‘Wake Up Dead Man’ lidera a Netflix com o caso mais sombrio de Benoit Blanc: um mistério dentro de uma comunidade religiosa fechada. Analisamos por que o terceiro filme de ‘Entre Facas e Segredos’ conquistou 92% no Rotten Tomatoes e o que significa para o futuro da franquia.
O detetive mais elegante do cinema contemporâneo está de volta, e desta vez Benoit Blanc mergulhou em águas muito mais turvas. ‘Wake Up Dead Man’ conquistou o topo da Netflix em apenas 24 horas após sua estreia, provando que a franquia ‘Entre Facas e Segredos’ não apenas mantém seu fôlego — ela está ficando mais afiada.
Mas o que torna este terceiro capítulo tão diferente? A resposta está na ousadia de Rian Johnson em abandonar as mansões luxuosas e ilhas paradisíacas dos filmes anteriores para explorar um território que Hollywood raramente toca com seriedade: fé, religião e as sombras que habitam instituições supostamente sagradas.
Por que ‘Wake Up Dead Man’ dominou a Netflix tão rápido
O sucesso instantâneo do filme não é coincidência. Após uma estreia limitada nos cinemas que arrecadou modestos 3 milhões de dólares — o menor número da franquia contra um orçamento de 151 milhões —, a Netflix absorveu praticamente toda a audiência potencial. É um modelo que a plataforma já testou com ‘Glass Onion’ e que funciona perfeitamente para produções que geram buzz mas enfrentam a resistência do público em ir ao cinema.
O filme desbancou uma lista de peso: ‘O Segredo do Papai Noel’ ficou em segundo, seguido por ‘Arremessando Alto’ com Anne Hathaway, ‘Jay Kelly’ de George Clooney e ‘O Pacto’ de Guy Ritchie. Nenhum deles conseguiu competir com o magnetismo de Daniel Craig vestindo novamente o sotaque sulista de Blanc.
O caso mais complexo de Benoit Blanc até agora
Se em ‘Entre Facas e Segredos’ tínhamos uma família disfuncional e em ‘Glass Onion’ um grupo de tech bros arrogantes, ‘Wake Up Dead Man’ eleva as apostas ao colocar Blanc dentro de uma comunidade religiosa fechada. Uma morte em uma igreja transforma cada fiel em suspeito potencial — e aqui está o golpe de mestre de Johnson: como investigar pessoas que acreditam genuinamente estar do lado da verdade absoluta?
A tensão narrativa nasce justamente desse conflito. Blanc, um homem de lógica e dedução, precisa navegar um ambiente onde a fé opera como escudo contra questionamentos. Cada interrogatório se torna um embate entre razão e crença — e Johnson é inteligente o suficiente para não transformar nenhum dos lados em caricatura.
A crítica tem respondido com entusiasmo. O filme ostenta 92% no Rotten Tomatoes, ficando atrás apenas do original (97%) na franquia. O público concorda: a nota da audiência está em 94%. Números assim não mentem — há algo funcionando aqui que vai além do simples whodunit.
Josh O’Connor rouba a cena de Daniel Craig
Talvez o aspecto mais surpreendente das reações ao filme seja o consenso de que Josh O’Connor entrega uma performance que, segundo vários críticos, ofusca até mesmo o protagonista. Quem acompanhou O’Connor em ‘The Crown’ como Príncipe Charles ou no devastador ‘A Terra de Deus’ já conhecia seu alcance — mas aqui ele opera em registro diferente, alternando entre vulnerabilidade e algo mais perturbador que não revelo para preservar a experiência.
Para um filme que depende do carisma de Craig como âncora, ter um coadjuvante que compete em magnetismo é tanto um risco quanto uma demonstração de confiança criativa. A química entre os dois atores carrega várias das melhores cenas.
O elenco de apoio mantém o padrão de estrelas que a franquia estabeleceu: Josh Brolin, Glenn Close, Mila Kunis, Jeremy Renner, Kerry Washington, Andrew Scott e Cailee Spaeny. Craig permanece como o único ator presente em todos os filmes — uma constante necessária em uma série que reinventa completamente seu universo a cada capítulo.
O que vem depois para a franquia
A grande questão agora é o futuro. A Netflix adquiriu os direitos para dois filmes após o original, e com ‘Wake Up Dead Man’, esse acordo foi cumprido. Rian Johnson já declarou em novembro de 2025 que ele e Craig estão “começando a formular” ideias para um quarto filme. O que permanece incerto é se a parceria com a Netflix continuará ou se o diretor buscará outros estúdios.
O desempenho de ‘Wake Up Dead Man’ nas próximas semanas será crucial para essa decisão. ‘Glass Onion’ se tornou o terceiro filme mais assistido da Netflix nos primeiros dez dias e eventualmente entrou para a lista dos 10 mais populares de todos os tempos da plataforma. Se o terceiro capítulo repetir ou superar esse feito, é difícil imaginar a Netflix deixando a franquia escapar.
Por enquanto, o que temos é confirmação de que Benoit Blanc continua sendo um dos personagens mais cativantes do cinema atual — e que Rian Johnson sabe exatamente como mantê-lo relevante sem repetir a mesma fórmula. Em uma era de franquias exaustas, isso não é pouco.
Para ficar por dentro de tudo que acontece no universo dos filmes, séries e streamings, acompanhe o Cinepoca também pelo Facebook e Instagram!
Perguntas Frequentes sobre ‘Wake Up Dead Man’
Onde assistir ‘Wake Up Dead Man’?
‘Wake Up Dead Man’ está disponível na Netflix desde dezembro de 2025. O filme teve uma estreia limitada nos cinemas antes de chegar à plataforma de streaming.
Preciso assistir os outros filmes de ‘Entre Facas e Segredos’ antes?
Não. Cada filme da franquia apresenta um caso completamente independente com personagens novos. O único elemento em comum é o detetive Benoit Blanc, interpretado por Daniel Craig, mas não há continuidade de trama entre os filmes.
Quanto tempo dura ‘Wake Up Dead Man’?
O filme tem aproximadamente 2 horas e 20 minutos de duração, sendo o mais longo da franquia até agora.
Vai ter um quarto filme de ‘Entre Facas e Segredos’?
Rian Johnson confirmou em novembro de 2025 que ele e Daniel Craig estão desenvolvendo ideias para um quarto filme. No entanto, ainda não há confirmação oficial de produção ou de qual estúdio/plataforma estará envolvido.
Por que o filme se chama ‘Wake Up Dead Man’?
O título faz referência à música ‘Wake Up Dead Man’ do U2, do álbum ‘Pop’ (1997). A canção tem forte temática religiosa e questiona a presença divina em momentos de crise — temas centrais do filme.

