‘Acerto de Contas: Redemption’ é cancelada após 3ª temporada

‘Acerto de Contas: Redemption’ foi cancelada após a 3ª temporada, mas o episódio final — com Parker tentando reformar outro criminoso — funcionou como encerramento perfeito para uma série sobre segundas chances. Analisamos o que deu certo no fim acidental.

A notícia chegou sem grande alarde, mas com um peso considerável para quem acompanhou a jornada: ‘Acerto de Contas: Redemption’ foi cancelada após sua terceira temporada. A Amazon MGM Studios confirmou que não haverá renovação para o revival que trouxe de volta a equipe de golpistas mais carismática da TV.

Para quem não acompanhou: ‘Leverage: Redemption’ (título original) era a continuação de ‘Leverage’, série que rodou entre 2008 e 2012. O revival estreou em 2021 na Freevee e migrou para o Prime Video na terceira temporada, que foi ao ar entre abril e junho de 2025. Essa mudança de plataforma, aliás, provavelmente selou o destino da série — transições assim raramente terminam bem.

O que torna esse cancelamento diferente

O que torna esse cancelamento diferente

Cancelamentos são rotina na TV atual. O que chama atenção aqui é como a terceira temporada, mesmo sem saber que seria a última, entregou um encerramento que funciona. O episódio final trouxe Parker — interpretada por Beth Riesgraf, uma das presenças mais consistentes da franquia — aplicando um golpe em um golpista. Até aí, negócios como sempre. O detalhe que eleva a cena é a revelação de que ela não quer apenas vencer o cara; quer que ele encontre propósito, assim como ela e seus companheiros encontraram.

É um círculo completo. A série que começou sobre criminosos reformados usando suas habilidades para ajudar pessoas comuns termina com a protagonista tentando reformar outro criminoso. Não foi planejado como final de série, mas funcionou como um.

O elenco que voltou (e quem ficou pelo caminho)

Noah Wyle assumiu o papel de liderança que era de Timothy Hutton na série original — uma mudança necessária após as acusações contra Hutton. Ao lado dele, o núcleo se manteve sólido: Gina Bellman como Sophie, Christian Kane como Eliot, Beth Riesgraf como Parker, e Aleyse Shannon como Breanna, a adição mais significativa do revival.

Aldis Hodge, o Hardison original, apareceu de forma recorrente — sua agenda em Hollywood não permitia mais que isso. A ausência parcial dele era sentida, mas Shannon conseguiu preencher o espaço tecnológico da equipe com personalidade própria, não como substituta.

John Rogers, co-criador da franquia, assumiu como showrunner na terceira temporada após atuar apenas como consultor nas duas primeiras. É irônico: justamente quando ele retomou controle criativo mais direto, a série foi cancelada.

O que ficou na mesa

O que ficou na mesa

Não havia cliffhangers pendentes — mérito da equipe criativa que não apostou em ganchos baratos. Mas havia histórias a explorar. O arco de Breanna tinha espaço para aprofundamento. Em entrevistas, Rogers mencionou planos de trazer de volta personagens como Hurley (Drew Powell), Maggie (Kari Matchett) e Sterling (Mark Sheppard), o agente da Interpol que funcionava como nêmesis recorrente.

Sterling, especialmente, faria sentido. Mark Sheppard construiu uma das dinâmicas mais divertidas da série original — aquele antagonista que você torce contra mas adora ver em cena.

Por que a migração de plataforma importa

A Freevee, onde as duas primeiras temporadas do revival foram ao ar, era o serviço gratuito com anúncios da Amazon. Em 2024, a Amazon começou a integrar esse conteúdo diretamente no Prime Video. ‘Leverage: Redemption’ foi uma das séries que fizeram essa transição.

O problema: quando uma série muda de casa, ela perde momentum. Parte do público não acompanha. Os números da terceira temporada provavelmente não refletiram a base de fãs real, mas sim a confusão de quem não sabia onde encontrar a série. É um padrão que vimos com outras produções em situações similares.

Um final não planejado, mas adequado

Séries canceladas raramente têm a sorte de terminar em um ponto que faz sentido narrativo. ‘Leverage: Redemption’ teve essa sorte acidental. A premissa sempre foi sobre dar uma segunda chance — aos protagonistas, às vítimas que eles ajudam, ao próprio formato de TV que mistura procedural com arcos de personagem.

O último episódio entregou exatamente isso: Parker oferecendo a alguém a mesma segunda chance que ela recebeu. Não é um final grandioso. É um final coerente. Para uma série sobre pessoas que fazem o certo de formas questionáveis, parece apropriado.

A franquia ‘Leverage’ agora soma cinco temporadas originais mais três do revival. Oito temporadas de golpistas simpáticos combatendo corporações corruptas e protegendo pessoas comuns. Não é um legado pequeno. E se esse for realmente o fim, pelo menos foi um fim que honra o que a série sempre quis ser.

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Perguntas Frequentes sobre ‘Acerto de Contas: Redemption’

Por que ‘Acerto de Contas: Redemption’ foi cancelada?

A Amazon MGM Studios não divulgou motivos oficiais, mas a migração da Freevee para o Prime Video provavelmente impactou os números de audiência. Transições de plataforma costumam confundir o público e reduzir o engajamento.

Onde assistir ‘Acerto de Contas: Redemption’ no Brasil?

As três temporadas do revival estão disponíveis no Prime Video. A série original ‘Leverage’ (2008-2012) também pode ser encontrada na plataforma.

Preciso assistir a série original antes do revival?

Não é obrigatório, mas recomendado. O revival assume familiaridade com os personagens e suas dinâmicas. A série original tem 5 temporadas e estabelece as relações que o revival desenvolve.

Por que Timothy Hutton não está no revival?

Timothy Hutton, que interpretava Nathan Ford na série original, foi afastado após acusações de agressão sexual. Noah Wyle assumiu a liderança da equipe no revival como Harry Wilson, um advogado corporativo em busca de redenção.

‘Acerto de Contas: Redemption’ termina com cliffhanger?

Não. O episódio final fecha o arco de Parker de forma satisfatória, sem ganchos pendentes. Embora não tenha sido planejado como final de série, funciona como encerramento coerente para a franquia.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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