia militarista de Kirk. O anúncio antecipado é, na verdade, uma garantia aos fãs: ‘Strange New Worlds’ termina para que a franquia possa recomeçar.

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