‘O Homem de Aço’: A cena polêmica de Pa Kent volta em ‘Absolute Superman’

A controversa cena de Pa Kent em ‘O Homem de Aço’, que questionou o código moral do Superman, ressurge de forma ainda mais sombria em ‘Absolute Superman’ #11. Este artigo explora como a figura paterna de Jonathan Kent continua a ser um catalisador para debates profundos sobre o altruísmo do herói, seus dilemas existenciais e a tentação de quebrar sua regra de “não matar”, impactando sua evolução para novas gerações.

Se você é fã do Homem de Aço, prepare-se para uma discussão que sempre levanta poeira: a controversa cena de Pa Kent em ‘O Homem de Aço’ está de volta e mais intensa do que nunca em ‘Absolute Superman’. Aqui no Cinepoca, a gente adora mergulhar nas profundezas dos nossos heróis favoritos, e essa reviravolta promete reacender debates sobre o código moral do Superman e os dilemas que moldam seu caráter. Vamos desvendar o impacto dessa decisão e entender por que ela continua sendo um ponto de discórdia entre os fãs!

‘O Homem de Aço’: O Legado Controverso de Jonathan Kent

'O Homem de Aço': O Legado Controverso de Jonathan Kent

Lançado em 2013, ‘O Homem de Aço’, dirigido por Zack Snyder, prometeu uma visão mais sombria e realista do icônico herói. No entanto, essa abordagem trouxe consigo algumas escolhas narrativas que dividiram os fãs até hoje. Uma das mais discutidas, sem dúvida, é a representação de Jonathan Kent, o pai adotivo de Clark, interpretado por Kevin Costner.

Em vez do sábio e inabalável mentor que conhecemos em outras versões, o Pa Kent de Snyder era um homem atormentado pelo medo. Ele temia que a revelação dos poderes de Clark pudesse levar à sua rejeição ou, pior, à sua exploração pela humanidade. Essa preocupação, embora compreensível, o levou a dar conselhos que chocaram muitos espectadores e contradiziam a essência altruísta do Superman.

Quem se lembra da cena do ônibus escolar? Um jovem Clark salva seus colegas de um acidente, expondo brevemente suas habilidades. Em vez de orgulho, Jonathan expressa desapontamento, sugerindo que talvez Clark devesse ter deixado as crianças morrerem para proteger seu segredo. Mais tarde, no clímax da polêmica, Jonathan se recusa a ser salvo por Clark durante um tornado, preferindo a morte a permitir que seu filho revele seus poderes publicamente. Essas cenas transformaram o código moral do Superman em um verdadeiro campo de batalha, questionando se o herói deveria priorizar a si mesmo e sua segurança em detrimento da vida de outros.

O Dilema Central: Entre o Dever de Salvar e a Escolha Pessoal

Desde sua criação, o Superman sempre foi o epítome do heroísmo e do altruísmo. Ele é o símbolo da esperança, o alienígena que escolheu dedicar sua existência para proteger a humanidade, sem pedir nada em troca. Mas o que acontece quando essa dedicação é questionada por aqueles que ele mais ama?

‘O Homem de Aço’ explorou a fundo o peso de ser o salvador da Terra, mostrando o fardo emocional e existencial que recai sobre os ombros de Kal-El. Snyder não se esquivou de exibir como essa responsabilidade pode ser esmagadora, e como até mesmo um ser tão poderoso quanto o Superman pode ter suas dúvidas e medos. A pergunta central era: ele deve dedicar-se inteiramente a salvar a humanidade ou pode se permitir tomar decisões que priorizem sua própria vida e segurança?

Essa abordagem mais “pé no chão” e “sombria” buscou humanizar o Superman, tornando seus conflitos mais palpáveis. Contudo, para muitos, ela distorceu a pureza de seu caráter, especialmente quando comparada a interpretações mais clássicas, como a de ‘Superman: O Filme’, onde o herói é inequivocamente um farol de esperança e abnegação. A tensão entre o Superman idealizado e o Superman atormentado se tornou um dos pontos mais fascinantes – e divisivos – de ‘O Homem de Aço’.

O Retorno do Conselheiro Polêmico em ‘Absolute Superman’ #11

Anos depois, a DC Comics decide revisitar esses temas complexos, mas de uma forma ainda mais chocante, na série ‘Absolute Superman’. Em um universo onde o desespero reina e Darkseid tem uma influência profunda, o Superman é reimaginado de uma maneira particularmente sombria. E, como se não bastasse, a figura de Pa Kent ressurge para abalar ainda mais a psique do herói.

Na edição #11 de ‘Absolute Superman’, escrita por Jason Aaron e com arte de Carmine Di Giandomenico, o Superman se encontra inconsciente, preso na mesa de operações de Brainiac. Enquanto seu corpo está sendo torturado, sua mente é submetida a uma série de alucinações. Uma delas é um reencontro com seus pais adotivos, Jonathan e Martha Kent. É nesse momento de vulnerabilidade que Clark confessa suas dúvidas e seu esgotamento.

A resposta de Pa Kent é de tirar o fôlego e ecoa a polêmica de ‘O Homem de Aço’, mas com um tom ainda mais sombrio. Ele diz a Clark: “acredite em nós quando dizemos… estamos muito orgulhosos de você e do que você fez aqui. Continue fazendo isso, filho. Saia por aí e mate todos eles.” Sim, você leu certo: “mate todos eles”. Essa frase, vinda de uma figura paterna, é um golpe direto no código moral inquebrável do Superman.

É importante ressaltar que essa não é a versão “real” de Jonathan Kent, mas sim uma projeção da mente torturada de Superman, influenciada pelas experimentações de Brainiac. No entanto, o fato de essa ideia surgir em sua mente, mesmo que sob coerção, mostra a profundidade da raiva e da dor reprimidas que esse Superman carrega. Ele está sendo empurrado para o limite, e suas alucinações refletem os caminhos sombrios que ele poderia, teoricamente, seguir.

Traumas e a Tentação de Quebrar o Código Moral

O Superman de ‘Absolute Superman’ tem uma história de origem ainda mais traumática do que a versão tradicional. Ele testemunhou a destruição de Krypton e a morte de seus pais kryptonianos quando criança, o que deixou cicatrizes profundas. Essa dor, que seu equivalente do universo principal nunca teve a chance de desenvolver de forma tão intensa, ainda queima sob a superfície de seu ser adulto.

Nesse universo cruel, o Homem de Aço tem sido implacavelmente perseguido e caçado. Ele foi arrastado para o inferno por Lazarus e agora se encontra sob a tortura de Brainiac. Essa pressão constante, essa violência incessante, alimenta a raiva e a frustração. As alucinações de Superman servem como um lembrete cruel de que ele possui o poder de direcionar essa fúria para aniquilar seus inimigos.

Apesar de toda essa adversidade e da “sugestão” de seu pai alucinatório, o ‘Absolute Superman’ mantém seu rigoroso código moral. Ele não usará força letal. Vemos isso claramente em ‘Absolute Superman’ #10, quando Kal-El se recusa a matar Peacemaker Chris Smith, mesmo depois de ser baleado com uma bala de kryptonita. Isso mostra a força de seu caráter, mesmo quando tudo ao redor o empurra para o lado mais sombrio. A questão que paira é: por quanto tempo ele conseguirá resistir?

O Código “Sem Mortes”: Limites e Exceções para o Homem de Aço

O Código

A regra de Superman de “não matar” é um dos pilares de seu caráter e uma das discussões mais acaloradas entre os fãs de quadrinhos. Mas será que essa regra é absoluta? Em que circunstâncias o Homem de Aço poderia considerar usar força letal?

A história do Superman mostra que, em momentos de último recurso e para proteger a vida, ele já destruiu inimigos robóticos (como os drones de Brainiac), monstros e criaturas irremediáveis, como o Apocalipse (Doomsday). A linha é tênue: destruir uma máquina ou uma criatura sem consciência é o mesmo que tirar uma vida humana ou senciente? Para o Superman, a resposta geralmente é “não”. Proteger a vida sempre vem em primeiro lugar, e se isso significa destruir uma ameaça que não pode ser contida de outra forma, ele o fará.

No caso de ‘Absolute Superman’ #11, a ameaça de Pa Kent para “matar todos eles” é um reflexo do que Brainiac quer que o Superman se torne. Imediatamente após acordar da alucinação, Superman ameaça Brainiac, dizendo que ele será a única pessoa que ele matará. Mas será que matar Brainiac, um ser artificial e uma arma de destruição, conta como uma “morte” nos termos do código moral do Superman? É um debate fascinante.

Comparando com outras versões, como a que James Gunn está desenvolvendo para ‘Superman: O Filme’, vemos uma abordagem oposta. Lá, Pa Kent (interpretado por Pruitt Taylor Vince) explicitamente diz a Clark (David Corenswet): “pais não são para dizer a seus filhos quem eles devem ser”. Essa frase surge depois que Superman descobre que seus pais kryptonianos o enviaram para conquistar a Terra, não para salvá-la. Essa perspectiva oferece um contraponto interessante à figura do Pa Kent de ‘O Homem de Aço’, enfatizando a autonomia moral do herói.

O Impacto Duradouro das Escolhas de Pa Kent

A cena polêmica de Pa Kent em ‘O Homem de Aço’ e seu eco sombrio em ‘Absolute Superman’ #11 nos lembram que a figura do Superman é muito mais complexa do que aparenta. Ele não é apenas um ser com superpoderes, mas um indivíduo que enfrenta dilemas morais profundos, pressões inimagináveis e traumas que podem moldar sua visão de mundo.

Ambas as histórias, à sua maneira, exploram o alto custo do heroísmo e a linha tênue entre a autoproteção e o sacrifício. Elas nos convidam a refletir sobre o que realmente significa ser um herói, e se a pureza de um código moral pode resistir a todas as provações. O legado de Pa Kent, seja ele um conselho controverso ou uma alucinação perturbadora, continua a ser um catalisador para a evolução e aprofundamento do personagem Superman, garantindo que ele permaneça relevante e instigante para as novas gerações de fãs.

E você, o que pensa sobre esses dilemas? O Superman deveria ter cedido aos conselhos de Pa Kent em ‘O Homem de Aço’? E como você interpreta a “ordem” de Pa Kent em ‘Absolute Superman’? Conta pra gente nos comentários!

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Perguntas Frequentes sobre a Polêmica de Pa Kent no Universo Superman

Qual foi a polêmica envolvendo Pa Kent em ‘O Homem de Aço’ (Man of Steel)?

Em ‘O Homem de Aço’, Jonathan Kent (Pa Kent) aconselhou Clark a esconder seus poderes, chegando ao ponto de se recusar a ser salvo durante um tornado para proteger o segredo de Clark. Essa decisão gerou debates intensos sobre o altruísmo do Superman e a prioridade de sua segurança sobre a vida de outros.

Como a figura de Pa Kent é revisitada em ‘Absolute Superman’ #11?

Em ‘Absolute Superman’ #11, durante alucinações causadas por Brainiac, o Superman reencontra seus pais adotivos. Uma projeção sombria de Pa Kent o incita a “matar todos eles”, ecoando a polêmica do filme, mas em um tom ainda mais extremo e refletindo a dor reprimida do herói sob tortura.

O que significa o “código sem mortes” do Superman e ele é absoluto?

O “código sem mortes” é um pilar do caráter do Superman, significando que ele não usa força letal contra seres sencientes. Contudo, em momentos de último recurso para proteger a vida, ele já destruiu ameaças robóticas ou criaturas irremediáveis, levantando um debate sobre os limites e exceções dessa regra.

Qual a diferença entre as representações de Pa Kent em ‘O Homem de Aço’ e ‘Superman: O Filme’ (de James Gunn)?

Em ‘O Homem de Aço’, Pa Kent é motivado pelo medo e aconselha Clark a proteger seu segredo acima de tudo. Já na versão de James Gunn para ‘Superman: O Filme’, Pa Kent explicitamente diz a Clark que “pais não são para dizer a seus filhos quem eles devem ser”, enfatizando a autonomia moral do herói e seu próprio caminho.

Por que as escolhas de Pa Kent são tão impactantes para o caráter do Superman?

As escolhas e conselhos de Pa Kent, seja no filme ou nas HQs, servem como um catalisador para aprofundar os dilemas morais do Superman. Elas o forçam a confrontar a linha tênue entre autoproteção e sacrifício, moldando sua visão de mundo e a força de seu código heroico ao longo de sua jornada.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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