3 filmes na Netflix que você não pode perder neste fim de semana

Curadoria de fim de semana na Netflix: o novo mistério de Benoit Blanc com elenco estelar, o thriller psicológico de Matt Damon que merece revisita, e uma aventura de ação que sai do catálogo em dias. Três tons, três experiências que funcionam.

Fim de semana chegando e você quer desligar o cérebro — ou melhor, ligá-lo no modo certo. A Netflix tem um catálogo gigantesco, mas vamos ser honestos: rolar infinitamente pela tela é quase tão cansativo quanto trabalhar. Por isso, fiz o trabalho sujo e selecionei três filmes Netflix fim de semana que valem cada minuto do seu tempo livre.

A curadoria desta semana tem um critério claro: variedade com qualidade. Um mistério estrelado que acabou de chegar, um thriller psicológico dos anos 90 que merece revisita, e uma aventura de ação que sai do catálogo em poucos dias. Três tons diferentes, três experiências que funcionam.

‘Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out’ — O whodunit que domina as conversas

'Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out' — O whodunit que domina as conversas

Daniel Craig voltou como Benoit Blanc, e dessa vez o detetive sulista mais carismático do cinema contemporâneo investiga um assassinato em uma pequena cidade com conexões obscuras com a Igreja. Se você curtiu ‘Entre Facas e Segredos’ e ‘Glass Onion’, já sabe o que esperar: elenco absurdo, reviravoltas que você jura que previu (mas não previu), e aquele humor afiado que Rian Johnson domina como poucos.

O que diferencia este terceiro filme é o tom. Enquanto o primeiro tinha a mansão clássica de whodunit e o segundo brincava com a estética tech-bro de ilha particular, ‘Vivo ou Morto’ aposta em uma atmosfera gótica que adiciona camadas mais sombrias à fórmula. A fotografia de Steve Yedlin — parceiro de longa data de Johnson — usa sombras e luz natural de velas de forma que lembra mais ‘O Iluminado’ do que Agatha Christie. Não é terror, mas há um peso que os anteriores não tinham.

O elenco? Jeremy Renner, Josh Brolin, Mila Kunis, Josh O’Connor, Glenn Close. É o tipo de filme onde cada cena secundária tem alguém que você reconhece. Mas o show continua sendo de Craig, que claramente se diverte interpretando Blanc com aquele sotaque que beira a paródia mas nunca cruza a linha. A cena do interrogatório coletivo no segundo ato é masterclass de ritmo cômico — Johnson sabe exatamente quando cortar para a reação certa.

Se você só tiver tempo para um filme neste fim de semana, é este. Não porque seja necessariamente o melhor da lista, mas porque é o tipo de experiência que rende conversa — e você vai querer estar por dentro quando todo mundo começar a discutir quem era o assassino.

‘O Talentoso Ripley’ — Matt Damon em seu papel mais perturbador

Aqui vai uma conexão que talvez você não tenha feito: o prólogo de ‘A Odisseia’, novo filme de Christopher Nolan com Matt Damon como Odisseu, está passando nos cinemas agora. É o gancho perfeito para revisitar — ou descobrir — ‘O Talentoso Ripley’, de 1999.

Damon interpreta Tom Ripley, um golpista que se infiltra na vida de Dickie Greenleaf (Jude Law) na Itália ensolarada dos anos 50. O que começa como um trabalho de convencimento paterno se transforma em algo muito mais sinistro. Não vou dar spoilers, mas posso dizer: este filme te faz torcer por alguém que você deveria detestar, e isso é perturbador da melhor forma possível.

O que impressiona em ‘O Talentoso Ripley’ é como ele envelhece bem. A fotografia de John Seale captura a Itália com uma luminosidade dourada que contrasta com a escuridão crescente do protagonista — é quase como se o sol mediterrâneo estivesse expondo algo que deveria ficar escondido. O figurino de Ann Roth e Gary Jones ganhou indicação ao Oscar, e cada roupa que Ripley veste conta uma história de aspiração e fraude.

A química entre Damon e Law é magnética e desconfortável. Há uma cena no barco, por volta do meio do filme, onde o olhar de Ripley muda quase imperceptivelmente — e você percebe que cruzou uma linha junto com ele. Anthony Minghella dirigiu com uma elegância que poucos thrillers psicológicos alcançam, deixando espaço para o desconforto respirar.

Se você só conhece Damon de ‘Bourne’ ou dos filmes da Marvel, este é um lembrete de que ele pode ser genuinamente inquietante quando quer. Ripley é um personagem que gruda em você — e não de um jeito confortável.

‘As Tartarugas Ninja’ (2014) — Diversão que sai do catálogo dia 17

'As Tartarugas Ninja' (2014) — Diversão que sai do catálogo dia 17

Olha, eu sei. O reboot de 2014 não tem a melhor reputação entre fãs hardcore das Tartarugas. Mas aqui está a verdade que pouca gente admite: é um filme de ação que entrega exatamente o que promete. Nada mais, nada menos.

O longa sai da Netflix na próxima quarta-feira, dia 17. Se você tem filhos, sobrinhos, ou simplesmente saudade de ver Leonardo, Donatello, Raphael e Michelangelo descendo porrada no Destruidor, essa é sua última chance por um tempo.

O filme funciona melhor do que deveria graças à dinâmica entre as tartarugas. A sequência do elevador — onde eles improvisam beatbox enquanto descem para uma batalha — captura perfeitamente o espírito adolescente dos personagens. Alan Ritchson (sim, o Reacher) dá voz a Raphael com uma intensidade que antecipa o que ele faria anos depois na série da Amazon. A cena na montanha nevada, com as tartarugas deslizando enquanto lutam, tem uma coreografia de ação que segura bem até hoje.

O filme arrecadou 485 milhões de dólares mundialmente, o que prova que muita gente discorda dos críticos. Não é cinema de arte. Não precisa ser. Às vezes você quer pizza, não um jantar de dez tempos. E ‘As Tartarugas Ninja’ é uma pizza bem feita — especialmente se você tiver companhia mais jovem para assistir junto.

Sua maratona de fim de semana, organizada

Se você quer montar uma sequência, minha sugestão: comece com ‘O Talentoso Ripley’ na sexta à noite, quando você ainda tem energia para prestar atenção nas nuances. Sábado é dia de ‘Vivo ou Morto’ — chame alguém, faça pipoca, aproveite as reviravoltas em grupo. Domingo, quando o cansaço bater, ‘As Tartarugas Ninja’ fecha a maratona com diversão leve.

Três filmes, três experiências completamente diferentes, todos disponíveis agora na Netflix. Só não deixe ‘As Tartarugas Ninja’ para depois de quarta — aí já era.

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Perguntas Frequentes sobre Filmes Netflix Fim de Semana

Quanto tempo dura ‘Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out’?

‘Vivo ou Morto’ tem aproximadamente 2 horas e 20 minutos de duração. É o mais longo da trilogia Knives Out, mas o ritmo ágil faz o tempo passar rápido.

Preciso assistir os outros filmes Knives Out antes de ‘Vivo ou Morto’?

Não. Cada filme da franquia é uma história independente com elenco diferente. O único elemento em comum é o detetive Benoit Blanc (Daniel Craig). Você pode assistir em qualquer ordem.

Até quando ‘As Tartarugas Ninja’ fica na Netflix?

O filme sai do catálogo da Netflix Brasil no dia 17 de dezembro de 2025. Depois dessa data, não há previsão de retorno à plataforma.

‘O Talentoso Ripley’ é baseado em livro?

Sim. O filme é adaptação do romance ‘The Talented Mr. Ripley’ (1955) de Patricia Highsmith. O personagem Tom Ripley aparece em cinco livros da autora, e há outras adaptações, incluindo a série ‘Ripley’ da Netflix com Andrew Scott.

Qual a classificação indicativa desses filmes?

‘Vivo ou Morto’ e ‘O Talentoso Ripley’ são classificados para maiores de 14 anos (violência e temas adultos). ‘As Tartarugas Ninja’ é livre para maiores de 10 anos, sendo a opção mais adequada para assistir com crianças.

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Lucas Lobinco
Lucas Lobinco
Sou o Lucas, e minha paixão pelo cinema começou com as aventuras épicas e os clássicos de ficção científica que moldaram minha infância. Para mim, cada filme é uma nova oportunidade de explorar mundos e ideias, uma janela para a criatividade humana. Minha jornada não foi nos bastidores da produção, mas sim na arte de desvendar as camadas de uma boa história e compartilhar essa descoberta. Sou movido pela curiosidade de entender o que torna um filme inesquecível, seja a complexidade de um personagem, a inovação visual ou a mensagem atemporal. No Cinepoca, meu foco é trazer uma perspectiva única, mergulhando fundo nos detalhes que fazem um filme valer a pena, e incentivando você a ver a sétima arte com novos olhos.Tenho um apreço especial por filmes de ação e aventura, com suas narrativas grandiosas e sequências de tirar o fôlego. A comédia de humor negro e os thrillers psicológicos também me atraem, pela forma como subvertem expectativas e exploram o lado mais sombrio da psique humana. Além disso, estou sempre atento às novas vozes e tendências que surgem na indústria, buscando os próximos grandes talentos e as histórias que definirão o futuro do cinema.

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