‘Power Rangers’: o que o reboot na Disney+ muda para sempre na franquia

O reboot de ‘Power Rangers’ em 2026 no Disney+ encerra a dependência de 30 anos das cenas japonesas de Super Sentai. Analisamos como essa mudança técnica e o retorno à Disney podem finalmente transformar a franquia em uma produção de alto nível para o streaming.

Trinta e dois anos. É esse o tempo que ‘Power Rangers’ passou operando como um ‘Frankenstein’ televisivo: adaptando cenas de combate do Super Sentai japonês e costurando-as a dramas adolescentes americanos. Em 2026, essa engrenagem para. O reboot de Power Rangers no Disney+ não é apenas mais um recomeço; é o fim de uma era de dependência técnica e o início da maior aposta criativa da franquia desde 1993.

A morte do ‘Frankenstein’ televisivo: o fim da dependência do Super Sentai

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Para o espectador casual, a mudança pode parecer sutil, mas para a produção, ela é sísmica. Durante décadas, os roteiristas de ‘Power Rangers’ eram reféns de filmagens realizadas do outro lado do mundo. Se o Sentai japonês daquele ano tinha uma temática de trens, a versão americana obrigatoriamente teria trens, mesmo que isso não fizesse sentido para o mercado ocidental.

Essa colagem gerava discrepâncias visuais gritantes. Quem não se lembra da diferença de textura de imagem entre as cenas de conversa (filmadas em película ou digital moderno) e as cenas de luta (muitas vezes granuladas ou com iluminação distinta vindas do Japão)? Ao abandonar o material japonês, a Disney elimina esse ‘ruído’ visual. Pela primeira vez, cada design de Zord e cada coreografia de luta serão pensados para servir à narrativa, e não o contrário.

O fator Disney: por que o retorno à ‘Casa do Mickey’ é estratégico

A colaboração entre Hasbro e Disney (via 20th Century Television) marca um reencontro aguardado. É preciso lembrar que a ‘Era Disney’ original (2001-2010) entregou capítulos de maturidade ímpar, como ‘Power Rangers RPM’. Naquela temporada, a Disney provou que era possível transformar uma premissa colorida em um thriller pós-apocalíptico denso, com personagens que carregavam traumas reais.

O que o Disney+ traz agora é o ‘tratamento Marvel’. A plataforma precisa de uma franquia de ação live-action que preencha o vácuo entre o público infantil de ‘Bluey’ e o adolescente de ‘Percy Jackson’. Com o controle total da produção, a Disney pode finalmente dar aos Rangers o orçamento de efeitos visuais que a franquia sempre mereceu, mas nunca teve.

Reset narrativo: a coragem de ignorar o ‘Zordon Era’

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O reboot opta pelo caminho mais difícil, porém mais limpo: ignorar 30 anos de continuidade. Para os veteranos, pode doer ver o lore de Zordon e Tommy Oliver ser deixado de lado. No entanto, a continuidade de ‘Power Rangers’ havia se tornado um labirinto impenetrável para novos espectadores.

Um slate limpo permite reintroduzir a ‘Morfagem’ como um conceito de ficção científica contemporâneo, sem as amarras de explicações datadas dos anos 90. O foco volta ao que importa: a dinâmica de grupo. O desafio será manter a essência — o otimismo e o trabalho em equipe — sem cair no erro do filme de 2017, que passou tempo demais no drama adolescente ‘grounded’ e pouco tempo nos uniformes.

O que esperar da estética de 2026?

Se a Disney aplicar a filosofia de ‘The Mandalorian’, veremos um uso extensivo de efeitos práticos misturados ao Volume (telas de LED de alta definição). Imagine um Megazord que não parece um homem em uma roupa de borracha pisando em maquetes de papelão, mas uma massa de metal com peso e física realistas. A tecnologia atual permite que ‘Power Rangers’ deixe de ser um ‘guilty pleasure’ (prazer culposo) para se tornar televisão de prestígio.

Para quem cresceu defendendo a franquia, 2026 é o ano da validação. Para a nova geração, será o momento em que os Rangers deixarão de ser uma lembrança nostálgica dos pais para se tornarem os heróis definitivos do streaming.

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Perguntas Frequentes sobre o Reboot de Power Rangers

Onde poderei assistir ao novo reboot de Power Rangers?

O novo reboot de ‘Power Rangers’ será lançado exclusivamente no Disney+, fruto de uma parceria entre a Hasbro e a 20th Century Television.

Por que Power Rangers não vai mais usar cenas de Super Sentai?

A decisão visa dar controle criativo total aos produtores. Sem o material japonês, a série pode criar designs, lutas e histórias originais, sem as limitações visuais e narrativas das filmagens adaptadas.

O reboot de 2026 terá ligação com as temporadas antigas?

Não. O projeto é um reset total na continuidade (canon). Ele vai reintroduzir o universo de Power Rangers do zero para uma nova geração de espectadores.

Quando estreia o novo Power Rangers no Disney+?

A previsão de lançamento para o início da nova fase da franquia sob o comando da Disney e Hasbro é para o ano de 2026.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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