Ed Gein e ‘Psicose’: Hitchcock realmente se inspirou no serial killer?

A conexão entre Ed Gein Psicose é inegável e profunda, com o serial killer inspirando o icônico thriller de Alfred Hitchcock e o personagem de Norman Bates. Este artigo explora como as ações macabras de Gein revolucionaram o gênero do terror, influenciando diversos clássicos, e analisa as licenças poéticas da série ‘Monstro: A História de Ed Gein’ ao dramatizar essa relação seminal.

Se você é fã de um bom suspense e adora desvendar os mistérios por trás dos clássicos do cinema, prepare-se! A série ‘Monstro: A História de Ed Gein’ reacendeu uma discussão fascinante sobre a inspiração de um dos maiores filmes de terror de todos os tempos. Mas afinal, Alfred Hitchcock realmente se inspirou em Ed Gein Psicose para criar seu icônico thriller? Vamos mergulhar nessa história de arrepiar!

Quem foi Ed Gein e por que ele nos assombra tanto?

Quem foi Ed Gein e por que ele nos assombra tanto?

Antes de falarmos de cinema, precisamos entender quem foi Ed Gein. Ele não era um monstro de ficção, mas um homem real que chocou o mundo com seus crimes macabros em Plainfield, Wisconsin, nos anos 50. Ed Gein era um sujeito aparentemente comum, mas que, após a morte de sua mãe dominadora, mergulhou em um abismo de necrofilia e canibalismo, desenterrando cadáveres e usando partes de corpos humanos para criar “troféus” e objetos em sua casa.

A história de Gein é perturbadora porque ele não era um assassino em massa, mas sim um indivíduo isolado cujas ações desafiavam a compreensão humana. Ele desvendou a ideia de que os “monstros” não eram criaturas fantásticas, mas podiam ser pessoas comuns, vizinhos que você nunca imaginaria. Essa revelação de que o mal poderia estar tão perto, e ser tão humano, foi o que o tornou uma figura tão influente e aterrorizante para a cultura pop, especialmente para o cinema de horror.

‘Psicose’ e a Revolução do Terror: O Legado de Ed Gein no Cinema

Foi a mente doentia de Ed Gein que serviu de catalisador para uma das maiores viradas do cinema. Sim, estamos falando de ‘Psicose’, o filme que mudou o jogo para sempre. A conexão entre Ed Gein Psicose é inegável e muito bem documentada. Tanto o livro de Robert Bloch quanto a adaptação cinematográfica de Alfred Hitchcock basearam grande parte do personagem de Norman Bates na obsessão de Gein por sua mãe.

Aquele final chocante de ‘Psicose’, que revela que a mãe de Norman estava morta o tempo todo e que ele se vestia como ela, imitando sua voz e personalidade, veio diretamente das bizarras atividades de Gein. Ele também tinha uma fixação em sua mãe falecida, mantendo seu corpo e até se vestindo com suas roupas. Imagine o impacto disso nas telas em 1960!

Antes de ‘Psicose’, o terror no cinema era dominado por monstros clássicos. Pense nos filmes da Universal dos anos 30, como ‘Frankenstein’, ‘A Múmia’ e ‘Drácula’, ou nos filmes da Hammer dos anos 50. Eram criaturas fantásticas, distantes da nossa realidade. ‘Psicose’ virou essa mesa, mostrando que os verdadeiros monstros poderiam ser… bem, nós mesmos. Ou, pelo menos, pessoas como nós.

Mas a influência de Ed Gein não parou em ‘Psicose’. Ele foi a inspiração para uma lista impressionante de outros clássicos do horror e do suspense, solidificando seu lugar como um dos maiores ícones sombrios da história do cinema. Quer ver alguns exemplos? Anote aí:

  • ‘O Massacre da Serra Elétrica’ – A família de canibais e a atmosfera rural e isolada têm ecos claros da vida de Gein.
  • ‘O Silêncio dos Inocentes’ – Buffalo Bill, com sua obsessão por transformar a pele de suas vítimas, é uma referência direta às práticas de Gein.
  • ‘Halloween – A Noite do Terror’ – A ideia de um assassino implacável e silencioso que surge da normalidade para aterrorizar uma pequena cidade.
  • ‘X: A Marca da Morte’ – Mais recentemente, este filme de terror explora temas de isolamento, velhice e desejo reprimido que remetem ao contexto de Gein.

É impressionante como um único caso real pôde moldar um gênero inteiro, não é? A partir de Ed Gein, o terror se tornou mais psicológico, mais visceral e, de certa forma, muito mais assustador, porque a ameaça estava dentro de nós, não em castelos góticos ou em planetas distantes.

A Lenda Urbana: Hitchcock e Ed Gein Se Encontraram?

A série ‘Monstro: A História de Ed Gein’ faz um trabalho incrível de dramatização, e um dos pontos que mais chamam a atenção é a presença de Alfred Hitchcock na narrativa. A série sugere uma proximidade, com cenas que mostram o processo criativo de Hitchcock e até mesmo encontros indiretos com o serial killer, que já está internado em uma instituição mental.

No entanto, na vida real, a história é um pouco diferente. Por mais que a ideia de um encontro entre o mestre do suspense e o homem que inspirou um de seus maiores trabalhos seja tentadora para o roteiro, não há absolutamente nenhum registro histórico de que Alfred Hitchcock e Ed Gein tenham se conhecido. O cineasta nunca foi visitá-lo, nem há provas de que ele sequer mencionou Gein em público, apesar da ligação ser um consenso.

A série utiliza esses “flash-forwards” com Hitchcock para explorar o impacto da história de Gein na cultura e na arte, e também para comentar sobre a própria natureza de transformar tragédia em entretenimento. É uma licença poética para nos fazer pensar sobre o processo, não um registro biográfico literal.

Anthony Perkins como Norman Bates: Uma Escolha Polêmica na Série ‘Monstro’?

Outro momento marcante em ‘Monstro: A História de Ed Gein’ é a cena em que Anthony Perkins, o ator que imortalizou Norman Bates, encontra Alfred Hitchcock no set. Na série, Hitchcock supostamente diz a Perkins que o escolheu porque ele o lembrava de Ed Gein, com uma implicação bastante controversa sobre a “opressão sexual” do ator.

Essa cena é um dos pontos mais dramáticos da série, mas também um dos mais questionáveis em termos de fidelidade histórica. Anthony Perkins era, de fato, uma figura que enfrentou muita especulação e preconceito em sua carreira por ser um homem gay em uma época onde isso era socialmente inaceitável em Hollywood. Ele chegou a ser forçado por estúdios a fazer terapia para tentar “curá-lo”, o que é um absurdo!

A série ‘Monstro’ parece sugerir que a homossexualidade de Perkins era vista como uma “desvio sexual” na época, o que poderia ter levado a comparações com Gein. Mas será que Hitchcock realmente pensava assim? E será que ele disse algo tão cruel ao seu ator?

A verdade é que não há nenhuma evidência concreta para apoiar essa afirmação. Registros da época indicam que Anthony Perkins foi escolhido para o papel de Norman Bates por sua aparência inocente e juvenil. Essa escolha foi genial, pois subvertia as expectativas do público e até mesmo do livro original, onde Bates era descrito como uma figura mais ranzinza e rude. A fragilidade e a doçura de Perkins tornaram o choque da revelação de Norman ainda mais potente.

Além disso, é uma injustiça brutal comparar a opressão sexual que Perkins sofreu com as atrocidades de Ed Gein. São realidades completamente diferentes e sem qualquer base para uma associação significativa. A série, ao fazer essa conexão, entra em um terreno perigoso e especulativo, que pode ser interpretado como uma dramatização excessiva e insensível.

O Dilema da Dramatização: ‘Monstro’ e a Linha Tênue entre Arte e Sensacionalismo

O Dilema da Dramatização: 'Monstro' e a Linha Tênue entre Arte e Sensacionalismo

As séries ‘Monstro’ de Ryan Murphy, como a que retratou Jeffrey Dahmer, frequentemente recebem críticas por sensacionalizar tragédias reais e transformar a dor alheia em entretenimento. E, ironicamente, ‘Monstro: A História de Ed Gein’ aborda essa mesma questão de forma meta, usando a história de Hitchcock e ‘Psicose’ como um exemplo histórico.

‘Psicose’ foi, sem dúvida, um marco. Lançado em 1960 e baseado no livro de Robert Bloch, o filme revolucionou a forma como a violência era retratada no cinema, especialmente a icônica cena do chuveiro, que adicionou um elemento sexual perturbador ao gênero. Sem ‘Psicose’, talvez não teríamos ‘Halloween – A Noite do Terror’, ‘O Silêncio dos Inocentes’ e certamente não ‘X: A Marca da Morte’.

A série ‘Monstro’ mostra Hitchcock criando ‘Psicose’, ciente do efeito grotesco que teria no cinema. Mas, em seguida, o retrata sofrendo com o impacto negativo, vendo seu filme desencadear um gênero de “horror sexual” que ele próprio achava perturbador, impedindo-o de fazer os filmes que desejava. Da mesma forma, Anthony Perkins é mostrado lutando para encarnar um personagem tão sombrio e, mais tarde, com sua carreira afetada por ter sua imagem eternizada como Norman Bates, limitando seus papéis a personagens “esquisitos”.

Embora essa narrativa seja uma dramatização, ela levanta uma questão importante sobre o ciclo da violência real sendo usada para entretenimento. Com ‘Psicose’, Hitchcock se inspirou em uma tragédia aterrorizante para fazer um filme. A ironia é que ‘Monstro: A História de Ed Gein’ faz exatamente a mesma coisa, pegando a perda de vidas e adicionando elementos dramáticos e até sexuais para fins de entretenimento. É um espelho que a própria série segura para si mesma e para a indústria cinematográfica.

O Eco Assustador que Permanece

A conexão entre Ed Gein e ‘Psicose’ é um lembrete vívido de como a realidade, por mais sombria que seja, pode inspirar a arte e, por sua vez, moldar nossa percepção do medo. A série ‘Monstro: A História de Ed Gein’ nos convida a revisitar essa história, não apenas para nos arrepiar, mas para refletir sobre as complexas relações entre criador, criação e a fonte de inspiração.

Alfred Hitchcock pode não ter conhecido Ed Gein, e Anthony Perkins pode ter sido injustamente comparado a ele na ficção, mas o legado de Gein no cinema é inegável. Ele nos mostrou que os monstros mais aterrorizantes podem estar escondidos atrás de uma fachada de normalidade, e essa é uma lição que o cinema de horror continua explorando, mantendo o público grudado na tela, sempre questionando: o que realmente nos assusta?

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Perguntas Frequentes sobre Ed Gein e ‘Psicose’

Quem foi Ed Gein e por que ele é tão influente no terror?

Ed Gein foi um criminoso real que chocou o mundo nos anos 50 com seus atos macabros de necrofilia e uso de partes de corpos humanos. Sua história foi crucial para o terror porque mostrou que os “monstros” podiam ser pessoas comuns, tornando o mal mais palpável e inspirando uma nova leva de filmes psicológicos.

Alfred Hitchcock realmente se inspirou em Ed Gein para ‘Psicose’?

Sim, a conexão entre Ed Gein Psicose é inegável e bem documentada. Tanto o livro de Robert Bloch quanto o filme de Alfred Hitchcock basearam o personagem de Norman Bates na obsessão de Gein por sua mãe e em suas atividades bizarras relacionadas a cadáveres.

Quais outros filmes foram influenciados por Ed Gein?

Além de ‘Psicose’, Ed Gein inspirou diversos clássicos do horror, como ‘O Massacre da Serra Elétrica’, ‘O Silêncio dos Inocentes’ (com o personagem Buffalo Bill), ‘Halloween – A Noite do Terror’ e, mais recentemente, ‘X: A Marca da Morte’.

A série ‘Monstro: A História de Ed Gein’ retrata encontros reais entre Hitchcock e Gein ou Anthony Perkins?

Não. A série ‘Monstro’ utiliza licenças poéticas e não há registros históricos de que Alfred Hitchcock tenha conhecido Ed Gein. Da mesma forma, a cena em que Hitchcock compara Anthony Perkins a Gein é uma dramatização sem evidências concretas, sendo uma injustiça à memória do ator.

Como ‘Psicose’ revolucionou o gênero do terror?

‘Psicose’ mudou o terror ao deslocar o foco de monstros fantásticos para ameaças mais psicológicas e humanas. Ao mostrar que o mal poderia vir de uma pessoa comum, o filme tornou o terror mais visceral e adicionou um elemento de suspense e perturbação sexual que influenciou profundamente o gênero, abrindo caminho para o slasher e o terror psicológico moderno.

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Lucas Lobinco
Lucas Lobinco
Sou o Lucas, e minha paixão pelo cinema começou com as aventuras épicas e os clássicos de ficção científica que moldaram minha infância. Para mim, cada filme é uma nova oportunidade de explorar mundos e ideias, uma janela para a criatividade humana. Minha jornada não foi nos bastidores da produção, mas sim na arte de desvendar as camadas de uma boa história e compartilhar essa descoberta. Sou movido pela curiosidade de entender o que torna um filme inesquecível, seja a complexidade de um personagem, a inovação visual ou a mensagem atemporal. No Cinepoca, meu foco é trazer uma perspectiva única, mergulhando fundo nos detalhes que fazem um filme valer a pena, e incentivando você a ver a sétima arte com novos olhos.Tenho um apreço especial por filmes de ação e aventura, com suas narrativas grandiosas e sequências de tirar o fôlego. A comédia de humor negro e os thrillers psicológicos também me atraem, pela forma como subvertem expectativas e exploram o lado mais sombrio da psique humana. Além disso, estou sempre atento às novas vozes e tendências que surgem na indústria, buscando os próximos grandes talentos e as histórias que definirão o futuro do cinema.

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