‘The O.C.’: 5 motivos para não sentir pena de Jimmy Cooper

Apesar das tentativas de ‘The O.C.’ de evocar empatia, Jimmy Cooper, pai de Marissa, é um personagem que não merece compaixão. Suas constantes fraudes financeiras, o padrão de abandono familiar e a falta de consequências reais para suas ações o tornam um dos elementos mais problemáticos da série, especialmente sob a ótica de uma audiência moderna.

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Se você é fã de dramas adolescentes dos anos 2000, com certeza já maratonou ‘O.C.: Um Estranho no Paraíso’ e, no meio de todo o glamour de Newport Beach, deve ter se deparado com o personagem Jimmy Cooper. A gente sabe que a série tinha um talento especial para nos fazer sentir de tudo um pouco, mas depois de tantos anos, fica impossível não olhar para o pai da Marissa e pensar: “Será que ele realmente merecia a nossa pena?” Prepare-se, porque aqui no Cinepoca vamos desvendar os motivos pelos quais ele é um dos personagens mais complicados e, convenhamos, menos dignos de compaixão.

Quem é Jimmy Cooper e Por Que Ele Gosta de Confusão?

Para quem não se lembra, ou para quem está começando a revisitar as praias ensolaradas de ‘O.C.: Um Estranho no Paraíso’, Jimmy Cooper é o pai de Marissa Cooper e um dos personagens mais presentes (e problemáticos) da primeira fase da série. Ele era um corretor de ações, e não um qualquer! Jimmy gerenciava os investimentos de muita gente rica de Newport Beach, incluindo seus vizinhos e amigos mais próximos.

O problema é que, em meio a um turbilhão no mercado financeiro, Jimmy Cooper decidiu que a melhor forma de resolver suas próprias dificuldades era desviar o dinheiro dos clientes. Sim, você leu certo! Ele vendeu as ações que administrava e embolsou a grana, deixando um rastro de prejuízos e decepções por onde passava. Uma atitude que, convenhamos, já o coloca numa posição bem delicada.

A situação de Jimmy Cooper ficou tão feia que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) entrou em cena para investigá-lo. Por sorte, ou nem tanto, ele tinha um amigo advogado na vizinhança: o nosso querido Sandy Cohen. Sandy o defendeu no tribunal e conseguiu livrá-lo da cadeia, mas o preço foi alto. Jimmy teve que pagar todos os clientes, o que o levou à falência e, consequentemente, ao divórcio da icônica Julie Cooper, impactando profundamente a vida de sua filha, Marissa.

Mesmo depois de toda essa confusão, Jimmy Cooper tentou se reerguer. Mudou-se para um apartamento mais modesto e até se aventurou no ramo de restaurantes com Sandy. Mas, como bom Jimmy Cooper que era, ele acabou vendendo sua parte no negócio. E pasmem: depois de um tempo, ele conseguiu recuperar sua fortuna e até comprou outra mansão em Newport Beach. Parece que a sorte estava sempre ao lado dele, não é mesmo?

As Aventuras (e Desastres) Amorosas de Jimmy

A vida amorosa de Jimmy Cooper é um capítulo à parte na saga de ‘O.C.’. Ele não só se envolveu com a mãe da sua filha, Julie Cooper, mas também teve um passado com Kirsten Cohen, a esposa de Sandy, o que já era um drama por si só. Mas a coisa ficou ainda mais interessante na segunda temporada da série, quando Jimmy se envolveu com a irmã de Kirsten. Sim, ele não perdia tempo!

Esses relacionamentos, porém, eram marcados por uma instabilidade crônica. Jimmy Cooper parecia incapaz de manter uma vida amorosa estável, e suas escolhas frequentemente o levavam a mais bagunça, culminando em mais uma de suas fugas de Newport Beach. Ele até retornou para o funeral de Caleb Nichol, o que nos deu uma breve esperança de que ele pudesse finalmente assentar. E por um momento, parecia que ele e Julie iriam tentar de novo, repondo a família Cooper nos trilhos.

Mas, como já era de se esperar de Jimmy Cooper, a calmaria não durou muito. No início da terceira temporada, ele já estava metido em novos negócios escusos. E quando falhou em pagar um dos seus “parceiros”, a coisa esquentou. Jimmy levou uma surra para se lembrar de suas dívidas e, adivinha? Ele abandonou Newport mais uma vez, deixando uma Marissa completamente desolada e com o coração em pedaços.

É impressionante como ‘O.C.’ tentava, a todo custo, pintar Jimmy Cooper como uma vítima, um cara azarado que merecia nossa empatia e torcida. Mas, quando a gente olha de perto, percebe que ele era um verdadeiro mestre em causar a própria desgraça e arrastar quem estivesse por perto para o buraco junto com ele.

O Padrão de Abandono de Jimmy Cooper

Um dos pontos mais dolorosos e repetitivos na trajetória de Jimmy Cooper é o seu padrão de abandono. Ele simplesmente sumia! E quem mais sofria com isso era sua filha, Marissa. Imagine crescer com um pai que, a cada dificuldade, pega as malas e vai embora, deixando você para trás? É uma ferida que não cicatriza facilmente, e a série nos mostra o impacto devastador dessas ausências na vida da Marissa.

O mais frustrante é que Jimmy Cooper nunca pagou de verdade pelos seus crimes e pelas suas escolhas. Primeiro, ele teve a sorte de ter Sandy Cohen, um advogado íntegro e dedicado, que o salvou da prisão. Mas nem mesmo essa segunda chance foi suficiente para que ele mudasse seu comportamento. Pelo contrário, na terceira temporada, ele continuou aplicando golpes e, quando a situação ficou feia novamente, sua solução foi a mesma de sempre: fugir.

É verdade que Jimmy Cooper perdeu a família. A própria Marissa, em um momento de desespero e exaustão, pediu para que ele não voltasse mais, dizendo que as despedidas constantes eram simplesmente insuportáveis. E, por mais triste que seja para um pai e uma filha, é muito difícil sentir pena de Jimmy por isso. Na verdade, olhando em retrospectiva, a gente percebe que essa distância era o melhor para Marissa, para Kaitlin (sua outra filha) e para Julie, que finalmente puderam ter um pouco de paz longe do caos que ele gerava.

Ele evitou a prisão, o que significa que, tecnicamente, poderia ter continuado com suas ações duvidosas em outro lugar, sempre fugindo da lei. A série nos esforça para sentir compaixão por ele, mas as consequências de suas ações eram tão mínimas em comparação com o estrago que ele fazia, que a empatia simplesmente não cola. Jimmy Cooper era, na essência, um personagem que se beneficiava da bondade alheia e da sua própria capacidade de manipulação.

Por Que ‘The O.C.’ Tinha Pena de Jimmy (e a Gente Não Deveria Ter)

A verdade é que ‘O.C.: Um Estranho no Paraíso’ investiu pesado em tentar nos convencer de que Jimmy Cooper era um cara que merecia nossa torcida e compreensão. Eles usavam a relação dele com Marissa e Kaitlin para evocar essa empatia, mostrando os raros momentos de carinho e preocupação paternal. Mas, por trás desses lampejos de “bom pai”, havia um homem que continuava a trair a confiança de todos, a usar seus amigos (como os Cohens e Caleb) e sua ex-esposa, Julie, para se safar dos próprios problemas.

O que torna ainda mais difícil sentir qualquer tipo de compaixão por Jimmy Cooper é que ele nunca realmente sofreu as consequências proporcionais de suas ações. Ele não foi para a cadeia, continuou a ter momentos de riqueza e, apesar de perder a família, o show não nos faz sentir que ele realmente aprendeu a lição ou sentiu o peso do que fez. Em vez disso, ele parecia simplesmente se mudar para o próximo problema, deixando os estragos para trás.

É essa desconexão entre suas ações deploráveis e a falta de punição severa que faz com que Jimmy Cooper seja um personagem tão difícil de “engolir” para o público. A série tentava nos fazer sentir pena dele, mas a realidade é que ele era um agente do caos que causava dor e trauma a todos ao seu redor, especialmente à sua filha Marissa, que já tinha tantos problemas em sua vida.

‘Jimmy Cooper’ Hoje: Por Que Ele Não Passaria no Teste do Tempo

‘O.C.: Um Estranho no Paraíso’ foi ao ar de 2003 a 2007, e apesar de todo o sucesso e de ter marcado uma geração, algumas coisas da série simplesmente não envelheceram bem. E o tratamento dado a Jimmy Cooper é um exemplo clássico. As artimanhas financeiras de Jimmy começaram em um período de turbulência no mercado, que se tornou uma realidade brutal com a crise financeira global de 2008. Depois de viver e ver essa crise se desenrolar em tempo real, a ideia de alguém como Jimmy Cooper se safar de suas fraudes sem grandes consequências seria inaceitável para uma audiência moderna.

Hoje em dia, as traições, os crimes e o abandono constante da família por parte de Jimmy Cooper fariam dele um dos personagens mais odiados da televisão. É provável que ele nem durasse muitas temporadas em uma série atual, pois o público não aceitaria a tentativa de romantizar ou justificar suas falhas. A empatia que ‘O.C.’ tentou construir em torno dele simplesmente não encontraria eco na sensibilidade de hoje.

Em suma, Jimmy Cooper trouxe ainda mais trauma e estresse para a vida de Marissa, uma jovem que já lutava com seus próprios demônios. E, por mais que a série se esforçasse para nos fazer sentir pena dele, a verdade é que ele era um personagem horrível que, em retrospectiva, merece muito mais a nossa crítica do que a nossa compaixão. Reassistir ‘O.C.: Um Estranho no Paraíso’ hoje nos mostra claramente que o pai da Marissa foi um dos piores personagens, e que a pena que ele supostamente merecia, na verdade, nunca existiu.

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