‘Doctor Who’: 5 motivos para Belinda ser a companheira mais ‘desperdiçada’!

Descubra por que Belinda, interpretada por Varada Sethu, é considerada a companheira mais desperdiçada em ‘Doctor Who’. Este artigo do Cinepoca explora o potencial não aproveitado da personagem, desde seu conceito de companheira relutante até o polêmico desfecho que a relegou a segundo plano e tirou sua agência, gerando frustração entre os fãs e levantando questões sobre o desenvolvimento de personagens na série.

Se você é fã de ‘Doctor Who’, sabe que a cada nova temporada surge uma expectativa enorme em torno da(o) mais nova(o) companheira(o) do Doutor. E quando Varada Sethu foi anunciada como Belinda Doctor Who, a gente ficou super empolgado! Ela tinha tudo para ser uma das melhores companheiras de todos os tempos, mas, infelizmente, a série acabou desperdiçando um potencial gigantesco. Aqui no Cinepoca, a gente mergulhou fundo para entender por que a Belinda acabou sendo tão mal aproveitada e o que poderia ter sido diferente. Prepare-se para uma análise de arrepiar!

A Companheira Relutante: Uma Ideia com Potencial Desperdiçado

A Companheira Relutante: Uma Ideia com Potencial Desperdiçado

Desde sempre, os companheiros do Doutor funcionam como nossos “substitutos” na tela, nos permitindo entrar nesse universo maluco de viagens no tempo e espaço. Eles são nossos olhos, nossos ouvidos, e muitas vezes, a bússola moral do Doutor. A gente se apega, vibra e sofre com eles. A ideia de ter uma companheira relutante, alguém que não abraçasse de cara a vida na TARDIS, era um sopro de ar fresco para ‘Doctor Who’. A Belinda, ao contrário de várias companheiras modernas que pulavam de cabeça na aventura, só queria voltar para casa. Esse conceito, aliás, remonta lá a 1963, com os primeiros dias da série, e tinha um apelo enorme.

Mas, e aí que mora o problema, a décima quinta temporada de ‘Doctor Who’ simplesmente não soube desenvolver essa jornada de forma consistente. Havia uma clara intenção de mostrar a Belinda se afeiçoando ao Doutor e à vida na TARDIS, culminando na cena em ‘The Interstellar Song Contest’ onde ela admite o quanto ele passou a significar para ela. O que rolou foi que a gente não viu essa “paixão” crescendo. Não houve um desenvolvimento orgânico, uma construção dos sentimentos dela. Os roteiristas pareciam não saber bem o que fazer com a personagem, e a talentosa Varada Sethu, por mais que se esforçasse, não tinha muito material para trabalhar. A dinâmica entre ela e o Doutor muitas vezes parecia estagnada, e a gente, como público, ficava sem entender a profundidade da conexão que a série tentava nos vender.

Sendo Deixada de Lado: Quando Belinda Doctor Who Virou Coadjuvante da Própria História

Uma das maiores frustrações com a Belinda Doctor Who foi a forma como ela foi constantemente colocada em segundo plano. Rolou muita especulação de que a personagem só existiu porque a Millie Gibson, que interpreta a Ruby Sunday, não estaria disponível para a temporada completa. Se isso é verdade ou não, a forma como a Belinda foi tratada, especialmente no final da temporada, só reforça essa ideia. O ápice desse descaso aconteceu no episódio ‘The Reality War’, o grande final. A Belinda foi literalmente colocada “numa caixa” para ser tirada da confrontação climática com a Rani e Conrad. Ela ficou lá, de lado, enquanto todo mundo lutava contra os vilões. É difícil imaginar um símbolo maior de uma personagem sendo deixada de fora da própria narrativa.

E essa não foi a única vez que a Belinda foi jogada para escanteio. No episódio ‘Lucky Day’, por exemplo, o foco era totalmente na Ruby Sunday e na sua relação com Conrad, preparando o terreno para o final. A Belinda, por sua vez, passou boa parte de ‘The Story & the Engine’ esperando na TARDIS pelo Doutor, sem uma história própria ou um arco significativo para chamar de seu. Por mais interessante que fosse a premissa da companheira relutante, a verdade é que a Belinda simplesmente não tinha presença na maioria dos episódios. Ela parecia mais um adereço do que uma personagem central com suas próprias motivações e desenvolvimento, o que é um verdadeiro pecado para qualquer companheiro de ‘Doctor Who’.

O Insulto Final: A Reescrita da História de Belinda Doctor Who

E chegamos ao ponto mais controverso e, para muitos fãs, o “insulto final” à Belinda Doctor Who: o desfecho da décima quinta temporada. Ncuti Gatwa, interpretando o Doutor, se sacrifica para salvar uma garotinha, Poppy, que era filha da Belinda e do Doutor, criada a partir de um desejo. Ele consegue salvá-la, mas a vida de Poppy é “dobrada” na vida da Belinda, reescrevendo sua história pessoal. A cena é confusa, e as interpretações variam. Alguns argumentam que Poppy sempre esteve na vida de Belinda, e a versão que vimos antes era a que foi alterada pelas distorções da realidade. O que é certo, porém, é que a Belinda que conhecíamos deixou de existir.

A Belinda original era movida por um forte senso de responsabilidade, querendo voltar para o trabalho e não perder seu turno. A nova Belinda? Agora, sua motivação é voltar para casa para a Poppy. Pode parecer uma mudança pequena, mas as implicações são gigantescas para várias de suas histórias. Pensa só em ‘The Well’, onde o Doutor e a Belinda encontram Aliss (interpretada pela fantástica Rose Ayling-Ellis), uma mulher presa em um mundo alienígena, desesperada para voltar para casa e ver sua filha. Imagina o quão poderosa essa história teria sido se a Belinda original estivesse em uma posição semelhante, capaz de empatizar profundamente com Aliss por estarem ambas ansiando por voltar para casa pela mesma razão: a família. Essa conexão emocional foi completamente perdida com a reescrita.

Russell T. Davies, o atual showrunner, adora o truque do “reset cósmico”. Ele geralmente usa isso como uma desculpa para contar uma história de destruição em uma escala tão grande que precisa ser desfeita (lembra de ‘The Sound of Drums’ e ‘Last of the Time Lords’?). Em ‘The Reality War’, há um elemento disso, mas a reescrita final foi muito mais pessoal, e significa que nunca chegamos a conhecer a Belinda como ela é agora, a que realmente importa. É um desfecho profundamente insatisfatório e que tira todo o peso do que a gente já tinha acompanhado da personagem.

Perda de Agência: O Tema Mais Importante de Belinda Que Foi Ignorado

Essa reescrita da realidade não só confunde, mas também falha em um dos temas mais importantes da Belinda Doctor Who: sua agência. A agência de um personagem é a capacidade dele de agir, de fazer escolhas e de influenciar o próprio destino. A Belinda se destacou como uma companheira relutante justamente por ser ferozmente independente. Em ‘The Robot Revolution’, a gente viu ela questionar qualquer um que tentasse tirar sua autonomia. Teve uma cena marcante onde ela confrontou o Doutor por escanear seu DNA sem consentimento, mostrando sua força e seu senso de individualidade.

‘The Reality War’, no entanto, tira completamente qualquer senso de agência da Belinda. Ela deixa de ser a protagonista da própria vida e se torna apenas um objeto, alguém afetado pelas ações de outros. Ela está literalmente sentada em uma caixa, esperando para ver o que vai acontecer com ela e sua filha. Quando Poppy é restaurada, é pelo Doutor, e não pela Belinda. Ela nem sequer tinha ideia de como sua própria história pessoal seria reescrita. A Belinda que conhecíamos e admirávamos por sua independência não existe mais; ela não vive uma vida que escolheu.

O episódio até mesmo, sem querer, reforça isso quando o Doutor escaneia o DNA de Poppy para verificar se ela está totalmente humana. A Belinda “reiniciada” não parece nem um pouco preocupada com o fato de o Doutor ter escaneado o DNA de sua filha sem consentimento. Ela nem sequer parece notar as implicações éticas de suas ações. O simples fato de o Doutor fazer isso mostra o quão pouco o tempo de viagem com a Belinda o impactou, o que é mais um ponto negativo para o desenvolvimento da personagem e da relação entre eles. É como se todo o aprendizado e crescimento dela fossem apagados, e isso é um desrespeito com a jornada que o público acompanhou.

O Legado de um Desperdício: O Que ‘Doctor Who’ Pode Aprender com Belinda

Depois de tudo isso, fica claro que a Belinda Doctor Who tinha um potencial incrível que foi, infelizmente, mal gerido. A ideia de uma companheira relutante, que questiona e não se entrega de cara à aventura, era brilhante e poderia ter rendido arcos narrativos complexos e emocionantes. No entanto, a execução falhou em diversos pontos: desde a inconsistência no desenvolvimento de sua afeição pelo Doutor até o seu constante relegamento a um papel secundário.

A forma como ela foi literalmente “encaixotada” no final da temporada e, mais grave ainda, teve sua história e suas motivações reescritas, é um dos maiores erros que ‘Doctor Who’ cometeu com uma companheira. A série tem uma história rica com personagens femininas fortes e independentes, e ver a agência da Belinda ser tirada de forma tão abrupta e desconsiderada é algo que choca até os fãs mais antigos. Já vimos companheiros serem mal aproveitados antes, como a Peri Brown, que teve um final confuso na era clássica, ou a Mel Bush, que Russell T. Davies tenta “consertar” agora. Mas o caso da Belinda é diferente; é um desperdício em uma escala que raramente se vê.

Para o futuro de ‘Doctor Who’, a história da Belinda deve servir como um alerta. É fundamental que os personagens, especialmente os companheiros que são o coração da série e a conexão do público com o Doutor, recebam o respeito e o desenvolvimento que merecem. A consistência narrativa, a valorização da agência individual e a garantia de que cada personagem tenha um papel significativo na história são cruciais para manter a magia e o engajamento que fazem de ‘Doctor Who’ uma série tão amada. A Belinda merecia muito mais, e a gente espera que a série aprenda com esse erro e continue a nos presentear com companheiros tão incríveis quanto o universo do Doutor.

E aí, o que você achou do tratamento dado à Belinda Doctor Who? Concorda que ela foi desperdiçada? Deixe sua opinião nos comentários aqui no Cinepoca!

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Perguntas Frequentes sobre Belinda em ‘Doctor Who’

Quem é Belinda em ‘Doctor Who’?

Belinda é uma companheira do Doutor na décima quinta temporada de ‘Doctor Who’, interpretada por Varada Sethu. Ela foi introduzida com o conceito de uma companheira relutante, que inicialmente desejava retornar para casa.

Por que Belinda é considerada uma companheira “desperdiçada”?

Belinda é vista como desperdiçada devido à falta de desenvolvimento consistente de sua afeição pelo Doutor, seu constante relegamento a segundo plano na trama, e o controverso desfecho que reescreveu sua história e tirou sua agência, frustrando seu potencial.

Qual era o potencial inicial da personagem Belinda?

O potencial de Belinda residia em seu conceito de companheira relutante, uma ideia que remete aos primórdios da série. Isso permitiria explorar uma jornada orgânica de apego ao Doutor e à vida na TARDIS, oferecendo uma dinâmica diferente das companheiras modernas.

Como a agência de Belinda foi comprometida na série?

A agência de Belinda foi comprometida no final da temporada, quando sua história pessoal foi reescrita e sua filha, Poppy, foi “dobrada” em sua vida. Isso a transformou em um objeto das ações de outros, tirando sua capacidade de fazer escolhas e influenciar seu próprio destino.

O que ‘Doctor Who’ pode aprender com o caso de Belinda?

‘Doctor Who’ pode aprender com o caso de Belinda a importância de dar aos companheiros o respeito e o desenvolvimento que merecem. É crucial garantir consistência narrativa, valorizar a agência individual e assegurar que cada personagem tenha um papel significativo na história para manter a magia e o engajamento da série.

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Lucas Lobinco
Lucas Lobinco
Sou o Lucas, e minha paixão pelo cinema começou com as aventuras épicas e os clássicos de ficção científica que moldaram minha infância. Para mim, cada filme é uma nova oportunidade de explorar mundos e ideias, uma janela para a criatividade humana. Minha jornada não foi nos bastidores da produção, mas sim na arte de desvendar as camadas de uma boa história e compartilhar essa descoberta. Sou movido pela curiosidade de entender o que torna um filme inesquecível, seja a complexidade de um personagem, a inovação visual ou a mensagem atemporal. No Cinepoca, meu foco é trazer uma perspectiva única, mergulhando fundo nos detalhes que fazem um filme valer a pena, e incentivando você a ver a sétima arte com novos olhos.Tenho um apreço especial por filmes de ação e aventura, com suas narrativas grandiosas e sequências de tirar o fôlego. A comédia de humor negro e os thrillers psicológicos também me atraem, pela forma como subvertem expectativas e exploram o lado mais sombrio da psique humana. Além disso, estou sempre atento às novas vozes e tendências que surgem na indústria, buscando os próximos grandes talentos e as histórias que definirão o futuro do cinema.

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