Treze anos após o lançamento, Taylor Kitsch, estrela de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’, aborda as complexas razões por trás do fracasso colossal do filme da Disney. O artigo explora a relação conturbada do estúdio com a ficção científica, os fatores críticos – como marketing confuso e expectativas irreais – que levaram ao prejuízo de US$ 200 milhões, e o legado duradouro desta superprodução.
Se você é um apaixonado por cinema, com certeza já se pegou pensando nos bastidores dos grandes sucessos… e também dos grandes fracassos! E hoje, vamos mergulhar de cabeça em um dos maiores mistérios de Hollywood: o que realmente aconteceu com ‘John Carter: Entre Dois Mundos‘? Treze anos depois do lançamento que chocou a Disney, o astro Taylor Kitsch finalmente abriu o jogo sobre o que deu errado, e a gente aqui no Cinepoca não podia deixar de trazer todos os detalhes para você!
A Longa e Turbulenta História da Disney com a Ficção Científica
Antes de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ virar sinônimo de “flop”, a Disney já tinha uma relação de amor e ódio com o gênero da ficção científica. Parece estranho, né? Afinal, hoje eles dominam galáxias inteiras com franquias bilionárias. Mas acredite, nem sempre foi assim! Muito antes de comprar a Fox e herdar obras-primas como ‘Alien: O Oitavo Passageiro’ e ‘O Predador’, o estúdio do Mickey já se aventurava por mundos futuristas e alienígenas, com resultados… digamos, “mistos”.
Pense em ‘Tron: Uma Odisseia Eletrônica’, de 1982. Hoje é um clássico cult, mas na época foi visto como um fracasso financeiro, apesar de ter tido uma bilheteria moderada. Ou então, volte ainda mais no tempo, para 1979, com ‘O Abismo Negro’. A Disney apostou o maior orçamento de sua história até então nesse filme, que também não decolou como esperado. Mesmo assim, a ideia de um remake de ‘O Abismo Negro’ continua rondando os corredores de Hollywood, mostrando que o tempo pode ser um grande aliado para reavaliar esses projetos.
Esses exemplos nos mostram que a ficção científica é um terreno fértil para a inovação, mas também um campo minado para os orçamentos. É um gênero que exige muito da imaginação, da tecnologia e, principalmente, da conexão com o público. E foi nesse cenário de apostas altas e riscos ainda maiores que ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ entrou em cena, prometendo revolucionar o cinema, mas acabando por fazer história de uma forma bem diferente.
‘John Carter: Entre Dois Mundos’: O Terremoto que Balançou a Disney
Nenhum dos tropeços anteriores da Disney no reino da ficção científica se compara à magnitude do desastre de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’. Lançado em 2012, o filme foi um verdadeiro terremoto para o estúdio, deixando um prejuízo colossal de cerca de 200 milhões de dólares! Para se ter uma ideia, isso não é só um número; é uma quantia que poderia financiar vários outros filmes e projetos. O impacto foi tão grande que as repercussões ecoaram pelos corredores da Disney, culminando na renúncia do então presidente do estúdio, Rich Ross.
Imagina a pressão! Um filme que não só não entregou o esperado nas bilheterias, mas que também custou o cargo de um executivo de alto escalão. ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ era para ser o pontapé inicial de uma nova franquia épica, baseada nas clássicas obras de ficção científica do autor Edgar Rice Burroughs – o mesmo gênio por trás de Tarzan. A ideia era ambiciosa: transportar o público para Barsoom (Marte) em uma aventura grandiosa, cheia de ação e visuais deslumbrantes.
Mas, por alguma razão que até hoje intriga muitos, o filme não conseguiu cativar as massas. Críticos se dividiram, o público não compareceu em peso e, de repente, o que era para ser o próximo fenômeno virou um dos maiores exemplos de como Hollywood pode errar feio, mesmo com todo o dinheiro e talento do mundo. A história de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ se tornou um estudo de caso sobre os perigos da superprodução e a imprevisibilidade do gosto popular, deixando uma marca indelével na história da Disney e do cinema de ficção científica.
Taylor Kitsch e o Enigma do Fracasso: “Eu Era Uma Pequena Engrenagem”
Treze anos se passaram desde que ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ chegou aos cinemas, e o burburinho sobre o filme nunca cessou completamente. Agora, o protagonista da saga, Taylor Kitsch, que deu vida ao herói John Carter, finalmente quebrou o silêncio em uma entrevista ao The Guardian. E o que ele disse? Que ele mesmo ainda não tem a resposta exata para o que deu errado!
Para Kitsch, a produção de um filme gigante como ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ é como um relógio complexo, com inúmeras engrenagens trabalhando juntas. Ele se vê como apenas uma dessas pequenas peças. “São tantas engrenagens na roda desses filmes, cara. Eu sou literalmente uma parte tão pequena disso”, ele confessou. E completou: “Não sei se foi o timing, ou um milhão de cozinheiros na cozinha, ou se simplesmente não acertou”.
Essa fala de Kitsch é superimportante, porque nos lembra que o sucesso ou fracasso de um filme raramente recai sobre os ombros de uma única pessoa, seja o ator principal, o diretor ou o roteirista. São tantos fatores em jogo: o roteiro final, a direção, a edição, a campanha de marketing (que, no caso de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’, foi bastante criticada por não saber “vender” a história), a data de lançamento, a concorrência e, claro, a recepção do público e da crítica. É um caldeirão de elementos que precisa ferver na temperatura certa para dar liga.
Apesar da incerteza sobre as causas do insucesso, Kitsch faz questão de deixar claro que sente orgulho do trabalho que entregou. “Com o tempo, você deu o seu melhor. Tenho orgulho da forma como liderei aquela filmagem. Você segue em frente”, disse o ator. Essa postura mostra maturidade e profissionalismo. Ele fez o seu papel, dedicou-se e agora entende que a vida segue. É uma lição valiosa para qualquer um que já enfrentou um projeto que não saiu como o planejado: o importante é dar o seu melhor e aprender com a experiência.
Os Múltiplos Fatores por Trás de um Fracasso de Bilheteria
Marketing Confuso e Sem Identidade
Um dos pontos mais criticados na época foi a campanha de marketing. Os trailers de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ foram considerados vagos e não conseguiram transmitir a essência da história. O título original dos livros era ‘A Princess of Mars’, mas a Disney optou por um título mais genérico, ‘John Carter: Entre Dois Mundos’, que não dizia muito sobre a aventura épica em outro planeta. Sem uma mensagem clara, o público não soube o que esperar, e a curiosidade não foi despertada como deveria.
A Aposta Alta em um Universo Pouco Conhecido
Diferente de ‘Star Wars’ ou ‘Senhor dos Anéis’, que já tinham uma base de fãs gigantesca antes de virarem filmes, o universo de Barsoom de Edgar Rice Burroughs, embora clássico, não era tão conhecido pelas novas gerações. A Disney tentou introduzir um mundo complexo, com novas raças, culturas e uma mitologia rica, tudo de uma vez. Para muitos espectadores, foi difícil se conectar e entender a proposta sem um background prévio.
Concorrência Pesada e Saturação do Gênero
2012 foi um ano de peso para o cinema. ‘Os Vingadores’, ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge’ e ‘Jogos Vorazes’ dominaram as bilheterias. Em um cenário tão competitivo, ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ precisava se destacar de forma excepcional, e talvez a sua proposta não tenha sido forte o suficiente para competir com franquias já estabelecidas ou com narrativas mais acessíveis.
Orçamento Gigantesco e Expectativas Irreais
Com um custo de produção estimado em mais de 250 milhões de dólares (sem contar o marketing!), ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ precisava ser um sucesso estrondoso só para se pagar. Quando os números começaram a decepcionar, a imagem de “fracasso” se consolidou rapidamente. Às vezes, o tamanho da aposta cria uma pressão tão grande que qualquer resultado que não seja um blockbuster histórico já é visto como um desastre.
O Legado de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ e Suas Chances de Retorno
O fracasso de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ não só encerrou as chances de Taylor Kitsch se tornar um grande líder de franquia, mas também engavetou os planos para adaptar outros livros de Barsoom de Burroughs. Era para ser o início de algo grandioso, uma série de filmes que exploraria a vasta mitologia criada pelo autor. Infelizmente, o sonho foi cortado pela raiz.
No entanto, o tempo tem um jeito engraçado de mudar as perspectivas. Filmes que foram considerados fracassos no lançamento muitas vezes encontram uma nova vida anos depois, tornando-se cults ou sendo reavaliados pelo público. Será que ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ pode ter um destino parecido?
É interessante notar que a Disney permitiu que os direitos do filme ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ revertessem para a propriedade de Burroughs em 2014. Isso significa que, embora seja improvável que a Disney reviva a franquia, outro estúdio poderia, em teoria, ter a coragem de dar uma nova chance à propriedade. Imagina só, uma nova versão de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ com uma abordagem diferente, talvez mais fiel ao material original ou com uma campanha de marketing mais eficaz?
Por enquanto, o legado de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ permanece intrinsecamente ligado a um dos erros de bilheteria mais caros da Disney. E enquanto Taylor Kitsch pode ter uma visão filosófica sobre seu tempo no papel, muitos fãs e até mesmo críticos concordam que o personagem e o universo de Edgar Rice Burroughs mereciam um destino melhor. Quem sabe o futuro nos reserva uma surpresa e vemos John Carter voando pelos céus de Barsoom novamente!
Conclusão: A Complexa Realidade Por Trás dos Holofotes
A história de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ e as recentes declarações de Taylor Kitsch nos lembram que Hollywood é um lugar de sonhos e, às vezes, de pesadelos caríssimos. O sucesso de um filme é uma alquimia complexa, onde talento, dinheiro, timing e a magia da conexão com o público precisam se alinhar perfeitamente. O fracasso do filme foi um marco para a Disney, um lembrete de que nem todo grande orçamento garante um retorno, e que a ficção científica, apesar de seu potencial, é um gênero que exige muita precisão.
Apesar de tudo, a paixão pelo cinema continua nos impulsionando a sonhar com mundos distantes e histórias épicas. ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ pode ter sido um tropeço, mas sua saga nos ensina muito sobre a imprevisibilidade da indústria cinematográfica e a resiliência daqueles que, como Taylor Kitsch, dão o seu melhor e seguem em frente, prontos para a próxima aventura.
Para ficar por dentro de tudo que acontece no universo dos filmes, séries e streamings, acompanhe o Cinepoca também pelo Facebook e Instagram!
Perguntas Frequentes sobre ‘John Carter: Entre Dois Mundos’
Quem é Taylor Kitsch e qual sua relação com ‘John Carter: Entre Dois Mundos’?
Taylor Kitsch é o ator que interpretou o protagonista John Carter no filme. Treze anos após o lançamento, ele quebrou o silêncio sobre o fracasso do filme, afirmando que a culpa não recai sobre uma única pessoa e que ele se orgulha do seu trabalho.
Qual foi o prejuízo de ‘John Carter: Entre Dois Mundos’ para a Disney?
O filme gerou um prejuízo colossal de cerca de 200 milhões de dólares para a Disney, sendo considerado um dos maiores fracassos financeiros do estúdio.
Quais foram os principais motivos apontados para o fracasso do filme?
Entre os principais motivos estão o marketing confuso e sem identidade, a aposta alta em um universo pouco conhecido pelo público atual, a concorrência pesada de outros blockbusters em 2012 e o orçamento gigantesco com expectativas irreais.
‘John Carter: Entre Dois Mundos’ pode ter um remake ou continuação?
Embora a Disney tenha permitido que os direitos revertessem para a propriedade de Burroughs em 2014, o que abre a possibilidade para outro estúdio, é improvável que a Disney reviva a franquia. No entanto, o tempo pode mudar as perspectivas de filmes considerados fracassos.
Qual a história da Disney com filmes de ficção científica antes de ‘John Carter’?
A Disney teve uma relação “mista” com a ficção científica antes de ‘John Carter’, com filmes como ‘Tron: Uma Odisseia Eletrônica’ (que se tornou cult) e ‘O Abismo Negro’ (maior orçamento da época) não atingindo o sucesso esperado nas bilheterias inicialmente.