A série ‘Como um Relâmpago’ da Netflix retrata o assassinato do Presidente James A. Garfield, mas a história real é ainda mais complexa e cheia de detalhes surpreendentes. Descubra fatos omitidos pela produção, desde a incerteza médica sobre a causa da morte de Garfield, os planos bizarros de Charles Guiteau e o pânico político em torno da sucessão, até o espetáculo inacreditável de seu julgamento.
Se você devorou ‘Como um Relâmpago‘ na Netflix e ficou fascinado pela história do assassinato do Presidente James A. Garfield, prepare-se! A série é um verdadeiro mergulho nos eventos de 1881, com atuações de peso e um roteiro que se esforça para ser fiel à realidade. Mas, como toda adaptação, ela precisou fazer algumas escolhas e, no processo, deixou de lado alguns detalhes inacreditáveis da história real. Quer saber o que a produção da Netflix não te contou? Então, vem com a gente descobrir 10 fatos cruciais que vão te deixar de queixo caído!
1. A Causa da Morte: Uma Charada Médica Até Hoje
Na série, vemos a luta de James A. Garfield pela vida após ser baleado, e a narrativa nos leva a crer que a bala foi a causa direta de sua morte. E sim, tecnicamente, ele foi assassinado, pois as complicações fatais estavam ligadas ao tiro. Mas a verdade é que a causa exata da morte de Garfield ainda é um grande debate entre os historiadores e médicos modernos. É quase como um mistério forense de mais de um século!
A maioria acredita que o presidente morreu de um aneurisma da artéria esplênica rompido, resultado de uma sepse generalizada causada pela falta de higiene dos médicos da época. Imagine só: no século XIX, a medicina ainda engatinhava, e a ideia de esterilização era quase ficção científica para muitos. Os instrumentos não eram limpos adequadamente, e as mãos dos cirurgiões… bem, digamos que não usavam luvas.
No entanto, em 2013, dois médicos, Dr. Theodore N. Pappas e Dr. Shahrzad Joharifard, publicaram um estudo sugerindo outra teoria: que o presidente pode ter morrido de um aneurisma da artéria esplênica causado por um abscesso cheio de bile, originado de uma vesícula biliar rompida. Loucura, né? No fim das contas, não há como saber com certeza qual dessas hipóteses levou James A. Garfield à morte. ‘Como um Relâmpago’ toca na ponta do iceberg, mas não entra nessa profundidade de incerteza médica.
2. Charles Guiteau e o Culto do “Amor Livre”: Um Retorno Frustrado
A série ‘Como um Relâmpago’ mostra que Charles Guiteau, o assassino de Garfield, foi membro da comunidade Oneida, um culto que praticava o “amor livre” e onde ele claramente não se encaixava. Mas o que a série não revela é que Guiteau não apenas saiu, como também tentou voltar! É como aquele amigo chato que insiste em reaparecer na sua vida, mesmo depois de ter sido claramente rejeitado.
Após o fracasso de seu jornal, The Daily Theocrat, Guiteau decidiu que a comunidade Oneida era sua melhor opção. Contudo, sua segunda tentativa de se integrar foi tão desastrosa quanto a primeira. Nenhuma mulher se interessava por ele (chocante, eu sei!). Frustrado e rejeitado novamente, ele partiu pela segunda vez, mas não sem antes tentar uma última cartada: processou o líder do culto, John Humphrey Noyes, alegando que lhe deviam dinheiro por seu trabalho enquanto morou lá. Spoiler: ele perdeu o processo. Essa insistência e o fracasso duplo mostram ainda mais a instabilidade e o delírio de Guiteau.
3. As Cartas Ignoradas: O “Arquivo Excêntrico” de Guiteau
Charles Guiteau estava absolutamente convencido de que tinha uma conexão especial com o Presidente James A. Garfield, mesmo tendo se encontrado com ele apenas uma vez. Ele escrevia cartas sem parar, como um fã obsessivo enviando mensagens para seu ídolo. Mas, ao contrário do que talvez você imagine, o presidente nunca leu a maioria delas. E o crédito por isso vai para um herói anônimo!
Joe Brown, o secretário particular de Garfield, foi o responsável por proteger o presidente dessa enxurrada de correspondência. Ele criou um “arquivo excêntrico” onde todas as cartas de Guiteau eram prontamente arquivadas, muito antes do assassinato. Além disso, Guiteau foi proibido de participar dos horários de atendimento público do presidente. Essa medida, embora necessária, não impediu que a relação parassocial de Guiteau com Garfield crescesse, transformando-se em algo tóxico e assustador em sua mente distorcida.
4. Dinamite? Um Plano de Assassinato Alternativo (e “Bárbaro”)
Quando Charles Guiteau decide assassinar o Presidente James A. Garfield em ‘Como um Relâmpago’, ele vai direto e compra uma arma. Cena clássica, né? Mas na vida real, Guiteau considerou outros dois métodos de assassinato antes de optar pela pistola. E um deles era digno de um filme de ação mais explosivo que a série da Netflix!
Inicialmente, ele planejava usar dinamite para matar o presidente. Sim, dinamite! Mas, como um bom vilão de cinema que pensa demais, ele mudou de ideia por duas grandes razões. Primeiro, ele nunca tinha manuseado dinamite antes e temia que ela explodisse em suas próprias mãos. Imagine o desastre! Segundo, ele escreveu que o método era “muito russo, muito bárbaro”. Ele insistia que deveria cometer o assassinato de uma maneira “americana”, o que, ironicamente, para ele, significava usar uma arma. Essa reviravolta no plano mostra o quão metódico (e ao mesmo tempo bizarro) era o pensamento de Guiteau.
5. A Perseguição Prolongada: Guiteau à Espreita na Estação
‘Como um Relâmpago’ mostra com precisão que Charles Guiteau quase matou Garfield uma vez antes do ataque fatal. No entanto, a série comprime bastante a linha do tempo e omite o fato de que Guiteau perseguiu o presidente por um bom tempo antes da tentativa de assassinato. Não foi um impulso repentino, mas uma obsessão crescente e calculada.
Guiteau passava seus dias no Lafayette Park ou praticando tiro, e as noites limpando sua arma. Quando Garfield saía, Guiteau o seguia, como um predador à espreita. No dia do assassinato, ele chegou cedo à estação de trem e esperou na área de embarque de passageiros. Quando Garfield entrou com James G. Blaine, Guiteau atirou duas vezes no presidente antes de tentar fugir. O fato de ele ter esperado e planejado com tanta antecedência mostra o quão premeditadas e macabras eram suas ações, muito além do que a série conseguiu explorar.
6. O Pânico Generalizado: O Medo da Presidência de Chester Arthur
Em ‘Como um Relâmpago’, vemos que Chester Arthur se considerava completamente incapaz de liderar o país após o ataque a Garfield. Mas a série mal arranha a superfície do pânico que tomou conta da nação. O medo de uma presidência de Chester Arthur não se limitava ao próprio vice-presidente, mas se espalhava por praticamente todos os Estados Unidos!
A falta de qualificações de Arthur era motivo de grande preocupação. O Chicago Tribune chegou a chamar a ideia de sua presidência de uma “calamidade da maior magnitude”, capturando perfeitamente a ansiedade generalizada. Jornais de Charleston e Louisville o acusaram de ser um criminoso, enquanto o The New York Times apontou que ele era a pessoa menos qualificada para liderar o país. E o pior: alguns jornais chegaram a acusar Chester Arthur de ter orquestrado o assassinato! É um nível de intriga política que a série apenas sugere, mas que na vida real foi muito mais intenso e dramático.
7. O Detector de Metais de Graham Bell: Uma Chance Perdida pela Teimosia Médica
A série ‘Como um Relâmpago’ nos emociona ao mostrar Alexander Graham Bell, o inventor do telefone, criando um detector de metais para tentar encontrar a bala no corpo do Presidente James A. Garfield. Vemos Bell escanear o presidente e obter interferência do metal no colchão, o que é um fato histórico. Mas a série omite um detalhe crucial que poderia ter mudado o destino de Garfield.
O médico de Garfield, teimoso e convicto, recusou-se a permitir que Alexander Graham Bell testasse todo o corpo do presidente. Ele estava absolutamente certo de que a bala estava do lado direito do corpo de Garfield, e foi o único lugar onde Bell teve permissão para escanear. Testes posteriores provaram que a máquina de Bell funcionava perfeitamente. Se ele tivesse sido autorizado a escanear o outro lado do corpo de James A. Garfield, ele quase certamente teria encontrado a bala, e a história poderia ter sido bem diferente. É um daqueles “e se” que nos fazem pensar sobre os caprichos do destino e da ciência.
8. A Ambiguidade da 25ª Emenda: Por que Arthur Não Assumiu Imediatamente
James A. Garfield passou 80 dias na cama, entre a vida e a morte, depois de ser baleado por Charles Guiteau. É um período agonizante, e você deve ter se perguntado por que o vice-presidente Chester Arthur não assumiu imediatamente. A resposta é um detalhe que ‘Como um Relâmpago’ não explora: a ambiguidade da 25ª Emenda na época.
A Emenda, que estabelece a sucessão presidencial, não era clara sobre o que aconteceria se o Presidente Garfield se recuperasse. Chester Arthur assumiria o cargo pelo resto do mandato, ou o poder voltaria para Garfield após sua recuperação? Com o Congresso sem sessão, não havia como buscar orientação. Enquanto isso, o gabinete presidencial não tomaria uma decisão sem consultar Garfield, que estava muito doente para ser consultado. Foi um limbo constitucional que deixou a nação em suspense por semanas a fio, um verdadeiro drama jurídico e político que a série da Netflix deixou de lado.
9. O Julgamento Espetáculo: Guiteau e a Defesa por “Insanidade Temporária”
A série da Netflix ‘Como um Relâmpago’ pula completamente o julgamento de Charles Guiteau, indo direto da prisão para a forca. Mas o que a produção deixou de fora foi um verdadeiro espetáculo judicial que começou em 14 de novembro de 1881. O julgamento de Guiteau foi um show à parte, e por dois motivos principais.
Primeiro, o réu foi um dos primeiros a alegar “insanidade temporária” em um julgamento público. Isso já é fascinante por si só, mas Guiteau ainda tentou convencer o juiz a permitir que ele se defendesse, o que foi negado. Segundo, e talvez mais chocante, Guiteau se comportou de forma deplorável durante todo o processo. Ele frequentemente interrompia seus advogados, os promotores e o próprio juiz. No banco das testemunhas, ele zombou ativamente do promotor que o questionava. E para coroar tudo, durante suas alegações finais, ele começou a cantar “John Brown’s Body” e se comparou a figuras históricas como George Washington e Ulysses S. Grant! É o tipo de cena que faria qualquer roteirista de cinema salivar, mas que a série da Netflix infelizmente não teve tempo de incluir.
10. A Omissão do Julgamento: Um Drama à Parte que a Série Ignorou
Como mencionamos, ‘Como um Relâmpago’ optou por não mostrar o julgamento de Charles Guiteau, o que é, por si só, um fato notável sobre as escolhas narrativas da série. Essa decisão significa que perdemos um dos capítulos mais surreais e bizarros da história legal americana. O julgamento não foi apenas um procedimento, mas um palco onde a loucura de Guiteau foi exibida sem filtros, para o público e a imprensa da época.
Ao pular essa parte, a série perde a chance de aprofundar a complexidade psicológica de Guiteau e o impacto de suas ações na sociedade. A forma como ele manipulava a corte, suas explosões de raiva e seu delírio de grandeza seriam material de ouro para qualquer drama histórico. A omissão do julgamento nos priva de ver como a justiça lidou com um criminoso tão excêntrico e como a sociedade da época reagiu a uma defesa de insanidade tão… performática. É um lembrete de que, mesmo em produções fiéis como ‘Como um Relâmpago’, há sempre mais história por trás das câmeras!
E aí, o que achou desses detalhes que ‘Como um Relâmpago’ não te mostrou? A série da Netflix é incrível em trazer essa parte da história à tona, mas a realidade, como sempre, consegue ser ainda mais surpreendente e cheia de reviravoltas. É fascinante como a história real é rica em nuances, mistérios e personagens que desafiam a ficção. Qual desses fatos te deixou mais chocado? Conta pra gente nos comentários e fique ligado no Cinepoca para mais curiosidades do mundo do cinema e das séries!
Para ficar por dentro de tudo que acontece no universo dos filmes, séries e streamings, acompanhe o Cinepoca também pelo Facebook e Instagram!
Perguntas Frequentes sobre ‘Como um Relâmpago’ e o Assassinato de Garfield
Qual foi a verdadeira causa da morte do Presidente James A. Garfield?
A série ‘Como um Relâmpago’ sugere a bala como causa direta, mas historiadores e médicos ainda debatem. As teorias mais aceitas são sepse generalizada devido à falta de higiene médica ou um aneurisma da artéria esplênica rompido, possivelmente ligado a um abscesso na vesícula biliar.
Charles Guiteau considerou outros métodos de assassinato antes da arma?
Sim. Antes de usar uma pistola, Charles Guiteau considerou empregar dinamite para matar o Presidente Garfield, mas desistiu por temer manusear explosivos e por considerar o método “muito russo, muito bárbaro”, preferindo uma abordagem “americana” com arma de fogo.
Por que o vice-presidente Chester Arthur não assumiu imediatamente após o ataque a Garfield?
A 25ª Emenda da Constituição, que trata da sucessão presidencial, era ambígua na época. Não estava claro se Arthur assumiria permanentemente ou se o poder voltaria a Garfield caso ele se recuperasse. Essa incerteza constitucional e a incapacidade de consultar o presidente doente geraram um limbo político.
O que a série ‘Como um Relâmpago’ não mostrou sobre o julgamento de Charles Guiteau?
A série omite completamente o julgamento. Na vida real, foi um espetáculo judicial onde Guiteau foi um dos primeiros a alegar “insanidade temporária” e se comportou de forma deplorável, interrompendo a corte, zombando do promotor e até cantando durante suas alegações finais, comparando-se a figuras históricas.

