‘RIPLEY’ Netflix: A obra-prima esquecida que você precisa ver

Descubra ‘RIPLEY’ Netflix, uma minissérie de suspense psicológico de 2024 que adaptou com maestria o clássico de Patricia Highsmith, ‘The Talented Mr. Ripley’. Estrelada por Andrew Scott, esta obra-prima em preto e branco foi injustamente esquecida devido à controvérsia de ‘Saltburn’, mas oferece uma experiência imersiva e perturbadora que merece ser redescoberta por fãs de thrillers.

Se você é daqueles que adora um bom mistério e um suspense que te prende do início ao fim, prepare-se para uma descoberta: a minissérie ‘RIPLEY’ Netflix é uma verdadeira joia que, infelizmente, passou quase despercebida em 2024. Mas aqui no Cinepoca, a gente não deixa uma obra-prima assim se perder no mar de conteúdo! Chegou a hora de desvendar por que essa série é um thriller genial e por que você precisa incluí-la na sua lista.

Por Que ‘RIPLEY Netflix’ Merece Sua Atenção (e Por Que Quase Ninguém Falou Dela)?

Por Que 'RIPLEY Netflix' Merece Sua Atenção (e Por Que Quase Ninguém Falou Dela)?

Imagina só: uma série nota dez, com uma trama envolvente e atuações de tirar o fôlego, mas que, por algum motivo, não gerou o burburinho que merecia. Parece injusto, né? ‘RIPLEY’ é exatamente isso. Lançada em 2024, essa minissérie da Netflix é um daqueles thrillers que a gente devora, mas que, por ironia do destino, acabou meio esquecida.

Um dos culpados pode ser o próprio modelo da Netflix. A plataforma despeja uma enxurrada de conteúdo de uma vez só, e isso, embora ótimo para quem ama maratonar, muitas vezes impede que as produções criem uma discussão duradoura. É difícil construir aquele suspense semana a semana quando todos os episódios já estão lá, prontinhos para serem devorados – e os spoilers, claro, pululam nas redes sociais em questão de horas. ‘RIPLEY’ sofreu com isso, e é uma pena, porque a série é uma das melhores adaptações de um clássico do suspense e um dos melhores thrillers das últimas décadas.

A Fascinante Origem de ‘RIPLEY’: Um Clássico Reimaginado

Quando ‘RIPLEY’ foi anunciada, muita gente torceu o nariz, e com razão. A série é uma adaptação do icônico romance de suspense ‘The Talented Mr. RIPLEY’, de Patricia Highsmith, lançado lá em 1955. E o que tem de mais? Bem, esse livro já tinha ganhado as telas duas vezes antes!

A primeira foi com o filme francês ‘Purple Noon’ (1960), um sucesso de crítica na época. Mas o que realmente causou estranhamento foi a existência de uma adaptação muito fiel e com um elenco estelar, lançada apenas 16 anos antes da chegada de ‘RIPLEY’ na Netflix. Estamos falando de ‘The Talented Mr. RIPLEY’ (1998), dirigido pelo saudoso Anthony Minghella.

Esse filme de 1998 contava com Matt Damon no papel principal do golpista Tom Ripley, Jude Law como o espírito livre Dickie Greenleaf, e Gwyneth Paltrow como a desconfiada namorada de Dickie, Marge. O elenco ainda tinha nomes como Jack Davenport, Philip Seymour Hoffman, Cate Blanchett e Philip Baker Hall. Uma superprodução, aclamada pela crítica e pelo público, que lançou Law e Damon ao estrelato. Então, a ideia de uma nova adaptação da mesma história foi, no mínimo, uma surpresa e tanto.

Andrew Scott: O Mestre da Manipulação em ‘RIPLEY’

Andrew Scott: O Mestre da Manipulação em 'RIPLEY'

Para deixar a situação ainda mais intrigante, o personagem principal de ‘RIPLEY Netflix’ foi interpretado por Andrew Scott. E aqui surge um detalhe: Tom Ripley e Dickie Greenleaf são jovens na casa dos vinte e poucos anos no livro original. Andrew Scott, por sua vez, estava na casa dos quarenta quando filmou a série. Parece uma escolha estranha, não é?

Mas a série soube contornar isso de forma genial, envelhecendo também os personagens de Dickie e Marge. Johnny Flynn, que interpreta Dickie, tinha cerca de 40 anos na época das filmagens, e Dakota Fanning, que vive Marge, estava na casa dos 30. Essa mudança de idade funciona a favor da narrativa, e o fato de quase ninguém notar a diferença de idade entre Scott e Fanning é um testamento da performance deslumbrante de Andrew Scott.

A Versatilidade Inquestionável de Andrew Scott

Andrew Scott, que muitos conheceram como o vilão Moriarty em ‘Sherlock’, é um ator de um talento absurdo. Ele já nos impressionou em projetos superdiversos, como ‘Orgulho e Esperança’ (2014), ‘Todos Nós Desconhecidos’ (2023) e na segunda temporada de ‘Fleabag’ (2019). Em ‘RIPLEY’, ele eleva o thriller a outro nível com sua interpretação.

Enquanto a versão de Matt Damon para Tom Ripley era mais torturada e, de certa forma, mais “simpática”, o Ripley de Scott é mais frio, calculista e, digamos, sem alma. É uma abordagem mais sombria e ousada do icônico golpista, o que torna mais difícil para o público se identificar com esse protagonista amoral e rápido no raciocínio. E isso é exatamente o que torna a série tão boa! Johnny Flynn e Dakota Fanning entregam atuações excelentes ao lado de Scott, e Steven Zaillian, de ‘The Night Of’, mantém as reviravoltas vindo com maestria. Um elenco de apoio de peso, incluindo Kenneth Lonergan, Bokeem Woodbine e John Malkovich, completa o apelo de ‘RIPLEY’, o que torna a falta de impacto cultural da série ainda mais misteriosa. Mas há uma explicação, e ela é um tanto irônica.

O Que ‘RIPLEY Netflix’ Tem de Tão Especial (e Por Que Ela Supera a Versão de 1998)?

O Que 'RIPLEY Netflix' Tem de Tão Especial (e Por Que Ela Supera a Versão de 1998)?

Comparar ‘RIPLEY’ de 2024 com ‘The Talented Mr. RIPLEY’ de 1998 é quase inevitável. Ambas são excelentes, mas a série da Netflix consegue se destacar por alguns pontos cruciais. A principal delas é, sem dúvida, a performance de Andrew Scott. Sua interpretação de Tom Ripley é uma aula de contenção e malícia.

O Ripley de Scott é um mestre da dissimulação. Sua frieza e seu olhar enigmático nos fazem questionar a cada cena quais são suas verdadeiras intenções. Ele não busca nossa simpatia, mas sim nossa fascinação por sua mente ardilosa. A série se aprofunda na psicologia do personagem de uma maneira que a versão cinematográfica, com menos tempo, não conseguiu explorar tão profundamente.

A atmosfera em preto e branco de ‘RIPLEY’ também contribui para um tom mais sombrio e clássico, remetendo aos filmes noir e acentuando a ambiguidade moral da história. É uma escolha visual que não só homenageia a época em que a história se passa, mas também intensifica a sensação de suspense e isolamento do protagonista. A direção de Steven Zaillian é impecável, com planos detalhados e uma construção lenta e deliberada que constrói a tensão de forma magistral, transformando cada cena em uma pintura em movimento. Essa abordagem mais contemplativa e focada nos detalhes psicológicos faz com que ‘RIPLEY’ seja uma experiência mais imersiva e perturbadora, superando as expectativas e oferecendo uma nova perspectiva sobre a obra de Highsmith.

O Inesperado Motivo do Esquecimento de ‘RIPLEY’

Agora, a parte mais curiosa (e triste) dessa história. Por que uma série tão boa como ‘RIPLEY Netflix’ foi esquecida tão rapidamente? A resposta está ligada a um filme que gerou muito barulho em 2023: ‘Saltburn’.

Embora ‘Saltburn’ não tenha sido um sucesso de bilheteria, o suspense gerou muita conversa, nem sempre pelos motivos certos. A performance destemida de Barry Keoghan no papel principal pode ter sido inegável, mas muitos críticos notaram as semelhanças impressionantes e não creditadas entre ‘Saltburn’ e ‘The Talented Mr. RIPLEY’. O criador de conteúdo Brody Deschanel, por exemplo, detalhou minuciosamente os inúmeros momentos de “empréstimo” direto em um vídeo popular no YouTube.

E foi aí que a ironia se instalou. No início de 2024, o lançamento de ‘RIPLEY’ foi efetivamente ofuscado pelas discussões de plágio em torno de ‘Saltburn’. Enquanto o filme de Emerald Fennell era acusado de copiar ‘The Talented Mr. RIPLEY’, a nova e fantástica adaptação do romance de Highsmith, a verdadeira ‘RIPLEY’, foi largamente ignorada. É um daqueles casos em que a controvérsia de um “concorrente” acabou engolindo uma obra de arte superior.

Não Deixe Essa Obra-Prima Passar Despercebida!

Então, se você busca um thriller psicológico que te mantenha grudado na tela, com uma atuação magistral e uma direção impecável, ‘RIPLEY Netflix’ é a sua pedida. É uma série que prova que, às vezes, as maiores joias estão escondidas à vista de todos, esperando para serem descobertas.

Não caia na armadilha do esquecimento! Dê uma chance a ‘RIPLEY’ e mergulhe na mente fascinante e perturbadora de Tom Ripley. Você não vai se arrepender de desenterrar essa obra-prima que merecia muito mais reconhecimento. Prepare a pipoca, apague as luzes e venha se surpreender com essa história que o Cinepoca faz questão de trazer de volta aos holofotes!

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Perguntas Frequentes sobre ‘RIPLEY’ Netflix

O que é a minissérie ‘RIPLEY’ da Netflix?

‘RIPLEY’ é uma minissérie de suspense psicológico lançada pela Netflix em 2024, baseada no romance ‘The Talented Mr. Ripley’ de Patricia Highsmith. É conhecida por sua atmosfera sombria em preto e branco e pela atuação de Andrew Scott.

Por que ‘RIPLEY Netflix’ não teve o reconhecimento esperado?

A série foi lançada em meio a uma enxurrada de conteúdo da Netflix e, ironicamente, foi ofuscada pelas discussões sobre ‘Saltburn’, outro filme que foi acusado de plagiar elementos de ‘The Talented Mr. Ripley’, o que desviou a atenção da verdadeira adaptação.

Quem interpreta Tom Ripley na série da Netflix?

O protagonista Tom Ripley é interpretado por Andrew Scott, conhecido por seu papel como Moriarty em ‘Sherlock’ e por ‘Fleabag’. Sua atuação é elogiada por trazer uma versão mais fria e calculista do personagem.

Qual a diferença entre ‘RIPLEY’ (2024) e o filme ‘The Talented Mr. Ripley’ (1998)?

Enquanto ambos adaptam o mesmo livro, a série ‘RIPLEY’ (2024) adota um tom mais sombrio e contemplativo, com fotografia em preto e branco e uma abordagem mais aprofundada da psicologia do personagem. A versão de Andrew Scott é mais calculista, contrastando com a interpretação mais “simpática” de Matt Damon no filme de 1998.

A série ‘RIPLEY’ é recomendada para quem gosta de ‘Saltburn’?

Embora ‘Saltburn’ tenha sido acusado de se inspirar em ‘The Talented Mr. Ripley’, a série ‘RIPLEY’ oferece a adaptação original e mais fiel do clássico. Se você apreciou a premissa de manipulação e suspense em ‘Saltburn’, ‘RIPLEY’ é uma escolha superior para explorar essa temática com mais profundidade e arte.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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