Descubra as profundas conexões entre o ‘Frankenstein’ de Guillermo del Toro e o ‘Nosferatu’ de Robert Eggers. Este artigo explora como ambos os filmes reimaginam clássicos do terror gótico, tecendo narrativas sobre romance trágico, crítica social, a desconstrução do herói masculino, a humanidade oculta nos monstros e uma estética visual rica, oferecendo uma análise fascinante para fãs de cinema e para quem busca entender as similaridades entre Frankenstein Nosferatu.
Se você é fã de um bom terror gótico e adora desvendar as camadas mais profundas do cinema, prepare-se! Hoje vamos mergulhar nas conexões surpreendentes entre duas obras-primas que prometem redefinir o gênero: o ‘Frankenstein’ de Guillermo del Toro e o ‘Nosferatu’ de Robert Eggers. Esses filmes, embora reimaginem clássicos, criam um diálogo fascinante sobre amor, monstruosidade e a sociedade, e você vai descobrir por que a dupla Frankenstein Nosferatu é um prato cheio para os amantes do cinema.
O Romance Trágico e a Atração Proibida: Corações Quebrados em Cenários Sombrios
Esqueça os contos de fadas com finais felizes! Tanto o ‘Frankenstein’ de Del Toro quanto o ‘Nosferatu’ de Eggers nos arrastam para romances que são tão intensos quanto dolorosos. Eles exploram a atração pelo “monstro”, aquele que a sociedade condena, e a transformam em uma força motriz para narrativas de partir o coração. Não se trata apenas de sustos, mas de paixões que desafiam o convencional e terminam em desastre.
No ‘Frankenstein’, Elizabeth, a noiva de Victor, desenvolve uma conexão quase instantânea e silenciosa com a Criatura. É um laço que transcende as palavras, muito mais profundo do que sua relação com o irmão de Victor, William. A dor de Elizabeth ao pensar que a Criatura foi destruída é visceral, e a tragédia atinge seu ápice quando ela morre nos braços de seu amor proibido. A dor da Criatura ao perceber que nunca poderá se reunir com ela na morte é um soco no estômago, um amor eterno condenado à solidão.
Já em ‘Nosferatu’, Ellen se vê inexplicavelmente atraída pelo temível Conde Orlok. É uma atração que ela teme, mas não consegue negar, uma força primal que a conecta ao vampiro. Essa obsessão não dita impulsiona Orlok a cruzar o mundo por ela. Ellen, apesar de reconhecer a monstruosidade dele, não se sente repelida. Em vez disso, ela abraça essa conexão, chegando a se sacrificar para detê-lo, mas de uma forma que também satisfaz seu desejo de estar com ele. Ambos os filmes nos mostram que o amor pode surgir nos lugares mais sombrios e ter as consequências mais devastadoras.
A Crítica Social e o Cativeiro Feminino: Desejos Reprimidos em Tempos Antigos
Por trás das capas esvoaçantes e dos castelos góticos, ‘Frankenstein’ e ‘Nosferatu’ escondem uma crítica afiada às expectativas sociais, especialmente sobre as mulheres. Ambos os filmes, ambientados no passado, trazem uma visão surpreendentemente moderna sobre como as mulheres eram (e, de certa forma, ainda são) enjauladas por convenções e têm seus desejos genuínos ignorados ou reprimidos. É um espelho sombrio das pressões que a “sociedade educada” impõe, especialmente quando se trata de paixões consideradas “erradas”.
Em ‘Frankenstein’, a atração de Elizabeth pela Criatura é vista como algo inaceitável, uma afronta ao seu papel esperado. A fúria de Victor ao perceber que o coração de Elizabeth não pertence a ele, mas sim à sua criação, é um reflexo do desejo masculino de controle. A sociedade da época não permitia que uma mulher seguisse seu próprio coração se ele a levasse para fora dos limites do aceitável. O destino trágico de Elizabeth é, em parte, um resultado dessa repressão, uma punição por ousar sentir algo por alguém que não era o “homem certo”.
Da mesma forma, em ‘Nosferatu’, Ellen está presa entre o afeto possessivo de seu marido, Hutter, e a atração avassaladora por Orlok. O amor é tratado quase como uma propriedade, com os homens exercendo “posse” sobre suas noivas. Ellen não é dona de seus próprios sentimentos; eles são condicionados pelas expectativas alheias. Sua conexão com Orlok, embora perigosa, é uma forma de rebelião contra essa prisão social, um grito silencioso por autonomia emocional. O sacrifício final de Ellen é um ato heroico, mas também a realização de um desejo proibido, mostrando como a sociedade pode condenar uma mulher por seguir seus impulsos, mesmo que isso custe sua vida.
A Desconstrução do Herói Masculino: Quando o Protagonista é o Vilão
Se você espera encontrar um galã heroico salvando o dia, pode esquecer! Uma das jogadas mais inteligentes de ‘Frankenstein’ e ‘Nosferatu’ é subverter completamente a ideia do “homem líder” de Hollywood. Personagens como Victor Frankenstein e Thomas Hutter, que em adaptações mais tradicionais seriam os mocinhos, são aqui expostos em toda a sua fragilidade, egoísmo e até crueldade. É um choque ver como a beleza e o carisma de atores como Oscar Isaac e Nicholas Hoult são usados para nos enganar, revelando a podridão por baixo da superfície.
No ‘Frankenstein’ de Del Toro, a jornada de Victor não é de heroísmo, mas de autodestruição moral. Seu desejo obsessivo de superar a morte o leva a comprometer sua ética, transformando-o em alguém tão cruel quanto o pai que ele tanto desprezava. A tragédia de Victor é que sua busca por controle se estende à sua raiva pela falta de interesse romântico de Elizabeth. Ele se torna o verdadeiro vilão de sua própria história, impulsionado pelo medo e pela raiva quando o mundo não se curva aos seus desejos, culminando em sua tentativa de destruir a Criatura por ciúmes.
Em ‘Nosferatu’, Thomas Hutter, interpretado por Nicholas Hoult, não chega a ser tão detestável quanto Victor, mas é igualmente falho. Sua covardia e incapacidade de se posicionar são evidentes desde o início, um contraste gritante com a força quase elemental de Orlok. Ellen, em momentos de frustração, chega a insultá-lo e diminuí-lo, expondo sua fraqueza. Hutter é um homem que se torna cruel por sua incapacidade de lidar com o mundo e com a mulher que ama. Ambos os filmes nos forçam a questionar quem é o verdadeiro monstro, e muitas vezes, a resposta está no “homem de bem” que a sociedade venera.
A Humanidade Escondida no Monstro: Além da Aparência
E se o “monstro” não fosse tão monstruoso assim? Essa é a pergunta que tanto ‘Frankenstein’ quanto ‘Nosferatu’ nos fazem. Ambos os filmes exploram a ideia de que, por trás de aparências aterrorizantes ou atos violentos, criaturas consideradas abominações são capazes de sentimentos profundamente humanos: atração, sexualidade e, acima de tudo, amor. Eles desafiam a dicotomia simples de bem versus mal, nos convidando a enxergar a complexidade emocional que reside em todos, independentemente de sua forma.
A Criatura de ‘Frankenstein’, muitas vezes vista como um ser sem alma, demonstra uma capacidade de amor e conexão que supera a de muitos humanos ao seu redor. Sua ligação com Elizabeth é pura e desinteressada, um reflexo de uma humanidade que Victor, em sua arrogância, nunca conseguiu compreender. A tragédia da Criatura é que sua aparência o condena ao isolamento, mas seu coração anseia por uma conexão que a sociedade nega. Ele é, em sua essência, um ser capaz de amar profundamente, um espelho para a crueldade dos “normais”.
De forma similar, o Conde Orlok, o vampiro horripilante de ‘Nosferatu’, embora seja uma força da natureza e um predador, é motivado por um desejo ardente por Ellen. Sua busca incansável não é apenas por sangue, mas por uma conexão com a mulher que o fascina. A atração de Ellen por ele, apesar do perigo, valida essa humanidade latente no monstro. Ambos os filmes são construídos em torno da premissa de que essas criaturas, por mais aterrorizantes que sejam, ainda são capazes de sentir e desejar, provando que a monstruosidade externa nem sempre reflete a alma. Talvez o verdadeiro horror seja a incapacidade da sociedade de ver além da superfície.
A Estética Gótica e a Tensão Sexual: Um Banquete para os Sentidos
Além das profundas conexões temáticas, ‘Frankenstein’ e ‘Nosferatu’ compartilham uma estética visual e uma atmosfera que são um deleite para os fãs do terror gótico. Ambos são grandes produções que mergulham de cabeça no estilo, com cenários grandiosos, uma fotografia deslumbrante e um senso brutal de violência que eleva a experiência do terror. Mas o que realmente os une nesse aspecto é a corrente sexual subjacente que permeia suas narrativas, transformando suas histórias de horror em romances trágicos ainda mais potentes.
O estilo inconfundível de Guillermo del Toro em ‘Frankenstein’ promete um mundo visualmente rico, cheio de detalhes macabros e beleza sombria. Seus filmes são conhecidos por criar atmosferas palpáveis, onde o fantástico e o grotesco se misturam. A tensão sexual no filme não se manifesta de forma explícita, mas na atração proibida entre Elizabeth e a Criatura, no desejo possessivo de Victor, e na forma como essas emoções intensas impulsionam a trama. É uma sexualidade que é mais sentida do que mostrada, adicionando uma camada de complexidade e perigo aos relacionamentos.
Da mesma forma, Robert Eggers em ‘Nosferatu’ é mestre em criar mundos imersivos e opressores. Seu estilo visual é meticuloso, construindo uma atmosfera de pavor e fascínio. A tensão sexual em ‘Nosferatu’ é quase palpável, especialmente na atração magnética de Ellen por Orlok. É uma força inegável, selvagem e perigosa, que desafia as convenções da época. Essa corrente de desejo e perigo eleva o horror a um nível mais íntimo, onde o corpo e a alma estão em jogo. Juntos, esses elementos tornam ‘Frankenstein’ e ‘Nosferatu’ mais do que apenas histórias de terror; são experiências cinematográficas que mexem com todos os nossos sentidos.
E aí, cinéfilos? Deu para sentir a profundidade dessas conexões? ‘Frankenstein’ de Guillermo del Toro e ‘Nosferatu’ de Robert Eggers são muito mais do que simples remakes; são reinterpretações que dialogam entre si, explorando o amor, a monstruosidade e as falhas da sociedade de maneiras novas e impactantes. Eles nos lembram que o terror gótico tem o poder não só de nos assustar, mas também de nos fazer refletir sobre a complexidade da natureza humana e os corações que batem (ou não) nos lugares mais inesperados. Prepare a pipoca e a mente para essas duas obras que prometem ficar na sua memória muito depois que os créditos subirem!
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Perguntas Frequentes sobre Conexões entre ‘Frankenstein’ de Del Toro e ‘Nosferatu’ de Eggers
Quais são as principais conexões entre o ‘Frankenstein’ de Del Toro e ‘Nosferatu’ de Eggers?
Ambos os filmes exploram o romance trágico, a crítica social ao cativeiro feminino, a desconstrução do herói masculino, a humanidade escondida nos monstros e uma estética gótica com tensão sexual subjacente.
Os filmes ‘Frankenstein’ e ‘Nosferatu’ abordam o romance proibido?
Sim, tanto o ‘Frankenstein’ de Del Toro quanto o ‘Nosferatu’ de Eggers destacam romances intensos e dolorosos, onde a atração pelo “monstro” desafia as convenções sociais e leva a desfechos trágicos.
Como ‘Frankenstein’ e ‘Nosferatu’ criticam a sociedade?
Eles oferecem uma crítica afiada às expectativas sociais, especialmente sobre as mulheres e seus desejos reprimidos, além de subverterem a figura do “herói masculino”, expondo egoísmo e crueldade em personagens tradicionalmente vistos como mocinhos.
Os monstros em ‘Frankenstein’ e ‘Nosferatu’ possuem humanidade?
Sim, ambos os filmes desafiam a percepção de monstruosidade, revelando que a Criatura de ‘Frankenstein’ e o Conde Orlok de ‘Nosferatu’ são capazes de sentimentos profundamente humanos, como atração, sexualidade e amor, apesar de suas aparências aterrorizantes.
Qual a importância da estética gótica nesses filmes?
A estética gótica é fundamental, com cenários grandiosos, fotografia deslumbrante e uma atmosfera opressora. Essa ambientação, combinada com uma corrente de tensão sexual subjacente, eleva o horror e a profundidade dos romances trágicos em ambas as obras.

