‘Duro de Matar 6’: O filme que poderia ter salvado a franquia

Descubra a história por trás de ‘Duro de Matar 6’, o projeto ‘McClane’ que prometia revitalizar a icônica franquia de ação. Saiba como a ideia de um prelúdio e sequência simultâneos, focando na essência do jovem e do experiente John McClane, poderia ter salvado a saga antes de seu cancelamento devido à fusão Disney/Fox e à aposentadoria de Bruce Willis.

Se você é fã de adrenalina e um bom suspense, com certeza já ouviu falar de John McClane, o icônico herói da franquia ‘Duro de Matar’. Mas e se eu te contar que existiu um projeto para ‘Duro de Matar 6‘ que prometia renovar a saga e resgatar a essência do personagem, mas que, infelizmente, nunca saiu do papel? Prepare-se para mergulhar nos detalhes de uma das maiores oportunidades perdidas do cinema de ação!

O Legado de um Ícone: John McClane e a Magia de ‘Duro de Matar’

O Legado de um Ícone: John McClane e a Magia de 'Duro de Matar'

Lançado em 1988, o filme original ‘Duro de Matar’ não foi apenas um sucesso; ele redefiniu o gênero de ação. Bruce Willis, até então mais conhecido por papéis em comédias românticas, se transformou em um herói improvável, um detetive nova-iorquino cínico e “gente como a gente”, que se via em situações impossíveis. John McClane se tornou um personagem amado, justamente por sua vulnerabilidade, seu humor sarcástico e sua capacidade de se meter em encrencas que ninguém mais conseguiria resolver. Ele era o cara comum que, de repente, salvava o dia.

A influência de ‘Duro de Matar’ é inegável. Quantos filmes de ação tentaram recriar aquela atmosfera de um herói isolado contra tudo e todos? É um testemunho da genialidade do filme original que, mesmo décadas depois, ele continue sendo referência e um dos preferidos de muitos cinéfilos. Willis vestiu a camisa de McClane como ninguém, e sua interpretação ajudou a cimentar o filme como um clássico instantâneo do cinema de ação.

A Queda do Herói: O Declínio da Franquia e a Busca por uma Nova Rota

Infelizmente, nem todas as sequências conseguem manter o brilho do original. Embora ‘Duro de Matar 4.0’ (2007) tenha tido uma recepção razoável, muitos fãs sentiram que a franquia começou a se desviar de suas raízes. John McClane, que antes era um homem comum em apuros, parecia se transformar em um super-herói quase invulnerável, perdendo um pouco daquela essência que o tornava tão cativante.

O ponto mais baixo para a saga, segundo a crítica e grande parte do público, foi ‘Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer’ (2013). O filme foi amplamente criticado por sua trama confusa, a falta de carisma do McClane que conhecíamos e a sensação de que a franquia estava se arrastando sem um propósito claro. Essa decepção deixou muitos fãs com um gosto amargo e a sensação de que a história de John McClane poderia ter tido um final mais digno.

Diante desse cenário, a esperança de um “resgate” da franquia era grande. Era preciso uma virada de jogo, uma chance de ouro para encerrar a jornada de John McClane com a mesma paixão e intensidade que a iniciou. E foi exatamente isso que o projeto de ‘Duro de Matar 6’ prometia trazer para os fãs.

‘Duro de Matar 6’: A Promessa de um Recomeço e a Essência Perdida

'Duro de Matar 6': A Promessa de um Recomeço e a Essência Perdida

Depois de dirigir ‘Duro de Matar 4.0’, Len Wiseman foi convidado em 2015 para retornar à cadeira de diretor e comandar o sexto filme da franquia, provisoriamente intitulado ‘McClane’. Este projeto não era apenas mais uma sequência; ele tinha uma proposta ousada e empolgante que poderia ter sido a “salvação” que a franquia tanto precisava. A ideia era criar um filme que servisse tanto como sequência quanto como prelúdio, algo que o produtor Lorenzo di Bonaventura chegou a comparar com ‘O Poderoso Chefão Parte II’.

A premissa era genial: ‘Duro de Matar 6’ alternaria entre duas linhas do tempo. Veríamos um John McClane mais jovem, em seus anos de novato como policial em Nova York, na década de 1970, e também o McClane do presente, já mais velho e experiente. Essa estrutura permitiria explorar a origem do personagem, entender como ele se tornou o detetive cínico e resiliente que amamos, ao mesmo tempo em que Bruce Willis poderia dar adeus ao papel de forma grandiosa.

A grande sacada dessa abordagem era justamente a chance de trazer de volta o McClane “pé no chão”, aquele que era vulnerável e humano, em contraste com o herói quase invencível que ele havia se tornado nos filmes mais recentes. Era uma oportunidade de reconectar a franquia com suas raízes, mostrando as camadas de um personagem que sempre foi mais do que apenas um homem de ação. A promessa era de um roteiro “legal” e uma ideia “sensacional”, segundo o próprio Wiseman, que estava super confiante no projeto.

Os Bastidores de um Sonho Cancelado: A Visão de Len Wiseman

Len Wiseman investiu pesado nesse projeto. Em uma entrevista recente à IndieWire, após o lançamento de ‘A Bailarina’, ele revelou o quanto acreditava em ‘Duro de Matar 6’. O diretor passou cerca de quatro anos trabalhando incansavelmente no que seria o último filme de John McClane. Ele estava tão certo de que as filmagens começariam a qualquer momento que chegou a recusar outras oportunidades de trabalho, convicto de que o projeto de ‘McClane’ estava prestes a decolar.

Imagine a dedicação: “Por quatro anos eu estava trabalhando no que deveria ser o último filme de John McClane. Era um roteiro tão legal e uma ideia tão bacana. Outros filmes apareciam, e eu pensava: ‘Não, este vai acontecer. Estamos perto.’ Foram quatro anos em que pensei que aquele filme ia acontecer e depois não aconteceu”, contou Wiseman. Essa paixão e o tempo investido mostram o potencial que ele via em ‘Duro de Matar 6’ para ser um desfecho épico.

No entanto, o destino tinha outros planos. Em 2019, a Disney adquiriu a 20th Century Fox, e com ela, os direitos da franquia ‘Duro de Matar’. Com a fusão, muitos projetos foram reavaliados ou engavetados, e ‘McClane’ foi um deles, entrando em um hiato indefinido. Para completar, em 2022, Bruce Willis anunciou sua aposentadoria da atuação devido a um diagnóstico de afasia, uma condição que afeta a comunicação. Essa notícia, além de ser triste para todos os fãs, selou de vez o destino de qualquer novo filme com a participação do astro.

E Agora, John McClane? O Futuro Incerto da Franquia

A triste realidade é que, com o cancelamento de ‘Duro de Matar 6’ e a aposentadoria de Bruce Willis, a franquia parece ter chegado ao fim de uma forma que ninguém desejava: com ‘Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer’ como seu último lançamento. É um final agridoce para um herói que marcou gerações e que merecia uma despedida à altura de seu legado.

Ainda existe a possibilidade de que, no futuro, a Disney decida reviver a ideia de um prelúdio de ‘Duro de Matar’ sem Bruce Willis. No entanto, o desafio seria imenso. Como recriar a magia de John McClane sem o ator que o tornou um ícone? Seria como tentar fazer um filme do universo ‘John Wick – De Volta ao Jogo’ sem Keanu Reeves ou um filme de ‘A Bailarina’ sem a essência da personagem principal. A presença de Willis era fundamental para a identidade do personagem, e qualquer tentativa de seguir em frente sem ele correria o risco de não conseguir capturar a mesma essência que fez o original tão especial.

Por enquanto, resta aos fãs revisitar os clássicos e imaginar o que poderia ter sido. ‘Duro de Matar 6’ permanece como um “e se?” fascinante na história do cinema, um lembrete do potencial de uma franquia que, por um tempo, brilhou intensamente e nos deu um dos heróis mais carismáticos de todos os tempos.

A história de ‘Duro de Matar 6’ é um exemplo claro de como as reviravoltas da indústria cinematográfica podem impactar projetos promissores. O filme tinha tudo para ser a virada de jogo que a franquia ‘Duro de Matar’ precisava, prometendo um retorno às raízes do personagem e uma despedida digna para John McClane. Com um roteiro aclamado por Len Wiseman e a ideia inovadora de mesclar passado e presente, era a chance de ouro para redefinir o legado do herói. Infelizmente, a fusão Disney/Fox e a aposentadoria de Bruce Willis colocaram um ponto final nesse sonho.

É uma pena que nunca veremos o que ‘Duro de Matar 6’ poderia ter entregue, mas a lenda de John McClane continua viva nos corações dos fãs. E quem sabe, talvez um dia, o espírito “Yippee-ki-yay” encontre uma nova forma de retornar às telas, mesmo que sem o nosso querido Bruce Willis. Por enquanto, nos resta a nostalgia e a certeza de que o primeiro ‘Duro de Matar’ sempre será um clássico imbatível.

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Perguntas Frequentes sobre ‘Duro de Matar 6’

Qual era a proposta de ‘Duro de Matar 6’ (McClane)?

O projeto ‘McClane’ seria um filme que funcionaria como sequência e prelúdio, alternando entre um jovem John McClane na década de 1970 e o McClane mais velho no presente, buscando resgatar a essência humana e vulnerável do personagem.

Por que ‘Duro de Matar 6’ foi cancelado?

O filme foi engavetado após a aquisição da 20th Century Fox pela Disney em 2019. Além disso, a aposentadoria de Bruce Willis em 2022 devido à afasia selou o destino do projeto com o ator.

Qual foi o último filme lançado da franquia ‘Duro de Matar’?

O último filme lançado da franquia foi ‘Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer’ (2013), que recebeu críticas negativas e é considerado por muitos fãs o ponto mais baixo da saga.

O que tornou o John McClane original tão icônico?

John McClane, interpretado por Bruce Willis, tornou-se icônico por ser um herói “gente como a gente”, cínico, vulnerável, com humor sarcástico e que se via em situações impossíveis, redefinindo o gênero de ação.

Existe chance de um novo filme ‘Duro de Matar’ sem Bruce Willis?

Embora a Disney possua os direitos, um novo filme sem Bruce Willis seria um desafio imenso, pois a presença do ator é fundamental para a identidade do personagem e há o risco de não conseguir capturar a mesma essência do original.

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Marina Souza
Marina Souza
Oi! Eu sou a Marina, redatora aqui do Cinepoca. Desde os tempos de criança, quando as tardes eram preenchidas por maratonas de clássicos da Disney em VHS e as noites por filmes de terror que me faziam espiar por entre os dedos, o cinema se tornou um portal para incontáveis realidades. Não importa o gênero, o que sempre me atraiu foi a capacidade de um filme de transportar, provocar e, acima de tudo, contar algo.No Cinepoca, busco compartilhar essa paixão, destrinchando o que há de mais interessante no cinema, seja um blockbuster que domina as bilheterias ou um filme independente que mal chegou aos circuitos.Minhas expertises são vastas, mas tenho um carinho especial por filmes que exploram a complexidade da mente humana, como os suspenses psicológicos que te prendem do início ao fim. Meu objetivo é te levar em uma viagem cinematográfica, apresentando filmes que talvez você nunca tenha visto, mas que definitivamente merecem sua atenção.

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