5 fatos sobre a história real de ‘Boots’, a série da Netflix

A série ‘Boots’ da Netflix é inspirada na história real de Greg Cope White, um fuzileiro naval LGBTQIA+ nos anos 70. A dramédia explora os desafios e a coragem de ser gay no exército americano, abordando a política “Don’t Ask, Don’t Tell”, a perseguição e o rigoroso treinamento militar, ao mesmo tempo em que destaca a resiliência e a busca por aceitação em um ambiente hostil.

Se você já se pegou maratonando séries que te pegam de jeito, prepare-se, porque hoje vamos mergulhar na Boots história real por trás da nova dramédia da Netflix que está dando o que falar! ‘Boots’ não é apenas uma série sobre fuzileiros navais; é um retrato emocionante e, por vezes, doloroso, de experiências LGBTQIA+ no exército americano. Aqui no Cinepoca, a gente adora desvendar os bastidores das telas, e essa história tem camadas que vão te surpreender e te fazer refletir.

O Coração da Trama: A Jornada Real de Greg Cope White

O Coração da Trama: A Jornada Real de Greg Cope White

Você sabia que ‘Boots’ é inspirada em uma história de verdade? Pois é! A série da Netflix tem suas raízes na autobiografia best-seller ‘The Pink Marine’, escrita por Greg Cope White. Ele foi um jovem que, em 1979, decidiu se alistar no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, sem saber o turbilhão de emoções e desafios que o esperavam. Na série, conhecemos Cam Cope, interpretado brilhantemente por Miles Heizer, uma versão ficcionalizada de Cope White.

A atuação de Heizer é um show à parte, capturando toda a complexidade de um ambiente que tentava, a todo custo, desconstruir e expor sua verdadeira identidade. Greg Cope White entrou para os fuzileiros junto com seu melhor amigo, Dale, através do “Buddy Program”. Na vida real, Dale havia tentado a Força Aérea, mas sua visão não era boa o suficiente para ser piloto de caça, então ele mudou para os fuzileiros. Na série, essa mudança é adaptada para esconder um transtorno de ansiedade, uma pequena licença criativa que mantém a essência da amizade e do apoio mútuo.

Cope White sabia que, ao entrar para o exército, teria que manter sua sexualidade em segredo. Ser gay na esfera militar era um crime, e o medo de ser descoberto era constante. Em uma entrevista, ele confessou que tinha mais receio de apanhar do que de ser levado à corte marcial. Em Parris Island, o campo de treinamento, ele enfrentou privação de sono, humilhação verbal e um treinamento físico intenso. No seu livro, ele revela que, na metade do caminho, sua determinação para terminar era maior do que o medo de ser exposto. Essa resiliência é um dos pontos mais tocantes da Boots história real.

‘Boots’ no Tempo: A Mudança de Data e Seu Impacto Narrativo

Um dos aspectos mais interessantes de ‘Boots’ é a liberdade criativa que a série toma com a linha do tempo. Enquanto as experiências reais de Cope White aconteceram em 1979, a série decide ambientar a trama em 1990. Essa mudança não é aleatória; ela tem um impacto narrativo significativo. Em 1990, as atitudes em relação à homossexualidade no exército estavam começando a mudar, mesmo que de forma sutil, o que significa que personagens como Cam e o Sargento Sullivan poderiam encontrar algum apoio caso fossem descobertos.

Para entender a gravidade da situação, precisamos voltar um pouco no tempo. Antes mesmo da infame diretriz do Departamento de Defesa 1332.14, de 1981, que declarava explicitamente que “a homossexualidade é incompatível com o serviço militar”, ser gay já era ilegal. Essa diretriz intensificou as “caças às bruxas” navais contra militares lésbicas, gays e bissexuais. Imagine a pressão e o medo constante que esses indivíduos viviam!

A política “Don’t Ask, Don’t Tell” (DADT), que só entrou em vigor em 1994, não foi exatamente um avanço. Embora os militares não pudessem mais perguntar sobre a sexualidade de seus colegas nem discriminar com base em suspeitas, pessoas lésbicas, gays e bissexuais também não podiam revelar sua sexualidade. Se fossem descobertos ou flagrados em atos com pessoas do mesmo sexo, seriam dispensados. Somente em 2011 se tornou legal para militares se assumirem abertamente. Membros trans, infelizmente, continuaram banidos por mais tempo.

Entre a Segunda Guerra Mundial e o fim da DADT, cerca de 100 mil militares foram dispensados por causa de sua sexualidade. Se Cam, Jones ou o Sargento Sullivan tivessem sido expostos em ‘Boots’, eles teriam se tornado parte dessa triste estatística. A série, ao situar a história em 1990, consegue explorar as tensões e os perigos dessa época de transição, onde as regras ainda eram rígidas, mas as sementes da mudança já começavam a ser plantadas.

A Caça às Bruxas: A Investigação do Sargento Sullivan

A Caça às Bruxas: A Investigação do Sargento Sullivan

Um dos subenredos mais tensos de ‘Boots’ envolve a investigação do Sargento Sullivan, e essa parte da Boots história real é assustadoramente precisa. As investigações do NCIS (que na época era chamado de NIS) sobre militares gays, lésbicas e bissexuais eram muito reais e implacáveis. De acordo com um relatório de 1992 ao Congresso, entre 1980 e 1990, cerca de 1.500 militares eram dispensados anualmente com base em sua sexualidade.

As consequências dessa dispensa eram devastadoras. Além de perderem todos os benefícios de veteranos, esses indivíduos enfrentavam vergonha e estigma de seus próprios colegas. E o pior: o processo de dispensa não era imediato, o que significava que o militar tinha que lidar com o escrutínio e a vigilância intensificada enquanto aguardava a decisão final. É de arrepiar só de pensar!

Com essa vigilância em mente, o medo do Sargento Sullivan de ser descoberto faz todo o sentido. E mais, como ele mentiu sobre sua sexualidade para se alistar, ele poderia ter sido levado à corte marcial, o que é muito mais grave do que uma simples dispensa desonrosa ou “outra que não honrosa”. A série capta essa atmosfera de paranoia e risco constante de forma magistral, fazendo o público sentir na pele o que esses homens e mulheres enfrentavam.

O Campo de Treinamento: Realismo nos Detalhes Físicos

Se você já se perguntou como é um treinamento de fuzileiros navais, ‘Boots’ te dá uma boa ideia! A série é uma representação excelente e detalhada da experiência real do campo de treinamento, e isso se deve, em grande parte, à presença de vários veteranos na equipe de roteiristas. Eles fizeram um trabalho incrível ao remover algumas das rotinas mais repetitivas e menos interessantes – como ficar em posição de sentido infinitamente ou se vestir rapidamente até a perfeição – e focar no que realmente importa.

Os percursos de obstáculos e os exercícios físicos que vemos na tela são muito fiéis à realidade. Como Greg Cope White descreve em seu livro, Parris Island é, essencialmente, uma gigantesca pista de obstáculos que os recrutas precisam superar. O “dead man’s float” (flutuação do homem morto) também é real, assim como o desafio de experimentar gás lacrimogêneo. Dá para sentir o cheiro só de assistir!

A série também mostra o treinamento com rifles, mas só depois que os recrutas aprendem todas as partes da arma, como limpá-la e montá-la. Essa atenção aos detalhes permite que o público sinta uma empatia profunda pelas experiências dos recrutas e se conecte com os personagens, especialmente aqueles que já passaram por um treinamento militar. É um lembrete vívido do sacrifício e da disciplina que esses jovens demonstram.

O Legado de um Fuzileiro: A Carreira Militar de Greg Cope White

Ao longo de ‘Boots’, Cam Cope quase desiste do campo de treinamento várias vezes. Mas há um ponto de virada crucial quando o Sargento Sullivan o aconselha a parar de se sentir inferior ou de achar que não pertence. Com essa nova confiança, Cam consegue se formar no campo de treinamento ao final da primeira temporada de ‘Boots’. E adivinha? Isso reflete a verdadeira Boots história real de Greg Cope White!

Conforme narrado em ‘The Pink Marine’, um dos instrutores de Cope White disse a ele que precisava parar de se considerar “ordinário”, o que o ajudou a reformular sua autoimagem. No final do campo de treinamento, ele conseguiu seu trabalho como especialista em comunicações e recebeu uma promoção. Dos 72 recrutas em seu pelotão, apenas seis alcançaram o título de Soldado de Primeira Classe, e ele foi um deles! Que feito, não é?

Após os eventos retratados em ‘Boots’, Greg Cope White permaneceu no serviço por seis anos, cumprindo seu contrato militar. Ele participou da Escola de Candidatos a Oficiais por dois verões, o que significa que, para todos os efeitos, ele passou pelo campo de treinamento três vezes! Ele deixou o exército com a patente de Sargento. Suas experiências depois de se formar no campo de treinamento poderiam, quem sabe, ser exploradas em uma segunda temporada de ‘Boots’, caso a Netflix decida continuar essa jornada incrível.

Conclusão: Uma História de Coragem e Resiliência

‘Boots’ é muito mais do que uma série militar; é um mergulho profundo na história pessoal de Greg Cope White e no contexto histórico da exclusão LGBTQIA+ nas forças armadas. A série da Netflix consegue mesclar drama, humor e um realismo impressionante para contar uma história de coragem, resiliência e a busca por aceitação em um ambiente hostil. Ao nos apresentar a Boots história real, somos lembrados da importância de dar voz a essas narrativas, que moldaram tantas vidas e contribuíram para a luta por igualdade.

Se você ainda não assistiu, fica a dica: prepare a pipoca e venha se emocionar com essa jornada que, mesmo com licenças criativas, mantém a verdade em seu coração. Qual parte da história te tocou mais? Compartilhe com a gente nos comentários!

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Perguntas Frequentes sobre a História Real de ‘Boots’

Qual é a inspiração real da série ‘Boots’ da Netflix?

A série ‘Boots’ é inspirada na autobiografia best-seller ‘The Pink Marine’, de Greg Cope White, que narra sua experiência como um jovem gay no Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA em 1979.

Por que a série ‘Boots’ muda a data dos eventos para 1990?

A mudança para 1990 permite que a série explore as tensões de uma época de transição, onde as atitudes em relação à homossexualidade no exército começavam a mudar sutilmente, antes da política “Don’t Ask, Don’t Tell” e sua eventual revogação.

As investigações sobre militares LGBTQIA+ mostradas em ‘Boots’ são precisas?

Sim, as investigações do NCIS (então NIS) sobre militares gays, lésbicas e bissexuais eram muito reais e implacáveis, levando à dispensa de milhares de indivíduos e à perda de benefícios, além de vergonha e estigma.

Quão realista é o treinamento militar retratado na série?

‘Boots’ oferece uma representação excelente e detalhada da experiência real do campo de treinamento de fuzileiros navais, com percursos de obstáculos, exercícios físicos, o “dead man’s float” e a experiência com gás lacrimogêneo, graças à participação de veteranos na equipe de roteiristas.

Qual foi a carreira militar de Greg Cope White após o campo de treinamento?

Após se formar no campo de treinamento e ser promovido a Soldado de Primeira Classe, Greg Cope White permaneceu no serviço por seis anos, alcançando a patente de Sargento. Suas experiências posteriores poderiam inspirar futuras temporadas da série.

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Lucas Lobinco
Lucas Lobinco
Sou o Lucas, e minha paixão pelo cinema começou com as aventuras épicas e os clássicos de ficção científica que moldaram minha infância. Para mim, cada filme é uma nova oportunidade de explorar mundos e ideias, uma janela para a criatividade humana. Minha jornada não foi nos bastidores da produção, mas sim na arte de desvendar as camadas de uma boa história e compartilhar essa descoberta. Sou movido pela curiosidade de entender o que torna um filme inesquecível, seja a complexidade de um personagem, a inovação visual ou a mensagem atemporal. No Cinepoca, meu foco é trazer uma perspectiva única, mergulhando fundo nos detalhes que fazem um filme valer a pena, e incentivando você a ver a sétima arte com novos olhos.Tenho um apreço especial por filmes de ação e aventura, com suas narrativas grandiosas e sequências de tirar o fôlego. A comédia de humor negro e os thrillers psicológicos também me atraem, pela forma como subvertem expectativas e exploram o lado mais sombrio da psique humana. Além disso, estou sempre atento às novas vozes e tendências que surgem na indústria, buscando os próximos grandes talentos e as histórias que definirão o futuro do cinema.

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